A ilha do Pico é talvez a mais curiosa das nove ilhas do arquipélago, e por esta razão, roubou-nos o coração. É a irmã mais nova de todos os Açores. No Pico, o preto da lava que cobre 80% da ilha contrasta com o azul do mar onde vivem baleias e golfinhos (que se podem avistar de barco) e com o verde das vinhas, cuja paisagem é património da Unesco, onde se pode desfrutar de um copo de delicioso vinho branco picaroto. Esconde o ponto mais alto do país, na sua montanha homónima, e subir até ao Piquinho atrai muitos viajantes para contemplar as vistas (e o manto de estrelas) deste teto de Portugal. O magnetismo da montanha é tal, que, quer se aventure ou não a subi-la (e depois, a descê-la), o seu olhar será sempre atraído para ali. A ilha do Pico possui também o maior tubo de lava de Portugal, a Gruta das Torres, no qual se pode entrar e graças ao qual é possível compreender tudo o que vemos à superfície em todo o arquipélago dos Açores, com campos de lava e mistérios de erupções vulcânicas recentes. E, claro, o Pico tem um mar onde se pode mergulhar (com ou sem garrafa) e refrescar-se em piscinas naturais maravilhosas.
Neste guia tentamos reflectir tudo o que a ilha do Pico tem para oferecer com sugestões práticas, roteiros de 2 a 7 dias, onde dormir e até onde comer para que a sua viagem à volta da ilha seja tão incrível como a nossa foi.
Conteúdos
- Informação prática para visitar a ilha do Pico
- Quando visitar a ilha do Pico
- Como chegar à ilha do Pico
- Quantos dias dedicar à ilha do Pico
- O que visitar e fazer na ilha do Pico
- Mapa da ilha do Pico
- Subir ao Piquinho, o ponto mais alto de Portugal
- Como chegar ao Piquinho: como subir a montanha do Pico
- Subir a montanha do Pico: com um guia ou por sua conta?
- Preços: Quanto custa subir a montanha do Pico?
- Recomendações e regras de conduta
- Imprescindivel: O que deve levar na sua mochila para subir até ao Piquinho?
- A nossa experiência: a subida noturna com a Atipico
- EN-3 Estrada Longitudinal e as Lagoas do Pico
- Lajido
- Cachorro
- Madalena, a vila mais importante da ilha
- Museu do Vinho do Pico
- Criação Velha: cultura do vinho e Moinho do Frade
- Gruta das Torres
- Mirateca tem um apelido artístico: MiratecArts
- São Mateus
- São Caetano
- Lajes do Pico: observação de baleias e golfinhos
- Calheta de Nesquim
- Ponta da Ilha
- Terra Alta
- Santo Amaro
- Prainha
- São Roque
- Os melhores trilhos para caminhadas na ilha do Pico
- Onde mergulhar no Pico
- Onde ficar na ilha do Pico: melhores zonas
- Restaurantes que recomendamos na Ilha do Pico
- Roteiros de viagem na ilha do Pico para 3, 5 e 7 dias (uma semana)
- Transporte: alugar um carro na ilha do Pico
- Quanto custa uma viagem à ilha do Pico?
- Apps úteis para viajar pela Ilha do Pico
- Dicas para desfrutar da ilha do Pico
- Checklist: o que levar na sua mochila/mala para a ilha do Pico
Informação prática para visitar a ilha do Pico
O Pico é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores (logo a seguir a São Miguel), mas a quarta mais populosa. Ostenta o ponto mais alto de Portugal, o Piquinho, a 2351 metros e o terceiro ponto mais alto do Atlântico, depois do Teide nas Canárias e do vulcão Fogo em Cabo Verde, ilhas vizinhas na Macaronésia de que os Açores fazem parte. É a ilha mais jovem de todos os Açores, geologicamente, uma criança de cerca de 250.000 anos em comparação com as outras (a avó Santa Maria tem 6 milhões de anos de idade). É também uma ilha cheia de mistérios (as quatro áreas de erupções vulcânicas recentes).
Moeda: Euro
Idioma oficial: Português
População: 14.000 (em 2021)
Orçamento diário: A partir de 70 euros/dia por pessoa (aprox.) para uma viagem de uma semana. Mais informações sobre o orçamento aqui
Clima: a melhor altura para visitar é geralmente o Verão, tentando evitar os meses de Julho e Agosto. Saiba mais sobre quando ir aqui.
Alojamento: Idealmente, ficar em Madalena ou nos arredores (passámos algumas noites em Vinhas do Calhau). Também recomendamos a área de Lajido, onde ficámos na Vinha do Baco’s Vineyard. Mais informações sobre onde ficar aqui.
Duração da viagem: Recomendamos 5 dias. Ideal 1 semana. Mais informações aqui.
Voos/barcos: Só há voos diretos de Lisboa com a Sata. Caso contrário, pode voar para outra ilha e de lá para o Pico, também na Sata (recomendamos que utilize comparadores de voo como Skyscanner e Kiwi e que seja flexível com datas). A outra alternativa é voar para uma das ilhas próximas (a mais fácil é o Faial) e de lá, ir de barco (30 min, durante todo o ano e com várias frequências por dia) para o Pico. Mais informações aqui
Transporte pela ilha: A melhor opção é alugar carro. Fizemo-lo com a Autatlantis e adorámos: carros novos e a melhor política de franquia. Encontre o melhor preço para o seu carro de aluguer com a DiscoverCars. Mais informações aqui.
Fuso horário: UTC +0. A hora no arquipélago dos Açores (Portugal) é uma hora menos que no Continente.
O povo da ilha do Pico pode ser chamado picaroto ou picoense (também lemos piquense algures) e, aparentemente, todos estes nomes estão corretos. Neste guia decidimos utilizar o primeiro, gente picarota/o, porque foi o que mais ouvimos, nas semanas que passámos na ilha e, honestamente, porque foi o que mais gostamos.
Quando visitar a ilha do Pico
Os melhores meses para ir ao Pico são de maio a outubro, tentando evitar julho e agosto, que são os meses mais turísticos. junho e setembro tendem a ser os melhores meses, com bom tempo, águas ainda convidativas e turismo menos sobrelotado. A Primavera e o Verão são também as melhores estações para subir a montanha, mas tenha cuidado com julho e agosto, pois as licenças para subir ao Piquinho estão esgotadas e é necessário reservar com antecedência.
Abril e maio são normalmente os melhores meses para a observação de baleias (com a possibilidade de ver a grande baleia azul).
Em termos de clima, o verão é sem dúvida a melhor época, com temperaturas mais elevadas, menos hipóteses de chuva e a possibilidade de desfrutar mais das piscinas naturais. Em qualquer caso, o tempo no Pico (e nos Açores em geral) é muito variável, pelo que não há garantias em qualquer altura do ano (diz-se frequentemente que se podem ter as 4 estações do ano num só dia).
Tabela do tempo no Pico, com temperaturas e dias chuvosos por mês:
Mês | Temperatura média | Temperatura média (água) | Dias de chuva |
---|---|---|---|
Janeiro | 15º | 16º | 10 |
Fevereiro | 14º | 16º | 9 |
Março | 15º | 16º | 9 |
Abril | 15º | 16º | 8 |
Maio | 17º | 17º | 6 |
Junho | 19º | 19º | 5 |
Julho | 21º | 22º | 3 |
Agosto | 23º | 23º | 5 |
Setembro | 22º | 22º | 7 |
Outubro | 19º | 21º | 10 |
Novembro | 17º | 19º | 10 |
Dezembro | 16º | 17º | 12 |
Mês | Temperatura média | Temperatura média (água) | Dias de chuva |
Se gostar de música e outros festivais de arte, em junho também há o Azores Fringe Festival (organizado por Miratec Arts de Terry Costa que inclui eventos não só na ilha do Pico mas também nas outras ilhas do arquipélago dos Açores) e em agosto o Cais Agosto.
Durante a nossa visita ao Pico tivemos a sorte de coincidir com a abertura do Azores Fringe Festival 2021, no espaço Miratec Arts, onde pudemos ver diferentes obras de arte em exposição, assistir a mini-concertos, provar vinhos e queijos locais e até desfrutar de uma queimada galega!
Como chegar à ilha do Pico
Há varias formas de chegar à ilha do Pico:
- Voo direto da Sata desde Lisboa para a Ilha do Pico, apenas alguns dias por semana
- Voo para outra ilha açoriana e depois Sata para a ilha do Pico: se voar para a Terceira/São Miguel saiba que tem voos de baixo custo (RyanAir), embora por vezes também se possa encontrar bons preços com a Tap (a companhia aérea portuguesa) ou com a Sata (a companhia aérea açoriana responsável por todos os voos inter-ilhas)
- Voo para Faial e barco para o Pico
- Barco de qualquer ilha do grupo central
Chegar ao Pico mediante voo:
Só há voos diretos de Lisboa para a ilha do Pico com a Sata e não todos os dias da semana. A opção alternativa e normalmente mais barata é voar para para a Terceira/São Miguel (com a Ryanair) e uma vez lá com a Sata para o Pico. Recomendamos sempre ser flexíveis com datas e utilizar comparadores de preços tais como Skyscanner e Kiwi.com (que incluem voos Sata nas pesquisas).
Chegar ao Pico por barco:
Outra opção para chegar ao Pico, é a partir de uma das ilhas açorianas vizinhas, de barco, existem 4 linhas que passam pelo Pico:
- Do Faial, a ilha mais próxima, demora apenas 30 minutos (3,6 euros), e há ligações todos os dias durante todo o ano (vários barcos por dia, mais frequentes no verão). Todas as linhas marítimas fazem este percurso.
- A partir de São Jorge, demora 1h30 (10,50 euros), também todos os dias durante todo o ano. 3 linhas marítimas fazem este percurso.
- Da Graciosa e Terceira existe uma ligação mas muito mais limitada e apenas no verão (com escala em São Jorge), dois dias por semana. Duas linhas marítimas fazem este percurso
Pode consultar os horários dos barcos e comprar bilhetes em https://www.atlanticoline.pt/ (embora os horários e as rotas sejam normalmente muito melhor explicados aqui).
Aqui está um mapa com as 4 linhas (azul, verde, roxo e branco) que ligam as 5 ilhas do grupo central dos Açores:)
Se, como nós, chegar de barco, há uma magia especial em ter de atravessar uma espécie de portal marítimo composto pelos ilhéus da Madalena, Ilhéus Deitado e Ilhéu em Pé.
Quantos dias dedicar à ilha do Pico
Recomendamos um mínimo de 3 dias, embora o ideal para o Pico seja entre 5 dias e uma semana para poder desfrutar de tudo o que a ilha tem para lhe oferecer. Aproveite para relaxar nas suas piscinas naturais se estiver a viajar no verão e fica com uma margem no caso de algum dos planos ser cancelado devido ao tempo. Por esta razão propomos diferentes tipos de roteiros, de mais ou menos dias.
Seguro de viagem para os Açores
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Além da assistência médica por lá, o seguro também cobre imprevistos que possam acontecer na viagem aos Açores quando fizer desportos de aventura como trekking, caiaque, rafting, snorkeling, surf ou windsurf e até num passeio de bicicleta e/ou roubo da mesma. Além disso, se acontecer algo com a sua bagagem (danos, roubo, atraso na entrega ou extravio), a Iati também ajuda.
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O que visitar e fazer na ilha do Pico
Aqui está um resumo dos locais de interesse a visitar no Pico, e abaixo está um mapa com informações específicas sobre cada local.
O que ver e fazer no Pico
- Subir ao Piquinho, o ponto mais alto de Portugal
- Contemplar a paisagem da vinha entre rochas vulcânicas, mar e moinhos de vento (património da Unesco) e saborear um delicioso vinho branco.
- Entrar no maior tubo de lava de Portugal e compreender como os Açores nasceram
- Cumprimentar golfinhos e baleias em liberdade, no seu habitat natural, desde o barco
Mapa da ilha do Pico
Aqui estão todos os locais de interesse no Pico de que falamos neste guia, num mapa do Google Maps que pode levar consigo no seu smartphone para consultar em qualquer altura.
Aqui está também um mapa turístico com as estradas do Pico (clique na imagem para o descarregar em tamanho e resolução maiores).
Subir ao Piquinho, o ponto mais alto de Portugal
Certamente uma das razões que atrai mais pessoas para a ilha do Pico, é a subida aos 2351 metros da montanha mais alta de Portugal. Comecemos por clarificar a nomenclatura que aprendemos na ilha: o Pico é a ilha; a montanha do Pico, a montanha; e o pico da montanha, o Piquinho (em Portugal adoramos diminutivos). Como nos foi dito, estes são os termos corretos para que não se surpreenda se um local o corrigir com um sorriso atrevido quando diz que quer “subir o Pico” quando o que realmente quer é “subir a Montanha” ou, mais específicamente, “subir até ao Piquinho”.
Importante! Especialmente no verão, devido à capacidade limitada na montanha e ao aumento da procura, recomendamos que reserve a sua subida ao Piquinho com a maior antecedência possível.
O “Piquinho” – o ponto mais alto da montanha do Pico – é, com os seus 2351 metros, o ponto mais alto de Portugal. Para lá chegar, é preciso passar por 47 marcos (estacas de madeira), uns mais difíceis do que outros devido à orografia ou ao declive do terreno. Trata-se na realidade de uma subida de 1121 metros desde a Casa da Montanha (que fica a 1230 metros acima do nível do mar e de onde se inicia) até ao Piquinho a 2351 metros, um total de 8 km (4 km para cima e 4 km para baixo) de terreno rochoso vulcânico difícil, em algumas partes escorregadio e íngreme, entre rocha e pedras vulcânicas soltas, para a qual uma boa condição física é importante.
Há uma capacidade máxima de subida e descida de 320 pessoas por dia, 160 pessoas de cada vez, pelo que deve reservar a sua subida com antecedência (o mais cedo possível, especialmente se for em época alta) na Casa da Montanha. Este ponto de passagem obrigatório antes de iniciar a subida visa dar-lhe informações, recomendações e regras, registar e controlar quem faz a subida e descida da montanha e dar-lhe um GPS, essencial para um possível salvamento. Pode fazer a subida com um guia certificado ou fazê-lo por conta própria, embora recomendemos que o faça com um guia (ver abaixo para mais informações sobre os motivos).
Como chegar ao Piquinho: como subir a montanha do Pico
Existem 3 formas para subir a montanha do Pico:
- Subida Diurna: sobe e desce durante o dia. Normalmente começa entre as 7:00 e 8:30 da manhã, dependendo da época do ano e das condições meteorológicas. Duração aproximada: 8 a 9 horas.
- Subida Noturna: Sobe à noite, vê o nascer do sol no Piquinho e regressa de manhã. Normalmente inicia-se a subida entre a 01:00h e as 03:00h (dependendo da hora em que o sol nasce), desfruta-se do nascer do sol e começamos a descida que termina por volta das 12:00h. Duração aproximada: 9 a 10 horas. Esta foi a que escolhemos, dizemos-lhe abaixo porque a recomendamos.
- Pernoita: Sobe-se à tarde, por volta das 16:00h, observa-se o pôr-do-sol no Piquinho, desce-se à cratera do vulcão para acampar e passar a noite, sobe-se e observa-se o nascer do sol no Piquinho e desce-se durante o dia, terminando por volta das 12:00h. Nesta modalidade, tenha em mente que para além da dificuldade da subida, terá de carregar “o peso” de todo o equipamento de campismo (tenda, colchão, comida, etc.) e o frio da noite. Duração aproximada: 20 horas.
Subir a montanha do Pico: com um guia ou por sua conta?
Independentemente da modalidade escolhida (diurna, noturna ou pernoita), recomendamos a subida com um guia certificado por várias razões:
- O caminho, sempre sobre rocha vulcânica, pode ser bastante escorregadio e não esquecer que é o mesmo para subir e descer, exceto num pequeno trecho que tem duas variantes (a descida pareceu-nos muito dura, pior do que a subida): há momentos em que as mãos têm de ajudar os pés e outros em que os bastões são os nossos melhores amigos. Para saber quando utilizar as mãos e quando utilizar os bastões, os inputs do guia são essenciais.
- As condições climáticas nas montanhas são mais duras do que ao nível do mar: é mais frio (cerca de 10º menos) e se houver sol, não há sombra. Além disso, as condições meteorológicas podem mudar drasticamente durante a subida ou descida (vento, chuva, nevoeiro), tornando o percurso mais difícil. O guia já fez a subida e descida em várias condições meteorológicas e saberá como ajudar a fazê-lo da melhor maneira possível, mental e fisicamente.
- Mesmo alguém com experiência de alpinismo não conhece as peculiaridades desta montanha e os truques do guia que conhece a montanha como a palma da sua mão, não têm preço.
- Se o fizer com um guia, receberá muitas outras informações sobre a flora e fauna endémica e sobre a história da ilha que não aprenderia se fosse por sua conta.
Dito isto, se achar que pode perfeitamente fazer tanto a subida como a descida por conta própria, quando informar a Casa da Montanha que pretende fazê-lo desta forma, eles dir-lhe-ão como estão previstas as condições meteorológicas lá em cima e para as próximas horas e se recomendam ou não fazê-lo.
Se subir com um guia, a reserva obrigatória e o pagamento na Casa da Montanha antes da subida estão incluídos no preço e serão geridos por essa pessoa/agência. Se subir por conta própria, terá de fazer a sua própria reserva e pagamento na Casa da Montanha: aqui pode encontrar os contactos e aqui pode encontrar as regras de conduta. Por exemplo, é completamente proibido sair da rota marcada ou acampar (só é permitido passar a noite na cratera se tiver informado a Casa da Montanha e pago por ela). Aqui estão as outras regras de conduta.
Preços: Quanto custa subir a montanha do Pico?
- Subir a montanha do Pico com um guia (inclui a taxa de subida e a sua gestão, seguro e Guia Certificado):
- Subida Diurna custa entre 50 e 75 euros por pessoa;
- Subida Noturna custa entre 75 e 89 euros por pessoa;
- Pernoita entre 120 e 140 euros, dependendo da agência e da estação do ano.
- Subir a montanha do Pico por conta própria: na Casa da Montanha terá de pagar a taxa de subida:
- Subir até à cratera: 15 euros ;
- Subir até aos 2351 m de altitude do Piquinho: 25 euros ;
- Subir com pernoita na cratera: 35 euros.
Pode ver os preços no website da Casa da Montanha aqui. Se for um residente dos Açores, não terá de pagar a taxa mas ainda assim é obrigatório registar-se e trazer o seu GPS.
Recomendações e regras de conduta
- Na Casa da Montanha (caso vá sozinho) ou o seu guia (caso faça o percurso com um guia certificado) dar-lhe-á um briefing e um GPS que levará na sua mochila. O GPS é muito importante (nunca o tire da sua mochila) porque no caso de algo correr mal e não conseguir terminar o percurso sozinho, com o GPS pode comunicar e pedir para ser resgatado. Tenha cuidado! Os resgates não são feitos de helicóptero como pode imaginar, é um grupo de bombeiros voluntários que sobem com o equipamento e o trazem a pé. Além disso, não sai barato e se violou alguma das regras, terá de pagar o resgate do seu próprio bolso… Tenha também em mente que não há “sinal” ou comunicação dentro da cratera, portanto, se passar a noite e quiser comunicar, terá de sair da cratera para obter rede/sinal.
- Se tiver problemas de joelho e/ou coração, se nunca fez nada parecido e/ou não está fisicamente apto, não force o seu corpo com esta subida e descida. Não force um salvamento!
- É expressamente proibido recolher ou destruir espécies vegetais ou formações geológicas; deixar qualquer tipo de desperdício na montanha; sair da rota marcada; interromper a tranquilidade do local; fazer fogueiras; utilizar bicicletas ou qualquer veículo motorizado; praticar desportos que possam perturbar a ecologia e geologia da montanha ou qualquer ato que perturbe o equilíbrio ecológico do local; e acampar, excepto para passar a noite na cratera com pagamento prévio e autorização da Casa da Montanha.
Imprescindivel: O que deve levar na sua mochila para subir até ao Piquinho?
- Botas de trekking, nós levamos estas da Columbia. Se puder ser botas, melhor que ténis, já que protege também os tornozelos.
- Corta-ventos impermeável
- Kispo o mais leve possível (se puder ser à prova de água, tanto melhor porque faz dois em 1)*.
- Calças confortáveis/de montanha
- Sweatshirt
- T-shirt térmica e leggings*.
- Gola protetora de Pescoço
- Chapéu e luvas*.
- Meias (um par sobressalente)
- Boné, o sol é muito forte
- Bastões: se o fizer com um guia certificado, pergunte antecipadamente se têm bastões disponíveis para levar consigo, pois por vezes, devido à inexperiência, os bastões que temos não são os mais adequados.
- Uma garrafa de água como uma destas para levar água consigo em qualquer altura. Além disso, evitará a utilização de plástico de utilização única.
- Protetor solar amigo do recife, ou seja, livre de químicos nocivos para os corais, sem oxibenzonas, e não testado em animais, como este ou este.
- Nunca tire o GPS que obtém na Casa da Montanha da sua mochila.
*Esta é uma lista baseada na subida noturna em Junho. Alguns dos itens desta lista não serão necessários para o modo diurno (pois não será tão frio), embora tenha em mente que, independentemente da hora a que se vai, a 2351 metros de altitude é sempre um pouco mais frio. Se também optar por passar a noite na cratera, terá de acrescentar a esta lista tudo o que precisa para a pernoita: tenda, colchão, comida, água extra, etc. Se o fizer com um guia certificado, o equipamento de pernoita está normalmente incluído no preço, pelo que não terá de trazer tudo o que necessita para a pernoita no avião na sua viagem à ilha (exceto se fizer a subida por conta própria).
A nossa experiência: a subida noturna com a Atipico
A aventura de subir (e descer) até ao ponto mais alto de Portugal foi feita com um guia certificado, neste caso, com Nuno, da Atípico e adorámos. A Mónica e o Nuno (o casal fundador da Atipico) são incríveis, por isso, se já decidiram fazer a subida com um guia, não hesitem! Pode consultar a web da Atipico aqui, enviar-lhes diretamente um e-mail para atipicoazores@gmail.com ou telefonar/whatsapp para +351 919 991 776.
Importante! Especialmente no verão, devido à capacidade limitada na montanha e ao aumento da procura, recomendamos que reserve a sua subida ao Piquinho com a maior antecedência possível.
Escolhemos fazer a subida à noite porque queríamos ver o nascer do sol no Piquinho e a pernoita não nos convinha por várias razões. Depois de o fazer, recomendamos a ascensão noturna porque:
- Não carregamos o peso extra do equipamento de noite ou passamos várias horas ao frio da noite.
- Subir à noite parecia “mentalmente” mais apropriado: não sabíamos “até onde” tínhamos de ir.
- Desfrutámos do incrível nascer do sol
- Descemos algumas horas depois de subirmos, por isso as nossas pernas não tinham “arrefecido demasiado”, e quando o “desconforto” normal se instalou, já tínhamos chegado ao fim.
Esta decisão, como tudo o que publicamos, é uma opinião baseada unicamente na nossa experiência pessoal. Não estamos a dizer que dormir na cratera de um vulcão que esconde o ponto mais alto de Portugal não é mágico, mas pensamos que é importante remarcar o peso extra e o frio da noite: não queríamos partir do princípio que o guia teria de nos ajudar e carregar a nossa mochila em algum momento porque nós já não conseguíamos (como nos foi dito que aconteceu noutros casos), nem passar muito frio à noite na cratera para ver o pôr-do-sol quando podíamos perfeitamente ver o nascer do sol sem peso extra e horas de frio.
Encontrámo-nos com o Nuno à 1h30 na Casa da Montanha e a nossa intenção era ter-mo-nos deitado um pouco mais cedo naquela noite para podermos estar fresquissímos mas tal não aconteceu… Embora tenhamos ido para a cama às 21h00 com a intenção de dormir, a excitação era tal que dormimos pouquíssimo. Subimos durante 3h30 com algumas paragens, mas o facto de estarmos constantemente a falar de viagens com o Nuno, com quem descobrimos que tínhamos muitas afinidades, tornou a subida dos 47 marcos mais leve. O céu estrelado, estava espantoso e a lua quase cheia, de modo que por vezes nem precisávamos de tocha na cabeça (com uma lua nova o céu é ainda mais espantoso).
Para chegar ao Piquinho é preciso ultrapassar uma subida com uma inclinação de 40º, é essa a única razão pela qual há pessoas que, de tão cansadas, ao chegar à cratera, ficam lá e já não sobem ao Piquinho. Já nos 2351 metros, o ponto mais alto de Portugal, refugiamo-nos no calor que saía das fumarolas ricas em enxofre da montanha do Pico. Embora a última erupção tenha ocorrido há mais de 300 anos, em 1718, a montanha ainda está ativa.
Finalmente, o sol começou a nascer timidamente e desfrutámos do que é, até hoje, um dos mais especiais nascimentos do sol que alguma vez desfrutámos nas nossas vidas. Lentamente as nuvens deram lugar a uma bela paisagem na qual uma luz laranja tingia as ilhas vizinhas que tivemos a sorte de saudar de cima: Faial, São Jorge, Terceira (que não é tão comum de se ver) e mesmo a cintilação do farol da Graciosa! Conseguimos vislumbrar as cinco ilhas do grupo central dos Açores.
O Nuno ofereceu-nos um chá quente para brindar perante este espetáculo (e até provámos um pouco de Nêveda, a aguardente típica, trazida por outro dos guias que conhecemos no Piquinho) e, quando as nossas mentes e corações estavam cheios de beleza e a sensação de missão cumprida, começámos a descida antes das nossas pernas arrefecerem demais.
Apesar do cenário incrível, achámos a descida mais dura e mais difícil. Por esta razão, demorámos mais tempo a descer do que a subir: 4 horas. O terreno é escorregadio e íngreme e é preciso estar sempre muito concentrado para evitar escorregar e cair. Estamos cientes de que as dicas (e conversas) de Nuno foram essenciais para chegar em segurança e felizmente ao fim.
Nível de Dificuldade Randomtripper: Difícil. Embora sejam “apenas” 8 km no total, 4 km de subida e 4 km de descida (que é mais difícil que a subida, na nossa opinião), é um percurso difícil devido ao terreno de pedra vulcânica, por vezes escorregadio, devido também à inclinação (especialmente a inclinação de 40º antes de atingir o Piquinho quando o cansaço já é muito) e também devido ao peso sobre os joelhos quando desce. É essencial levar bom calçado, casaco e, na nossa opinião, fazê-lo com um guia certificado.
A experiência de tocar o céu desde o ponto mais alto de Portugal foi uma das experiências mais especiais que temos tido nas nossas viagens. Os dias que se seguiram depois de termos saudado “a montanha” desde o seu ponto mais alto foram uma atração absoluta. Cada vez que olhávamos para cima, parecia quase irreal que tínhamos estado lá. Não foi apenas o sentimento de superação pessoal, a reflexão sobre a nossa pequenez face à imensidão ou a incrível experiência de começar um novo dia a partir do ponto mais alto de Portugal. Há algo sobre a montanha do Pico, algo magnético, que faz com que onde quer que se esteja na ilha (ou mesmo nas ilhas vizinhas onde é possível cumprimentá-lo), seja qual for a hora, se quer saber como está. Às vezes usa um chapéu feito de nuvens, outras vezes um lenço, alguns dias está completamente tapado com um cobertor e noutras despe-se para se mostrar em todo o seu esplendor.
No caso da Atipico não ter disponibilidade para as suas datas, pode reservar a subida diurna para o Piquinho aqui ou a subida noturna aqui.
EN-3 Estrada Longitudinal e as Lagoas do Pico
Considerada a estrada mais bela de Portugal para muitos, é um dos melhores locais para apreciar o magnetismo e a grandeza da montanha do Pico, ao volante, ao longo de uma estrada de 23 km que liga Madalena a São Roque do Pico e uma das mais longas retas dos Açores, com 9 km de comprimento.
A EN3, conhecida como estrada longitudinal, passa pelo interior da ilha e, além de saudar a montanha do Pico pela janela, se continuar ao longo das estradas interiores uma vez terminado, chegará às mais belas lagoas da ilha: Lagoa do Caiado, Lagoa do Capitão, Lagoa do Paúl, Lagoa do Peixinho, Lagoa Rosada e, finalmente, Lagoa Seca. No nosso caso, fizemos duas tentativas para ver as bonitas lagoas, mas em ambas as ocasiões o nevoeiro acompanhou-nos e impediu-nos de desfrutar das paisagens. Felizmente, ainda conseguimos vislumbrar a Lagoa do Caiado na primeira vez e a Lagoa do Capitão na segunda. Tenha cuidado, conduza lentamente nestas pequenas estradas de acesso às lagoas, pois não estão em excelentes condições (têm muitos buracos a evitar).
O melhor, sem dúvida, é apreciar o pôr-do-sol na estrada na companhia da montanha do Pico, que, com sorte, atuará como seu co-piloto.
Onde termina a EN-3 e começam as pequenas estradas para as lagoas, pode fazer um pequeno desvio para este miradouro para apreciar a vista do Atlântico e da vizinha São Jorge.
Lajido
Em Lajido, o negro-vulcânico contrasta com o vermelho e talvez esta seja uma das principais razões pelas quais se tornou uma das nossas áreas preferidas da ilha e onde escolhemos ficar, numa bela casa vulcânica entre vinhedos com vista para a montanha do Pico (e com jacuzzi e piscina!).
A ilha do Pico, a mais jovem das nove ilhas do arquipélago (estimada em cerca de 250.000 anos) teve quatro erupções recentes (entre 1500 e 1700). Estas erupções recentes, cujos fluxos de lava modificaram o terreno, foram referidas pela população local como mistérios como algo incompreensível e misterioso para o qual não conseguiram encontrar explicação. Quando se dirigiram aos padres para perguntar sobre o que eram, responderam que eram “mistérios do Senhor” e foi assim que estas erupções, transversais a todo o arquipélago, foram batizadas (também falamos sobre elas no nosso guia para a ilha Terceira). Há quatro mistérios que correspondem a estas quatro erupções recentes e o Lajido faz parte de um deles, o mistério de Santa Luzia, que irrompeu em 1718.
O nome Lajido provém de um tipo de fluxo de lava, um manto de lava fluida, emitido por um vulcão durante as suas erupções e solidificando depois.
Os quatro Mistérios – o nome pelo qual os campos de lava das quatro erupções recentes se tornaram conhecidos por falta de uma melhor explicação – são Prainha (erupção entre 1562 e 1564), Santa Luzia (1718), da qual Lajido faz parte, São João ( 1718) e Silveira (1720).
Para além da sua beleza e importância vulcanológica, o Lajido esconde vários motivos pelos quais vale a pena conhecê-lo com calma. Um dos planos é simplesmente passear pelas pequenas ruas estreitas entre pequenas casas pretas e vermelhas com vinhas de um lado, o oceano do outro e a montanha que tudo vê. Como anedota, gostaria de vos dizer que embora tudo o que vos rodeia aqui seja o mar e as vinhas, no único bar que encontrámos no Lajido, onde queríamos apreciar um copo de vinho picaroto – Bar do Lajido – verificou-se que só tinha cerveja e, quanto ao vinho, um vinho tinto de Palmela (Setúbal). Para realçar a anedota, o logótipo do Bar do Lajido apresenta um cacho de uvas, claramente visível no seu letreiro à entrada. É um bar local onde se pode sentir o pulso da autenticidade açoriana do Lajido, apesar do crescimento das casas rurais dedicadas ao turismo na zona.
Os outros dois motivos para vir ao Lajido são dois centros interpretativos, próximos um do outro, a Casa dos Vulcões e o Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha, que são descritos abaixo.
Casa dos Vulcões
O centro Casa dos Vulcões irá ajudá-lo a compreender melhor as origens das ilhas açorianas em geral e da ilha do Pico em particular. Juntamente com a Gruta das Torres, da qual vos falaremos mais tarde (uma visita essencial e um dos centros de interpretação mais interessantes de todo o arquipélago, que vos recomendamos visitar assim que chegarem à ilha), uma visita à Casa dos Vulcões ajudar-vos-á a compreender tudo o que verão na superfície da(s) ilha(s), geologicamente e em termos de atividade sísmica. Para além dos painéis explicativos com muita informação sobre vulcões, terramotos, placas tectónicas e a origem das 9 ilhas açorianas, há duas simulações interativas. A primeira é uma verdadeira viagem ao centro da terra, onde se viaja com lava desde as profundezas até à superfície numa erupção vulcânica. Na segunda simulação pode experimentar como é sentir um terramoto, emulando o recente terramoto na ilha Terceira em 1980, medindo 7,2 na escala de Richter, e o terramoto do Faial em 1998, medindo 5,9 na escala de Richter, com um epicentro a 16 km da Horta.
A visita dura cerca de 40 minutos e à entrada há uma janela com uma bela vista para a montanha do Pico. O preço de um bilhete único para os dois centros (este e o seguinte) é de 4 euros. Entrada gratuita para os residentes açorianos.
Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico
No Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, demorará quase mais tempo a dizer o nome completo do centro do que a visitá-lo. É uma pequena sala com painéis informativos sobre a cultura do vinho, as relheiras, as rola-pipas (ambas visíveis no Lajido) e também da flora e fauna da ilha. O Museu do Vinho do Pico é um local muito maior, mais completo e interessante para explorar a cultura do vinho da ilha, que consideramos uma visita essencial na ilha.
As Relheiras são os caminhos na lava, causados pelas rodas das carroças que transportavam os barris de vinho.
A Rola-pipa é uma rampa escavada numa zona rochosa junto ao mar para facilitar o carregamento de barris de vinho para serem transportados num navio.
A duração da visita é de aproximadamente 20 minutos e o preço do bilhete único para ambos os centros (bilhete único Lajido) é de 4 euros. Entrada gratuita para os residentes dos Açores. Inclui uma prova de vinho branco (para não-residentes).
Cachorro
No local de Cachorro, pode ver-se uma rocha vulcânica em forma de cabeça de cão olhando para o mar (embora o cão pareça ter perdido uma orelha). Mas não foi esta forma vulcânica que nos atraiu aqui.
Cachorro, muito perto de Lajido, também faz parte da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha do Pico. De facto, está ligada às outras duas cidades costeiras, Lajido e Cais do Mourato, através do chamado Caminho da Costa, que recomendamos. Caminhar de Cachorro até ao Lajido é um passeio pela história da ilha mais jovem dos Açores com o mar como companheiro.
Para além do famoso rosto de cão vulcânico, pode-se passear por entre algumas casas bonitas rodeadas de vinhas, um poço junto ao porto que garantia o abastecimento de água e até uma rola-pipa (uma rampa esculpida na rocha para facilitar o transporte de barris de vinho), que aprendemos no centro de interpretação. Hoje, existe um eremitério dedicado a Nossa Senhora dos Milagres e uma zona balnear onde se pode dar um mergulho (embora deva ter cuidado pois o mar pode ser bastante agitado por aqui).
Madalena, a vila mais importante da ilha
As cidades e vilas açorianas não são normalmente a coisa mais interessante em todas as ilhas e Madalena, com exceção do porto de onde chegámos e deixámos a ilha e alguns dos restaurantes de que vos falámos em Restaurantes que recomendamos na Ilha do Pico , não é, na nossa opinião, um lugar para passar muito tempo, especialmente se o tempo é escasso. No entanto, na Madalena (ou muito perto) há lugares interessantes para ir, pelo menos uma vez. E dizemos pelo menos uma vez porque gostámos tanto daquele de que vos vamos a falar a seguir, que voltámos , não duas, mas três vezes!
O Cella Bar é muito mais do que um bar e restaurante, é uma obra de arquitetura e design à beira-mar onde se pode apreciar um bom vinho branco da ilha, uma tábua de queijo do arquipélago ou um jantar requintado. Metade casa de pedra, metade de madeira com uma incrível esplanada com vista para o Atlântico e mesmo em frente à piscina natural da Barca, o Cella Bar ganhou vários prémios, incluindo o bar mais bonito do mundo pela prestigiada plataforma de arquitetura online ArchDaily, em 2016.
Com os vinhos brancos picarotos “Terras de Lava” e “Frei Gigante” é difícil pedir apenas um copo de vinho, quem avisa, amigo é!
A adega Companhia de Vinho dos Açores é outro local arquitetonicamente interessante para provar um bom vinho branco do Pico. Dois mil metros quadrados de arquitetura contemporânea na maior adega do Pico (de todas as ilhas dos Açores, de facto). Recuperaram 125 hectares de vinhas, algumas com séculos de idade, e ali mesmo poderão provar os incríveis brancos aí produzidos, numa bela sala de provas.
Continuamos com o copo na mão, porque não se pode falar do Pico sem falar de vinho. Agora recomendamos um vinho doce, o famoso “Lajido Superior”, um vinho licoroso mas seco que se pode provar na Cooperativa Vitivinicola da Ilha do Pico (CVIP) ou, como é conhecido, Picowines. Um dos nossos vinhos picarotos preferidos, o Frei Gigante, também é produzido aqui.
Museu do Vinho do Pico
É surpreendente que uvas tão ricas venham de uma terra tão árida e que uma das atrações da ilha do Pico seja o seu vinho (especialmente vinho branco), mas é verdade! E o melhor lugar para aprender sobre a cultura do vinho do Pico é no Museu do Vinho do Pico.
O fotogénico museu laranja, rodeado por dragoeiros e, claro, pelo mar, está alojado num antigo convento de Carmelitas. Na verdade, diz-se que foram os padres que introduziram o vinho nos Açores porque precisavam dele para a missa.
Aprendemos no museu que as primeiras referências ao vinho do Pico datam do século XVI e que o povoamento da ilha do Pico, conhecida como a “ilha quebrada” (porque a água da chuva vazou e acabou no mar), encontrou muitas dificuldades uma vez que menos de 5% da ilha era arável! (algo como 3,4% ). Grande parte da ilha estava coberta de lava, pelo que teve de ser trazida terra, da ilha vizinha do Faial, de barco. Depois de organizar grande parte das rochas vulcânicas dispersas, foi criado o“milagre do picaroto“: os famosos “currais“.
Os currais são as paredes de pedra preta que protegem as vinhas (e outras plantas) do vento e da água do mar.
Quando criaram os currais, aperceberam-se de que havia ali algo, muito bom: o vinho! Atualmente, a paisagem das vinhas é Património Mundial da Unesco e as uvas são as mais caras do país. Estas uvas criam um vinho único que nasce do esforço destas vinhas para sobreviver (quebrar rochas para criar raízes), ao efeito estufa dos currais de rocha vulcânica e da salinidade do mar.
Mas não tem sido um caminho fácil. No museu aprende-se sobre as dificuldades do povo Picaroto naquilo que em tempos foi considerado uma ilha infértil, mesmo amaldiçoada, sem terra e com excesso de rochas vulcânicas, e todos os obstáculos que conseguiram ultrapassar, especialmente no século XIX com as pragas da vinha que contribuíram para o seu abandono e, posteriormente, para a emigração de uma grande parte da população. Mas se há uma coisa que caracteriza o povo açoriano face à sua solidão atlântica, é precisamente a resiliência, e a cultura do vinho Picaroto é também um reflexo disso.
Além de bonito, muito completo e ideal para aprender sobre a história da ilha através da cultura do seu vinho, o museu esconde algumas surpresas e não, não nos referimos apenas às incríveis vistas do mar e aos currais do seu miradouro de inspiração oriental…
No Museu do Vinho do Pico pode caminhar através de uma floresta de dragoeiros (aparentemente a maior do mundo) onde encontrará nada menos que o segundo dragoeiro mais velho do mundo (o mais velho está em Tenerife) que tem mais de 800 anos de idade.
O Museu do Vinho está localizado aqui, nos arredores da Madalena, e está aberto das 10:00h às 17:30h no Verão e das 9:30h às 17:30h no Inverno, fechado às segundas-feiras. O preço de entrada é de 2 euros/pessoa.
Madalena pode ser uma boa opção de alojamento, especialmente se não tiver carro. Por exemplo, na My Bed in Pico ou a Casa do Pico. Veja outras opções de alojamento em Madalena aqui.
Criação Velha: cultura do vinho e Moinho do Frade
Na Criação Velha, existem quilómetros e quilómetros de currais que constituem um dos mais belos trilhos da ilha através da “Paisagem da Cultura da Vinha” cuja arquitetura fez dela um Património Mundial da UNESCO desde 2004.
O fotogénico moinho vermelho, Moinho do Frade (restaurado em 2004), é um dos postais mais famosos da ilha, com vista para as montanhas, as vinhas entre currais e o mar.
É um grande plano caminhar entre vinhas vulcânicas durante 7 km e, dado que é um trilho plano e fácil, é ideal para recuperar depois de ter descido do Pico. Foi o que fizemos, pois o nosso guia Nuno recomendou-nos que nos movêssemos um pouco no dia em que descemos da montanha para evitar uma recuperação mais dolorosa das nossas pernas. Dito, feito e confirmado.
Nível de Dificuldade Randomtripper: Fácil. É um trilho de 7 km, plano, que lhe levará cerca de duas horas e meia. Se estiver calor, é essencial levar um fato de banho na sua mochila para um mergulho na piscina natural por onde vai passar.
Fizemos o trilho com os nossos amigos do Faial, Tiago e Diana, e como o trilho é plano, deixámos o carro estacionado perto do restaurante Ancoradouro (o fim do trilho) e encomendámos um táxi para o início do trilho, perto do alojamento das Vinhas do Calhau. Recomendamos o taxista que conhecemos na ilha e com quem reservámos esta viagem, o seu nome é António Silva e pode chamá-lo pelo telefone +351 917 537 913, ele também faz excursões à ilha durante um ou mais dias.
Para além do desafio de cultivar numa ilha coberta de lava e apreciar o belo milagre picaroto que constituem os currais, vale a pena prolongar o tempo passado no trilho se o programa incluir uma paragem em Lajidos (campos de lava solidificada junto ao mar) e um mergulho na piscina natural da Lajã das Rosas, também conhecida como a piscina da Criação Velha.
Se quiser ficar perto de uma das mais belas paisagens da ilha, como fizemos durante algumas noites, recomendamos que fique nas Vinhas do Calhau (a partir de 80 euros/noite) onde celebramos o meu aniversário ou na porta ao lado, a luxuosa Pocinho Bay (a partir de 195/noite).
Dada a importância da cultura do vinho na ilha do Pico, se não tiver muito tempo, pode concentrar a maior parte, no que propomos num passeio de um dia que inclui uma visita à paisagem da vinha e currais, património da Unesco, da Criação Velha com o fotogénico Moinho do Frade; visita à Cooperativa PicoWines (e prova um maravilhoso Frei Gigante, um dos nossos preferidos); almoço num restaurante Picaroto com gastronomia típica; visita completa ao Museu do Vinho e, finalmente, uma degustação na Azores Wine Company, de grande beleza arquitetónica. Soa-lhe bem? Reserve aqui.
Gruta das Torres
O Centro de Interpretação Gruta das Torres onde se encontra o maior tubo de lava em Portugal é uma visita essencial para compreender a origem das ilhas dos Açores em geral e da ilha do Pico em particular, uma vez que tudo o que aprender no interior da gruta, o ajudará a compreender o que está a ver na superficie, na ilha do Pico e nas outras ilhas açorianas . Basicamente, a visita à Gruta das Torres prepara-o para o que verá na superfície, na sua viagem, na ilha do Pico. Por esta razão, recomendamos-lhe que faça esta visita como um dos seus primeiros planos na ilha.
Existem mais de 100 grutas na ilha do Pico (quase tantas como em todas as outras ilhas juntas) e a Gruta das Torres, com uma extensão de 5150 metros, é a que pode ser visitada na ilha (e de uma forma muito respeitosa do seu ambiente) e ver a pegada deixada pela lava quando esta foi criada.
Ao chegar ao centro, há uma apresentação prévia, muito interessante, sobre a origem dos Açores em geral e da ilha do Pico em particular, sobre como se formam estas grutas e sobre tudo o que está prestes a conhecer na primeira pessoa.
Após a introdução e explicação do guia, colocará o capacete na cabeça e a tocha na mão e descerá até à profundidade máxima de 22 metros deste monumento natural, escavado por uma erupção vulcânica e preservado como foi encontrado por um agricultor no século XIX, e percorrerá os 500 metros da secção visitável.
Uma vez lá dentro, observará estalagmites e estalactites de lava (conhecidas como dentes de tubarão devido à sua forma triangular) e aprenderá sobre a geologia e atividade vulcânica da ilha com as 4 erupções recentes batizadas como mistérios (o Mistério de Santa Luzia, Mistério de São João, Mistério da Silveira, Mistério da Prainha).
Verá também que existe um ecossistema único lá em baixo, com fungos e bactérias que se assemelham a ouro a revestir as paredes da caverna e até encontrará uma garrafa de vinho! Infelizmente não será possível prová-lo, é o vinho Gruta das Torres de Picowines, envelhecido ali para aproveitar as condições únicas da gruta.
A visita ao centro de interpretação Gruta das Torres é guiada, prévia reserva e em grupos restritos. Está aberto de terça-feira a sexta-feira das 10:00h às 17:00h e sábados e feriados das 14:00h às 17:30h. Fechado aos domingos e segundas-feiras. A visita dura entre 60 e 90 minutos, em grupos limitados de 4 a 15 pessoas no máximo, e deve ser reservada com antecedência pelo telefone +351 924 403 921. O preço de entrada é de 8 euros. É melhor usar algo impermeável e sapatos com boa aderência (antiderrapantes), pois caminha-se pela caverna e o terreno é irregular e escorregadio em algumas áreas.
Mirateca tem um apelido artístico: MiratecArts
Mirateca é o nome de uma pequena aldeia na ilha que, desde há alguns anos, tem o apelido de Arte. Quando Terry Costa (um artista, produtor e encenador de ascendência portuguesa, nascido no Canadá) decidiu mudar-se para o Pico em 2011, a ilha que o viu crescer durante vários anos, o Pico tornou-se conhecido pela sua agenda cultural. MiratecArts é uma associação cultural que nasceu aqui, na ilha do Pico, mas cujo trabalho se estende às 9 ilhas do arquipélago, trazendo exposições, concertos, workshops e conferências das Flores a São Miguel. Terry Costa é também o fundador do famoso Azores Fringe Festival, um festival de artes que se realiza todos os anos em junho e que tivemos a sorte de apreciar na sua ilha mãe, o Pico.
A abertura do Azores Fringe Festival foi aqui, no MiratecsArts, onde assistimos a uma viagem artística e musical acompanhada de 9 fogueiras (representando as 9 ilhas e os 9 anos do Azores Fringe Festival) e que terminou com uma queima galega e com todo o seu encantamento! Quem imaginaria?…
Mesmo que a sua visita à ilha não coincida com o festival, pode ainda assim, visitar Mirateca, onde pode também fazer uma visita guiada a várias instalações artísticas na propriedade de Terry.
Quando for, tente encontrar o máximo de “Sorrisos de Pedra” da artista local Helena Amaral que conseguir já que estão espalhados por toda a ilha do Pico (e outras ilhas também!). Nós tivemos o prazer de conhecer a artista na inauguração.
São Mateus
São Mateus é uma das paróquias mais antigas da ilha do Pico, tendo sido povoada em 1482, onde se destaca a igreja paroquial datada de 1838.
Se passar por aqui, além de visitar a igreja, pode dar um mergulho na piscina natural ou comprar artesanato local em Picoartes.
Aqui em São Mateus há um lugar espectacular para ficar, a Aldeia da Gingeira (a partir de 52 euros/noite) onde se pode relaxar num jacuzzi com vista para o Atlântico! Foi onde os nossos amigos Márcia e Mário ficaram na sua visita à ilha, por isso temos boas críticas, em primeira mão. A outra opção na zona, é ficar na Aldeia dos Caldeirões (a partir de 64 euros por noite), esta com jacuzzi e piscina, com vista para o Atlântico.
São Caetano
Ao lado de São Mateus encontra-se São Caetano, uma aldeia com porto de pesca e uma bela baía tanto acima como abaixo do mar, uma vez que é um dos locais de mergulho na ilha do Pico. Mais informações na secção Onde Mergulhar no Pico. Há um restaurante com esplanada onde se pode comer bom peixe fresco: O Galeão.
Lajes do Pico: observação de baleias e golfinhos
Diferentes tipos de cetáceos vivem nos Açores – alguns residentes, outros nas suas rotas migratórias dependendo da estação do ano – e observá-los no seu habitat é uma das atividades estrela da ilha e o melhor lugar para o fazer é nas Lajes do Pico.
A observação de baleias na natureza (ou whalewatching) feita de forma respeitosa deve incluir regras como a aproximação aos animais com velocidade reduzida e constante, máximo de 3 barcos, nunca a menos de 50 metros e nunca mais de 15 minutos com o mesmo animal. Por esta razão, recomendamos o Espaço Talassa pelo seu compromisso ético para com os animais e o ambiente. Além disso, o Espaço Talassa tem uma política rigorosa de proibição de nadar com golfinhos, uma prática infelizmente comum em vários centros do arquipélago, que lhe pedimos que não faça devido às suas implicações para os animais (pode ler mais sobre isso aqui).
O passeio de observação de baleias dura cerca de 3 horas durante as quais o barco em que se encontra está em comunicação com os vários pontos de vigia em terra que comunicam se vêem algo “grande”. Todos esperam ver um cachalote ou uma baleia durante a excursão. É importante ajustar as suas expectativas ao fazer este passeio, pois está a fazer algo belo e responsável, que é tentar observar um animal no seu habitat, por isso mesmo é uma lotaria, que o animal venha ou não cumprimentá-lo. Quase todos os operadores anunciam que o deixarão fazer o passeio novamente de graça se não forem avistados cetáceos, mas é virtualmente impossível não ver golfinhos, pelo que, na prática, essa cláusula é mais de marketing do que qualquer outra coisa.
Reserve aqui a sua visita de observação de baleias
No dia em que fomos fazer a atividade com o Espaço Talassa tivemos muita sorte! Primeiro fomos recebidos por alguns“roazes” (bottlenose dolphins), depois um grande grupo de golfinhos comuns, muito brincalhões, quis acompanhar o nosso barco durante vários minutos. Finalmente, o nosso capitão recebeu um aviso de um vigia, acelerou um pouco o barco e lá estavam elas: três baleias! As que vimos eram“baleias sardinheiras“, nada menos que a terceira maior baleia do mundo. A propósito, o Espaço Talassa também inclui um restaurante e alojamento, caso tenha fome ou queira passar a noite em Lajes.
Há muitas opções de alojamento nas Lajes, desde o Alojamento Bela Vista (45 euros/noite) a opções mais luxuosas como uma casa de campo na Aldeia da Fonte (75 euros/noite) ou uma suite na Casa da Ribeira. Mais opções em Onde ficar nas lajes das Flores.
O Museu dos Baleeiros, a atividade baleeira e a indústria baleeira
Após a visita de observação de baleias, e incluída na visita que reservar no Espaço Talassa, pode visitar o Museu dos Baleeiros. Se não fizer a visita guiada, ainda pode visitar o museu por conta própria.
No passado, a observação de baleias era para… caçar. A baleação foi uma atividade económica muito importante nos Açores, especialmente na ilha do Pico, durante cerca de 50 anos e os números são chocantes: entre 1896 e 1949 foram caçadas cerca de 12.000 baleias. A atividade foi alegremente proibida quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1986, mas foi apenas em 1987 que o último cachalote foi caçado na ilha do Pico.
O museu retrata a dura vida dos baleeiros (na sua maioria homens), explicando sobre a sua vida quotidiana, a própria caça nos pequenos e frágeis barcos, os barcos dos baleeiros e, se estiver interessado, pode assistir a um pequeno documentário gravado nos anos 70 sobre a caça à baleia na ilha do Pico. Uma atividade muito dura onde os animais e alguns dos seres humanos que nela estiveram envolvidos perderam a vida. O alvo: produtos derivados de cachalotes e outras baleias: óleos para iluminação e lubrificantes (principalmente para exportação) e vários tipos de farinha (feita a partir dos ossos). É uma visita onde se engolirá a seco muitas vezes, especialmente depois de ter saudado os belos e majestosos cetáceos na sua casa atlântica.
No Núcleo do Bote Baleeiro, uma das secções deste museu, pode ver o “Santa Teresinha”, um dos barcos baleeiros mais emblemáticos, pois é provavelmente o mais antigo com o casco original de todo o arquipélago.
O Centro de Artes e Ciências do Mar, também nas Lajes do Pico, tem uma exposição multimédia permanente sobre a biologia destes cetáceos e uma área museológica dedicada à indústria baleeira. Também na Casa de Exposições Capitão Alves podem ver-se miniaturas de baleeiros, caravelas e vários tipos de cetáceos, assim como artesanato.
Se estiver com vontade de dar um mergulho, as Lajes tem uma piscina natural espantosa, mais aberta e maior do que a maioria das que encontrará na ilha e, com sorte, poderá até ser capaz de avistar um golfinho à distância!
Para obter as melhores vistas, dirija-se à Vigia da Queimada, um posto de observação de baleias no Espaço Talassa onde pode ir para vislumbrar baleias ou simplesmente apreciar as magníficas vistas.
Perto das Lajes encontra-se o fabuloso Hotel Aldeia da Fonte Nature (a partir de 175 euros/noite) onde pode ficar numa das 6 casas de pedra vulcânica e jantar no delicioso restaurante Fonte Cuisine. Reserve aqui.
Calheta de Nesquim
É na Calheta de Nesquim que se diz que a atividade baleeira começou, e que fotografias antigas na Casa dos Botes (a casa onde dormem os barcos, os baleeiros) testemunham esses anos. Atualmente (e felizmente) os barcos são utilizados para regatas e é muito provável que, ao visitar a Calheta de Nesquim, se vejam alguns jovens a treinar ao fim da tarde. As ilhas do Pico e do Faial dominam frequentemente os campeonatos regionais de regata.
Outra peculiaridade da Calheta de Nesquim é a sua igreja, ou melhor, as portas da igreja. Se olhar para os fechos das portas da igreja, verá que são feitos de osso de baleia. Diz-se que o utilizaram porque duram mais tempo que a madeira e que até o utilizaram na construção de algumas partes dos barcos baleeiros.
Se lhe apetecer um mergulho, a Poça Branca e a Poça das Mujas são piscinas naturais ideais em Calheta de Nesquim. E se lhe apetecer dar um passeio, há uma rota circular altamente recomendada em Calheta de Nesquim. Não tivemos tempo para o fazer, mas estávamos desejosos de o ter feito porque nos foi recomendado por dois casais de amigos, Joana e Zé e Diana e Tiago. É o PRC11PIC (informação oficial)
Como pode ver, a pequena Calheta de Nesquim tem muito mais para oferecer do que parece à primeira vista, quando estaciona o carro e sente a sua tranquilidade.
Ao longo da estrada a sul da ilha que liga as Lajes do Pico à Calheta de Nesquim, é possível ver vários postos de vigia que avisam os barcos caso vejam grandes cetáceos. Para além dos postos de vigia, as placas que identificam a sua proximidade são muito bonitas.
Ponta da Ilha
Se quiser chegar à ponta mais a leste do Pico, dirija-se para a Ponta da Ilha e para o seu farol. Quando lá fomos estava fechado, mas promete belas vistas sobre o Atlântico.
Se quiser levar para casa uma lembrança da ilha, não perca a loja de cerâmica“O Oleiro“, propriedade de um encantador casal belga que aqui se estabeleceu há mais de 20 anos. Uma baleia da sua loja, já habita na nossa casa.
Terra Alta
Incluimos aqui a Terra Alta por causa de um miradouro, o Miradouro da Terr’Alta.
É um miradouro suspenso numa falésia a 415 metros de altura, oferecendo uma vista panorâmica espetacular sobre o Oceano Atlântico e a ilha vizinha de São Jorge.
Santo Amaro
Santo Amaro é o lar de um dos mais famosos alojamentos e restaurantes da ilha. O alojamento são as Lava Homes (14 casinhas com 1, 2 ou 3 quartos) com piscina e o restaurante é o Magma. Fomos ao restaurante e recomendamos que o faça, não só pelas vistas de São Jorge e do Oceano Atlântico, mas também pelos pratos confecionados com produtos locais e pelo excelente serviço.
Também em Santo Amaro está a Escola de Artesanato de Santo Amaro, uma escola de artesanato que ensina a arte cuidadosa e delicada de trabalhar com o interior de troncos de figueira e até hortênsias e, claro, o local ideal para levar para casa uma lembrança da ilha. Aqui encontrará acessórios (colares, brincos), bordados, patchwork e chapéus feitos de palha e até mesmo folhas secas de dragoeiro!
Entre Santo Amaro e Piedade, na estrada ER1 (direcção oeste-leste), se parar na Ribeirinha encontrará uma bela praia, a Praia da Baixa da Ribeirinha, por isso, se sentir desejo de um mergulho, dirija-se para o mar.
Prainha
Um dos quatro mistérios da ilha é a Prainha, resultante da erupção que ocorreu entre 1562 e 1564, a mais longa erupção desde que os Açores foram povoados. Aqui pode caminhar num trilho de aproximadamente 9 quilómetros e atravessar a ilha de sul a norte. Ao longo do trilho, verá vários sítios ligados à história geológica da ilha, tais como o sítio onde esta erupção começou, o sítio conhecido como Cabeços do Mistério. É o PR02 PIC (informação oficial do trilho).
Pode seguir o trilho para São Miguel de Arcanjo ou para a praia da Baía das Canas, uma bela praia de calhau com casas de campo em frente à praia (duches públicos e casas de banho estão disponíveis mas o campismo é proibido).
Esta zona está também ligada à cultura do vinho do Pico, junto ao Parque Florestal da Prainha, onde ainda existem várias adegas como a Adega Açoriana.
Se lhe apetecer um mergulho, dirija-se a Poça da Branca, uma piscina natural com águas calmas e, se tiver sorte, vistas da vizinha São Jorge.
Finalmente, dirija-se à Ponta do Misterio, um miradouro onde pode desfrutar de vistas incríveis do Oceano Atlântico.
Se quiser acordar na Prainha com uma vista panorâmica do Oceano Atlântico, então quer ficar numa das 12 casinhas tradicionais das Adegas do Pico (a partir de 100 euros/noite). Reserve aqui.
São Roque
O que nos atraiu em São Roque foi um restaurante recomendado pela nossa amiga Joana, Casa Âncora, um edifício que se destaca do resto, em plena estrada, com o mar à sua frente. Parece ser propriedade das mesmas pessoas que Cella Bar, e quando se entra no restaurante de design, faz-nos lembrar um local escandinavo. O menu conta com pratos originais e modernos feitos com produtos locais. Longe de ser dos nossos favoritos da ilha (o que escolhemos pareceu-nos demasiado caro para o que era), só pelo lugar vale uma visita.
Se tiver vontade de um mergulho em São Roque, o melhor a fazer é explorar as suas piscinas naturais.
Também em São Roque está o Museu da Indústria Baleeira, uma antiga fábrica da indústria baleeira. Não fomos, por isso não podemos dar-lhe informações em primeira mão, mas se quiser ver uma das fábricas de uma indústria com muita importância histórica na ilha, aqui pode ver o arsenal (tais como geradores, caldeiras e moinhos) que eram utilizados para o fabrico de farinha e vários óleos dos majestosos cetáceos quando a sua observação era motivada pela caça e não para os admirar, como é, felizmente hoje em dia. A entrada no museu custa 2 euros, grátis aos domingos, e está aberto de terça-feira a domingo, das 10:00h às 17:30h.
Perto de São Roque, na zona circundante, existem vários tesouros. Em Santo António, as piscinas naturais das Furnas de Santo António são ideais para um mergulho em paz e sossego, longe da azáfama e da agitação. Depois, também em Santo António e muito perto destas piscinas está a Adega A Buraca, uma bela casa tradicional de basalto que esconde um negócio familiar de uma adega, claro, um pequeno museu e até uma loja de artesanato.
O outro tesouro encontra-se em Santa Luzia, a Palm Bookhouse Gallery, um projeto de livros, arte e música criado pelo advogado canadiano de ascendência portuguesa (o seu avô era da ilha do Pico) que vale bem uma visita.
O lugar ideal para ficar aqui é a Casa de Lava (a partir de 70 euros/noite), como o nome sugere, uma casa de basalto vulcânica de dois quartos com vista para o jardim e para o mar, uma opção ideal para dois casais ou famílias com filhos.
Os melhores trilhos para caminhadas na ilha do Pico
Foi no Faial que prometemos ao nosso amigo Tiago fazer pelo menos um trilho por ilha e a verdade é que acabámos por fazer vários, no Pico.
- Ascensão a Piquinho, o ponto mais alto de Portugal. Claro, a melhor rota para caminhadas que pode fazer na ilha e uma das experiências mais incríveis que já tivemos em todas as nossas viagens. Não é um trilho oficial mas pode fazê-lo por si mesmo pagando uma taxa na Casa da Montanha (apenas para caminhantes experientes). Pode fazer a subida durante o dia, à noite ou mesmo pernoitar na cratera. Fizemo-lo à noite com a Atipico, recomendamo-lo vivamente e contamos-vos tudo aqui.
- Criação Velha- PR05 PIC (informação oficial/brochura): Rota linear através das vinhas do património da Unesco. É um percurso muito fácil, praticamente plano, quase sempre junto ao mar e entre as vinhas. Foi por esta razão que o fizemos no dia seguinte à subida de Piquinho, para não passar o dia inteiro a descansar, pois a dor teria sido pior. Passa-se por um par de piscinas naturais e um moinho fotogénico que se pode subir para obter uma melhor visão. É ideal para ir num dia limpo para se conseguir ver o pico. São quase 7 km e leva cerca de 2 horas com calma e paragem para fotografias.
- Calheta de Nesquim – PRC11PIC (informação oficial/brochura): uma rota circular que não conseguimos fazer mas que nos foi recomendada pelos nossos amigos, Joana, Tiago e Diana. Tem vistas agradáveis (passando por um posto de vigia de baleias) e a possibilidade de dar um mergulho em Poça das Mujas.
- Mistério da Prainha – Caminho dos burros – PR02PIC (informação oficial): trilho de aproximadamente 9 quilómetros que atravessa a ilha de sul a norte. Ao longo do percurso poderá ver vários sítios ligados à história geológica da ilha, tais como o sítio onde esta erupção começou, o sítio conhecido como Cabeços do Mistério.
Onde mergulhar no Pico
Na ilha do Pico, mais especificamente entre a ilha do Pico e a ilha do Faial, existe um incrível mundo subaquático cheio de vida e, de facto, dada a proximidade das duas ilhas, é possível mergulhar no canal do Pico-Faial, bem como na costa leste da ilha do Faial, para além de vários mergulhos ao largo da costa do Pico.
- Condor Seamount: provavelmente um dos mergulhos mais conhecidos no Pico é o mergulho com tubarões, porque os Açores são um dos poucos lugares no mundo onde é possível nadar com um dos peixes mais rápidos dos oceanos: o tubarão azul. Mergulhar com este incrível predador é possível em várias ilhas do arquipélago, contudo, o local mais visitado e berço desta atividade é o Condor Seamount, localizado a cerca de 10 milhas da ilha do Faial e acessível a partir das ilhas do Pico e do Faial. (mergulho, cerca de 175 euros)
- Banco Princesa Alice: O Pico (tal como o seu vizinho Faial) é um dos principais pontos de partida para o Banco Princesa Alice, localizado a cerca de 45 milhas náuticas e considerado por muitos como o melhor mergulho no arquipélago dos Açores, onde os encontros com grandes cardumes de peixes, raias manta e até tubarões são comuns. (mergulho, cerca de 250 euros)
- Arcos do Pocinho: As magníficas formações rochosas que rodeiam esta ilha não podem ser ignoradas, com os arcos duplos localizados em Arcos do Pocinho, perfeitos para os interessados em mergulhos de interesse geológico.
- São Caetano: A baía de São Caetano é bela acima e abaixo do mar e este é um dos mergulhos mais interessantes a fazer diretamente da costa, sem a necessidade de utilizar barco. O mergulho começa a pouco profundidade (3 metros), mas podemos rapidamente ir mais fundo, e a 15 metros, mesmo fora do porto, a sudoeste, encontramos uma parede coberta de coral negro que desce até uma profundidade de 60 metros, onde podemos ver moréias pintadas, moréias pretas, garoupas e peixe-cão solitário. (mergulhos a partir de 50 euros)
Este último, São Caetano, foi o mergulho que tive a oportunidade de fazer na ilha com a CW Açores e a verdade é que por acaso apanhei a mudança de maré e o dia em que mergulhei foi muito pouco visível, correntes muito fortes e acabou por ser um mergulho duro no qual vi muito pouco. Também não gostei particularmente da organização pré, durante e pós mergulho pelo centro e descobri no final, ao pagar, que eles ofereciam a atividade de nadar com golfinhos, por isso, neste caso em particular, dada a minha experiência pessoal e sabendo que promovem este tipo de atividade, não a recomendo.
Onde ficar na ilha do Pico: melhores zonas
Embora Madalena não seja um ponto de interesse especial em comparação com tudo o que a ilha tem para oferecer, a área em torno da vila é uma boa base para se deslocar em torno da ilha, alojamento e variedade gastronómica. Assim, ficar na Madalena ou nas proximidades, num lugar mais agradável entre as vinhas (como a Criação Velha ou Lajido) é uma excelente opção. Por outro lado, se a sua visita à ilha for superior a 4 dias, pode ser uma boa opção dividir a sua estadia entre o norte (por exemplo: Lajido) e o sul (Lajes do Pico) e assim evitar tantas viagens de carro para visitar os pontos de interesse. Nesta secção recomendamos os alojamentos onde ficámos e outros que amamos.
Onde ficar na Madalena e Criação Velha
Ficámos muito perto de Madalena, mas não na própria vila, mas num local muito mais agradável, junto às vinhas de Criação Velha e em frente ao mar, em Vinhas do Calhau.
Adorámos este hotel com vários apartamentos. O nosso tinha um terraço espantoso com vista para o mar, sala e cozinha e o quarto e casa de banho no primeiro andar. Trouxeram-nos o pequeno-almoço todas as manhãs à hora combinada e o único “senão” a apontar é que esperávamos um pequeno-almoço diferente, para um hotel desta categoria (vários dos produtos não eram locais mas sim “industriais”, como o pão e a compota). Contudo, recomendamo-lo vivamente.
Outra opção surpreendente para ficar perto da Criação Velha e do Moinho do Frade fotogénico, muito perto das Vinhas do Calhau, é o Pocinhobay .
- Pocinhobay (a partir de 195/noite) são quartos luxuosos, com paredes de basalto preto e interiores de madeira onde o design contemporâneo e os objetos de outrora coexistem em harmonia. Situada numa antiga propriedade de vinhos e bebidas espirituosas, tem uma piscina!
Se quiser ficar no centro da vila da Madalena, por exemplo, por não ter carro, existem opções como estas:
- Porto Velho Boutique Hostal (a partir de 25 euros/noite para uma cama ou 60 euros/noite para um quarto): quartos ou dormitórios com sala partilhada, jardim e vista para o mar.
- My Bed in Pico (a partir de 60 euros): quartos ou estúdios com pátio ou varanda no centro da Madalena
- Casa do Pico (a partir de 83 euros/noite): um apartamento de 3 quartos em frente ao mar e perto de piscinas naturais, com espalanada
- XA Apartments (a partir de 156 euros/noite): apartamentos de 1 ou 2 quartos com jardim e esplanada
Mais opções onde ficar na Madalena ou aqui perto.
Onde ficar no Lajido
Outra opção interessante para alojamento (cerca de 10 minutos de carro de Madalena) é Lajido onde ficámos as outras noites. Aqui dormirá literalmente entre vinhedos com uma vista privilegiada sobre a montanha do Pico. Mas saiba que não há supermercado ou lojas em Lajido. Ficámos numa das casinhas no Baco’s Vineyard (desde 49 euros/noite), com piscina e jacuzzi, bem como vistas de montanha assim que acordámos:
Outras opções em Lajido são:
- Adega do Xelica (a partir de 60 euros/noite): casa de 2 quartos com esplanada, vista mar e montanha
- Paraíso do Triângulo (a partir de 80 euros/noite): casinhas vulcânicas de 1 quarto com vista para o mar e montanha do Pico e um cesto de boas-vindas com fruta, vinho e artigos de pequeno-almoço gratuitos.
Encontre mais opções em Lajido ou nas proximidades aqui.
Onde ficar em São Roque do Pico
Outro ponto da ilha que também oferece uma grande variedade de alojamentos e restaurantes é São Roque do Pico. Aqui recomendamos:
- Casa da Lava (a partir de 70 euros/noite), como o nome sugere, é uma casa de basalto vulcânico de dois quartos com vista para o jardim e para o mar, uma opção ideal para dois casais ou famílias com filhos.
- Adegas do Pico (a partir de 100 euros/noite): 12 casas tradicionais restauradas ao longo da Prainha, com vista panorâmica sobre o Oceano Atlântico.
- Aldeia das Adegas: 10 casas inspiradas nas adegas tradicionais das ilhas
Encontre mais opções para dormir em São Roque do Pico aqui
Onde ficar nas Lajes do Pico
Finalmente, o outro lugar onde se pode ficar, que é escolhido por muitas pessoas e tem uma grande variedade de alojamento, é no sul da ilha, nas Lajes do Pico.
- Alojamento Bela Vista (a partir de 45 euros/noite):
- Apartamento de 1 quarto com vista mar e wifi (a partir de 131 euros/noite): um apartamento de 1 quarto no centro das Lajes, muito perto do Espaço Talassa onde fizemos a observação de baleias.
- Aldeia da Fonte (a partir de 175 euros/noite): seis casas de pedra vulcânica construídas no topo de um penhasco, rodeadas de jardins. Tem também o incrível restaurante Fonte Tavern, um restaurante onde se pode apreciar a cozinha moderna açoriana.
- Casa da Ribeira (a partir de 173 euros/noite): uma casa moderna com duas suites (pode alugar apenas uma suite ou ambas) com vista para o mar.
- Arte da Fuga (a partir de 500 euros): uma casa espectacular com 3 quartos para até 6 pessoas onde a arte é predominante nas paredes, mobiliário e até lâmpadas, tudo cuidadosamente concebido e cuidado, e, claro, um terraço incrível com vistas infinitas sobre o Atlântico.
Encontre mais lugares para dormir nas Lajes do Pico aqui
Outras opções onde ficar na ilha do Pico
Para além do acima mencionado, se alugar um carro pode ficar em quase qualquer canto da ilha, procurando mais ambientes rurais ou diferentes (embora seja mais limitado em termos de opções gastronómicas nas proximidades). Aqui estão algumas das acomodações que classificámos durante a nossa viagem e poupámos para outra altura:
- Lava Homes (Santo Amaro): um conjunto de casas de 1, 2 e 3 quartos num penhasco em Santo Amaro, com vista para o mar. As casas são lindamente decoradas, e existe uma área comum com uma piscina infinita aquecida e um excelente restaurante (Magma, que também recomendamos neste guia). A partir de 160 euros/noite
- Casa do Caisinho (Santo Amaro): casa de um quarto (e sofá-cama, até 4 pessoas) com vista privada para a piscina e o mar. A partir de 120 euros/noite
- Janela do Porto (Prainha): casa de campo para até 6 pessoas, com vista para o mar. A partir de 150 euros/noite
- Casinha de Nesquim (Calheta de Nesquim): casa com varanda e vista para o mar, para até 4 pessoas (1 quarto duplo e 1 sofá-cama). A partir de 100 euros/noite
Restaurantes que recomendamos na Ilha do Pico
- Cella Bar (Madalena): Mais do que um bar e restaurante, o Cella é uma pérola arquitetónica, ou não teria ganho o prémio para o mais belo bar do mundo pela prestigiada plataforma de arquitetura em linha ArchDaily em 2016. Ideal para provar vinhos do Pico (e uma boa travessa de queijo), uma vez que a sua adega tem 25 vinhos só da ilha do Pico.
- O Ancoradouro (Madalena): Um dos melhores restaurantes da ilha (se não o melhor). Cataplana de cherne, brochette de peixe, filetes de peixe e polvo malhado e também sobremesas deliciosas. Vistas do mar e serviço imbatível. O melhor é reservar. Pagámos 54 euros por dois pratos, água e uma garrafa de vinho do Pico.
- O Petisca (Madalena): Restaurante familiar com comida tradicional (peixe, lapas, carne…) e petiscos de muito boa qualidade (experimente erva-patinha e pão de milho frito). Na hora do almoço têm um buffet para provar os pratos mais típicos, embora não os tenhamos provado porque fomos à noite, para jantar. Pagámos 44 euros por dois pratos, 3 copos de vinho e 2 cafés.
- Taberna do Canal (Madalena): achámos dispendioso e um pouco insistente para que se encomendasse mais, pelo que se acaba por encomendar comida a mais, mas realçamos que a qualidade era muito boa (salada de atum fresco e bifes).
- O Cinco (Madalena): bom bife com várias opções de sanduíches/ bifanas/pregos e saladas, repetimos várias vezes (entre 25 e 35 euros para duas pessoas).
- Mercado Bio: Mesmo em frente ao Caffe 5, este é o lugar para ir se a sua dieta for vegetariana ou vegan. Além de comida deliciosa (jantamos lá algumas vezes) tem produtos de take-away e até uma boa selecção de vinhos locais.
- Garrafeira da Vila (Madalena) para degustar bom vinho do Pico (especialmente branco)
- Magma (São Roque do Pico): restaurante das Casas de Lava, belas vistas para o mar e São Jorge. 50 euros para 2, com dois pratos, dois copos de vinho e sobremesa.
- Casa Âncora (São Roque do Pico): A verdade é que embora o local seja muito agradável e com um design escandinavo que não se espera encontrar no meio de São Roque do Pico, tínhamos grandes expetativas e ficámos um pouco dececionados. A comida é boa, mas normal e os preços são bastante mais caros do que a média. 50 euros por 2 entradas, prato principal e sobremesa. A melhor coisa foi a sobremesa (brownie)
- Georgette (perto da Calheta de Nesquim): reservámo-la para uma noite especial e adorámo-la. Um casal francês residente no Pico escolheu este lugar com vistas incríveis sobre o Oceano Atlântico para nos deliciar com os seus pratos originais feitos com produtos locais, biológicos e sazonais. O menu muda todas as semanas e consiste em 3 entradas, 3 pratos principais e 3 sobremesas (carne, peixe e vegetariana). Os preços variam consoante a quantidade encomendada, desde 15 euros para um prato principal até 21 euros para uma entrada + prato + sobremesa, bebidas não incluídas. É essencial reservar com a maior antecedência possível, pois é um lugar pequeno com um terraço maravilhoso a partir do qual, com sorte, pode até ser possível dizer olá a um golfinho.
- Fonte Tavern (Lajes do Pico): dos proprietários da Aldeia da Fonte, um local de petiscos com produtos locais, todos originais e muito saborosos, com opções vegetarianas e veganas. Pagámos 12 euros/pessoa a partilhar petiscos com Tiago e Diana.
- Aldeia da Fonte (Silveira): pertence ao hotel, foi-nos recomendado, mas não fomos lá.
- O Galeão (São Caetano): recomendado por Nuno (Atipico) para provar a sopa de peixe.
- Ponta da Ilha (Ponta da Ilha): Não chegámos a ir mas foi-nos recomendado no alojamento das Vinhas do Calhau.
- Atlantic Brine: Não é um restaurante, é uma experiência. Não há ementa ou várias mesas, é um jantar com entradas, peixe, vinho, café e sobremesa na casa de Ana e Filipe. A hora da reunião é às 19h e o jantar dura aproximadamente 3 horas, como costumam durar os jantares entre amigos. Pode ser para 2 pessoas (a 75 euros/pessoa) ou um máximo de 3 ou 4 pessoas (a 65 euros/pessoa). Não fomos porque o descobrimos tardiamente, mas tomámos nota para não faltarmos da próxima vez.
Roteiros de viagem na ilha do Pico para 3, 5 e 7 dias (uma semana)
Como terá visto se tiver lido todo o nosso guia, o Pico tem tantos lugares incríveis para visitar que precisará de pelo menos cinco dias para os ver todos.
O seu roteiro dependerá se vai ou não subir até ao Piquinho: se vai, deve reservar uma boa parte de um dia para ele.
RandomTip: Se vai fazer a subida ao Piquinho, o tempo pode influenciar grandemente a sua experiência. Embora seja impossível garantir que o tempo será bom, se estiver a viajar fora da época alta tente ter alguma flexibilidade para escolher a noite/dia com o melhor tempo (menos vento e nuvens) para a subida. Se o fizer com um guia, terá de os contactar previamente para verificar a disponibilidade e se houver mais pessoas inscritas (em época alta terá de correr o risco e reservar o dia com antecedência, uma vez que as autorizações são limitadas). No nosso caso, estávamos no Pico no final de maio, início de junho (onde ainda não era época alta), e a verificar o Windy todos os dias. Escolhemos um dia onde as condições eram muito promissoras (0 vento e 0 nuvens), e tivemos muita sorte pois o tempo estava perfeito e a visibilidade do Piquinho estava espantosa para ver o nascer do sol e as ilhas próximas.
Como nem sempre temos tanto tempo para desfrutar da ilha, aqui estão algumas sugestões de roteiros para 3, 5 e 7 dias.
O que visitar e fazer na ilha do Pico em 2-3 dias (um fim-de-semana)
Um fim-de-semana é muito pouco tempo para o Pico, por isso, se este for o seu caso, recomendamos que escolha: ou fica numa zona ou assume que vai passar algum tempo na estrada e visita várias de forma mais leve (nesse caso, recomendamos que se levante cedo!).
Aqui está um roteiro ajustado para um fim-de-semana com uma subida ao Piquinho incluída.
2-3 dias de roteiro do Pico com subida a Piquinho
- Dia 1: Chegada e check-in no alojamento. Passeio fácil em Criação Velha, para ver as vinhas do Pico e o famoso moinho vermelho com a montanha ao fundo. Ir para a cama cedo para tentar dormir algumas horas antes da subida.
- Dia 2: O dia começa de madrugada para subir Piquinho ainda à noite, observar o nascer do sol no topo e descer. Pode almoçar na Madalena ou na zona circundante e descanse as pernas da subida numa piscina natural se o tempo estiver bom.
- Dia 3: Observação de baleias pela manhã nas Lajes do Pico, escolher outro plano para a tarde se tiver tempo (Museu do Vinho, Gruta das Torres, etc.).
O que visitar e fazer na ilha do Pico em 4-5 dias
Acreditamos que 4 ou 5 dias é a quantidade de tempo ideal para visitar o Pico, tentando explorar a maior parte dos seus recantos e deixando algum tempo para relaxar.
Eis o nosso roteiro sugerido (incluindo a ascensão a Piquinho):
Roteiro do Pico 4-5 dias com ascensão a Piquinho
- Dia 1: Chegada e check-in no alojamento. Visitar o Lajido e os seus museus, e almoço/jantar no Magma.
- Dia 2: Observação de baleias pela manhã nas Lajes do Pico, depois um passeio pelas lagoas da ilha e pela estrada longitudinal.
- Dia 3: De madrugada para subir ao Piquinho à noite, observar o nascer do sol no topo e descer. Almoce em Madalena ou nos arredores e descanse as pernas da subida numa piscina natural, se o tempo estiver bom. Visite a MiratecArts .
- Dia 4: Trilho matinal, fácil, em Criação Velha, para ver os vinhedos do Pico e o famoso moinho vermelho com a montanha ao fundo. À tarde, o Museu do Vinho e a Gruta das Torres.
- Dia 5: Trilho circular da Calheta de Nesquim. Se tiver tempo livre, escolha um plano extra a partir deste guia.
O que visitar e fazer na ilha do Pico numa semana (7 dias)
Uma semana no Pico é o tempo ideal para a ilha se estiver a viajar no Verão (para desfrutar das suas piscinas naturais) ou no Inverno para ter margem e flexibilidade se o tempo não estiver bom.
Para fazer o seu roteiro de 7 dias no Pico, pode utilizar o roteiro de 5 dias, adicionar algumas piscinas naturais e lugares que incluímos no guia ou simplesmente fazer os mesmos planos com mais calma, para desfrutar das férias de uma forma mais descontraída.
Transporte: alugar um carro na ilha do Pico
Como em todas as ilhas dos Açores, no Pico consideramos essencial alugar um carro para poder desfrutar ao máximo da ilha, aproveitar ao máximo o tempo e visitar alguns lugares emblemáticos (que nem sempre podem ser alcançados por transportes públicos).
Alugámos o nosso carro com a Autatlantis tanto no Pico como no resto das ilhas, e tudo foi perfeito: o serviço à chegada foi rápido e eficaz, o carro (um Citroen C3 azul) estava como novo e não tivemos qualquer problema. Praticamente todas as empresas incluem uma franquia no seguro, e a Autatlantis é uma das que apresenta a franquia mais baixa (700 euros, contra 1300-1500 euros para outras empresas).
Para encher o seu depósito antes da entrega do carro, se tiver um voo/barco antecipado ou atrasado, existe uma estação de serviço Galp 24h (self-service) aqui. Encontre o melhor preço para alugar un carro no Pico na DiscoverCars.
Caso queira fazer trilhos lineares, a maneira mais fácil é deixar o seu carro no fim do trilho e pagar um táxi para o ir buscar e levá-lo até ao início do trilho. Fizemo-lo no percurso da Criação Velha, aqui está o contacto do taxista: Antonio Silva (+35191917537913). Caso António não responda ou não esteja disponível, aqui está a lista de todos os taxistas da ilha.
Quanto custa uma viagem à ilha do Pico?
Como sempre, dar um orçamento genérico é muito difícil, pois depende muito do seu estilo de viagem. O que podemos fazer é dar-lhe um guia de preços que pode utilizar para elaborar o seu orçamento:
- Vôos: Pode encontrar voos de 120 euros de regresso ao Pico a partir de Lisboa, mas depende da antecedência com que reserva. Se viajar para outra ilha, terá de acrescentar uma viagem de ida e volta para o Pico com a Sata.
- Aluguer de automóveis: entre 25 e 3o euros por dia para o carro mais barato (dependendo da empresa e do número de dias), tudo incluído.
- Alojamento: a partir de 45 euros por noite para um quarto com casa de banho privada ou apartamento com auto-serviço.
- Refeições em restaurante: entre 15 e 25 euros por pessoa
- Atividades: 25 euros por pessoa para subir ao Piquinho sozinho (75 euros se o fizer com um guia). A partir de 50 euros por pessoa para a observação de baleias.
No total, como guia aproximado, uma viagem de uma semana ao Pico com um carro alugado pode custar entre 500 e 700 euros por pessoa (com as opções mais baratas de carro, alojamento e restaurantes) dependendo das refeições fora e se sobe ao Piquinho sozinho ou com um guia.
Apps úteis para viajar pela Ilha do Pico
Recomendamos algumas aplicações que poderá instalar no seu telemóvel que serão úteis na sua viagem ao Pico:
- SpotAzores (Android/iOS/Web): aqui pode ver todas as webcams em diferentes partes das ilhas para ver como está o tempo. Como o tempo é muito variável e pode estar a chover numa parte da ilha e ensolarado noutra, esta aplicação é a forma mais rápida de garantir e evitar viagens desnecessárias.
- Windy (Android/iOS/Web): aplicação essencial para as nossas viagens, ainda mais nos Açores. Permite-lhe ver previsões de chuva, nuvens, vento, etc. para o ajudar a planear os seus dias com base no tempo (pois há lugares que perdem muito, dependendo do tempo). Obviamente, as previsões não são 100% fiáveis. Também mostra as webcams disponíveis
- GoogleMap (Android/iOS): é aquele que utilizamos para guardar/classificar todos os lugares para onde queremos ir/já fomos e como GPS nos carros alugados. Pode ver as opiniões de outras pessoas sobre os locais, fotografias, menus de restaurantes, números de telefone dos locais para os contactar, etc.
- Maps.me (Android/iOS): aplicação semelhante ao Google Maps mas funciona offline (embora o Google Maps também possa funcionar offline) e em muitos casos tem informação que o Google Maps não tem, especialmente para trilhos. Útil sempre que vai fazer um percurso, para se orientar, descarregar o percurso a partir do site oficial dos trilhos dos Açores (clique em Downloads->GPS), etc.
Dicas para desfrutar da ilha do Pico
- Na atividade de observação de baleias, respeitar o comportamento indicado pelo centro com que faz a actividade e desconfiar se não incluir medidas como: não nadar com golfinhos; velocidade reduzida e constante do barco e distância mínima de 50 metros do animal; evitar a presença de vários barcos num raio de 150 metros em redor do grupo de cetáceos e não ficar com o mesmo animal mais de 10 minutos.
- Não permita a perturbação, poluição e destruição dos habitats de nidificação dos cagarros. Os cagarros são uma ave migratória que nidifica nos Açores e que dará alguma banda sonora à sua viagem (mais apreciada por algumas pessoas que por outras, sobretudo a meio da noite) com o seu canto particular de “awa awa” como se entoassem o refrão da música Video Killed the Radio Star. De modo a evitar situações de captura ou atropelamento de cagarros jovens na estrada, o Governo dos Açores promove anualmente a Campanha SOS Cagarro que aconselhamos conhecer quando chegar ao arquipélago.
- Nunca tente tocar ou alimentar um animal –não seja cúmplice de maus tratos a animais!
- Não comprar artesanato feito de animais marinhos ou retirado do mar (por exemplo, dentes de golfinhos, conchas de tartaruga, mandíbulas de tubarão, marfim de cachalote, …). O comércio do marfim, atualmente o único produto valioso do cachalote, continua a ser um argumento para os caçadores. Comprar artesanato local feito de materiais alternativos tais como madeira, pedra ou marfim vegetal.
- Se visitar a ilha no Verão e apreciar o seu incrível mar cristalino, lembre-se que por vezes pode encontrar uma alforreca (aguaviva) ou, pior ainda, uma caravela portuguesa cuja picada é dolorosa e perigosa. O bom é que estas últimas flutuam e são facilmente detectáveis, mas no caso de verem uma, saiam imediatamente da água e avisem as outras pessoas da sua presença. Caso tenha sido picado por alguma delas, é muito importante que siga estas recomendações oficiais: não coce a área da picada (para evitar que o veneno se propague); não limpe com água doce ou álcool, limpe apenas com água do mar e com muito cuidado; e caso a picada seja de uma caravela portuguesa, procure cuidados médicos o mais depressa possível.
- Respeite as outras pessoas e a ilha: não ponha a sua música alto na praia (se quiser ouvir música, use auscultadores), não deixe lixo, não atire pontas de cigarro, etc. Deixe a praia melhor do que a encontrou (se encontrar plástico, apanhe-o).
- Em algumas zonas os banhos podem ser perigosos devido a fortes correntes. Não se arme em pessoa corajosa…
- Viaje sempre com seguro de viagem: despesas médicas, roubo ou problemas com o seu avião numa viagem podem custar-lhe muito dinheiro, por isso o ideal é fazer um seguro de viagem. Utilizamos sempre a IATI e recomendamo-la. Se subscrever o seu seguro através deste link, recebe um desconto de 5%.
Checklist: o que levar na sua mochila/mala para a ilha do Pico
Aqui está uma lista de imprescindíveis que não se pode esquecer de trazer na sua viagem:
- Garrafa reutilizável como uma destas para transportar sempre água consigo. Evitará a utilização de plástico de utilização única.
- Calçado Aquático Aquashoes como estes ideais para levar sempre consigo para usar em superfícies rochosas ou escorregadias
- Sapatos de trekking porque a melhor maneira de conhecer os Açores é através de caminhadas. Na Randomtrip temos estes da Columbia.
- Kit Snorkel (máscara e tubo de snorkel) como estes, imprescindível para levar nesta viagem e contemplar o fundo do mar.
- Mochila à prova de água / Saco impermeável como esta, muito útil para não molhar o seu equipamento fotográfico, telemóvel e carteira em qualquer passeio de barco (ou mesmo se a maré subir na praia)
- T-shirt de lycra de manga comprida com proteção UV que usamos para nos protegermos da água fria ou do sol quando fazemos mergulho, como uma destas.
- Gola para o pescoço como alguna de estas para proteger-se do vento e do frio
- Toalha de secagem rápida como uma destas que, para além disso, não ocupa muito espaço na sua mochila/mala
- Chapéu ou boné e óculos de sol para o proteger quando o sol está forte
- Casaco cortavento impermeável: ideal para ter sempre à mão para as mudanças repentinas de clima nos Açores. No Randomtrip temos este e este
- Consiga os artigos da Decathlon que levamos em todas as nossas viagens ao melhor preço
- Máquina fotográfica para registar as aventuras e mais tarde recordar. No Randomtrip usamos uma Sony ZV-E10 e uma Gopro Hero12 Black (para imagens subaquáticas) nas nossas viagens
- Powerbank: com tantas fotos vai gastar muita bateria, por isso é sempre bom levar uma boa powerbank. No Randomtrip viajámos com estes dois powerbanks (Xiaomi 20000 mAh y Anker 10000 mAh), que nos permitem carregar tanto os nossos smartphones como a máquina fotográfica
- Protetor solar: tente sempre escolher um protetor solar Reef Friendly, ou seja, que proteja a sua pele sem prejudicar os ecossistemas marinhos, evitando ingredientes como a oxibenzona e o octinoxato, que são prejudiciais para os corais. Também um protector que não tenha sido testado em animais
- Repelente de mosquitos, no Randomtrip costumamos levar Relec Extra Forte mas leve o que preferir desde que contenha uma percentagem mínima de 15% de DEET (ingrediente recomendado pela OMS)
- Kit de primeiros socorros: no nosso kit de primeiros socorros há sempre algum medicamento contra o enjoo (como a biodramina para o enjoo nos barcos), antibióticos, anti-diarreicos (e alguns probióticos para recuperar mais rapidamente), anti-histamínicos, analgésicos e antipiréticos
- Seguro de viagem, claro. Se contratar o seu seguro de viagem através deste link terá um desconto de 5%.
Tenha cuidado! Embora esteja numa ilha onde a maioria dos visitantes vem caminhar ou subir uma montanha, quando lá fomos em Junho as duas únicas lojas de desporto da ilha não tinham absolutamente nada que fosse necessário (casacos, botas, camisolas térmicas, gorros ou luvas, por exemplo). Por outras palavras, se visitar a ilha na Primavera ou no Verão e não tiver vindo preparado para subir o Piquinho, não encontrará nada para o frio que se faz sentir no Piquinho (sobre tudo se fizer a subida nocturna ou a pernoita). Também não encontrámos nada de equipamento para snorkel nas piscinas naturais… Basicamente o nosso conselho é levar para a ilha tudo o que precise ou certifique-se antes de ir de que a empresa com quem fizer o ascenso à montanha, pode alugar equipamento ( por vezes o centro observação de baleias aluga material de snorkel). Quem o avisa seu amigo é…
Com o seu magnetismo, a montanha do Pico é como as boas amizades: não será um “longe da vista, longe do coração“. Mesmo que continuemos a procurar-te com os nossos olhos desde que nos despedimos, iremos sempre levar-te dentro de nós.
“Ninguém é tão estrangeiro em lugar algum como quem volta ao lugar da infância depois de longos anos de ausência”.
Judite Jorge, poeta, nasceu na ilha do Pico em 1965.
Gostaríamos de agradecer a dois Nunos muito simpáticos. Ao Nuno da Atipico, graças a quem, a subida (e especialmente a descida) do Piquinho foi, não só agradável, mas também muito divertida. E ao Nuno do Turismo do Pico pelo elogio ao nosso trabalho e por nos ajudar a retificar um par de informações que estavam incorretas no guia.
Disclaimer: A Autatlantis ajudou-nos a explorar a Ilha do Pico com um dos seus veículos, mas todas as opiniões e informações expressas neste post são nossas.
Excelente guia! Muiiiiito completo, parabéns :)
Obrigada! ❤️ Temos um orgulho especial neste comentário precisamente porque vem de vocês!