Sendo a Horta um importante ponto de encontro de veleiros que cruzam o Atlântico, o Faial é uma ilha onde convergem sotaques e sonhos de todo o mundo. A sua marina é uma das mais visitadas do planeta, estrategicamente posicionada no meio do oceano, onde os graffitis que a decoram refletem o mesmo desejo palpável de fé, pedindo sorte e segurança na viagem, como alguém crente acende uma vela numa igreja ou um incenso num templo.
Uma viagem ao Faial é feita de histórias de aventuras marítimas para quem as quiser ouvir (indo, por exemplo, até ao Peter’s ou ao Genuíno) que dotam a ilha de um carisma internacional e a marcaram histórica e sociologicamente (quem a conhece há muito tempo diz que sempre foi mais aberta do que as suas vizinhas “importantes” como São Miguel ou Terceira).
As suas impressionantes paisagens ao longo das zonas costeiras, com a omnipresença da magnética montanha do Pico, ganham um encanto acrescido nos meses de verão, quando as hortênsias, responsáveis pela sua alcunha de ilha azul, florescem e atingem o seu máximo esplendor adornando as estradas do Faial. Esconde também a impressionante Caldeira, que podemos não só contornar como descer até a um autêntico santuário de biodiversidade endémica e ancestral, e ainda uma das paisagens mais deslumbrantes do arquipélago, resultado da erupção do vulcão dos Capelinhos e criador da terra mais jovem de Portugal.
Neste guia tentamos refletir tudo o que o Faial tem para oferecer com sugestões práticas, roteiros de 2 a 5 dias, recomendações de onde ficar e até a que restaurantes ir para que a sua viagem ao Faial seja tão incrível como foi a nossa.
Conteúdos
- Informação prática para visitar o Faial
- Quando ir ao Faial
- Como chegar ao Faial
- Quantos dias passar no Faial
- O que visitar e fazer no Faial
- Mapa do Faial
- Vulcão dos Capelinhos
- Caldeira do Faial (Caldeira do Cabeço Gordo)
- O Trilho das Levadas: caminhar pela floresta de laurissilva
- Horta: um ponto de encontro internacional
- Miradouro de Nossa Senhora da Conceição
- Praia de Almoxarife
- Farol da Ribeirinha e Igreja da Ribeirinha
- Salão: uma almoçarada, um moinho e umas piscinas naturais
- Miradouro da Ribeira das Cabras
- Praia da Fajã e Trilho da Rocha da Fajã
- Piscinas Naturais do Varadouro
- Morro de Castelo Branco
- Piscinas naturais de Castelo Branco
- Piscinas Naturais da Lajinha e da Poça da Rainha
- Miradouro da Ponta Furada
- Os melhores trilhos para caminhadas no Faial
- Onde mergulhar no Faial
- Onde ficar no Faial: melhores zonas
- Restaurantes que recomendamos no Faial
- Roteiros de viagem pelo Faial
- Transporte: alugar um carro no Faial
- Quanto custa uma viagem ao Faial?
- Apps úteis para viajar para o Faial
- Dicas para desfrutar do Faial
- Checklist: o que levar na mochila/mala de viagem para o Faial
Informação prática para visitar o Faial
O Faial, com os seus 173 km2, é a quinta maior das nove ilhas dos Açores, mas a terceira mais densamente povoada depois de São Miguel (com a grande maioria da população total dos Açores), e da Terceira. Tem 21 km no sentido este-oeste e 14 km no sentido norte-sul, estando separada por um estreito braço de mar da vizinha ilha do Pico (a meia hora de ferry), onde é incrível mergulhar e rodeada por um mar onde se podem avistar baleias e golfinhos. Na ilha existem 14 áreas protegidas do Parque Natural do Faial (incluído no Geoparque Mundial da UNESCO) que foi, em 2011, o primeiro destino em Portugal a receber o prémio EDEN (European Destinations of Excellence), criado para distinguir destinos turísticos sustentáveis. A ilha alberga a terra mais recente de Portugal que nasceu com a erupção do vulcão dos Capelinhos em 1957, uma das paisagens mais deslumbrantes da ilha e a “culpada” pela evacuação e migração para os EUA de milhares de pessoas nesses anos e nas décadas seguintes (mais sobre este capítulo açoriano e o Azorean Refugee Act de Kennedy na secção Capelinhos, do guia).
Moeda: Euro
Língua: Português
População: 14 483 (em 2020)
Orçamento diário: A partir de 70 euros/dia por pessoa (aprox.) para uma viagem de uma semana. Mais informações sobre o orçamento nesta secção do guia.
Clima: A melhor altura para visitar a ilha é de abril a outubro, mas tenha em consideração que o tempo nos Açores é imprevisível. Para desfrutar das piscinas naturais faialenses, é melhor visitar a ilha no verão, tentando evitar julho e agosto devido ao maior número de turistas. Saiba mais sobre quando ir ao Faial aqui.
Alojamento: A Horta é a base ideal na ilha do Faial, com muitas opções de alojamento para todos os orçamentos e vários restaurantes à escolha. Para além disso, qualquer destino na ilha fica a menos de 40 minutos de carro da Horta, o que a torna uma base estratégica para explorar a ilha. No Randomtrip ficámos no Monte da Guia (40€/noite) e gostámos particularmente por ficar na praia de Porto Pim (a uma curta distância do centro da vila, com vista para o mar e para a montanha do Pico), mas há outras opções com boa relação qualidade/preço em pleno centro da vila, como a Casa da Baía (a partir de 44€/noite). Mais recomendações e dicas sobre onde ficar no Faial nesta secção do guia.
Duração: Mínimo de 3 dias, idealmente 5 dias. Lembre-se que a proximidade da ilha do Pico, a apenas meia hora de barco, faz com que seja ideal visitar as duas ilhas na mesma viagem (e pode até fazer uma excursão de um dia para visitar a ilha vizinha para abrir o apetite, embora lhe vá saber a pouco). Mais recomendações sobre o número de dias que recomendamos passar na ilha nesta secção do guia e roteiros na ilha de acordo com o número de dias aqui.
Voos/Barcos: Há voos diretos para o Faial a partir de Lisboa (com a Sata), e pode encontrar a combinação de dias ao melhor preço com os comparadores de voos como o Skyscanner e o Kiwi e que seja flexível com as datas). Também pode voar para uma das ilhas do grupo central dos Açores (a mais fácil é o Pico) e de lá ir de barco (30min, durante todo o ano e com várias viagens por dia) para o Faial. Mais pormenores sobre como chegar ao Faial aqui.
Transporte: A melhor opção é alugar um carro e para encontrar o melhor preço comparando várias empresas, recomendamos-lhe sites de comparação como o DiscoverCars, que é o que nós usamos. Falamos-lhe mais sobre como se deslocar no Faial aqui.
Fuso horário: UTC +0. O horário no arquipélago dos Açores (Portugal) é de menos uma hora em relação ao continente.
Quando ir ao Faial
Em termos de clima, o verão, é sem dúvida a melhor altura, com temperaturas mais elevadas, menor probabilidade de chuva e a possibilidade de desfrutar mais das praias e piscinas naturais. No entanto, o tempo no Faial (e nos Açores em geral) é muito variável e imprevisível, pelo que não há garantias em qualquer altura do ano (costuma dizer-se que se podem ter as 4 estações num só dia).
Os melhores meses para ir ao Faial são de abril a outubro, tentando evitar julho e agosto, que são os meses de maior afluência de turistas. Para ver a ilha salpicada das famosas hortênsias azuis no seu melhor, tente ir em junho e julho. Os nossos meses preferidos para visitar o Faial em termos de clima (embora, como sabe, seja sempre imprevisível) e para dar um mergulho nas piscinas naturais são junho e setembro, com bom tempo, temperaturas agradáveis da água e menos turismo.
Mapa meteorológico do Faial com temperaturas e dias de chuva por mês:
Mês | Temperatura mínima | Temperatura máxima | Temperatura da água (média) | Dias de chuva |
---|---|---|---|---|
janeiro | 13º | 17º | 16º | 10 |
fevereiro | 13º | 17º | 16º | 9 |
março | 13º | 17º | 16º | 9 |
abril | 14º | 18º | 16º | 8 |
maio | 15º | 19º | 17º | 7 |
junho | 17º | 21º | 19º | 5 |
julho | 19º | 24º | 22º | 3 |
agosto | 20º | 25º | 23º | 5 |
setembro | 20º | 24º | 22º | 7 |
outubro | 17º | 22º | 21º | 10 |
novembro | 15º | 19º | 19º | 10 |
dezembro | 14º | 18º | 17º | 12 |
Mês | Temperatura mínima | Temperatura máxima | Temperatura da água (média) | Dias de chuva |
Em termos de eventos, a Semana do Mar é muito especial no Faial. É um festival que se realiza em agosto, todos os anos, e que conta com concertos, exposições e um curioso desfile naval com dezenas de embarcações (algumas pessoas chegam mesmo a ir aos concertos nos seus próprios barcos, é um acontecimento e tanto na ilha). Se a sua viagem coincidir com este festival no Faial, pode ver o programa neste link.
Como chegar ao Faial
Há voos diretos para o Faial a partir de Lisboa (Portugal continental) com a Sata que demora 2:15 horas. Recomendamos que seja flexível com as datas e que utilize comparadores de preços como o Skyscanner e o Kiwi.com (que incluem voos da Sata). Do aeroporto até à Horta são apenas 9 km, que poderá percorrer no seu carro alugado (que levantará no aeroporto), de táxi ou de autocarro.
RandomTIP: Se voar de Lisboa, escolha um lugar do lado esquerdo do avião para chegar aos Açores com a ilha do Faial e a imponente montanha do Pico (na ilha com o mesmo nome) a dar-lhe as boas-vindas ao arquipélago.
Outra opção para chegar ao Faial, é partir de uma das ilhas açorianas vizinhas, de barco, existem 4 linhas de ferry que passam pelo Faial:
- A partir do Pico, a ilha mais próxima, são necessários apenas 30 minutos (3,6 euros), e há ligações diárias durante todo o ano (vários barcos por dia, mais frequentes no verão). Todas as carreiras efetuam este percurso
- De São Jorge, demora 2h15 (15,50€), com paragem no Pico, também todos os dias durante todo o ano. 3 carreiras fazem este percurso
- Da Graciosa e da Terceira existe uma ligação, mas muito mais limitada e apenas no verão (com escala em São Jorge e no Pico), dois dias por semana. Duas carreiras efetuam este percurso
Pode consultar os horários dos barcos e comprar bilhetes em https://www.atlanticoline.pt/ (embora os horários e as rotas estejam normalmente muito mais bem explicados aqui).
Aqui está um mapa com as 4 linhas (azul, verde, roxo e branco) que ligam as 5 ilhas do grupo central dos Açores:)
Quantos dias passar no Faial
Recomendamos um mínimo de 3 dias, embora o tempo ideal para o Faial seja de 5 dias, para que possa desfrutar de tudo o que a ilha tem para oferecer, aproveitar para relaxar nas suas piscinas naturais, se viajar no verão, e ter alguma margem no caso de algum dos planos ser cancelado devido ao tempo.
Lembre-se que a proximidade com a ilha do Pico se torna ideal para ver ambas na mesma viagem (e pode até fazer uma viagem de um dia para ver a ilha vizinha, embora seja muito curta e lhe vá saber a pouco).
Se dispuser de mais dias e puder combinar o Faial com as outras partes do chamado “Triângulo dos Açores” na mesma viagem – Faial, Pico e São Jorge – não se arrependerá. Por esta razão, propomos diferentes tipos de roteiros, de mais ou menos dias, nesta secção do guia.
Se, por outro lado, tem pouco tempo para conhecer o Faial, pode ficar com uma ideia da ilha nesta excursão de um dia ao Faial ou nesta excursão de meio dia, mas atenção, vai querer mais. Nesta secção propomos roteiros na ilha de acordo com o número de dias.
Seguro de viagem para os Açores
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Além da assistência médica por lá, o seguro também cobre imprevistos que possam acontecer na viagem aos Açores quando fizer desportos de aventura como trekking, caiaque, rafting, snorkeling, surf ou windsurf e até num passeio de bicicleta e/ou roubo da mesma. Além disso, se acontecer algo com a sua bagagem (danos, roubo, atraso na entrega ou extravio), a Iati também ajuda.
Leia atentamente as condições de cada apólice e contrate o seguro que melhor se adapta às suas necessidades. No Randomtrip oferecemos-lhe um desconto de 5% só por ser Randomtripper, basta fazê-lo através deste link e o desconto será aplicado!
O que visitar e fazer no Faial
Aqui está um resumo dos locais de interesse para visitar no Faial, e abaixo está um mapa e informações específicas sobre cada local.
O que viistar e fazer no Faial
- Capelinhos, a mais nova terra de Portugal após a erupção de um vulcão
- Caldeira do Faial, um santuário de biodiversidade e umas das paisagens mais incríveis do arquipélago
- Horta, ponto de encontro de barcos à vela cheios de aventuras vindos de todo o mundo
- Piscinas naturais entre escoadas lávicas no Varadouro, em Castelo Branco e na Feteira
- Miradouros com vistas panorâmicas deslumbrantes sobre uma costa perfilada onde a lava negra contrasta com o azul do mar.
- Trilhos biodiversos que podem ser percorridos por levadas ou terminar com um mergulho no mar.
Mapa do Faial
Aqui estão todos os locais de interesse no Faial de que falamos neste guia num mapa do Google Maps que pode levar consigo no seu smartphone para consultar a qualquer momento.
Aqui está também um mapa turístico com as estradas do Faial (clique na imagem para a descarregar em tamanho e resolução maiores).
Vulcão dos Capelinhos
O Vulcão dos Capelinhos entrou em erupção em 1957, durante 13 meses: começou a 27 de setembro de 1957 e só terminou a 24 de outubro de 1958. O vulcão acordou no fundo do mar, emitindo jatos de cinzas que atingiram 4 km, e criou inicialmente uma ilha ao largo da costa. A erupção passou da fase submarina para a fase subaérea, com jatos de lava (o farol dos Capelinhos ficou de pé, soterrado até ao terceiro andar) e expelindo material suficiente para unir a nova ilha ao continente, aumentando a superfície do Faial em 2,4 km2. Esta zona é a terra mais jovem de Portugal e toda esta área protegida é um dos geossítios do Geoparque Açores.
Gráfico da evolução da erupção dos Capelinhos. Fonte: National Geographic Portugal
O vulcão dos Capelinhos não causou vítimas humanas devido à evacuação das povoações mais próximas, mas a destruição de casas e terrenos agrícolas levou à emigração de mais de 10.000 pessoas do Faial (cerca de metade da população da ilha) para os EUA. O Azorean Refugee Act de 1958, levado ao Congresso por John F. Kennedy, concedeu 1500 vistos às famílias afetadas, embora nas décadas seguintes mais de 175.000 pessoas dos Açores (de várias ilhas) tenham emigrado para os EUA e Canadá, mais de 30% da população açoriana.
Embora a maior migração açoriana tenha ocorrido na década de 1960, na sequência da erupção dos Capelinhos, a emigração nos Açores sempre foi muito significativa e a ligação cultural com os EUA e o Canadá é muito antiga. Já no século XVIII, a população açoriana embarcou para a América do Norte a bordo de navios baleeiros americanos que começaram a aparecer nas ilhas. Atualmente, estima-se que existam cerca de 1,5 milhões de emigrantes portugueses de origem açoriana nos EUA, concentrados predominantemente em estados como Massachusetts e Rhoad Island, na Costa Leste, e Califórnia, na Costa do Pacífico. Por isso, não se admire se, numa viagem aos EUA ou ao Canadá, se deparar com uma Casa dos Açores onde se reúne parte da comunidade emigrante e descendentes de portugueses.
O Farol dos Capelinhos, o farol resistente que se manteve de pé
A subida ao robusto Farol da Ponta dos Capelinhos, que se manteve de pé, soterrado pela lava até ao terceiro andar, é obrigatória para uma vista única sobre a terra recém nascida de Portugal . É impressionante saber que este era o limite da ilha do Faial antes da erupção de 1957 e observar toda a área de terra que foi acrescentada ao Faial desde essa altura.
Construído no final do século XIX, o farol da Ponta de Capelinhos estava em funcionamento quando se iniciou a erupção vulcânica às 06:45h do dia 27 de setembro de 1957. À medida que a erupção prosseguia, os trabalhadores do farol foram retirando as cinzas vulcânicas, mas quando, finalmente, o volume de cinzas se tornou tão grande, foi necessário abandonar a zona. Embora o farol tenha sobrevivido intacto à erupção, nunca mais voltou a funcionar como tal.
Horário de funcionamento: Aberto todos os dias das 10h às 18h. Preço para subir ao farol: 1€/pessoa.
Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos
O Centro de Interpretação, inaugurado em 2008 e concebido integralmente em betão pelo arquiteto Nuno Ribeiro Lopes, está enterrado no solo em frente ao farol (para minimizar o seu impacto na paisagem) e é atualmente o museu mais visitado do arquipélago. Situa-se no piso térreo do antigo farol, agora soterrado pelas cinzas, e tem no centro um enorme cone que simboliza uma erupção, cujo diâmetro é acompanhado por uma entrada de luz circular.
A sua exposição interativa leva-nos a conhecer a erupção do vulcão dos Capelinhos e os dias que se seguiram à mesma, os fenómenos geológicos que levaram à formação do Faial, dos Açores e os diferentes tipos de atividade vulcânica no mundo. Conheceremos também a história dos faróis dos Açores, nomeadamente o Farol da Ponta dos Capelinhos.
A ilha do Faial foi formada por uma grande erupção há 800.000 anos (existe em exposição, uma enorme maqueta de como era a ilha do Faial) e foi-se alterando ao longo do tempo, sendo a alteração mais marcante os novos 2,4 km2 acrescentados pelo vulcão dos Capelinhos, dos quais apenas podemos ver cerca de 20% atualmente.
Essa grande erupção, há 800.000 anos, teve início no local hoje conhecido como Porto da Boca da Ribeira, onde se inicia a Grande Rota Faial Costa a Costa (GR01 FAI), um percurso linear de 19,3 km (36 km ida e volta) que acompanha a evolução geológica da ilha ao longo de cones e crateras vulcânicas, desde a erupção mais antiga até à mais recente, a dos Capelinhos. Mais detalhes do percurso na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
Para além do fenómeno geológico, as fotografias do centro de documentação aproximam-nos do fenómeno sociológico da erupção do vulcão dos Capelinhos, com imagens a preto e branco dos anos 50 de famílias a visitar a zona e até de crianças a brincar com as cinzas.
Horários de abertura e visitas guiadas (reservar com pelo menos 48 horas de antecedência. A duração da visita é de 60 minutos):
- De 01/04 a 31/10:
- Horário de abertura: das 9:00h às 18:00h
- Visitas guiadas:
- 10:00h
- 11:30h
- 14:30h
- 16:00h
- De 01/11 a 31/03
- Horário de abertura: das 9:00h às 17:00h
- Visitas guiadas:
- 11:00h
- 15:00h
Contacto para reservas: +(351) 292 200 470 ou e-mail: info.sraac.civc@azores.gov.pt
Preço da entrada no Centro de Documentação: 10 euros para adultos, 5 euros para crianças entre os 7 e os 14 anos e maiores de 65 anos. Entrada gratuita para crianças com menos de 6 anos e residentes nos Açores.
Trilhos dos Capelinhos: explorar a terra mais jovem de Portugal a pé
É muito impressionante pisar numa terra (parece Marte) que não estava aqui há 67 anos. É possível percorrer um trilho e contemplar o material lançado pelo vulcão há menos de 70 anos. O Cabeço do Canto (PRC01FAI) é um trilho circular de 5 km ida e volta (2,6 km ida e volta), de dificuldade média, que demora cerca de 2 horas a caminhar, até chegar ao Vulcão dos Capelinhos. O percurso passa por zonas de grande interesse vulcânico, como a cordilheira vulcânica da Península do Capelo, um geossítio com cerca de 20 cones vulcânicos, desde o Cabeço dos Trinta até aos Capelinhos. Mais detalhes do percurso na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
Para além disso, o Azores Trail Run (48 km) redescobriu um antigo trilho que liga a fajã da Praia do Norte aos Capelinhos, através de um caminho de pedra centenário, possivelmente construído pelos primeiros povoadores da ilha.
Contemplar o vulcão dos Capelinhos a partir do mar ou da estrada
Também pode ver o vulcão dos Capelinhos de outra perspetiva num passeio de barco, que custa 45 euros/pessoa (35 euros/menores de 12 anos) para uma viagem de 3 horas no percurso Horta-Capelinhos-Horta e pode reservar e obter mais informações neste link.
Se preferir fazer uma viagem de carro para ver a paisagem lunar mais recente da ilha, experimente conduzir pela estrada que vai das piscinas naturais do Varadouro até aos Capelinhos, ao longo da costa, e abrande.
É a cerca de 10 milhas náuticas dos Capelinhos que se encontra o famoso banco submarino Condor onde pode fazer um dos melhores mergulhos da ilha (um mergulho raso) ou, se preferir porque não é um mergulhador certificado, fazer snorkeling com os famosos tubarões azuis. Pode reservar o seu mergulho (equipamento incluído) e verificar os detalhes aqui ou reservar o seu passeio de snorkelling com tubarões azuis aqui. Recomendamos que faça esta atividade se visitar a ilha entre julho e setembro.
Arredores de Capelinhos
Piscinas naturais Porto do Comprido
Mesmo ao lado do pedaço de terra mais jovem de Portugal existem umas piscinas naturais com vista para o vulcão, as do Porto do Comprido (também conhecidas como Piscina Natural dos Capelinhos). O Porto do Comprido foi em tempos uma das mais produtivas estações baleeiras dos Açores, antes da proibição da caça à baleia.
É possível dar um mergulho junto à terra mais jovem de Portugal ou saltar para a água num caiaque para observar o vulcão a partir do mar. No Randomtrip gostámos tanto deste local que ficámos até ao pôr do sol e, spoiler: Capelinhos com o pôr do sol é um ótimo plano.
Casa dos Botes
Mesmo à saída da estrada de acesso ao Porto Comprido, antiga aldeia baleeira, o pequeno museu da Casa dos Botes mostra um antigo barco baleeiro e alguns factos sobre a indústria baleeira, uma das ocupações mais perigosas do Faial, vital para a economia da ilha durante muitos anos, desde o século XIX até à sua proibição em 1982.
Desde a sua proibição, a atividade da indústria baleeira e da caça à baleia passou para a observação respeitosa dos cetáceos no seu habitat, em estado selvagem. Pode reservar a sua excursão de observação de baleias a partir da Horta aqui.
Centro de Artesanato de Capelo
No centro de artesanato do Capelo, um edifício branco com uma vista incrível sobre o Oceano Atlântico, encontrámos verdadeiras relíquias. Aprendemos sobre as técnicas tradicionais de artesanato da ilha, como o bordado em palha, que tem um efeito semelhante ao bordado a fio de ouro, mas com palha (a palha é partida e depois esticada e amolecida com uma faca, porque só quando está mole e em pedaços muito finos é que se pode começar a bordar).
Aprendemos também a técnica do artesanato feito a partir do interior dos ramos da figueira.
Mas o que mais nos entusiasmou foi encontrar um álbum de fotografias antigas da erupção dos Capelinhos. Fotografias das fases que a zona atravessou de setembro de 1957 a outubro de 1958:
Se quiser pernoitar, as Casas do Capelo (a partir de 70 euros/noite) são sete casas tradicionais com todo o conforto e vista para o mar que se encontram por todo o concelho.
Caldeira do Faial (Caldeira do Cabeço Gordo)
A 1043 metros de altitude, a Caldeira do Cabeço Gordo, mais conhecida por Caldeira do Faial, é o ponto mais alto da ilha e um dos locais mais bonitos e interessantes.
Em dias de céu limpo é possível avistar daqui quase todas as ilhas vizinhas do grupo central: Pico e a sua montanha magnética, São Jorge e até a Graciosa. A caldeira tem 2 quilómetros de diâmetro, 6,8 quilómetros de perímetro e 400 metros de profundidade, sendo altamente recomendável fazer o percurso à sua volta para desfrutar da magnífica paisagem. É um percurso circular de 8 quilómetros com uma duração aproximada de 2h30, sempre à beira da Caldeira. Este percurso pode fazer por sua conta, sem reserva nem autorização prévia, no dia que desejar.
Escala de Dificuldade Randomtripper: Fácil. Percurso circular de 8 km que fizemos em aproximadamente 2:30h com paragens para fotos e contemplação. Mais informações sobre o percurso na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
O interior da Caldeira, área protegida, assemelha-se a uma floresta macaronésica que sobreviveu ao último período glaciar: alberga mais de 75% das espécies endémicas dos Açores e é um habitat aquático na sua base. No entanto, só é possível descer estes 400 metros com um guia, uma reserva e autorização prévia para passar pelo portão que se avista do miradouro.
Aí, entrará num santuário de biodiversidade endémica e de floresta laurissilva primitiva, perderá a cobertura móvel e verá metade da vegetação original da ilha. Para salvaguardar o património natural da caldeira, as autoridades permitem um máximo de 40 visitantes por dia, divididos num máximo de 3 descidas diárias de 12 visitantes cada. Se quiser viver esta experiência, recomendaram-nos que a fizesse com o guia certificado da Endemic Azores (70€/pessoa em grupos de 4 ou 5 pessoas; 75€/pessoa em grupos de 2 ou 3 pessoas; e 115€ saída individual).
Escala de Dificuldade Randomtripper: Difícil. Descer os 400 metros até à caldeira (e voltar a subir) requer uma boa preparação física. Demora entre 5 e 6 horas. O caminho é estreito e íngreme e é preciso descer a encosta em ziguezague. Nalgumas zonas, é preciso usar as mãos para continuar. Há ainda outro perigo: como é considerado um habitat húmido, é comum encontrar lama e, portanto, poder escorregar (há mesmo uma zona inundada no fundo da Caldeira).
A Caldeira está classificada como Reserva Natural do Parque Natural do Faial, o que garante a proteção destes habitats, climas e espécies, bem como a importância histórica e geológica da zona.
Tecnicamente, trata-se de uma caldeira desmoronada, a cratera do grande vulcão cuja atividade deu origem a grande parte da ilha. No entanto, foi outro vulcão que teve um grande impacto na Caldeira. As erupções do vulcão dos Capelinhos, em 1957, provocaram fissuras no interior da Caldeira que levaram ao transbordo da lagoa que aí existia permanentemente, permitindo o escoamento da água. Atualmente, existe uma lagoa mais pequena no interior da Caldeira cujo volume de água varia em função da pluviosidade e chega a desaparecer nos períodos de seca.
À esquerda, foto da Caldeira do Faial antes da erupção dos Capelinhos (Foto de ParquesNaturais). À direita, a Caldeira do Faial atual (Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados).
RandomTIP: Se quiser obter as melhores vistas da Caldeira do Faial com o Pico ao fundo, uma das melhores panorâmicas da ilha, aqui fica uma pequena dica. No Randomtrip começamos o trilho ao longo da Caldeira pela esquerda, mas se vir que o dia está limpo quando chegar, é melhor começar o trilho pela direita para ter vistas do Pico e da caldeira o mais cedo possível antes que as nuvens se fechem (o tempo é muito instável). Saiba também que em vez de estacionar e começar o trilho no miradouro, pode ir de carro até ao lado oposto para ter esta vista sem fazer o trilho, mas atenção, a estrada é pior (embora seja possível com um carro normal, não é preciso um 4×4) e neste caso já teria o postal “sem esforço” mas também, na nossa opinião, perdendo o melhor da aventura.
Em todo o caso, é sempre aconselhável verificar o estado do tempo antes de visitar a Caldeira, bem como no planeamento dos dias que passa nos Açores, porque a vista muda radicalmente consoante a luz do sol. Para além disso, também pode acontecer que, ao chegar ao topo, apareça uma neblina desordenada que impeça a visão das outras ilhas. Mas assim são os Açores, tão belos quanto mutáveis e imprevisíveis.
O Trilho das Levadas: caminhar pela floresta de laurissilva
Um dos trilhos mais bonitos da ilha, o Trilho das Levadas é como entrar no território das fadas e dos duendes encantados. Trata-se de um percurso linear fácil de 7,6 km, no qual se percorre uma das zonas de maior biodiversidade de flora e fauna, típica da floresta ancestral de laurissilva.
Se fizer um pequeno desvio de 400 metros, pode também passar pelo Caldeirão do Cabeço dos Trinta, ao qual se chega atravessando um longo túnel de lava (use a lanterna do telemóvel) cheio de vegetação.
E porque é que se chama Trilho das Levadas? Se já esteve na Madeira, provavelmente já sabe que uma levada é um canal construído para transportar água de um ponto da ilha (onde chove mais) para outro onde é necessária mais água e onde vive a maior parte da população. Esta levada específica foi construída em 1964 para canalizar água para uma central hidroelétrica, mas deixou de ser utilizada há alguns anos e foi recentemente convertida num caminho pedonal.
Escala de Dificuldade Randomtripper: Fácil. Um trilho linear de 7,6 km, 2:30h de ida e mais 2:30h de regresso. Atenção que o caminho para lá chegar não está completo no Google Maps mas está no Maps.me. Deixamos-lhe o ponto exato onde estacionar e iniciar o percurso. Tendo em conta que é linear, o ideal seria contratar um serviço de táxi para evitar fazer a viagem de regresso, que é a mesma, até ao local onde deixou o carro estacionado, ou fazer apenas parte do percurso e regressar. Mais informações sobre o percurso aqui.
Se gosta de caminhar, este percurso cruza-se com um outro percurso mais longo, o trilho dos 10 vulcões, com 20 km, que passa pela Caldeira, pelo caminho das Levadas e termina no vulcão dos Capelinhos. É o percurso mais completo da ilha, mas também o mais exigente. Mais informações na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
Horta: um ponto de encontro internacional
“Gosto da Horta como de nêsperas”.
Vitorino Nemésio no seu livro “Corsário das Ilhas” ( 1946), uma bíblia para quem viaja e/ou vive nos Açores.
A Horta, sendo um importante ponto de encontro para os veleiros que cruzam o Atlântico, albergando a quarta marina oceânica mais visitada do mundo, é uma das cidades mais cosmopolitas do arquipélago e uma cidade que sempre se mostrou muito aberta a receber pessoal marítimo aventureiro.
Estrategicamente localizada no meio do oceano, o Faial é uma ilha de marinheiros e aventureiros e a marina da Horta, uma das mais visitadas do mundo, é um reflexo disso mesmo. Inaugurada em 1986, a primeira marina de todos os Açores tem capacidade para 300 embarcações e é uma galeria a céu aberto em constante evolução. Vale a pena visitá-la para descobrir os símbolos e logótipos nela pintados pelas tripulações de barcos de todo o mundo que, com tradição e alguma superstição, pedem para chegarem sãos e salvos ao seu destino.
As excursões de observação de baleias e golfinhos partem da marina da Horta. Reserve a sua aqui
A propósito, junto à marina da Horta encontra-se o Forte de Santa Cruz da Horta, um forte construído entre os séculos XV e XVII e a principal fortificação da ilha. Tornou-se monumento nacional em 1947 e é atualmente um hotel de luxo do grupo Pestana Pousadas de Portugal. Se quiser dormir num monumento nacional, reserve a sua estadia na Pousada Forte da Horta (a partir de 155 euros/noite).
Companhias como a Pan Am utilizaram a baía da Horta para atracar hidroaviões nas primeiras viagens transatlânticas e, em 1893, a “Internet” foi instalada no Faial com 15 companhias de cabos telegráficos submarinos de vários países a operar na ilha. Uma história internacional que vem de longe e que continua, até aos dias de hoje, a cativar os mais viajados.
Este carisma internacional da Horta marcou-a histórica e sociologicamente: quem a conhece há muito tempo diz que sempre foi mais aberta do que as suas vizinhas “maiores”, como São Miguel ou Terceira, e que mesmo aqui as mulheres entraram mais cedo no mercado de trabalho do que no “continente” (como Portugal continental é chamado nos Açores).
Claro que aberto às gentes do mar, mas com respeito. Uma coisa interessante que notámos é que a maior parte das casas e edifícios do passeio marítimo da Horta estão de costas para o mar. Porquê? Se hoje em dia são precisamente as vistas e a proximidade do mar que valorizam os edifícios, antigamente o mar era sinónimo de piratas e tempestades, dos quais era preciso proteger-se.
Uma curiosidade: Randomtripper, se (confessamos, tal como nós) no seu imaginário coletivo associa, com algum preconceito, o mundo náutico à direita no espectro político, saiba que o presidente do Clube Naval da Horta durante 25 anos (1996-2021), Decq Mota, é um histórico dirigente do PCP (Partido Comunista Português).
A Horta prendeu-nos com a beleza dos seus edifícios e ruas calcetadas com vistas para a magnética montanha do Pico e, acima de tudo, com a sua atmosfera (imprescindível ir, menos uma vez, do Peter’s ao Porto Pim a pé), inaugurando uma exceção à nossa crença de que nas cidades do arquipélago açoriano não se deve parar nem investir muito tempo (uma exceção a que se juntaram mais tarde Angra do Heroísmo e Ponta Delgada).
A Horta é também uma base ideal na ilha devido à grande variedade de alojamento e restaurantes e com qualquer destino na ilha a menos de 40 minutos de carro. No Randomtrip ficámos no Monte da Guia (a partir de 40€/noite, em frente à praia de Porto Pim, com vista para o Pico, a 10 minutos a pé, do Peter’s), mas a Casa da Baía (a partir de 44€/noite), por exemplo, fica mesmo no centro, logo atrás do Peter’s. Também muito recomendado é o Hotel do Canal ( a partir de 68€/noite): a poucos metros do Peter’s, este hotel inspirou-se na história e tradição marítima da ilha para a sua decoração, visível nas fotografias e ilustrações de veleiros, barcos de pesca e hidroaviões. Tem vistas privilegiadas sobre o mar e o ponto mais alto de Portugal, a montanha do Pico. Recomendamos mais alojamentos na Horta na nossa secção Onde ficar no Faial.
Há vários locais que recomendamos que visite para sentir a atmosfera da cidade:
Peter Café Sport: histórias do mar com sabor a gin de maracujá
O Peter Café Sport é uma instituição faialense com mais de cem anos de existência e diz-se mesmo que “quem não foi ao Peter’s, não foi à Horta”. Estrategicamente localizado junto à marina, com vista para o Pico, o bar tornou-se um símbolo do mar e da abertura aos viajantes. As suas paredes e teto denotam a alma internacional do local, decoradas com bandeiras coloridas (algumas com dedicatória) e insígnias de iates coloridos que nos fazem olhar em volta e, de certa forma, viajar pelo mundo sem sair da nossa cadeira.
É fácil saber que se chegou porque o letreiro de néon em forma de cachalote marca o início da rua e é um ponto de encontro de marinheiros e viajantes de todo o mundo, pelo que se vê sempre gente à porta, a maioria com uma bebida na mão. Por influência dos ingleses, o gin passou a ser a bebida da casa, por isso se, tal como o Randomtrip, gosta de gin tónico, não pode perder o Gin do Mar, destilado com maracujá (e por apenas 2,90€ cada). Para além do gin, há outros cocktails no menu e vários pratos mais ou menos leves, incluindo uma sopa de baleia, que na verdade é uma sopa de carne, inspirada no que os baleeiros comiam antes de zarpar.
A atividade baleeira foi felizmente proibida quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1986, mas só em 1987 é que o último cachalote foi caçado na ilha do Pico. O Peter Café Sport foi uma das primeiras empresas a oferecer passeios de observação de baleias. Quando for ao Peter, se lhe apetecer, saiba que no primeiro andar pode visitar o Museu Scrimshaw (por 2,50 euros, um pouco menos do que um gin tónico) que alberga a maior coleção privada de obras de arte Scrimshaw do mundo. O Scrimshaw consiste em gravuras e entalhes em ossos de baleia, cartilagem ou marfim, do século XIX, feitos por baleeiros.
Porto Pim e Monte da Guia: Praia, Genuíno, Fábrica da Baleia e Casa Dabney
Segundo a história, foi no Porto Pim que se estabeleceram os primeiros colonos, onde D. Filipe III mandou construir um porto para atracarem navios e barcos e, onde nós, no Randomtrip, escolhemos a nossa base onde ficar para explorar a ilha.
Praia de Porto Pim
A praia de Porto Pim é uma bela praia de areia (com chuveiros e casas de banho) muito procurada pelos habitantes locais para um mergulho nos dias de sol.
Para além disso, as imediações da praia de Porto Pim são uma excelente opção de alojamento devido à sua proximidade do centro da Horta com vários restaurantes e bares (a 10 minutos a pé do Peter’s e a 15 minutos da marina) mas numa das zonas mais calmas. No Randomtrip ficámos no Monte da Guia (a partir de 40€/noite), pelas vistas para a montanha com o mesmo nome, para a montanha do Pico e para o mar, mas há várias opções nas redondezas (abra o mapa do Booking para ver onde se situam os alojamentos e qual lhe interessa).
Restaurante Genuíno
Uma visita obrigatória em Porto Pim é o restaurante Genuíno, mais pelo seu proprietário do que pelo restaurante em si, que poderá conhecer quando lá for. Genuíno Madruga é um aventureiro do Faial que entre 2000 e 2002 fez a primeira circum-navegação à vela, sozinho, e repetiu a volta ao mundo no mesmo barco entre 2007 e 2009. A nossa curiosidade sobre um dos países que mais gostámos de explorar no Sudeste Asiático, Timor-Leste, levou Genuíno a contar-nos na primeira pessoa que na primeira circum-navegação a solo não conseguiu entrar em Timor-Leste devido ao processo de independência que o país atravessava, mas que na segunda conseguiu. Se tem curiosidade em conhecer a dura história de um dos países menos conhecidos e mais interessantes do Sudeste Asiático, resumimo-la neste artigo.
Segundo Genuíno, o facto de ter nascido no Faial e de ter crescido entre marinheiros, navegadores, exploradores e aventureiros de todo o mundo fez com que o seu sonho de dar a volta ao mundo sozinho a bordo de um veleiro (se tornasse realidade) começasse cedo.
No restaurante, aberto desde 2014, não só se dará ao luxo de conhecer esta lenda faialense, como também de explorar a sua biblioteca, onde se encontram vários livros de circum-navegação autografados, bem como uma segunda edição de O Velho e o Mar, que o levou a batizar o seu veleiro de Hemingway. Como curiosidade, quando o prato chegar à mesa, não estranhe se ouvir um “Boa Viagem” em vez do clássico “Bom Apetite”, afinal, está numa casa itinerante e, neste caso, prestes a navegar pelos sabores açorianos. Mais informações sobre o restaurante na nossa secção Restaurantes que Recomendamos no Faial.
Fábrica da Baleia de Porto Pim
É também no Porto Pim que encontramos a Fábrica da Baleia de Porto Pim, um museu no extremo sul da praia de Porto Pim que nos leva a recuar no tempo para compreender a indústria baleeira, uma atividade económica muito importante nos Açores, especialmente na ilha do Pico, durante cerca de 50 anos e cujos números são impressionantes: entre 1896 e 1949 foram caçadas cerca de 12.000 baleias.
Uma atividade muito dura em que os animais e alguns dos seres humanos envolvidos perderam a vida. O alvo: produtos derivados do cachalote e de outras baleias: óleos para iluminação e lubrificantes (principalmente para exportação) e vários tipos de farinha (feita a partir dos ossos). É uma visita em que vai engolir em seco muitas vezes, especialmente depois de ter cumprimentado os belos e majestosos cetáceos em estado selvagem na sua casa no Atlântico.
O museu contém a maior parte do equipamento utilizado pela fábrica durante as suas operações comerciais de 1941 a 1974 e é também a sede do Observatório do Mar dos Açores, uma ONG dedicada à educação ambiental e a atividades relacionadas com as ciências do mar.
Nesta excursão poderá conhecer a história da ilha e a tradição baleeira nos Açores, passando por alguns dos pontos de observação de baleias e terminando no Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim, passando pelos Capelinhos, um local obrigatório para conhecer a história da ilha e alguns dos miradouros mais impressionantes para contemplar as vistas. Reserve o seu passeio aqui.
E se quiser reservar uma das atividades estrela no Faial, a observação de baleias e golfinhos a partir da Horta, reserve o seu avistamento de baleias e golfinhos aqui.
Casa Dabney
Mesmo ao lado do museu da Fábrica da Baleia, no Porto Pim, encontra-se a Casa Dabney, onde se pode conhecer as três gerações da família Dabney e a sua importância na história e no desenvolvimento económico da ilha do Faial. John Bass Dabney (1767 -1826), nascido em Boston, mas radicado em Bordéus (França), onde tinha uma casa de comércio, decidiu transferir a sua família para os EUA devido às crescentes tensões políticas entre a Grã-Bretanha e a França e à confirmação do conflito entre as duas nações em 1803. Mas no regresso à sua terra natal, Boston, passou pelo Faial, onde permaneceu durante o inverno de 1804.
E o Faial, naturalmente, conquistou-o. Entre a neutralidade de Portugal na guerra, a localização geográfica da ilha estrategicamente posicionada no meio do Atlântico, as condições climatéricas e as perspectivas de novos negócios (como o vinho produzido na vizinha ilha do Pico, de que lhe falamos mais aqui), John Bass Dabney começou a olhar para a Horta com os olhos de uma nova casa. E assim foi. Em agosto de 1806, John B. Dabney regressou ao Faial com o título de primeiro Cônsul Geral dos Estados Unidos da América nos Açores. Durante o tempo em que a família Dabney viveu no Faial (1806 a 1894), tanto o filho de John, Charles, como o neto, Samuel, ocuparam o cargo (sim, o nepotismo não é uma coisa nova, vem de há muito tempo).
A Casa dos Dabney conta-nos como a história do Faial se entrelaça com a história dos Dabney: esta família marcou, ao longo do século XIX, a dinâmica das relações comerciais, económicas e sociais dos Açores e, em particular, da ilha do Faial, com os dois lados do Atlântico.
Da baía da Horta, o vinho da ilha do Pico, as laranjas, os limões, as tangerinas e os produtos derivados da caça à baleia levada a cabo pelos Dabney eram exportados, sobretudo para os Estados Unidos, Europa e Báltico, chegando também à Índia e a Macau. Deixaram também a sua marca arquitetónica como se pode ver em várias propriedades na cidade e nesta mesma casa junto à praia de Porto Pim, originalmente a casa de verão de Charles Dabney (filho de John).
RandomTip: Se estiver interessado em aprofundar a história da família Dabney, existe um percurso de 5km pela cidade da Horta e Monte da Guia passando pelas residências e locais preferidos desta família (para negócios ou lazer) que retrata a sua história no século XIX. O ponto de encontro é na Casa Dabney, entre as 14:00h e as 17:00h e o preço é de 3€ mas, como não o fizemos, é melhor confirmar com antecedência. Pode pedir mais informações por telefone(+351 292 240 685) ou por email(info.sraac.cd@azores.gov.pt).
Monte da Guia
Um dos pontos altos do Faial, o geossítio do Monte da Guia, inclui o vulcão do Monte da Guia, a praia de Porto Pim e o cone vulcânico do Monte Queimado, para além de todas as dunas, encostas, falésias, baías, enseadas e grutas marítimas em redor e dentro desta área. Este geossítio açoriano é também das áreas protegidas do Parque Natural do Faial, que protegem as espécies vegetais e animais nativas dos Açores.
O melhor é contemplar as vistas panorâmicas sobre a Horta, a baía de Porto Pim protegida entre dois cones vulcânicos, a costa sul do Faial e a ilha do Pico do alto do Monte da Guia e do Monte Queimado. A melhor forma de obter esta vista (embora também se possa ir de carro) é fazendo o trilho de Entre Montes (PRC08FAI), um percurso circular fácil de 3,4 km (aprox. 1:30h) entre o Monte da Guia e o Monte Queimado, ambos de grande importância histórica no Faial. A sua localização estratégica foi fundamental para o desenvolvimento das telecomunicações entre a Europa e os Estados Unidos, onde em 1893 foi instalado o primeiro cabo telegráfico submarino, que funcionou até 1969, sendo fundamental em períodos como o das Grandes Guerras Mundiais. Mais informações sobre este percurso na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
No cimo do Monte da Guía, a Capela de Nossa Senhora da Guía oferece também uma vista panorâmica incrível. Foi construída em 1943 para substituir uma capela construída no final do século XVII em honra da padroeira dos pescadores e marinheiros.
Centro histórico da Horta
No centro histórico da cidade da Horta, a não perder:
- Mercado Municipal da Horta: para além da sua função de mercado com as suas bancas de fruta e legumes, deve visita-lo por três razões. O primeiro chama-se Ah! Boca Santa e tem os melhores hambúrgueres artesanais com ingredientes locais e biológicos e cerveja, também artesanal e local, como guarnição. O segundo chama-se Cantina da Praça onde pode cozinhar a sua comida numa pedra de lava a ferver. E a terceira chama-se Loja do Triângulo, onde pode obter todas as especialidades das ilhas do triângulo açoriano (Faial, Pico e São Jorge), desde vinho picaroto, queijos de São Jorge, aguardente e até algas comestíveis.
- Igreja Matriz: a Igreja do Santíssimo Salvador é uma das maiores igrejas dos Açores e no seu interior é possível ver a talha dourada e os azulejos.
- Paços do Concelho: o antigo Colégio dos Jesuítas foi abandonado em 1760, aquando da expulsão dos Jesuítas de Portugal, e os edifícios do Colégio foram convertidos em Paços do Concelho e no Museu da Horta, onde se destaca a sua coleção de arte em madeira de figueira, um ofício tradicional que tínhamos aprendido no Centro de Artesanato do Capelo.
- Torre do Relógio: foi usada como torre de vigia no século XIX onde pode subir para se ter uma vista panorâmica da Horta.
- Jardim Florencio Terra: um belo parque com um gazebo, um quiosque e um dragoeiro. Um lugar perfeito para descansar as pernas durante o percurso pelo centro histórico da Horta.
Não se situa no centro histórico mas é interessante visitar o Jardim Botânico do Faial e o seu Orquidário. É o mais antigo centro ambiental dos Açores, com cerca de 1,5 hectares de superfície que recria os sete tipos de habitats característicos da ilha, desde dunas e areias, a zonas de vegetação de altitude, com predominância de gramíneas. O Orquidário alberga 5.000 orquídeas, com 320 espécies ou híbridos e 51 géneros, incluindo espécies endémicas dos Açores. Com o objetivo de reintroduzir espécies em vias de extinção e ajudar na conservação da flora original, foram também criados no jardim um banco de sementes e um viveiro de plantas raras, de onde são enviados exemplares para todas as ilhas. Por exemplo, foi reintroduzida a pequena flor azul Myosotis azorica, da qual apenas se conheciam 50 exemplares na pequena ilha do Corvo.
Jardim Botânico do Faial. Fotos de Siaram.
Miradouro Monte Carneiro
Se quiser ter uma das melhores vistas da ilha, tem de subir ao miradouro do Monte Carneiro. Do alto dos seus 267 metros tem uma panorâmica de 360º onde pode ver toda a baía da Horta, ladeada pelo promontório da Espalamaca (à esquerda) e pelo Monte Queimado e Monte da Guia (à direita), incluindo a sua marina e a zona de Porto Pim, o vale dos Flamengos e, claro, a ilha do Pico com a sua imponente montanha com o mesmo nome.
O Monte Carneiro é um antigo cone vulcânico e possui painéis interpretativos que explicam os principais pontos de interesse. Vale também a pena sentar-se e contemplar o postal vivo que constitui esta cidade do mar onde o movimento de todo o tipo de embarcações é constante (desde barcos de carga e pesca, ferries de passageiros, iates e veleiros, transportes marítimos, operadores turísticos ou regatas internacionais).
Observação de cetáceos no Faial a partir da Horta (de forma responsável)
Nos Açores vivem diferentes tipos de cetáceos – alguns residentes, outros nas suas rotas migratórias, dependendo da estação do ano – e observá-los no seu habitat é uma das atividades estrela do arquipélago, sendo o Faial um dos melhores locais para o fazer. Na viagem de observação de cetáceos a partir da Horta, é possível avistar até vinte espécies de cetáceos, desde cachalotes, golfinhos comuns, golfinhos pintados e golfinhos cinzentos, e pode ir de barco cumprimentá-los, à distância e com respeito, claro.
Entre estas espécies, a que mais vai querer ver a partir do barco é o belo cachalote, símbolo dos Açores e cuja fotogénica cauda a mergulhar no mar é uma imagem que todos nós que embarcamos numa aventura de observação de cetáceos ambicionamos. No Randomtrip fazemo-lo sempre que visitamos os Açores e já tivemos a oportunidade de observar uma baleia azul (o maior mamífero do mundo), três baleias sardinheiras (a terceira maior baleia do mundo) e vários golfinhos. O mais importante é certificar-se de que vai com uma empresa que respeita as regras de sustentabilidade e proteção animal (distância segura do barco aos cetáceos, etc.).
O passeio de observação de cetáceos a partir da Horta demora cerca de 3 horas, durante as quais o barco em que se encontra está em comunicação com os vários postos de vigia em terra que comunicam se virem algo “grande”. Todos esperam ver um cachalote ou uma baleia durante o passeio, mas é importante que ajustem as vossas expetativas quando fizerem este passeio, pois estão a fazer algo bonito e responsável que é tentar observar um animal no seu habitat e, por essa razão, é uma lotaria se o animal aparece ou não para vos “cumprimentar”.
Lembre-se que a observação de baleias na natureza de forma respeitosa deve incluir regras como a aproximação aos animais com velocidade reduzida e constante, máximo de 3 embarcações, nunca a menos de 50 metros e nunca mais de 15 minutos com o mesmo animal, compromisso ético com os animais e o ambiente.
Abril e maio são normalmente os melhores meses para a observação de baleias, embora estas águas atlânticas sejam, na verdade, atrativas para as baleias durante todo o ano, pelo que poderá ter sorte em qualquer mês que visite o arquipélago.
Miradouro de Nossa Senhora da Conceição
O miradouro de Nossa Senhora da Conceição é um dos melhores lugares para ter uma vista aérea da Horta. Está situado na Ponta de Espalamaca, no cimo de uma encosta, a caminho da praia de Almoxarife, de que vos falaremos mais adiante.
Para além da vista sobre a Horta, daqui também se avista a Caldeira do Faial, o ponto mais alto do centro da ilha e, em dias claros, as ilhas do Pico, São Jorge e Graciosa.
Neste miradouro, encontra-se uma enorme estátua da Virgem Maria e uma cruz de 30 metros de altura.
Praia de Almoxarife
Almoxarife é o nome português do funcionário real responsável pela cobrança de impostos durante a Idade Média. E, ao que parece, foi precisamente um almoxarife que se tornou famoso nesta praia de areia preta e mar calmo, entre a Lomba de Espalamaca e a dos Frades, com vista para a montanha do Pico. Do outro lado da estrada há um bonito jardim público com um quiosque.
Se a fome apertar, o Praya é um restaurante na praia de Almoxarife com vista para o mar (e para o Pico, claro) e pratos deliciosos como peixinhos da horta, mini hambúrgueres de choco ou um típico Bacalhau à Brás.
Farol da Ribeirinha e Igreja da Ribeirinha
Continuamos o nosso percurso em direção a um ponto muito marcado na ilha que nos recorda que estamos numa zona com atividade sísmica.
O farol da Ponta Ribeirinha, em funcionamento desde novembro de 1919, foi severamente danificado por um sismo ocorrido em julho de 1998, com origem a 5 km da costa leste do Faial. O sismo teve uma intensidade de 5,8 na escala de Richter e abalou as ilhas do Faial, Pico e São Jorge durante cerca de 20 segundos. A freguesia da Ribeirinha foi a que sofreu mais danos e muitos edifícios, incluindo o farol, continuam abandonados.
À esquerda, foto do farol da Ribeirinha antes do terramoto de 1998 (Foto da Wikipedia). À direita, o farol da Ribeirinha atualmente (Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados).
O que resta do farol pode ser visitado, uma vez que um pequeno farol automatizado substituiu a sua função em 1999. Era um farol típico da época, com cantos de pedra calcária, paredes de tijolo com um exterior de azulejos brancos e uma torre encimada por uma cúpula de cobre. A torre de quatro faces e 20 metros de altura albergava alojamento para quatro faroleiros e suas famílias.
Junto ao farol, há um azulejo com uma homenagem a todos os faroleiros que por lá passaram (não há uma única faroleira entre todos os nomes).
Fomos também à Igreja da Ribeirinha, uma igreja que também sofreu com o terramoto de 98.
Se lhe apetecer fazer caminhadas, os Caminhos Velhos (PR7 FAI) começam aqui na Ribeirinha e terminam na Caldeira do Faial, mas tenha cuidado, é um trilho linear de 17,5 km, difícil, que lhe levará cerca de 7 horas. Mais informações sobre o trilho aqui.
Salão: uma almoçarada, um moinho e umas piscinas naturais
Para dizer a verdade, a principal razão para vir ao Salão tem um nome: Pasquinha. Este restaurante, recomendado tanto pela Lenita do nosso alojamento Monte da Guia como pelo João do Ah! Boca Santa, gostámos tanto que voltámos! Recomendamos o bife de atum com molho de alho e as gambas, mas realmente, todos os pratos são deliciosos e caseiros.
De barriga cheia, encontrará um moinho de vento de madeira vermelha que terá funcionado entre 1929 e 1969 para moer cereais para os agricultores locais. Na sua viagem à volta da ilha, verá vários moinhos de vento em vários estados de conservação que desempenharam um papel essencial na importante indústria de cereais do Faial nos finais do século XIX e no século XX.
Se continuar a descer até ao cais, Porto do Salão, ficará agradavelmente surpreendido com as piscinas naturais onde pode dar um mergulho.
Dito isto, é precisamente aqui no Salão que se encontra um dos nossos restaurantes preferidos na ilha, o Pasquinha, com os seus pratos deliciosos e, para sobremesa, belas vistas. A não perder.
Miradouro da Ribeira das Cabras
Este miradouro oferece uma panorâmica deslumbrante da Península do Capelo, a zona mais jovem do Faial (10.000 anos), que alberga cerca de 20 cones vulcânicos de diferentes dimensões. Num dia de céu limpo, é possível avistar o Vulcão dos Capelinhos, o Cabeço do Canto, o Cabeço Verde e o Cabeço do Fogo (local da primeira erupção histórica do Faial, em 1672) e ainda as novas fajãs, a terra mais jovem de Portugal, nascida após a erupção dos Capelinhos.
Passámos por este miradouro em dois momentos diferentes do dia, com algumas horas de diferença, uma vez com céu nublado e outra com sol. Podemos dizer que neste miradouro sentimos perfeitamente o que significa ter as “quatro estações num só dia” em relação à mudança climática dos Açores.
Praia da Fajã e Trilho da Rocha da Fajã
O trilho para a Praia da Fajã, Trilho da Rocha da Fajã (PRC02 FAI) foi um dos nossos favoritos na ilha por várias razões: a bela paisagem que atravessámos durante o percurso circular de 5 km (demorou 1:45h) de uma costa rochosa e negra com a textura estaladiça das rochas criada quando a lava arrefece rapidamente em contacto com a água; a recompensa de chegar a uma incrível praia de areia negra, a Praia da Fajã, onde teríamos dado um mergulho se as caravelas portuguesas nos tivessem deixado; e, finalmente, acabar a comer (muito, merecemos!) no delicioso, caseiro e altamente recomendado restaurante Rumar, que é onde o trilho começa e termina.
No verão, a Praia da Fajã e o seu parque infantil próximo são muito populares entre os habitantes locais.
Piscinas Naturais do Varadouro
Estas piscinas naturais , que nos foram recomendadas por vários habitantes locais, podem parecer um pouco mais construídas mas, na verdade, no meio de lava solidificada, integram-se perfeitamente na paisagem em que se encontram. Além disso, a temperatura da água tem a fama de ser alguns graus mais elevada do que noutras partes da ilha…
O seu nome Varadouro vem de “Sítio de Ouro para Varar”, que significa tirar o barco do mar, mas na verdade alguns percalços da sua história refletem tempos menos dourados. Até ao grande sismo de 1998, que causou grandes estragos no Faial (sobretudo, como já lhe mostrámos, na zona da Ribeirinha), esta zona do Varadouro era conhecida pelas suas termas e até tinha um areal para se secar, mas o sismo mudou o curso da nascente e a praia ficou coberta de pedras. O que resta, felizmente, são as belas piscinas naturais, protegidas pelas rochas, com uma zona para crianças e até um longo banco quase dentro de água. Durante o verão (15 de junho a 15 de setembro), existe um serviço de nadador-salvador, uma zona de esplanada e balneários. Além disso, os banhos termais a 34º podem já não existir, mas a temperatura da água do mar ronda os 22º no verão, nada mau, não é?
Morro de Castelo Branco
O enorme e imponente monólito rochoso à beira-mar, o Morro de Castelo Branco, formou-se há cerca de 10.000 anos (está associado ao vulcão central da Caldeira do Faial) e forma uma península, estando ligado à ilha do Faial por uma faixa de terra. É uma verdadeira cúpula vulcânica cujo ponto mais alto tem 149 metros e foi criada a partir de lava tão espessa que não chegou a escorrer antes de arrefecer.
Pode estacionar aqui e caminhar ao longo do trilho até ao anfiteatro e depois até à base da cúpula. Atenção: não é permitido escalar.
Este monte é também especial por ser um importante local de nidificação de aves autótones dos Açores (protegidas como Reserva Natural do Faial e Geossítio dos Açores), como os cagarros. Por isso, este é o local para a original experiência de observação noturna de aves, organizada pela empresa Naturalista, para ouvir, na escuridão da noite, o inconfundível canto dos cagarros que parecem cantar o “awa awa” do famoso refrão da canção Video Killed The Radio Star. Se gosta de ornitologia, não se esqueça dos seus binóculos antes de vir aqui.
Se quiser explorar o morro a pé, o trilho do Morro de Castelo Branco (PRC5 FAI) é um trilho circular fácil (3,7 km, duração aproximada de 1,5 h) que percorre parte da área protegida do Varadouro, no Parque Natural do Faial, tendo como ponto intermédio o Morro de Castelo Branco. Damos-lhe mais detalhes na secção Os Melhores Trilhos para Caminhadas no Faial.
É precisamente aqui que se encontra a casa do queijo faialense que nos viciou de tal forma que o pedíamos sempre como entrada em todos os almoços/jantares: a Queijaria o Morro. A queijaria tem o nome de Morro de Castelo Branco e para além do excelente queijo amanteigado, famoso internacionalmente desde que a revista Wine Spectator o colocou na categoria Elite em 2017 (e mais tarde nesse ano pela revista Monocle), há também deliciosos queijos curados, um queijo picante, um com colorau e até um com alho e salsa para comprar ou saborear na hora. Cada queijo custa cerca de 5 euros e vale cada cêntimo. Se quiser ver como são feitos os queijos, pode visitar a fábrica, mesmo atrás da loja, mediante marcação prévia.
Piscinas naturais de Castelo Branco
A 3 km (menos de 10 minutos de carro) do parque de estacionamento da Ponta do Morro encontram-se as piscinas naturais de Castelo Branco, não tão bonitas como as do Varadouro, onde as piscinas de cor azul sobressaem mais da lava negra, com acessos em betão e duas piscinas artificiais (para crianças e adultos) mas perfeitas para se refrescar num dia de calor. Tem também uma plataforma artificial de betão que é utilizada como solário e zona de piqueniques.
Piscinas Naturais da Lajinha e da Poça da Rainha
Na costa sul da ilha (Feteira), a oeste do Monte da Guia, encontram-se as piscinas naturais da Laginha e da Poça da Rainha. As piscinas de águas límpidas, rodeadas de rocha basáltica, convidam a passar ali o dia inteiro. As piscinas dispõem ainda de um solário, balneários e duches.
As rochas foram formadas quando a lava de fluxo rápido atingiu a água do Atlântico e arrefeceu muito rapidamente. A falésia tem belas grutas e arcos e todo este troço de costa é também um geossítio do Geoparque Açores.
Toda esta costa é visível a partir do belo miradouro da Ponta Furada, de que falaremos já de seguida.
Miradouro da Ponta Furada
Este miradouro oferece uma ampla panorâmica de parte da costa da ilha, que se estende desde o Monte da Guia até à periferia da freguesia de Castelo Branco. Ao longo da costa é possível observar formações rochosas muito singulares, obras de arte da natureza, formadas pela força do mar, criando grutas e arcos rochosos como o arco que lhe dá o nome.
Este fotogénico arco vulcânico não podia ter um nome mais descritivo: Ponta Furada.
É precisamente aqui, na costa sul da ilha, que se encontra um dos alojamentos mais bonitos e curiosos do Faial: Azul Singular (a partir de 70€/noite, mínimo 2 noites) do arquiteto Albino Pinho, com 8 yurts e cabanas de madeira ao estilo glamping entre palmeiras com casa de banho própria, aquecimento e todo o luxo dos detalhes.
Os melhores trilhos para caminhadas no Faial
Foi no Faial que prometemos ao nosso amigo Tiago fazer pelo menos um trilho em cada uma das 9 ilhas açorianas na nossa viagem de 2 meses pelo arquipélago e acabámos por fazer vários.
- Caldeira do Faial: Pode percorrer o perímetro da caldeira a partir de cima (gratuito e fácil) ou descer ao interior da caldeira (com guia e difícil):
- Para percorrer a Caldeira do Faial, pode fazê-lo sozinho. É um percurso circular fácil, com 8 km de extensão e 2:30h de duração, com paragens para fotografias e contemplação. Começa no parque de estacionamento, atravessa-se o pequeno túnel para apreciar as primeiras vistas da Caldeira e o percurso começa subindo as escadas até uma pequena capela. Ao longo do caminho, poderá ver plantas endémicas e vistas incríveis da cratera. Cuidado, a meio do percurso o caminho bifurca-se: à direita está o Trilho dos Dez Vulcões, com 19,3 km, por isso mantenha-se à esquerda e siga pela borda da cratera.
- Para descer à Caldeira, é necessário ir com um guia e autorização, fazendo uma reserva com antecedência. Recomendaram-nos a Endemic Azores (65€/pessoa). É uma caminhada difícil, pois descer os 400 metros até à caldeira (e voltar a subir) exige uma boa preparação física. O trilho é estreito e íngreme e é preciso descer a encosta em ziguezague. Em algumas zonas, é preciso o apoio das mãos para continuar. Há também o perigo de escorregar: como é considerado um habitat húmido, é comum encontrar lama e, portanto, poder escorregar e há mesmo uma zona inundada no fundo da Caldeira.
- Cabeço do Canto (PRC01FAI): trilho circular com cerca de 5 km ida e volta (2,6 km ida e volta), de dificuldade média, que demora cerca de 2 horas a percorrer para chegar a pé ao Vulcão dos Capelinhos. O percurso passa por zonas de grande interesse vulcânico, como a cordilheira vulcânica da Península do Capelo, um geossítio com cerca de 20 cones vulcânicos, desde o Cabeço dos Trinta até aos Capelinhos. Começa-se no topo do Cabeço Verde (onde se pode estacionar), segue-se para a Furna Ruim, um poço de lava com 55 metros de profundidade, e continua-se até ao Algar do Caldeirão, que se contorna pela direita. Continua-se pela floresta de loureiros até ao Cabeço do Canto. Este miradouro com vista para o vulcão dos Capelinhos é o ponto intermédio do percurso. Por fim, dê a volta para regressar ao ponto de partida ou, se lhe apetecer, continue por um troço do Trilho dos 10 Vulcões para terminar no parque de estacionamento do Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, a cerca de 1,5 km. Mais informações neste link e neste pdf oficial
- Rocha da Fajã (PRC02 FAI): percurso circular de 5 km (1:45h) com belas paisagens e a recompensa de tomar banho numa bela praia de areia preta (Praia da Fajã), se as caravelas portuguesas o permitirem, e terminar com um almoço no restaurante Rumar, onde começa e acaba o percurso.
- Trilho das Levadas (PR03 FAI): Trilho linear de 7,6 km, fácil, com uma duração aproximada de 2:30 horas, que o leva por uma das zonas de maior biodiversidade em termos de flora e fauna, típica da antiga floresta Laurissilva. Se fizer um desvio, pode ainda passar pelo Caldeirão do Cabeço dos Trinta, ao qual se chega atravessando um longo túnel de lava (use a lanterna do telemóvel) cheio de vegetação. Dado que se trata de um percurso linear, o ideal será contratar um serviço de táxi para evitar a viagem de regresso (que é a mesma) e deixá-lo no ponto onde estacionou o carro.
- Trilho dos Dez Vulcões (PR06 FAI). Este trilho atravessa a Reserva Natural da Caldeira e termina no Vulcão dos Capelinhos. É um trilho duro e linear, com 19,3 km de extensão, que demora cerca de 7 horas a percorrer num só sentido, recomendado para Randomtrippers com boa preparação física. A recompensa: poderá contemplar os principais vulcões da ilha. Mais informações neste pdf.
- Se não quiser fazer todo o Trilho dos Dez Vulcões, mas quiser fazer os últimos 7 km, deve saber que esta última parte é uma das mais diversificadas, mas também uma das mais exigentes fisicamente.
- Entre Montes (PRC08 FAI): percurso circular fácil de 3,4 km, com duração aproximada de 1h30, que liga todos os sítios do geossítio do Monte da Guia. O percurso passa entre o Monte da Guia e o Monte Queimado, ambos com grande importância histórica no Faial, uma vez que a sua localização estratégica foi fundamental para o desenvolvimento das telecomunicações entre a Europa e os Estados Unidos, onde em 1893 foi instalado o primeiro cabo telegráfico submarino, que funcionou até 1969, sendo fundamental em períodos como as Grandes Guerras Mundiais. É muito comum encontrar locais a treinar neste percurso. Estacione o carro na praia de Porto Pim e inicie o percurso pavimentado nas traseiras da Fábrica da Baleia de Porto Pim em direção a oeste até ao topo do Monte da Guia e à Capela de Nossa Senhora da Guia. Seguir as marcações do trilho para descer em direção ao lado sul da baía, passando pelo Aquário de Porto Pim, pela Casa Dabney e pela Fábrica da Baleia de Porto Pim. Continuação pela praia, pela Rua da Rosa e, finalmente, subida ao topo do Monte Queimado e regresso ao carro no parque de estacionamento da Praia de Porto Pim.
- Morro de Castelo Branco (PRC5 FAI): percurso circular fácil de 3,7 km (aprox. 1:30h) que percorre parte da área protegida do Varadouro, no Parque Natural do Faial, tendo como ponto intermédio o Morro de Castelo Branco. Começa na estrada principal, na aldeia da Lombega, junto à paragem de autocarros e segue por um caminho de terra batida ao longo de uma ribeira até à costa. Vira-se para sul e caminha-se em direção ao Morro de Castelo Branco, facilmente visível ao longe. Vire à direita, seguindo sempre a sinalética e caminhe até ao monólito. Depois de explorar a zona de Castelo Branco, regressa, vira à esquerda para uma estrada secundária, que retorna à estrada principal e seguir nessa direção para norte e voltar ao ponto de partida. Já agora, a cerca de 7 km do início do percurso encontra-se o Centro de Artesanato do Capelo, que pode ser visitado antes ou depois do percurso.
- Trilho dos Caminhos Velhos (PR07 FAI): Percurso linear de 17,5 km, de piso duro, com duração aproximada de 7 horas. Este trilho tem início na Ribeirinha e termina na Caldeira do Faial. Mais informações sobre o trilho aqui.
- Trilho Costa a Costa do Faial (GR01 FAI). Este trilho é uma combinação dos dois anteriores (Caminhos Velhos e Dez Vulcões) e tem uma extensão de 19,3 km desde a costa leste do Faial até à costa oeste. São cerca de 36 km ida e volta e demora cerca de 12 horas a concluir.
Onde mergulhar no Faial
Entre a ilha do Faial e a ilha do Pico, existe um incrível mundo subaquático repleto de vida e, dada a proximidade das duas ilhas, é possível mergulhar no canal Pico-Faial, um estreito braço de mar de 8,3 km (ou 4,5 milhas náuticas) que separa as duas ilhas. Se não pratica mergulho, a sua viagem ao Faial pode ser uma boa oportunidade para aprender a fazê-lo, podendo experimentar primeiro um batismo de mergulho. Se preferir ver a vida marinha sem uma garrafa, tem sempre a opção de fazer snorkelling para ver os incríveis fundos marinhos.
Um dos mergulhos mais procurados é o mergulho com tubarões azuis (blue shark) ao largo da costa atlântica, que recomendamos que faça entre julho e setembro. Pode reservar o seu mergulho (equipamento incluído) e verificar os pormenores aqui. Para além disso, no Faial também pode dizer olá às raias manta (no Randomtrip mergulhámos durante quase uma hora com mais de 20 raias manta na vizinha ilha açoriana de Santa Maria), garoupas, anchovas, peixes-rainha, barracudas, amêijoas, polvos e moreias, nudibrânquios coloridos, lagostas, entre outras espécies. Se também quiser conhecer o fundo do mar faialense através de snorkelling, porque não é um mergulhador certificado, reserve aqui a sua excursão de snorkelling com tubarões azuis.
Aqui destacamos os principais locais de mergulho:
- Banco Princesa Alice: um monte submarino com uma extensa área de baixa profundidade, a cerca de 50 milhas náuticas (90 km) a sudoeste da ilha do Faial e do Pico e um mergulho ideal para tentar ver jamantas, de julho a setembro. O cardume atinge uma profundidade mínima de 35m na sua parte ocidental e cobre mais de 100 km². As águas cristalinas permitem observar o fundo a partir da superfície.
- Banco Condor: um dos locais mais rasos para mergulhar com tubarões azuis, no Banco Condor o mergulho é efetuado a pouca profundidade (até cerca de 10 m), e para aqueles que não são mergulhadores certificados, é também possível observá-los com snorkelling à superfície.
- Monte da Guia: Nas Furnas do Monte da Guia existem duas grandes grutas separadas por 50 metros, ambas a 20 metros de profundidade, sendo possível visitar as duas grutas num só mergulho e o pequeno naufrágio entre elas. Este mergulho é apenas para mergulhadores experientes (Advanced Open Water) e mergulhadores de grutas certificados.
- Fumarolas da Espalamaca: um ambiente único, onde é possível observar a atividade vulcânica ativa neste local com nascentes de água quente e cortinas de pequenas bolhas a emergir do fundo do mar. Adequado para mergulhadores com ou sem experiência e mesmo para primeiros mergulhos.
Mais locais de mergulho com descrição e dificuldade, neste link.
A melhor altura para mergulhar é de maio a outubro (para os mergulhos com raias azuis e mantas, o melhor é entre julho e setembro), embora a visibilidade seja excelente durante todo o ano, entre os 20 e os 30 metros. E lembre-se, sempre, devido à Síndrome de Descompressão, após o seu último mergulho, deve esperar pelo menos 24 horas antes de entrar num avião ou em áreas de grande altitude.
Se quiser fazer uma das atividades estrela no Faial, sem se molhar e a partir do barco, reserve a sua observação de baleias e golfinhos na natureza, reserve o seu passeio aqui.
Onde ficar no Faial: melhores zonas
A Horta é o ponto de partida ideal na ilha do Faial, com muitas opções de alojamento para todas as carteiras e vários restaurantes. Para além disso, qualquer destino na ilha fica a menos de 40 minutos de carro da Horta. No Randomtrip gostámos particularmente de ficar perto da praia de Porto Pim, a uma curta distância a pé do centro da vila, com vista para o mar e para a montanha do Pico. Ficámos alojados no Monte da Guia (a partir de 40€/noite), num quarto com vista para o mar e para o Pico e, se é verdade que nem todos os quartos têm essa vista, a zona comum (onde trabalhámos alguns dias) e onde se encontra a cozinha têm.
Mais alojamentos que recomendamos na Horta:
- Casa da Baía (a partir de 44€/noite): com uma localização mais central, pois este alojamento fica mesmo atrás do Peter’s, junto à marina e com vista para a montanha do Pico. Tem 8 quartos duplos, todos com casa de banho privativa, alguns com vista para o mar, e uma sala e cozinha partilhadas com os outros hóspedes. Pequeno-almoço opcional. A 15 minutos a pé do ferry, se também for de barco para o Pico ou São Jorge.
- Azoris Faial Garden (a partir de 45 €/noite): quartos duplos, alguns com vista para o mar, num hotel com piscina. Está situado numa das encostas da Horta, com vista para a baía e para as ilhas do Pico e de São Jorge. Mantém a arquitetura da época, finais do século XIX (fica na vizinhança dos antigos funcionários da Western Union Telegraph Company que instalaram o famoso cabo submarino que revolucionou as comunicações entre a Europa e a América). É um dos marcos da ilha e, pode dizer-se, do arquipélago. Uma das opções com melhor relação qualidade/preço
- Internacional Azores Boutique (a partir de 64 euros/noite, dependendo da época): quartos confortáveis num hotel mais elegante, com boa relação qualidade/preço na época baixa. Na época alta, os preços sobem um pouco.
- Hotel do Canal ( a partir de €68/noite): a poucos metros do Peter’s, este hotel inspirou-se na história e tradição marítima da ilha para a sua decoração, visível nas fotografias e ilustrações de veleiros, barcos de pesca e hidroaviões. Tem vistas privilegiadas sobre o mar e o ponto mais alto de Portugal, a montanha do Pico.
- Porto Pim Bay (a partir de 103€/noite): 5 modernos apartamentos de madeira com vista para a baía de Porto Pim, desenhados pelo arquiteto Albino Pinho (portuense mas a viver na ilha do Faial há mais de 20 anos) e com acesso gratuito a caiaques e bicicletas.
- Pousada Forte da Horta (a partir de 155€/noite): se quiser dormir num monumento nacional, o Forte da Horta é uma requintada Pousada. O forte foi construído entre os séculos XV e XVII e foi a principal fortificação da ilha. Tornou-se monumento nacional em 1947.
- Ladomar Matriz (a partir de 615 euros/noite para 7 pessoas): se vier ao Faial em grupo, este apartamento de 3 quartos pode acomodar até 7 pessoas e pode desfrutar deste incrível terraço com vista para a montanha do Pico.
Alojamentos fora da Horta que recomendamos para uma experiência diferente:
- Azul Singular, Feteira (a partir de 70 euros/noite, mínimo 2 noites): um dos alojamentos mais curiosos e bonitos do Faial, também do arquiteto Albino Pinho (como a Baía de Porto Pim), possui 8 yurts e cabines de madeira como glamping entre palmeiras com banheiro próprio, aquecimento e deliciosos cafés da manhã feitos com produtos locais.
- Casas do Capelo (a partir de 70 euros/noite): sete casas tradicionais restauradas com todos os confortos e vistas para o mar.
- Quinta das Buganvílias, Castelo Branco (a partir de 69 €/noite): turismo rural com exploração agrícola e casas cheias de luz
- Quinta da Meia Eira, Castelo Branco (a partir de €101/noite): para além da fantástica piscina com vista para o mar e de dormir num quarto ou apartamento muito confortável (têm ambos), vai comer divinamente, pois tudo o que é servido na quinta, desde o pequeno-almoço ao jantar, é cultivado organicamente na quinta. Já imaginou começar o dia com um pequeno-almoço buffet com produtos do campo?
Restaurantes que recomendamos no Faial
Antes de recomendar restaurantes específicos, gostariamos de mencionar que o Faial é a ilha onde comemos melhor durante a nossa viagem de 2 meses pelos Açores, graças à grande variedade de restaurantes e à deliciosa comida local (juntamente com São Miguel e Terceira, embora proporcionalmente o Faial seja uma ilha muito mais pequena).
Em primeiro lugar, uma menção especial para o Ah! Boca Santa (dentro do mercado municipal da Horta) porque, sem desprimor para os outros ótimos restaurantes da ilha de que vos falaremos mais tarde, aqui provámos aqueles que são, sem dúvida e indiscutivelmente, os melhores hambúrgueres que já comemos (e há vegetarianos!) com bolo lêvedo caseiro (com uma receita adaptada para hambúrgueres) e ingredientes locais e sazonais. Em segundo lugar, um aviso para os amantes de queijo, vai ser muito difícil não começar todos os almoços (ou jantares) com um queijo amanteigado d’O Morro pois é um queijo incrivelmente viciante e, claro, disponível para comprar na queijaria e trazer como recordação (se aguentar sem o abrir até chegar a casa…). Em terceiro lugar, se visitar a ilha no Carnaval (entre fevereiro e março) experimente as fofas, um doce típico desta altura do ano que, segundo a nossa amiga Joana Lima, é uma espécie de cruzamento entre uma bola de berlim e um éclair de limão que vai fazer as delícias do pessoal mais guloso.
Para além destas considerações gastronómicas, não perca estes restaurantes na Horta:
- Peter Café Sport: um local mítico do Faial com mais de cem anos e do qual se diz mesmo que “quem não foi ao Peter não esteve na Horta”. É fácil saber que se chegou porque o letreiro de néon em forma de cachalote marca o início da rua e é um ponto de encontro de marinheiros e viajantes de todo o mundo, pelo que se vê sempre gente lá fora com uma bebida na mão. Se, como o Randomtrip, gosta de gin tónico, não pode perder o Gin do Mar, destilado com maracujá (2,90€ cada), mas se também quiser petiscar, tem, por exemplo, a açorianinha, uma francesinha dos Açores (não se entusiasme, não está no Porto), ou uma sopa de baleia (calma, nem tudo é o que parece) que na verdade é uma sopa de carne inspirada no que os baleeiros comiam antes de irem para o mar (no Randomtrip não provamos nada do Peter’s por isso não vos podemos dizer em primeira mão, “só” provamos alguns Gins do mar….) e ficámos deliciados com o ambiente maravilhoso.
Quando for ao Peter’s, se lhe apetecer, pode visitar o Museu Scrimshaw no primeiro andar (por 2,50 euros, um pouco menos que um gin tónico), que alberga uma coleção privada de gravuras e esculturas em ossos de baleia, cartilagem e marfim feitas à mão pelos baleeiros no século XIX. Se preferir vê-las livres, vivas e no seu habitat, reserve a sua excursão de observação de cetáceos e poderá ter a sorte de avistar um cachalote, com partida da Horta.
- Atlético, um dos nossos favoritos na Horta, um restaurante com forno a lenha para carnes e peixes. Provámos um pargo com sabor a lenha e o pão de alho e tomate como entrada (incluído no preço). Muito, muito recomendado.
- Genuíno, ou melhor, o restaurante de Genuíno Madruga, um aventureiro português que entre 2000 e 2002 fez a primeira circum-navegação à vela, sozinho, e repetiu a volta ao mundo no mesmo barco entre 2007 e 2009. Cada mesa do restaurante conta uma história, pois sob o vidro do tampo da mesa estão vários objectos das suas viagens. Provámos as almôndegas de peixe e de atum, mas o melhor foi conhecer o simpático aventureiro Genuíno. A noite de fado é às sextas-feiras. Como curiosidade, quando o prato chegar à mesa, não se admire se ouvir um “Boa Viagem” em vez do clássico “Bom Apetite”, afinal, está numa casa de viagens e, neste caso, prestes a navegar pelos sabores açorianos.
- Café do Porto Pim: para uma cerveja ao fim do dia, em frente à baía de Porto Pim, na companhia da população local.
- Gastrobar Príncipe: cozinha de fusão e propostas criativas e elaboradas com produtos locais e sazonais. Se está à procura de algo para uma noite especial, não hesite.
- Canto da Doca: carne e marisco cozinhados numa pedra vulcânica. Mudam a pedra entre a carne e o peixe. Gostámos e é saboroso, mas não é um dos melhores locais da ilha se tiver apenas alguns dias (nós daríamos prioridade ao Atlético, Pasquinha, Rumar e Ah! Boca Santa).
- Casa de Chá: uma das poucas opções vegan no Faial (e nos Açores em geral), juntamente com o delicioso Esconderijo (fora da Horta, nos Cedros).
- Mercado Municipal da Horta, para além das bancas de frutas e legumes, a não perder:
- Ah! Boca Santa: já mencionado nas considerações iniciais, um dos nossos favoritos no Faial onde provámos alguns dos melhores hambúrgueres (há vegetarianos!) que já comemos na vida. Pão caseiro(bolo lêvedo azoriano), queijo O’Morro e ingredientes locais com um serviço imbatível, cervejas artesanais e petiscos locais. Pode também experimentar as gambuzinas (croquetes de atum, batata e queijo de São Jorge) como entrada. Fecha aos domingos e segundas-feiras e, se puder, vá pelo menos duas vezes, porque vai querer fazê-lo.
- Cantina da Praça: a nossa segunda preferida no mercado municipal, onde pode cozinhar a sua comida numa pedra de lava a ferver. Parece-lhe bem?
- Loja do Triângulo onde pode encontrar todas as especialidades das ilhas do triângulo açoriano (Faial, Pico e São Jorge), desde vinho picarotto, queijos de São Jorge, aguardente e até algas comestíveis.
RandomTIP Vegan: Vegan Randomtrippers que já se aperceberam que não é fácil encontrar opções vegan nos Açores, estão com sorte no Faial. A nossa amiga Diana, uma óptima cozinheira e ainda melhor pessoa, faz tuppers veganos sempre com produtos locais para que possam comer sempre de forma saudável durante a vossa viagem. Fica atento à Marmita_da_Horta e encomenda com antecedência para os dias em que estiveres na ilha. Entregas na Horta. Fora da Horta, veja o restaurante O Esconderijo nos Cedros.
Fora da Horta, no Faial, não perca estes restaurantes:
- Rumar: ideal para ir depois de completar o trilho da Rocha da Fajã. Comida caseira deliciosa, peça os pratos do dia – nós adorámos! Atenção, fecha às quintas-feiras, por isso, se puderem, reservem outro dia para fazer o trilho, porque já o mereceram e vale a pena festejar aqui!
- Pasquinha: Gostámos tanto que voltámos! Espetacular bife de atum com molho de alho e gambas, todos os pratos deliciosos e caseiros. Recomendado pela Lenita do nosso alojamento Monte da Guia (que nos disse que vai lá sempre que há ocasiões especiais) e também pelo João do Ah! Boca Santa. Para a sobremesa, uma vista linda. É melhor reservar. Fechado às segundas e terças-feiras.
- Aldina: não se pode sair do Faial sem provar as famosas lapas (com alho picado e pimenta da terra, como em todos os Açores, claro), por isso este é o sítio certo. Todo o marisco e peixe é delicioso (adorámos a salada de polvo).
- O Esconderijo: restaurante vegan com todos os pratos sem glúten, com produtos cultivados na própria horta. Quando fomos não havia ementa, diziam-nos o que podíamos comer e pagávamos pelo que queríamos/podíamos comer (não sabemos se ainda é assim). Adorámos e achamos que é uma experiência altamente recomendável, independentemente de se ser vegan. Só está aberto para o jantar e é preciso reservar com pelo menos duas horas de antecedência para que o Hans, o proprietário alemão, saiba quantas pessoas estão sentadas à mesa nessa noite.
- Bela Vista: se tiver fome antes ou depois de ir ao vulcão dos Capelinhos, aqui, no Capelo, pode pedir um prato combinado muito açoriano: a famosa linguiça, inhame, ananás e ovo estrelado.
- Praya, um restaurante mesmo na praia de Almoxarife com vista para a montanha do Pico e pratos deliciosos como peixinhos da horta, mini hambúrgueres de choco ou um típico Bacalhau à Brás. REVISAR é mesmo com y?
- Queijaria o Morro: não é um restaurante, mas tinha de estar nesta lista. Para além do excelente queijo amanteigado, famoso internacionalmente desde que a revista Wine Spectator o colocou na categoria Elite em 2017, há também deliciosos queijos curados, um queijo picante, um com paprika e até um com alho e salsa. Se quiser ver como são feitos os queijos, pode visitar a fábrica, mesmo atrás da loja, mediante marcação. O nome da marca de queijo vem do Morro de Castelo Branco, visível a partir da queijaria. Cada queijo custa cerca de 5 euros.
Roteiros de viagem pelo Faial
Como terá visto se leu o nosso guia, o Faial tem muitos lugares incríveis para visitar, por isso, para poder ver tudo e desfrutar dos trilhos, consideramos que é necessário dedicar no mínimo 3 dias, embora, devido ao tempo instável, se puder prolongar a sua viagem para 4 ou 5 dias tanto melhor, assim se houver um dia de muito mau clima não perderá todos os locais, e se tiver a sorte de ter bom tempo sempre, tem tempo extra para relaxar e desfrutar das piscinas naturais (ou para fazer mais caminhadas).
Como nem sempre temos tanto tempo para aproveitar a ilha, aqui ficam algumas sugestões de roteiros para 3 e 5 dias.
O que ver no Faial em 2-3 dias (um fim de semana)
Um fim de semana é perfeito para conhecer os principais pontos de interesse do Faial e até fazer um trilho pelas suas maravilhosas paisagens naturais. Eis um exemplo de um roteiro de 2-3 dias no Faial:
- Dia 1: Chegada de manhã e check-in no alojamento na Horta. Almoço na Horta e à tarde, visita ao Vulcão dos Capelinhos, ao seu centro de interpretação, ao farol e, se o tempo estiver bom, banho no Porto do Comprido. Regresso à Horta com paragem nos diferentes pontos de interesse indicados no guia e no mapa (centro de artesanato, Varadouro, Morro de Castelo Branco e queijaria, Poça da Rainha, etc.).
- Dia 2: dependendo do tempo, se o dia estiver limpo, ir à Caldeira e fazer o trilho à sua volta. Passe o resto do dia a explorar a Horta e os seus arredores (a marina, Porto Pim, Monte da Guia, etc.) e a observar baleias em estado selvagem.
- Dia 3: visita ao norte da ilha, fazendo o trilho até à Praia da Fajã e parando nos diferentes pontos de interesse (Praia de Almoxarife, Ribeirinha, Salão e os diferentes miradouros).
À esquerda, um mergulho em Porto Comprido com os Capelinhos como pano de fundo. À direita, o trilho das Levadas. Fotografias de Randomtrip. Todos os direitos reservados.
O que ver no Faial em 4-5 dias
Com 4-5 dias, pensamos que poderá conhecer muito bem a ilha do Faial, visitando todos os seus pontos de interesse e fazendo alguns trilhos. Eis um exemplo de um roteiro de 5 dias no Faial:
- Dia 1: Chegada de manhã e check-in no alojamento na Horta. Almoço na Horta e, à tarde, visita ao Vulcão dos Capelinhos, ao seu centro de interpretação, ao farol e, se o tempo estiver bom, banho no Porto do Comprido. Regresso à Horta com paragem nos diferentes pontos de interesse indicados no guia e no mapa (centro de artesanato, Varadouro, Morro de Castelo Branco e queijaria, Poça da Rainha, etc.).
- Dia 2: se o tempo o permitir (caso contrário, escolha outro dia e troque com este) para fazer a Rota dos 10 vulcões (5-6h, percurso linear, pelo que terá de arranjar um táxi). No final, escolha uma das piscinas naturais para relaxar.
- Dia 3: Conhecer a Horta e os seus arredores em lazer e fazer um passeio de observação de baleias em estado selvagem.
- Dia 4: De manhã, caminhada até à Praia da Fajã e almoço no restaurante Rumar. No resto do dia, visite os outros pontos de interesse no norte da ilha (Praia de Almoxarife, Ribeirinha, Salão e os diferentes miradouros).
- Dia 5: Se ainda vos apetecer caminhar e houver disponibilidade, recomendamos fazer a descida até à Caldeira com guia. Caso contrário, se não tiveram tempo para fazer alguma das coisas dos 4 dias anteriores, façam-nas neste último dia, ou se não, aproveitem para relaxar numa das piscinas naturais e/ou revisitar os sítios que mais gostaram (no nosso caso fomos duas vezes à Caldeira, que é impressionante).
À esquerda, contornando a impressionante Caldeira do Faial. À direita, o Peter’s, um ponto de passagem obrigatório na ilha. Fotografias de Randomtrip. Todos os direitos reservados.
Transporte: alugar um carro no Faial
Tal como em todas as ilhas dos Açores, no Faial consideramos essencial alugar um carro para desfrutar a ilha, aproveitar ao máximo e poder visitar alguns locais emblemáticos (aos quais não é possível chegar de transportes públicos).
No Randomtrip fizemo-lo com a Ilha Verde, pagámos 25€/dia (incluindo um suplemento de 11€ cobrado na altura, por recebermos o carro no aeroporto e entregá-lo no porto, pois apanhámos um barco do Faial para a ilha do Pico). O carro era a gasolina e utilizámos meio depósito de gasolina nos 5 dias de viagem (32€ a 1,5€/litro).
O que recomendamos é que utilize um comparador (no Randomtrip utilizamos o DiscoverCars) para ver qual lhe oferece o melhor preço. Quase todas as companhias incluem uma franquia no seguro, e a Autatlantis é uma das companhias com a franquia mais baixa (700€, em comparação com 1300-1500€ de outras companhias).
Os preços de aluguer de automóveis no Faial raramente descem abaixo dos 25 € por dia e, especialmente no verão, recomendamos que faça a reserva com bastante antecedência, para evitar ficar sem viatura ou, que as poucas disponíveis sejam proibitivamente caras (houve alguns verões em que chegaram a atingir os 100 € por dia e sabemos de várias pessoas que não conseguiram alugar um carro porque deixaram a reserva para o último minuto).
Pode consultar e comparar outras empresas com disponibilidade para as suas datas em sítios de comparação como o DiscoverCars. Não se esqueça de verificar as condições de aluguer de cada empresa (franquia, cobertura de seguro, política de combustível, revisões…) e não apenas o preço.
Outra opção, se não houver carros de aluguer disponíveis ou se estiver com um orçamento limitado, é alugar uma scooter, embora não a recomendemos devido às longas distâncias a percorrer no Faial e ao clima instável e variável dos Açores.
Existe também a opção de se deslocar no Faial através de transportes públicos: existem autocarros que ligam alguns dos principais pontos da ilha, pode consultar os horários aqui. As ligações e frequências são bastante limitadas, pelo que esta não é uma opção que recomendamos para explorar a ilha, mas se estiver a viajar com um orçamento limitado, pode ser uma boa opção para visitar alguns dos principais pontos turísticos do Faial.
Quanto custa uma viagem ao Faial?
Como sempre, é muito difícil dar um orçamento genérico, pois depende muito do seu estilo de viagem. O que podemos fazer é fornecer-lhe um guia de preços e pode utilizá-lo para calcular o seu orçamento:
- Voos: Os voos directos para o Faial a partir de Lisboa estão por volta dos 116 euros/ida e volta
- Aluguer de automóveis: entre 25 e 3o euros/dia para o carro mais económico (dependendo da empresa e do número de dias), com tudo incluído.
- Alojamento: a partir de 40 euros/noite para um quarto com casa de banho privativa ou um apartamento com cozinha.
- Refeições de restaurante: entre 10 e 25 euros por pessoa
- Atividades: 10 euros por pessoa para o Centro de Documentação dos Capelinhos; 1euro/pessoa para subir ao farol. A partir de 50 euros/pessoa para a observação de cetáceos.
Resumindo, uma viagem de uma semana ao Faial com um carro alugado pode custar entre 500 e 700 euros por pessoa (com as opções mais económicas de carro, alojamento e restaurantes), dependendo de quantas refeições fora e do tipo de atividades que vai fazer.
Apps úteis para viajar para o Faial
Recomendamos algumas apps que serão úteis para a sua viagem ao Faial:
- SpotAzores: (Android/iOS/Web): aqui pode ver todas as webcams existentes em diferentes partes das ilhas para ver como está o tempo. Como o tempo é muito variável e pode estar a chover numa parte da ilha e a fazer sol noutra, esta aplicação é a forma mais rápida de se certificar e evitar viagens desnecessárias.
- Windy (Android/iOS/Web): aplicação essencial para as nossas viagens, ainda mais nos Açores. Permite ver as previsões de chuva, nuvens, vento, etc. para ajudar a planear os dias com base no tempo (pois há locais que perdem muito em função do tempo). Obviamente, as previsões não são 100% fiáveis. Também mostra as webcams disponíveis
- Google Maps (Android/iOS): é aquele que utilizamos para guardar/classificar todos os locais onde queremos ir/onde estivemos e como GPS nos carros de aluguer. É possível ver as opiniões de outras pessoas sobre os locais, fotografias, menus de restaurantes, números de telefone dos locais para os contactar, etc.
- Maps.me (Android/iOS): aplicação semelhante ao Google Maps mas que funciona melhor offline (embora o Google Maps também possa funcionar offline) e que em muitos casos tem informação que o Google Maps não tem, nomeadamente para os trilhos. Útil sempre que se vai fazer um trilho, para se orientar, descarregar o percurso do site oficial dos trilhos dos Açores (clicar em Downloads->GPS), etc.
Dicas para desfrutar do Faial
- Na atividade de observação de cetáceos , respeite o comportamento indicado pelo centro e desconfie se não implicar medidas como: velocidade reduzida e constante da embarcação e distância mínima de 50 metros do animal; evitar a presença de várias embarcações num raio de 150 metros à volta do grupo de cetáceos e não permanecer mais de 10 minutos com o mesmo animal; proibição de nadar com golfinhos.
- Não permitir a perturbação, a poluição e a destruição dos habitats de nidificação das aves marinhas. Os cagarros são uma ave migratória que nidifica nos Açores e que na sua viagem lhe soará pelo seu particular canto de “awa awa” como se estivessem a cantar o refrão da música Video Killed by Radio Star. Para evitar situações de captura ou atropelamento de cagarros jovens na estrada, o Governo dos Açores promove anualmente a Campanha SOS Cagarro, sobre a qual recomendamos que se informe quando chegar ao arquipélago.
- Lembre-se que, por vezes, pode encontrar nas águas da costa uma alforreca (aguaviva) ou, pior, uma caravela portuguesa, cuja picada é dolorosa e perigosa. O bom é que estas últimas flutuam e são facilmente detectáveis, mas se vir uma, saia imediatamente da água e avise as outras pessoas da sua presença. No caso de ter sido picado por um deles, é muito importante que siga as seguintes recomendações oficiais: não coçar a zona da picada (para evitar que o veneno se espalhe); não limpar com água doce ou álcool, limpar apenas com água do mar e com muito cuidado; e no caso de uma picada de caravela-portuguesa, procurar assistência médica o mais rapidamente possível.
- Nunca tente tocar ou alimentar um animal – não seja cúmplice de maus tratos a animais!
- Não compre artesanato feito de animais marinhos ou retirado do mar (por exemplo, dentes de golfinho, carapaças de tartaruga, mandíbulas de tubarão, marfim de cachalote, …). O comércio do marfim, atualmente o único produto valioso do cachalote, continua a ser um argumento para os caçadores. Compre artesanato local feito de materiais alternativos, como madeira, pedra ou marfim vegetal.
- Respeite as outras pessoas e a ilha: não ponha a sua música a tocar alto na praia (se quiser ouvir música, use auscultadores), não deixe lixo, não deite pontas de cigarro, etc. Deixe o local melhor do que o encontrou (se encontrar plástico, apanhe-o).
- Em algumas piscinas naturais, o banho é perigoso devido às fortes correntes. Não se aventure
- Viajar sempre com seguro de viagem: despesas médicas, roubo ou problemas com o avião durante uma viagem podem custar-lhe muito dinheiro, por isso o ideal é fazer um seguro de viagem. No Randomtrip utilizamos sempre a IATI e recomendamo-la. Se contratar o seu seguro através deste link tem um desconto de 5%.
Checklist: o que levar na mochila/mala de viagem para o Faial
Aqui está uma lista de artigos indispensáveis para levar consigo na sua viagem à ilha:
- Garrafa reutilizável como uma destas para transportar sempre água consigo. Evitará a utilização de plástico de utilização única.
- Calçado Aquático Aquashoes como estes ideais para levar sempre consigo para usar em superfícies rochosas ou escorregadias
- Sapatos de trekking porque a melhor maneira de conhecer os Açores é através de caminhadas. Na Randomtrip temos estes da Columbia.
- Kit Snorkel (máscara e tubo de snorkel) como estes, imprescindível para levar nesta viagem e contemplar o fundo do mar.
- Mochila à prova de água / Saco impermeável como esta, muito útil para não molhar o seu equipamento fotográfico, telemóvel e carteira em qualquer passeio de barco (ou mesmo se a maré subir na praia)
- T-shirt de lycra de manga comprida com proteção UV que usamos para nos protegermos da água fria ou do sol quando fazemos mergulho, como uma destas.
- Gola para o pescoço como alguna de estas para proteger-se do vento e do frio
- Toalha de secagem rápida como uma destas que, para além disso, não ocupa muito espaço na sua mochila/mala
- Chapéu ou boné e óculos de sol para o proteger quando o sol está forte
- Casaco cortavento impermeável: ideal para ter sempre à mão para as mudanças repentinas de clima nos Açores. No Randomtrip temos este e este
- Consiga os artigos da Decathlon que levamos em todas as nossas viagens ao melhor preço
- Máquina fotográfica para registar as aventuras e mais tarde recordar. No Randomtrip usamos uma Sony ZV-E10 e uma Gopro Hero12 Black (para imagens subaquáticas) nas nossas viagens
- Powerbank: com tantas fotos vai gastar muita bateria, por isso é sempre bom levar uma boa powerbank. No Randomtrip viajámos com estes dois powerbanks (Xiaomi 20000 mAh y Anker 10000 mAh), que nos permitem carregar tanto os nossos smartphones como a máquina fotográfica
- Protetor solar: tente sempre escolher um protetor solar Reef Friendly, ou seja, que proteja a sua pele sem prejudicar os ecossistemas marinhos, evitando ingredientes como a oxibenzona e o octinoxato, que são prejudiciais para os corais. Também um protector que não tenha sido testado em animais
- Repelente de mosquitos, no Randomtrip costumamos levar Relec Extra Forte mas leve o que preferir desde que contenha uma percentagem mínima de 15% de DEET (ingrediente recomendado pela OMS)
- Kit de primeiros socorros: no nosso kit de primeiros socorros há sempre algum medicamento contra o enjoo (como a biodramina para o enjoo nos barcos), antibióticos, anti-diarreicos (e alguns probióticos para recuperar mais rapidamente), anti-histamínicos, analgésicos e antipiréticos
- Seguro de viagem, claro. Se contratar o seu seguro de viagem através deste link terá um desconto de 5%.
“Borbotões de azul despenham-se por todos os lados. O Faial adormece em azul sob o céu de cinza e com o Pico todo violeta ao lado. À noite não posso dormir; estou encharcado de azul. Vou a pé pela estrada fora sob o luar derretido. Diante de mim abre-se o abismo do mar cheio de estrelas.“
Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, uma das obras-primas da literatura de viagens portuguesa e a obra “culpada” de o Faial ser conhecido como a Ilha Azul, pois deu-lhe o nome devido às hortênsias azuis que salpicam a ilha e delimitam as estradas no verão.
Um agradecimento especial a pessoas especiais: Ao Tiago, à Diana e à pequena açoriana Naia, estamos ansiosos por conhecer a vossa nova casa e que nos levem aos vossos novos sítios faialenses. Ao João pela boa disposição, pelas dicas e por nos fazer crescer água na boca no Ah! Boca Santa (visita gastronómica imprescindível, Randomtrippers). Vocês fizeram a nossa viagem ao Faial ainda mais especial. Obrigada! Até breve!