O Porto tem planos para os gostos mais cosmopolitas sem perder a sua essência, um carisma que felizmente não perdeu e, esperemos, não perca, embora o turismo desenfreado esteja a tornar-se cada vez mais prevalecente, especialmente na sua cidade velha. Perca-se nas ruas portuenses de cor pastel enquanto descobre pérolas arquitetónicas centenárias, desfrute de uma exposição no museu mais antigo do país e treine o seu paladar numa prova de vinhos do Porto, com as melhores vistas panorâmicas como pano de fundo.

Neste guia dizemos-lhe o que visitar e fazer no Porto, desde o imprescíndivel até ao mais alternativo, com sugestões de roteiros para um dia na cidade, para uma escapadinha de fim-de-semana ou mesmo para umas férias de 5 dias. Também lhe dizemos a melhor forma de se deslocar pela cidade, onde ficar e até restaurantes que adoramos, para que os seus dias no Porto sejam tão incríveis como os nossos foram.

Conteúdos

Informação prática para visitar o Porto

Moeda: Euro

Idioma: Português

População: 214.000 (em 2021)

Orçamento diário: A partir de 50 euros/dia por pessoa (aprox.) para uma viagem de fim-de-semana e as opções de alojamento privado mais económicas para duas pessoas. Mais informação aqui

Clima: O Porto é uma cidade com um clima bastante chuvoso; embora possa ser visitada em época de chuva, é melhor apreciada com tempo ensolarado, por isso, e para evitar a multidão de turistas, recomendamos uma visita em Maio, Junho, Setembro e Outubro. Mais informações aqui

Onde Ficar (Alojamento): Idealmente ficar entre o Centro Histórico e a Baixa, por exemplo na Ribeira, Baixa, ou Cedofeita. Mais informação aqui

Duração da viagem: Mínimo 2 dias (um fim-de-semana), recomendado 5 dias e, se puder, uma semana para explorar a área circundante. Mais informação aquí. Veja todos os roteiros que lhe propomos para 1, 2, 3, 4 ou até 5 dias neste link.

Como lá chegar: Existem vários comboios por dia e vários autocarros de vários pontos do país até ao Porto. Se preferir ir até ao Porto de carro e não tem viatura própria, consiga o melhor preço de aluguer de carros com o comparador DiscoverCars. Mais informação aqui

Transporte na cidade: A melhor opção é andar a pé e/ou utilizar transportes públicos. Pode comprar o cartão de transporte municipal Andante recarregável ou, se preferir, comprar o Porto Card a partir de 6 euros/dia com o qual terá acesso ilimitado à rede de transportes públicos e também descontos em bilhetes para museus e visitas mais emblemáticos/as (há Cartões Porto para 1, 2, 3 ou 4 dias, à sua escolha). Tem também a opção de Táxis/Uber/Bolt. Mais informações na secção de Como circular pelo Porto

Fuso horário: UTC +1. A hora no Porto (Portugal) é a mesma hora que na Ilha da Madeira e mais uma hora que nos Açores.

De caminho à Sé do Porto encontrámos esta relíquia vermelha e… o telefone estava a funcionar!

Curiosidade: Diz-se que a origem do nome “Porto” vem de Portus Cale (Porto de Cale, o nome da “cidade” aí fundada), que também deu o seu nome ao país (Portugal). Em português, como em outras línguas, alguns nomes de cidades são ditos com um artigo, como é o caso do Porto (que seria “o Porto”), e esta é a origem do nome que se usa em espanhol e inglês (Oporto). Hoje em dia, a cidade do Porto não é uma cidade portuária e o atual porto, o Porto de Leixões (um dos mais importantes de Portugal) está localizado em Matosinhos (que pertence à Área Metropolitana do Porto, mas não à cidade). Se quiser saber mais sobre a origem do nome, recomendamos-lhe este artigo

Casas com olhos: panorâmica da cidade velha do miradouro da Sé do Porto

Quando ir ao Porto: clima e melhores meses para desfrutar da cidade

Na nossa opinião, cidades como o Porto são destinos ideais para visitar em qualquer altura do ano, no sentido em que faça chuva ou sol há quase sempre planos disponíveis. Mesmo assim, se quiser aproveitar ao máximo a cidade, há vários fatores a ter em conta, que tentamos explicar abaixo para o ajudar a decidir quando ir ao Porto.

A Inês a descer as Escadas do Codeçal, momento captado pelo Chris

Clima

O Porto é uma cidade bastante chuvosa, pelo que, para além dos meses centrais do ano, é bastante provável que tenha um dia chuvoso e/ou nublado se visitar a cidade fora desta época do ano. Na nossa opinião, em termos de tempo, o Porto é melhor apreciado com dias de sol e tempo quente, pelo que a nossa recomendação é visitar a cidade em Maio, Junho, Setembro e Outubro, evitando os meses mais movimentados (Julho e Agosto).

Aqui está um quadro resumo do tempo na cidade para lhe dar uma ideia do que pode esperar:

MêsTemperatura mínimaTemperatura máximaDias de chuva
Janeiro14º13
Fevereiro15º11
Março17º9
Abril18º9
Maio12º20º9
Junho14º23º5
Julho16º25º2
Agosto16º25º2
Setembro14º24º5
Outubro12º21º10
Novembro17º11
Dezembro14º11
MêsTemperatura mínimaTemperatura máximaDias de chuva
Dois rabelos icónicos no Douro, foto feita na Ribeira de Gaia com a Ribeira do Porto como pano de fundo

Procura turística

Os períodos de maior procura turística (em que encontraremos mais pessoas, filas mais longas, preços mais caros e mais aborrecimentos para chegar aos restaurantes ou locais mais famosos) são:

  • Verão (Julho e Agosto)
  • Páscoa (Março/Abril)
  • Feriados com “pontes” (Novembro, Dezembro)

Por isso, recomendamos que se evite estas datas, se quiser desfrutar da cidade a um ritmo mais lúdico e com melhores preços de alojamento.

Mural de azulejos da artista Joana Vasconcelos

Festas e Festivais

Se quiser coincidir a sua viagem com o maior evento do Porto e a celebração mais importante da cidade, procure estar no Porto na noite de 23 de Junho, quando se celebra a “Festa de São João ” (o padroeiro da cidade), uma festa durante o solstício de Verão em que as ruas do centro da cidade ficam cheias de música, com cheiro a manjerico e fogo-de-artifício. Também em Junho, no Parque da Cidade, tem lugar um dos festivais de música internacional mais ansiados do país, o Primavera Sound.

Resumindo: os melhores meses para visitar o Porto

Com base no acima exposto, se pretende visitar o Porto com menos pessoas, bom tempo e preços razoáveis, os melhores meses são Maio, Junho, Setembro e Outubro.

Chris a explorar a Ribeira em Setembro

Como chegar ao Porto

O Porto é uma cidade com bons acessos, pelo que tem várias opções para lá chegar, dependendo de onde começa a sua viagem.

Voos para o Porto

Se viaja fora de Portugal, o Aeroporto Internacional do Porto tem ligações de e para muitos destinos europeus e é servido por companhias aéreas de baixo custo, como a Easyjet e a Ryanair, pelo que é provável que encontre bons preços. Recomendamos a utilização de websites de comparação de voos, tais como Skyscanner e Kiwi e ser flexível com as suas datas.

Quando quiser pedir uma cerveja no Porto, peça um fino. Se for com vista para o Douro, melhor ainda.

Como ir do aeroporto para o centro da cidade? O aeroporto do Porto está localizado a norte da cidade, a cerca de 15 km de distância, e tem várias opções para chegar (ou de) ao centro da cidade:

  • De Metro: A linha roxa leva-o à Trindade (onde pode sair ou mudar para outra linha, dependendo do seu destino final), e funciona das 6h da manhã à 1h da manhã, todos os dias. A viagem até à Trindade demora cerca de 20-30 minutos, e custa 2 euros (+0,60 para o cartão Andante que pode utilizar noutras viagens de metro).
  • De autocarro: existem também várias linhas de autocarro que ligam o aeroporto a diferentes áreas no centro do Porto. Pode encontrar mais informações sobre as linhas, horários e preços no site oficial.
  • Por Taxi/Uber: Os táxis funcionam com taxímetro, e uma viagem entre o aeroporto e o centro da cidade pode custar cerca de 25 euros, dependendo do tempo, tráfego e bagagem. Uber/Bolt são normalmente mais baratos, embora os preços variem de acordo com a procura.
  • Transfer privado: pode contratar um transfer privado com antecedência para se encontrar consigo no aeroporto e levá-lo ao seu alojamento no Porto. Custa entre 29 e 52 euros por veículo, dependendo do tamanho do veículo. Reserve-o aqui
Estação de São Bento

Quantos dias passar no Porto

Embora na maioria dos blogs se leia que entre 2 a 4 dias é tempo suficiente para ver “tudo”, na nossa opinião o Porto precisa de pelo menos 5 dias e idealmente de uma semana para o conhecer bem sem se apressar de um lugar para outro. Além disso, se o tempo estiver bom e lhe apetecer ir à praia, pode sempre combinar alguns mergulhos em Matosinhos com os dias mais urbanos no Porto.

Um Porto Tónico na Ribeira de Gaia com o Porto como pano de fundo

Se vai andar principalmente pela cidade (na cidade velha é fácil andar a pé), talvez queira comprar apenas o cartão Andante recarregável para a viagem de que necessita (o cartão custa 0,60 euros e pode ser recarregado com viagens ou passes diários para várias áreas). Se vai circular muito pela cidade e, sobretudo, vai visitar alguns dos seus museus e monumentos, vale a pena comprar o Porto Card (por 1, 2, 3 ou 4 dias, à sua escolha), pois terá acesso gratuito e descontos em muitos dos lugares mais emblemáticos da cidade, e mesmo em alguns pátios típicos. Além disso, se comprar o Porto Card + Transporte terá acesso ilimitado a toda a rede de transportes públicos (metro, comboio e autocarro), sem ter de se preocupar com mais nada. Pode ver o que está incluído e/ou comprar o seu Porto Card neste link.

O que visitar e fazer no Porto

Para lhe facilitar o planeamento dos seus passeios pelo Porto, dividimos os locais em 5 zonas, com base nas zonas turísticas utilizadas pelo Turismo do Porto, e colocámos cada zona numa cor diferente para lhe facilitar a identificação das mesmas. Está tudo num mapa do Google Maps que pode levar consigo no seu smartphone para utilizar durante a sua viagem.

Mapa do Porto

Como vos dissemos, dividimos os locais em 5 zonas, com base nas zonas turísticas utilizadas pelo Turismo do Porto, e colocámos cada zona numa cor diferente para facilitar a sua identificação. Está tudo num mapa do Google Maps que pode levar consigo no seu smartphone para utilizar durante a sua viagem.

Aqui também lhe deixamos um mapa turístico oficial do Porto, pode visualizá-lo/descarregá-lo em tamanho e resolução maiores, clicando na imagem:

Mapa turístico de Oporto
Mapa turístico do Porto (clique para descarregar em tamanho real)

Zona 1: Centro Histórico do Porto

Torre dos Clérigos e Igreja dos Clérigos

Sem dúvida um dos marcos mais famosos da cidade, a Torre dos Clérigos e a sua igreja fazem parte de um edifício de inspiração barroca do século XVIII e irão acompanhá-lo em vários pontos e miradouros, nos seus passeios pelo centro histórico do Porto e mesmo do outro lado do rio Douro, em Gaia (acredite-nos, de vez em quando estará a olhar para ver se consegue ver o topo da torre onde quer que esteja).

A Torre dos Clérigos (no canto superior direito) desde a Ribeira de Gaia

Este conjunto arquitetónico foi criado por Nicolau Nasoni e é considerado Monumento Nacional desde 1910. A Igreja e a Torre são unidas pela Casa da Irmandade (também conhecida como o Museu dos Clérigos) e quando se compra um bilhete para subir a Torre também se pode desfrutar da igreja e do museu.

Igreja e Torre dos Clérigos

Foi precisamente a Torre, ou melhor, a sua vista de 360º do Porto que nos trouxe (e o que atrai mais turistas) até aqui. Depois de subir os 225 degraus estreitos, chegamos ao ponto mais alto da torre a uma altura de mais de 75 metros para contemplar a vista panorâmica da cidade.

Calma lá, é para subir até lá acima?
Vista do alto da Torre dos Clérigos

Mas as vistas terão que esperar. Para criar suspense para aqueles de nós que vão para a vista panorâmica, o complexo arquitetónico oferece-nos duas visitas antes de iniciar a subida. Primeiro entramos no museu para ver de perto a Casa da Irmandade que aqui habitou entre 1754 e 1758. Entraremos em diferentes espaços que foram utilizados para a vida diária da Irmandade dos Clérigos, tais como a antiga enfermaria que funcionou até ao final do século XIX para cuidar dos membros doentes do clero.

A segunda é conhecer o interior da bela Igreja dos Clérigos através da galeria que rodeia toda a nave e nos permite contemplar o altar de cima (note-se a cúpula com o brasão da Irmandade dos Clérigos ).

A Torre dos Clérigos está aberta das 09:00h às 19:00h (última entrada às 18:30h) e a entrada custa 6 euros (entrada gratuita para crianças até aos 10 anos e 25% de desconto se tiver o Porto Card): este bilhete é válido para visitas gratuitas ao Museu dos Clérigos (Casa da Irmandade), para ver a Igreja e subir à Torre; se quiser uma visita guiada ao museu e à igreja o bilhete custa 7,50 euros (a subida à torre é sempre gratuita).

Reserve com antecedência a sua entrada na Torre dos Clérigos neste link e escolha a hora e o número de pessoas.

Se quiser ver as vistas do Porto a partir da Torre Clérigos à noite, há um bilhete noturno das 19:00h às 23:00h que custa 5 euros, embora esta opção só esteja normalmente disponível na Primavera até meados de Outubro: confirme em todo o caso se pode subir e quando subir neste link oficial ou, diretamente na bilheteira.

Neste mesmo link verá que também existem bilhetes combinados com outras atrações na cidade como a Fundação de Serralves (20,80 euros de bilhete combinado) ou com o Palácio da Bolsa ou o Museu da Misericórdia (18 euros de bilhete combinado) por isso se tiver a certeza de que também vai a uma destas atrações, compre o bilhete combinado e poupe alguns euros.

O Porto Card também lhe pode compensar se vai entrar em vários monumentos na cidade, tais como a Torre dos Clérigos (desconto à entrada) e/ou se vai utilizar transportes públicos (acesso ilimitado a linhas de metro, comboio e autocarro). Existem Porto Cards de 1, 2, 3 ou 4 dias a partir de 6 euros/dia e pode escolher um que inclua apenas descontos e entrada gratuita em atrações (Porto Card) ou um que também inclua acesso ilimitado aos transportes públicos (Porto Card + Transporte): veja o que está incluído e compre aqui o seu.

Pode comprar o seu Porto Card ou Porto Card+ Transporte (1, 2, 3 ou 4 dias), poupar nas entradas e ter acesso ilimitado ao transporte na cidade sem preocupações.

Estação de comboio de São Bento, uma das mais belas do mundo

Considerada uma das mais belas estações ferroviárias do país (segundo a revista americana Travel+Leisure, uma das mais belas do mundo), o átrio da estação ferroviária de São Bento merece uma visita, mesmo que não seja para fazer uma viagem sobre carris.

Desenhada pelo arquiteto Marques da Silva, a estação não o deixa indiferente quando passa pela sua fachada do século XIX, mas é no seu interior que encontrará o seu verdadeiro tesouro. O átrio da estação é coberto com 20.000 azulejos pictóricos pelo pintor Jorge Colaço, que contam parte da história do país através da vida quotidiana e da evolução dos meios de transporte.

Está localizada no centro da cidade e, além de admirar a sua beleza, é um excelente ponto de partida para uma viagem de comboio ao longo da bela Linha do Douro (comboios que partem de São Bento até à pitoresca Régua e ao Pinhão, os nossos locais preferidos no Vale do Douro). Os comboios também circulam daqui para cidades próximas, tais como Miramar (com as suas belas praias e mansões), Braga e Guimarães, o berço de Portugal. Se preferir explorar o Vale do Douro a partir do Porto de barco, reserve aqui o seu cruzeiro de dia inteiro a partir do centro do Porto (Ribeira) para o Pinhão, ou este outro passeio rodoviário de um dia.

Poucas pessoas conhecem a lenda da última freira da estação de São Bento, mas se gosta de histórias de fantasmas, continue a ler. Acontece que esta estação foi construída no local onde outrora se encontrava o convento beneditino de São Bento de Avé Maria, um convento para mulheres nobres. Quando o decreto de extinção das ordens religiosas em Portugal foi emitido em 1834, determinou a eliminação imediata das ordens masculinas (e o confisco dos seus bens) e a extinção dos conventos após a morte da última freira que aí residia. Acontece que a última abadessa deste convento viveu até 1892, ou seja, 58 anos após o decreto! A construção da estação começou imediatamente após a sua morte. Diz a lenda que, nas horas de silêncio da estação de São Bento, ainda se podem ouvir as preces da abadessa nos corredores da estação.

Igreja de Santo António dos Congregados

Na mesma praça onde se situa a estação de São Bento, Praça Almeida Garret, encontra-se esta igreja com a sua fachada também revestida de azulejos azuis e brancos pelo mesmo artista da estação, o pintor Jorge Colaço.

Construída no final do século XVII no local de uma capela dedicada a Santo António, as paredes são decoradas com murais por Acácio Lino retratando cenas da vida deste Santo, uma vez que esta igreja foi originalmente destinada a ser a sede da Confraria de Santo António, santo padroeiro de Lisboa.

Como curiosidade, a capela desta igreja contém o túmulo do corpo mumificado do Papa São Clemente, o único papa que descansa longe do Vaticano.

Rua das Flores

Uma das mais belas e, precisamente por esta razão, uma das ruas mais movimentadas do centro histórico, a Rua das Flores é uma rua pedonal do século XVI onde se destacam as mansões de estilo barroco com escudos de armas de famílias aristocráticas que ali se estabeleceram nos séculos XVII, XVIII e XIX.

Na mesma rua, a fachada da Igreja da Misericórdia chama a atenção. Foi concebida por Nicolau Nasoni, o mesmo criador da Torre dos Clérigos, e tem uma das fachadas barrocas mais emblemáticas da cidade. Se quiser entrar na igreja, a entrada é de 1,50 euros (com o seu Porto Card recebe um desconto de 30%; estudantes grátis), de terça-feira a sexta-feira das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 e fins-de-semana das 9h00 às 12h00.

A Rua das Flores era o lar de muitas das melhores e mais ricas lojas da burguesia do século XIX. O norte da rua era a antiga rua dos joalheiros, visível em muitas das suas fachadas, enquanto que o sul da Rua das Flores era ocupado por outros tipos de comércio. Hoje em dia, as lojas tradicionais são cada vez menos, dando lugar a cada vez mais lojas de marcas multinacionais, alguns restaurantes, hotéis e alojamento local.

Se o turismo excessivo está a ter um impacto negativo no centro do Porto, a Rua das Flores é um dos melhores exemplos disso: quando lá fomos era praticamente impossível andar no meio do número de malas e carrinhos que inundavam a rua. É uma rua linda, sim, mas nem sempre fácil de desfrutar.

Ao descer a Rua das Flores em direção à Rua Mouzinho da Silveira ao longo da Rua Afonso Martins Alho onde se encontra o impressionante mural de arte de rua, de um gato, deparamos com a monumental fonte de Mouzinho da Silveira de 1875.

Mosteiro de São Bento da Vitória

O Mosteiro de São Bento da Vitória é um dos edifícios religiosos mais importantes do Porto, classificado como monumento nacional em 1977. Construído entre os séculos XVII e XVIII, teve diferentes usos ao longo da história (foi um hospital militar durante a Guerra Peninsular e mais tarde também um tribunal militar). De 1985 a 1990 foi submetido a trabalhos de restauração, e desde 2007 parte do edifício tem sido utilizado para eventos (teatros, concertos, eventos privados…). Pode ver a agenda aqui

Há a possibilidade de visitar o mosteiro numa visita guiada de segunda a sábado (10:30h e 12:30h), por um preço de 6 euros/pessoa (pode comprar bilhetes aqui).

Centro Português de Fotografia

Visitar o Centro Português de Fotografia é obrigatório para os amantes da fotografia. Está localizado num edifício impressionante, uma antiga prisão do século XVIII no centro do Porto (muito pertinho dos Clérigos), e alberga a mais importante coleção e arquivo fotográfico nacional. Apresenta também interessantes exposições temporárias de fotógrafos nacionais e internacionais e o centro museológico António Pedro Vicente leva-nos de volta no tempo, através da exposição de 600 peças de equipamento fotográfico.

Tem também a chamada “sala da memória” onde nos são apresentadas várias personalidades importantes que aqui estiveram presas, tais como um dos autores mais representativos da literatura portuguesa, Camilo Castelo Branco (século XIX, romantismo tardio). Por curiosidade, a praça onde está localizado o Centro tem o nome de uma das suas obras mais notáveis “Amor de Perdição”.

A entrada é gratuita e o Centro está aberto de terça-feira a sexta-feira das 10:00h às 18:00h e aos fins-de-semana das 15:00h às 19:00h.

Miradouro da Vitória e Escadas da Vitória

Vale a pena subir as escadas do bairro de Vitória (escadas da Vitória) para desfrutar de uma das melhores vistas panorâmicas da cidade. Estas escadas eram anteriormente conhecidas como “Escadas da Esnoga” em referência direta à sinagoga da “Judiaria do Olival“, um bairro judeu fundado no século XIV.

A história do Porto e a história judaica não podem ser dissociadas, pois sempre houve membros desta comunidade, quer praticando a sua religião abertamente, quer, na altura da Inquisição Católica e da sua perseguição, em segredo. Diz-se que como o Porto foi uma cidade comercial de caráter liberal, durante a perseguição judaica uma grande parte da comunidade foi protegida pelos habitantes da cidade e que a Inquisição até se queixou da proteção que lhes foi dada pela cidade, e que havia mesmo sinagogas secretas!

Do miradouro (Miradouro da Vitória) é possível olhar através do rio Douro até Vila Nova de Gaia com as suas caves de vinho do Porto, o Mosteiro Serra do Pilar e o Jardim do Morro (um dos nossos locais favoritos para ver o pôr-do-sol); a ponte fotogénica Dom Luís sobre o rio e, deste lado do rio, a Igreja e Convento dos Grilos, também conhecida como Igreja de São Lourenço; o Paço Episcopal, a famosa Sé de Porto e até o Palácio da Bolsa.

Randomtip: Ao sair do miradouro ao longo da Rua de São Miguel, dê uma vista de olhos na fachada da Igreja Nossa Senhora da Vitória do século XVIII:

Rua de São Miguel

Museu das Marionetas do Porto

Muito perto das “escadas da Vitória” há um lugar para o pessoal mais novo (e não tão novo): o museu de marionetas do Porto. Aqui pode não só ver uma exposição de marionetas contemporâneas, mas também assistir a uma peça de teatro de marionetas! Se quiser saber que peças estão no palco durante a sua viagem (e para que idades), visite a web do museu.

Foto de Marionetasdoporto.pt

A entrada na exposição Museu das Marionetas do Porto custa 3,50 euros (2 euros de desconto se tiver o Porto Card) e está aberto às quartas, quintas e sextas das 14:00h às 18:00h e aos fins-de-semana das 11:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h (última entrada 30 minutos antes da hora de encerramento).

Mercado Ferreira Borges e Hard Club

O Mercado Ferreira Borges é um Monumento Histórico, classificado como Património Cultural e Mundial pela Unesco. Exemplo da “arquitetura do ferro” em Portugal (século XIX), o mercado foi construído em 1888 para substituir o Mercado da Ribeira, mas nunca serviu realmente o propósito de um mercado com as suas várias bancas, mas foi sempre utilizado para projetos culturais, exposições e feiras.

Um exemplo disto é o Hard Club, um espaço cultural no mercado que acolhe concertos, exposições, feiras de livros e de música, e que também serve como estúdio.

Muito próximo do mercado (e do Hard Club) está o Palácio das Artes onde há exposições interessantes sobre várias técnicas artísticas, especialmente escultura, fotografia e vídeo. E se lhe apetecer aprender (e provar) sobre vinho do Porto, ao lado está o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto com todo o tipo de provas de vinho.

Da esplanada do mercado tem uma bela vista da Praça do Infante Dom Henrique (com o monumento ao importante explorador e navegador português) e do Palácio da Bolsa, para onde iremos a seguir.

Palácio da Bolsa

O monumento nacional Palácio da Bolsa é uma das mais importantes (e mais visitadas) atrações arquitetónicas do Porto e, é ainda o local escolhido para algumas visitas oficiais, para receber grandes líderes e para diferentes tipos de eventos. Infelizmente, quando fomos ao Porto estava fechado ao público para trabalhos de manutenção, pelo que ficámos com vontade de ver os tesouros escondidos no seu interior .

Embora não exista atualmente uma Bolsa de Valores no Porto dado que a Bolsa de Valores Portuguesa se encontra em Lisboa, tal Bolsa existiu na sua época e o Palácio da Bolsa começou a ser construído pelo arquitecto Joaquim da Costa Lima em 1842, como Associação Comercial do Porto. O Palácio da Bolsa abriga mais de doze espaços imponentes, incluindo salões, galerias, gabinetes, biblioteca e pátio .

O pátio do Palácio da Bolsa. Foto de Palaciodabolsa.com

Um dos mais notáveis (e importante salão de assembleia oficial da cidade) é a Sala Árabe, desenhada por Gonçalves de Sousa e inspirada no Alhambra de Granada, mas há muitos espaços que o surpreenderão, como o pátio envidraçado das Nações ou as esculturas de Soares dos Reis (famoso escultor que dá o seu nome ao museu mais antigo do país, de que falaremos mais tarde). Não admira, pois, que o Palácio da Bolsa seja classificado pela UNESCO como Património Mundial.

Pode visitar o Palácio da Bolsa numa visita guiada das 09:00h às 13:00h e das 14:00h às 17:30h (de Abril a Outubro das 9:00h às 18:30h). As visitas guiadas duram pouco menos de uma hora e a entrada custa 10 euros/pessoa (25% de desconto se tiver o Porto Card que lhe dá descontos nas atrações da cidade e utilização ilimitada dos transportes públicos). Se preferir, pode reservar o seu bilhete para o Palácio da Bolsa com antecedência neste link, escolhendo a hora em que está interessado.

Reserve a sua visita guiada ao Palácio da Bolsa com antecedência através deste link, escolhendo a hora e o número de pessoas.

Igreja de São Francisco

Muito perto do Palácio da Bolsa, é considerada um dos monumentos religiosos mais importantes da cidade, a igreja de São Francisco, também declarada Monumento Nacional. A construção desta igreja gótica começou no século XIV como parte de um convento franciscano, mas teve de ser renovada mais tarde, no século XIX, devido a um incêndio. O seu interior ostenta três naves cobertas com talhas douradas nas quais se acredita que foram utilizados mais de 300 quilos de pó de ouro! Tal foi a ostentação, que a igreja esteve fechada durante anos, devido à pobreza que a rodeava. Outra atração é a Árvore de Jesse (árvore genealógica de Cristo), uma escultura de madeira policromada considerada uma das melhores, do seu género no mundo, que pode ser encontrada no corredor esquerdo. Abaixo, nas catacumbas, encontram-se os túmulos de alguns membros da ordem franciscana e membros de famílias nobres, bem como um ossário envidraçado.

A Igreja de São Francisco. Foto de Civitatis

A entrada na Igreja de São Francisco custa 7,50 euros (25% de desconto se tiver o Porto Card e para estudantes), abre às 9:00h e fecha às 17:30h de Novembro a Fevereiro, às 19:00h de Março a Junho e Outubro, e às 20:00h de Julho a Setembro.

Teatro Nacional de São João

Inaugurado em 1798, o edifício do Teatro Nacional de São João foi o primeiro edifício a ser construído de raiz, na cidade, dedicado única e exclusivamente à apresentação de espetáculos. Foi concebido pelo arquiteto e cenógrafo italiano Vicenzo Mazzoneschi na bela praça da Batalha, no Porto, e rapidamente se tornou o ponto de encontro da geração romântica da época. Foi destruído num incêndio em 1908 e o edifício que hoje vemos é uma reconstrução concebida por Marques da Silva, considerado “o último arquiteto clássico e o primeiro arquiteto moderno do Porto” (lemos no site oficial do teatro, na secção dedicada à história do edifício).

Pode fazer uma visita guiada ao Teatro Nacional de terça-feira a sábado às 12:30h, 6 euros/pessoa (50% de desconto com o seu Porto Card). Para saber quais as peças de teatro que estarão em cartaz quando visitar a cidade, vá ao website do teatro e verifique as obras e os horários. Com o Porto Card também terá um desconto em espetáculos: 50% de desconto em bilhetes adquiridos com mais de 48 horas de antecedência, ou 5 euros de desconto se os comprar com menos de 48 horas de antecedência.

Sé Catedral do Porto

A igreja principal da cidade e um dos monumentos mais antigos, a Sé do Porto é também um dos pontos de interesse mais visitados.

Foi construída no século XII (a primeira missa foi celebrada em 1120) mas só no século XIII atingiu o seu atual tamanho imponente e só no século XIV foi acrescentado o claustro de estilo gótico. Mais tarde, nos séculos XVII e XVIII, foi reconstruída ao estilo barroco (apenas subsistem os seus restos originais da rosácea) tanto no interior (visível nos retábulos e capelas) como no exterior (o portal), detalhes acrescentados por alguém que já deve conhecer da Torre dos Clérigos e da Igreja da Misericórdia da Rua das Flores, Nicolau Nasoni.

A Sé Catedral do Porto é a sede episcopal da diocese do Porto em Portugal e esconde um tesouro na sua “Casa do Cabildo” (acessível a partir do claustro) composta por 150 objetos de culto, vestes, pratas e livros litúrgicos dos séculos XV a XIX, dos quais existem alguns em exposição. Mas o que mais queríamos fazer era subir a torre e desfrutar das vistas 360º que ela oferece, o que foi impossível devido há multidão à nossa frente.

Embora compreendamos que a magnificência da arquitetura da Sé e as vistas do centro histórico que a rodeiam fazem dela uma visita essencial na cidade, foi um dos pontos onde sentimos o impacto negativo do turismo excessivo (visível, por exemplo, em grupos de excursões com mais de 20 pessoas) que o Porto está a sofrer (aqui sentimos muito mais do que na Torre dos Clérigos, onde pensámos que seria impossível subir e foi relativamente rápido, aliás pode comprar o seu bilhete para os Clérigos com antecedência aqui).

Supomos que a hora da visita também tem influência nesta afluência de gente, por isso aconselhamos a ir cedo ou tarde, pois quando fomos por volta das 11:00 da manhã havia uma tal concentração de turistas, free tours e tuk tuks que era impossível caminhar, visitar ou contemplar a Sé em paz e sossego.

Pode visitar a Sé Catedral do Porto das 09:00h às 18:30h (de Novembro a Março das 09:00h às 17:30h). A entrada na catedral é gratuita mas se quiser entrar no Claustro, na Casa do Cabildo e subir a Torre tem de pagar 3 euros/pessoa (35% de desconto se tiver o Porto Card).

RandomTip: Muito perto da Catedral está a Igreja e Convento dos Grilos, também conhecida como Igreja de São Lourenço, e ao seu lado encontra-se um miradouro com uma vista incrível sobre a cidade velha, o rio e o passeio de Gaia. Não o perca. Se gosta da arte do vitral e quer saber um pouco mais sobre as obras de vidro do Porto, o Museu do Vitral está ao lado (aberto das 10:00h às 19:00h e a entrada é de 8 euros, 10% de desconto com o Porto Card) e convidam-no para um copo de Porto. A igualmente próxima Casa-Museu Guerra Junqueiro oferece visitas gratuitas ao que foi a casa de um dos mais importantes poetas portugueses do início do século XX. O edifício desta Casa-Museu data do século XVIII, em estilo barroco, e o projeto é atribuído ao próprio Nicolau Nasoni. É uma visita bastante fora de rota e tem um bom café na esplanada do pátio da casa, se quiser fazer uma pausa.

Vistas de Gaia da Sé do Porto
Casa Museu de Guerra Junqueiro
Entrada para o Museu do Vitral

Passear pelos arredores da Catedral: Largo Pena Ventosa, Rua de Sant’Ana…

As ruas estreitas que rodeiam a catedral, que podem levar à Ribeira do Porto, merecem ser vagueadas e exploradas.

Comece na Rua de Dom Hugo e pare na Igreja e Convento de São Lourenço (também conhecida como Igreja dos Grilos) e os seus fantásticos miradouros. Continue para o Largo da Pena Ventosa, com as suas casinhas coloridas e fotogénicas, onde pode parar para uma bebida numa das esplanadas. Continue para a Rua de Sant’Ana e depois para Escadas do Barredo; tudo isto que está a ver é na zona mais antiga do Porto.

Depois, continuar ao longo da Rua da Senhora das Verdades, subindo as Escadas do Codeçal, parar para visitar a Igreja de Santa Clara e descer o outro lado da Muralha Fernandina em direção às Escadas dos Guindais, desfrutando das espetaculares vistas da ponte e do rio.

Randomtip: Se lhe apetecer, refresque-se com um fino (ou uma agua) no Guindalense Futebol Clube, antes de descer para a Ribeira do Porto, seja no funicular, de que falaremos abaixo, ou a pé, sempre com vista para a ponte Dom Luis I.

Muralha Fernandina

As Muralhas Fernandinas, das quais restam apenas alguns trechos, foram as muralhas construídas durante o século XIV e completadas sob o reinado de D. Fernando (daí o nome), para proteger a cidade dado o seu crescimento na altura.

A parte mais bem preservada da Muralha Fernandina é a que se encontra junto ao Funicular dos Guindais, embora outro pequeno vestígio também possa ser visto na Ribeira, o Postigo do Carvão, assim chamado porque era a porta de entrada do carvão para a cidade.

Funicular dos Guindais

Se os seus pés estiverem doridos depois de percorrer toda a Catedral do Porto, não tem de descer a pé até à popular zona da Ribeira: pode apanhar o Funicular dos Guindais! Este popular meio de transporte liga a parte superior da cidade (onde se encontra a catedral), partindo da Praça da Batalha, com a parte inferior da cidade, até à famosa Ribeira, e vice-versa. O passeio desce (ou sobe) cerca de 60 metros e demora apenas dois minutos enquanto desfruta de vistas deslumbrantes da Ponte Dom Luis e das muralhas Fernandinas que serviram de fortificação e defesa da cidade.

O funicular está aberto de Abril a Outubro, de domingo a quinta-feira das 08:00h às 22:00h e sextas-feiras e sábados das 08:00h às 00:00h e de Novembro a Março, de domingo a quinta-feira das 08:00h às 2o:00h e sextas-feiras e sábados das 08:00h às 22:00h. O preço por viagem é de 2,50 euros por adulto, 1,25 euros por criança com mais de 4 anos de idade e gratuito para crianças com menos de 4 anos de idade. Pode utilizar o seu Porto Card no funicular dos Guindais e obter um desconto de 25%.

RandomTip: Existe uma alternativa grátis ao Funicular dos Guindais, o Ascensor da Ribeira (conhecido como Elevador da Lada), um elevador que liga a Ribeira com a cidade velha do Porto. Contudo, este plano gratuito tem um lado negativo: deixa-o a meio caminho e tem de subir algumas escadas para chegar ao centro histórico. Em troca, deixa-o no bairro do Barredo, uma parte muito autêntica do Porto, e também lhe dá uma bonita panorâmica da cidade.

Ribeira do Porto

Chegou ao famoso “postal” do Porto. O conjunto de edifícios históricos e coloridos nas margens do Douro onde os rabelos (embarcações tradicionais utilizadas para transportar barris de vinho) carregados de turistas descansam ou navegam, é um dos lugares mais emblemáticos e fotogénicos da cidade. Para além de ser uma das zonas mais antigas da cidade, de origem medieval, a Ribeira é Património Mundial da UNESCO.

Num passeio de lazer a partir da Avenida Gustavo Eifell (onde se pode apanhar o funicular ou descer as escadas Guindais) até ao cais, do “Cais da Ribeira” notará que esta zona está cheia de turistas, restaurantes, cafés e esplanadas com vista privilegiada para Vila Nova de Gaia e um dos locais mais populares para almoçar, jantar ou beber um copo ao pôr-do-sol.

Uma das praças com várias esplanadas é a famosa Praça da Ribeira com a estátua de São João Batista, padroeiro da cidade, celebrada na noite de 23 de Junho no maior evento do Porto, a“Festa de São João“, um festival durante o solstício de Verão em que as ruas do centro histórico estão cheias de música, de cheiro a manjerico e de fogos de artifício.

Atenção, a grande maioria dos restaurantes e esplanadas da Ribeira têm preços e ementas turísticas. Se não quiser ficar “preso” recomendamos que se afaste da beira-rio e explore ruas estreitas como a Rua da Fonte Taurina que tem boas opções como a Casa Lopes ou o Ora Viva servindo comida tradicional saborosa a preços razoáveis. Se estiver à procura de algo especial, não hesite, dirija-se ao Bacalhau e peça uma mesa na esplanada. Não só os seus pratos são alguns dos melhores da zona, mas o pano de fundo contra o qual irá almoçar ou jantar é dificilmente superável.

Mas o que mais gostámos foi de entrar nas entranhas da Ribeira, na sua complexidade de ruas labirínticas que convidam a perder-se e que nos falam do passado d0 bairro e da cidade, basta prestar atenção.

Por exemplo, um dos cartazes na Ribeira conta a história da tragédia de “Ponte das Barcas ” que ocorreu em 1809 durante a segunda invasão francesa. O medo das tropas francesas empurrou milhares de pessoas do Porto a tentar atravessar o rio Douro utilizando uma ponte construída sobre barcaças, a “Ponte das Barcas”, mas a ponte não resistiu ao peso da multidão, cedeu e mais de quatro mil pessoas morreram. Em 1897, 88 anos após a tragédia, o escultor Teixeira Lopes eternizou esse trágico dia num baixo-relevo de bronze chamado “Alminhas da Ponte” que se tornou um local de culto para os crentes e habitantes da Ribeira que ali rezam e prestam homenagem aos que morreram nesse dia. Esta tragédia é também recordada hoje através de um memorial na própria Ribeira, que consiste numa escultura em aço desenhada pelo arquiteto Souto Moura.

Outro ponto interessante na Ribeira é o “Muro dos Bacalhoeiros“, uma continuação da muralha Fernandina e um dos melhores locais para se ter uma vista privilegiada das margens do Douro. A Ribeira era também o lar de uma das personalidades mais notáveis da cidade, o Duque da Ribeira, um barqueiro desta zona conhecido por ter salvo várias pessoas de afogamentos e resgatado os corpos de muitas outras, devido ao seu conhecimento das correntes fluviais. Por este feito, após a sua morte, foi-lhe prestada uma homenagem e a praça ao lado do pilar da Ponte D. Luís recebeu o seu nome e uma lápide foi colocada no local.

A partir da Ribeira do Porto pode fazer uma das atividades estrela na cidade: um cruzeiro de uma hora através das seis pontes (15 euros por pessoa). A bordo de um rabelo, claro, o barco tradicional utilizado para transportar as cubas das vinhas do Vale do Douro para as caves de Vila Nova de Gaia, passará sob a Ponte da Arrábida, a mais longa ponte da cidade, localizada junto à foz do rio, até à Ponte do Freixo, localizada no extremo oriental do Porto. Passará também a ponte mais fotogénica, a ponte Don Luis I (século XIX), a ponte Infante Dom Henrique (construída em 2003), a ponte Maria Pia (projetada por Théophile Seyrig, parceiro de Gustave Eiffel, em 1873) e a ponte São João (ponte ferroviária, apenas para comboios).

Se preferir algo mais romântico, este cruzeiro noturno de 3 horas inclui jantar, vinho e música tradicional ao vivo. Dê uma vista de olhos neste link.

Reserve o cruzeiro de uma hora nas seis pontes (das 10:00h às 18:30h) neste link ou o cruzeiro com jantar e música neste link.

Zona 2: Baixa do Porto

Paços do Concelho do Porto (Câmara Municipal)

Os Paços do Concelho do Porto, edifício da Câmara Municipal do Porto desde 1957, embora a sua construção tenha começado muito antes, em 1920, um projeto do arquiteto Correia da Silva que se arrastou por vários anos e sofreu modificações ao plano inicial pelo arquiteto Carlos Ramos, autor também do vizinho Palácio dos Correios.

O edifício foi concebido pelo arquiteto inglês Barry Parker (plano aprovado em 1916) para a ampliação do centro cívico da cidade, e foi arquitetonicamente inspirado pelos grandes palácios comunais do norte de França e da Flandres.

Em frente à porta principal do edifício podemos encontrar a estátua de um dos mais notáveis escritores românticos portugueses, Almeida Garret, nascido no Porto em 1799. A estátua foi inaugurada em 1954 para comemorar o primeiro centenário da morte do autor.

Dentro do edifício de seis andares dos Paços do Concelho, há uma grande escadaria de granito que conduz ao andar principal e quatro frescos que evocam personalidades da história portuguesa: Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal; Infante Dom Henrique, promotor da exploração marítima portuguesa (século XV); Afonso Martins Alho, burguês do Porto e negociador do primeiro tratado comercial com a Inglaterra (século XIV); e Camilo Castelo Branco, um dos autores mais representativos da literatura portuguesa (século XIX, fim do romantismo). Na varanda deste mesmo piso encontram-se quatro estátuas que simbolizam as riquezas do norte de Portugal: a Terra, o Mar, a Vinha e o Trabalho.

A entrada é gratuita e no primeiro domingo de cada mês há visitas guiadas às 11:00 da manhã.

Igreja da Santíssima Trindade

A Igreja da Trindade é a igreja situada mesmo atrás da Câmara Municipal (Paços do Concelho). Foi construída durante o século XIX por iniciativa da Ordem da Trindade e aberta ao culto em 1841. A fachada é neoclássica com pormenores de tradição barroca.

Diz-se que nesta igreja uma vidente e milagreira chamada Guilhermina teve uma visão da Santíssima Trindade e anjos cantando o Tantum Ergo Sacramentum. Outra curiosidade é que o arquiteto que concebeu esta igreja nos primeiros anos do século XIX, Carlos Amarante, está aqui enterrado.

Não entrámos na igreja, mas no interior existe um grande painel representando o Batismo de Cristo, obra do pintor José de Brito.

Avenida dos Aliados

Uma das ruas mais movimentadas e populares da cidade, a Avenida dos Aliados é o ponto de encontro de portuenses, especialmente quando é altura de celebrar. Uma árvore de Natal é iluminada aqui todos os anos nessa altura, a contagem decrescente para o Ano Novo começa aqui, jovens de fato e capas pretas celebram o fim da licenciatura na “Queima das Fitas” e a música é ouvida alto e bom som nos concertos do festival de São João, o evento mais importante da cidade. É também frequentemente um ponto de partida para as exigências do povo do Porto, pois é aqui que se realizam a maior parte das concentrações e manifestações na cidade.

Esta avenida nasceu do mesmo plano de expansão do centro cívico da cidade pelo arquiteto inglês Barry Parker em 1916 de que vos falámos nos Paços do Concelho, e que levou à extensão da Praça da Liberdade para norte, abrindo a Avenida dos Aliados e a Praça do General Humberto Delgado. Em 2005, a Avenida dos Aliados passou por uma profunda transformação pelos arquitetos Siza Vieira (Matosinhos, 1933) e Souto Moura (Porto, 1952), tornando-a mais versátil (maior facilidade de montar e desmontar palcos e cenários, por exemplo) mas, na opinião de alguns habitantes locais, também a retirar o seu encanto (costumava ser uma grande área verde com a típica calçada portuguesa).

É uma avenida nobre, onde o melhor plano é passear e contemplar as fachadas dos edifícios modernistas do início do século XX, com vestígios de art deco, a maioria dos quais são agora ocupados por bancos e companhias de seguros. Aqui encontrará a Culturgest, uma galeria de arte pertencente ao grupo financeiro da Caixa Geral de Depósitos, que vale a pena visitar, mesmo que apenas para entrar e admirar a sala que acolhe exposições temporárias, mas também expõe habitualmente obras muito interessantes (e gratuitas).

Muito perto da Culturgest e Aliados está o Teatro Rivoli, o teatro municipal do Porto que acolhe desde obras de teatro, espectáculos de dança, música e cinema a cafés literários e diferentes tipos de eventos. Idealmente, deverá consultar o website Rivoli para ver o programa durante os dias em que estará na cidade. A nossa amiga Joana disse-nos que valia a pena ir até ao café-concerto no 5º andar, mas não tivemos tempo, por isso fá-lo-emos da próxima vez.

Mercado do Bolhão

Reaberto em Setembro de 2022 após 4 anos de encerramento para renovações, o Mercado do Bolhão é o mercado mais famoso da cidade, ocupando um quarteirão inteiro no centro da Baixa Portuense (limitado pelas ruas de Sá da Bandeira, Formosa, Alexandre Braga e Fernandes Tomás). O mercado é de 1837, quando a Câmara Municipal do Porto decidiu construir uma praça neste terreno comprado à igreja, embora só tenha aberto as suas portas dois anos mais tarde, em 1839.

E de onde vem o nome de Bolhão? Vem precisamente de “bolha grande” porque existia um riacho nesta zona que, ao atravessar um pântano entre a Rua Formosa e a Rua de Fernandes Tomás, formava uma grande bolha de água. Curiosamente (ou não), nas imediações do local já existia uma fonte de água, chamada, precisamente, Fonte do Bolhão.

Fonte: MercadodoBolhao.pt

Durante vários anos, foram feitas melhorias no mercado, tais como uma estrutura definitiva para substituir as bancadas existentes e a grande escadaria central, mas no início do século XX, os líderes da cidade decidiram construir um novo mercado fora da cidade a fim de assegurar o abastecimento alimentar que permitiria a expansão do Porto. O projeto foi abandonado por razões económicas.

Foi apenas em 1914 (ano em que rebentou a Primeira Guerra Mundial) que o atual edifício foi construído. O projeto concebido pelo arquiteto Correia da Silva (conhecê-lo-á porque é o mesmo arquiteto que concebeu a Câmara Municipal, Paços do Concelho) foi uma obra de vanguarda para a época, devido à utilização de betão armado em conjunto com estruturas metálicas, coberturas de madeira e alvenaria de granito. Ao longo da sua história, o mercado sofreu várias mudanças, tais como a construção em 1939 (ano em que estalou a Segunda Guerra Mundial) da galeria transversal, a passagem entre as galerias superiores que divide o pátio central do edifício e estabelece a ligação entre os acessos às ruas de Alexandre Braga e Sá da Bandeira.

Em 2006, o mercado foi classificado pelo município como Património de Interesse Público pelos seus valores arquitetónicos, artísticos, históricos, simbólicos, culturais e sociais, e em 2013 foi-lhe atribuída a categoria de Monumento de Interesse Público.

Nós no Randomtrip, que adoramos mercados onde quer que vamos, curiosamente visitámos o icónico edifício na sua reabertura em Setembro de 2022, e tivemos sentimentos divididos. Embora a monumentalidade do mercado nos tenha apanhado de surpresa (por muito que leia e veja fotografias, duvidamos que não se surpreenda com a sua beleza), a direção em que o mercado vai, reflete o que sentimos nas ruas à sua volta: a perda da autenticidade.

Hoje o mercado Bolhão é um mercado moderno, arrumado e limpo com mais de 70 comerciantes com diferentes produtos (desde peixe, legumes e fruta, ao artesanato ou café) com os seus nomes em cada posto do mercado, lojas em redor do edifício e restaurantes no primeiro andar.

Tivemos a sensação de que os postos do mercado estão cada vez mais direcionados para aqueles que passam, turistas, ou que vivem nas ruas próximas (com elevado poder de compra) e que será cada vez mais difícil encaixar o Bolhão na vida quotidiana da maioria da população portuense e local: quando visitámos, havia vários grupos de turistas de mais de 20 pessoas a visitar o mercado (e não comprar nada).

Na nossa opinião, é uma visita única e bela (se puder comprar algo nas bancas e contribuir para a economia local, bem como ver o mercado, ainda melhor) mas acreditamos que se a direção do turismo na Baixa do Porto não mudar, esta essência particular do Porto, onde a história do mercado do Bolhão e da cidade se entrelaçam há mais de cem anos, em breve desaparecerá.

Pode entrar e fazer compras no mercado do Bolhão de segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e aos sábados das 08:00h às 18:00h (fechado aos domingos).

À saída, não perca a loja “Pérola do Bolhão” e a sua incrível fachada Art Nouveau, coberta de azulejos com referências à rota das especiarias que é, em si mesma, uma das atrações turísticas da cidade do Porto. A loja foi fundada em 1917, testemunhando as transformações do mercado desde a construção do atual edifício (em 1914) e aqui pode encontrar uma seleção de iguarias portuguesas tais como queijos, enchidos, vinhos, frutos secos ou bolachas.

Duas outras lojas próximas com o mesmo tipo de ofertas de produtos que também merecem uma visita e que tendem a ser menos frequentadas são a Confeitaria do Bolhão e a Mercearia do Bolhão. Recentemente saiu uma notícia a alertar para o triste encerramento da Merceria do Bolhão por não renovação do contrato de arrendamento. Uma loja histórica da cidade, aparentemente a mais antiga, que encerra ao fim de 80 anos, reflectindo a ganância, a gentrificação e a descaracterização que o centro histórico do Porto está a sofrer.

Capela das Almas

A Capela das Almas, ou Capela de Santa Catarina, certamente chamará a sua atenção quando sair (ou antes de entrar) no mercado. A sua fachada está coberta com 16.000 azulejos representando cenas religiosas da vida de S. Francisco de Assis e S. Catarina. Embora o edifício date do século XVIII, em estilo neoclássico, os azulejos foram acrescentados mais tarde, no início do século XX. O seu nome provém da imagem da Virgem das Almas no seu interior.

Rua de Santa Catarina e Café Majestic

A rua comercial por excelência da baixa portuense, na rua de Santa Catarina encontrará todo o tipo de lojas, especialmente marcas multinacionais (as lojas mais tradicionais têm vindo a desaparecer, dando lugar a estas outras) e inclusivé um par de centros comerciais.

Se depois de tantas lojas tiver vontade de descansar as pernas, ou se, como no nosso caso, não tiver tanto interesse na parte das lojas e mais na parte do café, saiba que está na rua que esconde um dos lugares mais bonitos para beber um: o Café Majestic .

Este café ao estilo Art Nouveau abriu as suas portas em 1921 e contar a sua história é contar também a história da cidade, pois foi aqui que políticos, escritores e intelectuais se reuniram durante os “Loucos anos 20”. O seu arquiteto foi João Queirós e o ambiente de espelhos de cristal, pavimentos de mármore e belos candelabros no café mais emblemático da cidade, vai transportá-lo para uma atmosfera cinematográfica. Acolhem frequentemente recitais de poesia ou de piano, exposições de pintura e até apresentações de livros e outros tipo de eventos.

Café Majestic, por dentro.

No entanto, beber um café que o transporta para a Belle Époque não sai barato: um café expresso custa 5 euros (tenha em conta que em Portugal a bica custa normalmente entre 0,70 e 1 euro, em locais especiais até 2 euros) e, talvez, haja uma fila quando chegar e terá de esperar…

Fila para entrar no Café Majestic, claro

Coliseu do Porto

Uma das principais salas de espetáculo da cidade, com capacidade para 4000 pessoas, a construção do edifício do Coliseu, em estilo Art Deco, começou em 1937. Foi um projeto dos arquitetos Cassiano Branco e Júlio de Brito e abriu as suas portas em 1941. Em 2012 foi classificado como Monumento Nacional.

Praça da Batalha

O nome de uma das praças mais importantes e movimentadas da cidade diz tudo. Diz-se que foi aqui, na Praça da Batalha, que uma sangrenta batalha foi travada entre os portugueses e as tropas sarracenas de Almanzor no século X, com Almanzor a vencer a batalha e a consequente devastação da cidade.

No centro da praça encontra-se a estátua do Rei Pedro V, responsável por várias melhorias que levaram à modernização do país no século XIX (desde saúde pública às infra-estruturas e telégrafos).

É uma praça quase exclusivamente pedonal cheia de restaurantes, cafés e hotéis e chamamos a vossa atenção para alguns edifícios arquitetonicamente excepcionais , tais como a estação central dos correios (de finais do século XVIII); o Teatro Nacional São João, de estilo renascentista; o antigo cinema Águia Douro; o cinema epónimo Batalha; o café Chave de Ouro; o Hotel Império; e o NH Porto Batalha.

Hotel NH Porto Batalha, no coração do centro da cidade

Igreja de Santo Ildefonso

No meio da Praça da Batalha encontra-se esta bela igreja, reconstruída no século XVI (a igreja anterior estava em ruínas), que se destaca pelos azulejos que a cobrem quase por completo e pela escadaria fotogénica que a leva até ela. Os azulejos da Igreja de Santo Idelfonso são de Jorge Colaço (1932), o mesmo pintor dos azulejos que cobrem a emblemática estação de São Bento e a sua vizinha Igreja de Santo António dos Congregados, e retratam cenas da vida religiosa de Santo Ildefonso e alegorias da Eucaristia.

No interior, destacam-se um órgão com mais de 1.000 tubos, os impressionantes vitrais e o retábulo barroco esculpido em rococó do século XVIII desenhado por Nicolau Nasoni.

Se a quiser visitar, deve saber que está fechada às segundas-feiras, por isso evite ir neste dia da semana. Nos restantes dias o seu horário de abertura é das 10:00h às 12:30h e das 15:00h às 18:00h (aos sábados fecha às 20:00h), depois desta hora os portões de ferro que dão acesso à escadaria estão fechados.

Livraria Lello, uma das mais belas livrarias do mundo

Considerada uma das mais belas livrarias do mundo, a Livraria Lello foi inaugurada em 1906 e é atualmente uma das atrações turísticas mais procuradas no Porto.

A livraria é em estilo neo-gótico e a sua bela fachada com um amplo arco redondo não passa despercebida (também por causa da concentração de turistas que se encontra sempre por aqui) e duas figuras representando a Arte e a Ciência dar-lhe-ão as boas-vindas a partir da rua.

Se reparar, por baixo de“Livraria Lello & Irmão” está escrito“Livraria Chardron” porque os irmãos José e Antonio Lello compraram a antiga livraria/publicação de Ernesto Chardron em 1894 e mantiveram o nome do negócio original:

Mas o verdadeiro tesouro da livraria está escondido no seu interior, onde a estrela da sala é a escadaria ornamental que dá acesso ao andar superior. As paredes da livraria estão forradas com prateleiras contendo mais de 60.000 livros, e o escultor Romão Júnior esculpiu bustos dos grandes escritores portugueses Antero de Quental, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Teófilo Braga, Tomás Ribeiro e Guerra Junqueiro nos arcos partidos que repousam sobre os pilares. No entanto, nenhuma escritora.

fotografias de LivrariaLello.pt

Os mitos de Harry Potter e do Porto:

Se é Potterhead (fã da saga Harry Potter) e vem aqui em busca de algum vestígio mágico, deve saber que a autora da famosa saga, a britânica J. K. Rowling, embora tenha vivido no Porto durante um período (entre 1991 e 1993) quando estava a escrever a história de Harry, negou a crença de que a Livraria Lello inspirou a história e confirmou que qualquer semelhança entre a biblioteca (ou qualquer outro ambiente) de Hogwarts e a livraria Lello & Irmão é pura coincidência. Para além da falsa ligação à livraria, existem outros rumores, como o que ela escreveu no Café Majestic (isto é verdade), que o nome Salazar Slythering vem de António Salazar, o ditador português (também verdade) ou que as capas usadas na saga são inspiradas por aquelas usadas pelos estudantes universitários. Em qualquer caso, tendo em conta o pouco respeito que temos pelas opiniões desta autora transfóbica, a nossa recomendação é que se centre na narrativa de Potter e se deixe levar pela imaginação…

A fama da livraria tornou praticamente impossível a visita sem fila de espera. O tamanho da fila dependerá da época em que visitar o Porto e da hora a que visitar a livraria, sendo melhor à hora do almoço (entre as 12h e as 14h) ou no final da tarde, antes da hora de encerramento. Pode comprar o bilhete fisicamente ao lado da livraria, na “Check in Libreria Lello” ou, melhor ainda, comprar o bilhete antecipadamente online neste link oficial da livraria (chamamos a atenção que, tanto na compra física do bilhete como online terá de fazer fila porque compra o bilhete para o dia que quiser ir, e não para uma hora específica).

Sabe que está a chegar à livraria Lello quando vê uma multidão na rua…

A entrada é de 5 euros (gratuito para crianças com menos de 3 anos, embora neste caso tenha de comprar o bilhete de 0 euros online de qualquer forma) ou 15,90 euros se quiser entrar com prioridade e saltar a fila (tal como em algumas companhias aéreas). Pode comprar o bilhete que quiser online no sítio web da livraria e este é dedutível no que comprar, ou seja, o que quer que pague pela entrada na livraria (quer seja 5 ou 15,90 euros) é deduzido do preço do que comprar no final. A livraria tem livros em várias línguas (não só livros em português) ou não fosse a Lello & Irmão uma das livrarias mais visitadas pelos turistas de todo o mundo.

A livraria está aberta das 9h30h às 19h00h todos os dias da semana e há algumas regras a seguir, tais como manter o telemóvel em silêncio e ter em conta que menores de 12 anos devem ser sempre acompanhadas por um adulto, as outras regras podem ser encontradas no website da livraria.

Se esta é a sua segunda vez no Porto, se a fila para a livraria é demasiado longa ou se simplesmente não planeia ir à livraria Lello & Irmão durante a sua visita à cidade, sugerimos um plano alternativo para os amantes de livros: a Livraria Aberta, a única livraria queer no país. Está muito perto e dar-lhe-emos mais pormenores no ponto seguinte, continue a ler.

Rua do Almada: cervejas artesanais, roupas em segunda mão, livros e filmes independentes

A rua hipster e moderna por excelência, na Rua do Almada encontrará fábricas de cerveja artesanal (como a Baobab, a Baixada ou a Alvares) onde poderá não só provar a cerveja mas também petiscar algo saboroso, lojas de roupa de segunda mão (como a Wild at Heart onde comprámos uns óculos de sol e um casaco), lojas de vinil (como a Louie Louie) e até um cinema independente, o Cinema Trindade.

Tentamos sempre recomendar-lhe uma livraria em cada destino e no Porto não ia ser menos. Nesta área existem várias livrarias pequenas e interessantes, mas no Randomtrip conhecemos um projeto recente muito especial graças ao nosso querido amigo Humberto, que não podemos deixar de lhe recomendar. Livraria Aberta é a única livraria atualmente aberta em todo o país especializada em temática LGBTQI+. A primeira livraria queer em Portugal nasceu em Lisboa, a “Esquina Cor de Rosa”, mas infelizmente fechou as suas portas em 2006. Na Livraria Aberta pode encontrar livros em português, em espanhol e em inglês e a cereja no topo do bolo, ou melhor, do livro: conversar com Paulo e Ricardo sobre livros, sair com uma recomendação sua na mochila e muita vontade por devorá-la.

Igreja da Lapa

A Igreja da Lapa, construída entre os séculos XVIII e XIX, é famosa por albergar o coração do Rei D. Pedro (a seu pedido, antes da sua morte), separado do seu corpo (que foi enterrado em São Paulo, Brasil). É conservado num frasco com formaldeído, guardado a sete chaves.

Em 2022, por ocasião do bicentenário da independência do Brasil, foi acordado que o coração viajaria para o Brasil para exibição, regressando à Igreja da Lapa onde poderia ser visto pelo público durante um fim-de-semana antes de ser novamente guardado.

E aqui se esconde o coração de D.Pedro

Rua Galeria de Paris: bares para todos os gostos

E se pensarmos que a Rua do Almada é ideal para uma tarde (ou início da noite), a Rua Galeria de Paris transforma-se quando o sol se põe e a lua nasce. Tanto esta rua como a sua rua paralela (Rua Cândido dos Reis) são conhecidas pela sua vida noturna e estão cheias de bares para todos os gostos, por isso, com certeza encontrará um que lhe agrade. No Randomtrip fomos ao Plano B e gostámos muito.

Rua Galeria de Paris, vazia porque é de dia

Esta zona é um dos pontos de encontro mais importantes de vida noturna da cidade, com vários bares e discotecas, e é provável que se veja muita gente a beber e a conversar na rua, a pular de bar em bar.

Se passar à tarde, a Rua das Carmelitas (perpendicular à Galeria de Paris) tem várias lojas, algumas das quais ainda mantêm as suas fachadas originais.

Rua das Carmelitas

Mural Steak’n Shake: Azulejos de Joana Vasconcelos

Este mural de 20 metros de comprimento, concluído em 2016 e inaugurado no ano seguinte, inclui 8.000 azulejos pintados à mão por uma das artistas visuais contemporâneas portuguesas de maior renome internacional, Joana Vasconcelos. Conhecerá provavelmente algumas das suas obras mais populares, tais como“A Noiva” (2001-2005), um candelabro suspenso feito de 25.000 tampões, ou a obra “Marilyn ” (2009), um par de saltos altos feito de cem panelas.

Este mural da artista cobre a fachada lateral do Steak’n Shake (uma hamburgueria franchising) e é um projeto de parceria entre a Fundação Joana Vasconcelos e a Steak’n Shake. O mural é aparentemente inspirado pelo simbolismo dos desenhos de filigrana e bordados de Viana do Castelo, os famosos bordados de Viana.

RandomTip: Se tiver fome quando andar por aqui, ao lado deste mural está o espaço mais recente das Casas Guedes, a Casa Guedes Progresso, e a sua famosa “sandes de pernil”. Se preferir provar a famosa sandes na Casa Guedes Tradicional, esta fica perto do Coliseu do Porto.

Casa Guedes: comer apenas uma sandes é proibido.

Igreja do Carmo, Igreja dos Carmelitas e Casa Escondida

Mesmo que ainda não tenha chegado ao Porto, já deve ter visto algumas fotografias da igreja mais famosa da cidade, a Igreja do Carmo, devido ao seu impressionante painel de azulejos que cobre toda a fachada lateral.

O que talvez não saiba é que existem de facto duas igrejas, Igreja do Carmo e Igreja das Carmelitas, pertencentes a duas ordens diferentes, no mesmo edifício e, além disso, uma Casa Escondida entre as duas.

Igreja dos Carmelitas à esquerda, Casa Escondida no meio e Igreja do Carmo à direita.

A magnífica Igreja do Carmo de estilo rococó foi construída no século XVIII num local adjacente à Igreja das Carmelitas de estilo barroco do século anterior, mas como duas igrejas não podiam ser construídas juntas naquela época, foi construída uma casa entre as duas igrejas, ficando assim, separadas.

A Casa Escondida do Porto, aninhada entre igrejas, tem pouco mais de 1,5o metros de largura, e é considerada a casa mais estreita da cidade e uma das mais estreitas do país (estreita, mas de salientar que tem três andares). Diz-se que a Casa Escondida não serviu apenas como residência (para capelães, artistas que trabalharam na decoração da igreja ou médicos que trabalharam no hospital da Ordem) mas também como local de importantes reuniões secretas no século XIX. Assim, a Casa Escondida teria sido um refúgio onde decisões estratégicas foram tomadas em períodos históricos em que a cidade estava mais vulnerável, como a época das Invasões Francesas (1807-1811), a época do Liberalismo (1828-1834), ou durante o “Cerco do Porto” (entre 1832 e 1833, em que as tropas liberais de D. Pedro foram “cercadas”pelas forças absolutistas leais a D. Miguel, tendo resistido e feito triunfar o liberalismo em Portugal) e até mesmo após a Proclamação da República em 1910.

Mais recentemente, o Sacristão e o zelador da igreja viveram na Casa Escondida. Atualmente, e especialmente depois do conjunto ter sido classificado como Monumento Nacional em 2013, é possível visitar e entrar na Casa Escondida através do“Circuito Turístico Ordem do Carmo”.

Igreja do Carmo

O bilhete para este passeio curioso custa 3,50 euros (40% de desconto se tiver o Porto Card) e visitará a Casa Escondida, a Igreja do Carmo, as Catacumbas, o Salão Nobre e até a Sacristia onde poderá vislumbrar o património da Ordem do Carmo (tais como pinturas, esculturas, vestes litúrgicas e relíquias). A Visita Turística à Igreja do Carmo está aberta todos os dias das 10:00h às 18:00h.

Chegada à Igreja do Carmo

Fonte dos Leões

A Fonte dos Leões fica no centro da Praça Gomes Teixeira, e é a culpada pelo facto das pessoas conhecerem esta praça como a “Praça dos Leões”. É uma fonte de ferro fundido criada no século XIX pela Compagnie Générale des Eaux pour L’Etranger, a empresa então responsável pelo abastecimento de água da cidade, cujo contrato (assinado pelo próprio rei Luís e pelo ministro Fontes Pereira de Melo) incluía a obrigação de construir uma fonte monumental. Após um longo processo de aprovação do projeto, a fonte, de 8 metros de diâmetro e 6 metros de altura, foi finalmente construída. A fonte central é pintada em bronze com quatro leões alados sentados nas extremidades.

Jardim da Cordoaria (Jardim João Chagas)

Jardim João Chagas (mais conhecido como Jardim da Cordoaria, devido à presença de Cordoeiros na zona há mais de 200 anos) é um jardim público do século XIX, desenhado pelo mesmo arquiteto responsável pelos jardins do Palácio de Cristal (o alemão Émile David).

É um bom lugar para se descansar um pouco, à sombra, ao lado do lago, depois de um bom passeio pela cidade.

Rua Miguel Bombarda: a rua das galerias de arte

E se a Rua do Almada é a rua de compras hipsters, poderíamos dizer que a Rua Miguel Bombarda é a rua de compras culturais. Aqui, para além de pequenas lojas de arte, cerâmica e ilustração onde pode comprar uma lembrança para a sua casa (no Randomtrip somos incapazes de ir ao Porto e não dar uma olhadela à Ó!Galeria e “pecamos” sempre), tem também várias galerias de arte como a Quadrado Azul, a Serpente, a Galeria Fernando Santos, a Presença, a São Mamede ou a Bombarda. É claro que a maioria delas só está aberta à tarde, por isso este é um plano para depois do almoço.

Perpendicular à Rua Miguel Bombarda está a Rua da Cedofeita, assim chamada devido à sua proximidade com a Colegiada da Cedofeita. É uma das principais ruas comerciais da cidade que vale a pena visitar não só para fazer ver as montras mas também para admirar as fachadas dos seus edifícios construídos entre os séculos XVII e XX.

Rua da Cedofeita

Museu Nacional Soares dos Reis: o museu mais antigo de Portugal

O Museu Nacional Soares dos Reis é o museu público mais antigo do país e deve o seu nome ao famoso escultor português António Soares dos Reis (1847-1889), nascido em Gaia.

A fachada do Museu Nacional Soares dos Reis, pelo Chris do Randomtrip

Está localizado no Palácio dos Carrancas, um palácio neoclássico do século XVIII, residência privada de personalidades tão ilustres como o General Soult, o Duque de Wellington ou D. Pedro IV. Por curiosidade, a origem das coleções do museu remonta ao Museu Portuense que foi aberto em 1833 por D. Pedro IV para albergar as obras de arte dos conventos fechados pela legislação liberal e pelo seu decreto de extinção das ordens religiosas em Portugal. Nas suas salas podemos contemplar uma importante coleção de pintura portuguesa dos séculos XVIII a XX (atenção especial às obras da chamada “Escola do Porto” do período naturalista) e de pintura internacional dos séculos XVI a XIX através de correntes como o Neoclassicismo, o Romantismo, o Naturalismo e o Realismo.

A coleção de escultura do Museu Nacional Soares dos Reis inclui obras do século XV ao XIX, com especial destaque para o trabalho do escultor português do século XIX, António Soares dos Reis, onde pode encontrar a sua famosa escultura“O Desterrado“, entre muitas outras.

Foto da página do Museu Nacional Soares dos Reis no Facebook.

A coleção do Museu Nacional Soares dos Reis está dividida por períodos, durante os quais podemos contemplar não só grandes obras de pintura e escultura, mas também joalharia, cerâmica, objetos decorativos e mesmo peças arqueológicas representativas da vida quotidiana portuguesa. O bónus da visita: os belos jardins do palácio onde se pode dar um passeio.

Foto da página do Museu Nacional Soares dos Reis no Facebook.

A entrada no museu público mais antigo de Portugal e a sua impressionante coleção é de 5 euros (50% de desconto se tiver o Porto Card mas também para pessoas com mais de 65 anos e para jovens entre 15 e 25 anos), gratuito para menores de 12 anos. Domingos e feriados, entrada livre até às 14:00h. O museu está aberto de terça-feira a domingo, das 10:00h às 18:00h, fechado às segundas-feiras.

Foto da página do Museu Nacional Soares dos Reis no Facebook.

RandomTip: Se tivéssemos tempo para visitar apenas um museu na nossa viagem ao Porto, escolheríamos este, ou, se preferir arte contemporânea, o museu da Fundação Serralves de que falamos abaixo, na parte ocidental da cidade (zona 4). Se puder visitar ambos, tanto melhor.

Jardins do Palácio de Cristal

Se quiser fugir da azáfama da cidade, temos a solução: um passeio pelos pulmões do centro da cidade, os jardins do Palácio de Cristal, entre fontes, lagos e pavões.

Mas não procure o palácio que deu o nome aos jardins, porque não o encontrará hoje. O antigo Palácio de Cristal, criado para uma Feira Mundial em 1865, terá sido inspirado pelo Palácio de Cristal no Hyde Park de Londres, também construído para uma Feira Mundial uma década antes, em 1851. O palácio de Londres foi destruído num incêndio em 1936, e o palácio Portuense foi demolido nos anos 50 para dar lugar ao que se pode encontrar hoje: o Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota.

O Pavilhão Rosa Mota tem o nome de Rosa Mota, uma grande atleta portuguesa nascida no Porto, que se tornou campeã olímpica nos Jogos de Seul de 1988, na maratona. É neste espaço multifuncional com a sua enorme cúpula futurista que se realizam competições desportivas (também conhecido como o Pavilhão Desportivo) e grandes concertos de artistas nacionais e internacionais, uma vez que pode acomodar até 5.400 pessoas.

Pode também subir a cúpula hemisférica do Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota no miradouro do Porto 360! Depois de subir 150 degraus, terá uma vista incrível (360º, claro) de toda a cidade do Porto, alguns dos edifícios mais emblemáticos da cidade, o rio Douro e Gaia, do outro lado. Para além das espantosas vistas do topo da cúpula, o bilhete inclui uma visita ao interior do pavilhão onde aprenderá sobre a história do antigo palácio de cristal.

Pode aceder ao miradouro do Porto 360 e subir a cúpula de terça a domingo até ao pôr-do-sol, numa visita guiada de aproximadamente 40 minutos (não o pode fazer por sua conta). Os passeios são para um máximo de 13 pessoas com um guia (idade mínima de 6 anos). Pode comprar o bilhete para o miradouro 360º, fisicamente na bilheteira do Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota, ou, se preferir online, sem definir a hora, apenas o dia, neste website. O preço do bilhete é de 12,50 euros com 50% de desconto para menores de 12 anos. O acesso ao miradouro é através da Porta 3 do pavilhão e poderá encontrar mais informações neste website, por e-mail porto360@superbockarena.pt ou por telefone +351 933 088 331/ +351 220 503 257.

Os Jardins do Palácio de Cristal, em funcionamento desde 1860, foram desenhados pelo paisagista alemão Émile David e cada espécie é classificada com o seu nome científico e origem. No parque de aproximadamente 9 hectares podemos encontrar vários jardins (de plantas aromáticas, plantas medicinais, …) em torno do seu eixo central, a Avenida das Tílias e um jardim dedicado a Émile David.

No seu passeio ao longo dos vários caminhos arborizados, encontrará também um auditório ao ar livre (a Concha Acústica), uma biblioteca municipal e a capela de Carlos Alberto de Saboia, Rei da Sardenha, que morreu no Porto durante o seu exílio depois de ter sido derrubado. Falaremos sobre esta figura histórica no ponto seguinte, o Museu Romântico, pois é precisamente nas encostas dos jardins do Palácio de Cristal que encontrará a sua antiga residência, agora convertida em museu.

São precisamente os Jardins do Palácio de Cristal que acolhem eventos culturais como a Feira do Livro do Porto (geralmente realizada no final de Agosto) e outros tipos de exposições e feiras. Mas, na nossa opinião, o melhor dos Jardins do Palácio de Cristal são as vistas graças à sua localização, na parte superior da cidade. Estes jardins têm vários miradouros, a partir dos quais podemos desfrutar de uma boa vista panorâmica do Douro e das suas pontes.

A entrada para os Jardins do Palácio de Cristal é livre e pode apreciá-los das 08:00h às 21:00h de Abril a Setembro e das 08:00h às 19:00h de Outubro a Março.

Museu Romântico (Museu da Cidade – Extensão do Romantismo)

O Museu Romântico do Porto está localizado mesmo nas encostas do Palácio de Cristal, numa majestosa casa do século XVIII que foi a antiga residência de uma família burguesa do século XIX, a que chamaram Quinta da Macieirinha. Um dos seus ilustres habitantes foi Carlos Alberto de Sabóia, Rei da Sardenha e pai de Victor Emmanuel II, considerado o primeiro rei de Itália, cuja capela verá no seu passeio pelos Jardins do Palácio de Cristal. Quando o monarca foi derrubado, exilou-se no Porto e foi nesta casa que ele viveu até à sua morte em 1849. É agora uma casa museu dedicada à memória do rei exilado e um lugar onde se pode ter uma visão da vida quotidiana da burguesia do século XIX.

Jardins do Palácio de Cristal

A entrada no museu é de 2,20 euros (gratuito para menores de 14 anos), entrada gratuita todos os fins-de-semana ou em qualquer dia da semana, mediante apresentação do seu Porto Card. Aberto de terça-feira a sábado das 10:00 às 17:30, domingos das 10:00 às 12:30. Encerra às segundas-feiras e feriados públicos.

Parque das Virtudes e Miradouro das Virtudes

Um dos nossos locais favoritos para terminar o dia no Porto é o Parque das Virtudes, no passeio do mesmo nome (Passeio das Virtudes) para a vista panorâmica que oferece, que só pode ser melhorada com as cores do pôr-do-sol.

Mirador das Virtudes
Mirador das Virtudes umas horas mais tarde, ao pôr-do-sol.

O Parque tem uma vista privilegiada sobre o rio, a Ponte da Arrábida, a Alfândega , os jardins do Palácio de Cristal e a foz do Rio Douro. É também um dos poucos lugares na cidade onde se pode admirar a Fonte das Virtudes, que lhe dá o nome, e os terraços do Jardim das Virtudes, que desce até Miragaia, o antigo bairro dos pescadores.

Para além das vistas, há muita gente a querer apreciar este “filme portuense ao ar livre”, copo de vinho ou cerveja na mão, pelo que o bom ambiente é garantido.

O Parque das Virtudes está localizado no que era a Companhia Hortícola Portuense (desenhada pelo paisagista José Marques Loureiro). O parque foi adquirido pela Câmara Municipal do Porto em 1965 e restaurado em 1998. É o lar da maior Ginkgo Biloba L. de Portugal, uma árvore do século XVIII, originária da China, com cerca de 35 metros, classificada como uma árvore de interesse público em 2005.

O facto de ser um parque vertical significa que a partir de quase todos os pontos do Parque das Virtudes, se tem uma vista panorâmica incrível.

RandomTip: Um grande plano por aqui é ir a Musa das Virtudes (cervejaria artesanal) mesmo em frente ao miradouro e petiscar qualquer coisa por lá (ou ir, mais tarde à Taberna Santo António bem pertinho). As cervejas são ótimas e as tapas são requintadas (quando lá fomos o cozinheiro residente era incrível). Se preferir apreciar a sua cerveja no relvado a apreciar o pôr-do-sol, peça uma Musa para levar.

Miradouro Bandeirinha da Saúde

Este miradouro não tão conhecido, Miradouro Bandeirinha da Saúde , escondido entre as antigas casas de pescadores de Miragaia, esconde também uma interessante história por detrás do seu nome. Acontece que o nome deste miradouro vem da “bandeira sanitária” que foi hasteada na pirâmide de granito que ali se pode ver, com o objetivo de alertar os navios e os seus navegadores dos limites de atracação dos barcos em tempos de peste, enquanto se aguardava a inspeção das autoridades sanitárias. Há 400 anos, a “Bandeirinha da Saúde” funcionava como um método de sinalização para evitar que as epidemias (neste caso, a propagação da peste) entrassem no Porto. O miradouro desconhecido, situa-se mesmo em frente do Palácio das Sereias (ou Palácio da Bandeirinha), um dos edifícios mais importantes desta zona do Porto, e oferece vistas magníficas.

O miradouro da Bandeirinha da Saúde fica apenas a poucos metros a pé do Parque das Virtudes.

Armazém

O Armazém é um espaço muito original que transformou um antigo armazém num espaço com antiquários e lojas de segunda mão, um bar e uma esplanada onde se pode beber um copo e até mesmo numa área de exposição de arte!

Está localizado mesmo em frente à Alfândega do Porto, um edifício de que iremos falar a seguir.

Alfândega do Porto e o seu museu

Reconhecido pela Unesco como Património Mundial, o edifício histórico da Alfândega Nova do Porto é uma referência arquitetónica e patrimonial. É um edifício do século XIX com 36.800 m2 que goza de uma localização privilegiada com as suas portas abertas tanto para o centro histórico do Porto como para o rio Douro.

Alfândega do Porto (no centro) desde o Parque das Virtudes

No século XIX, a Alfândega do Porto tinha tanta circulação comercial por mar, que justificou a sua ligação à rede ferroviária portuguesa, criando a estação ferroviária Alfândega do Porto (mais conhecida localmente como Porto-Alfândega). Em 1888 a estação foi inaugurada e no ano seguinte foi proposta a continuação do ramal ferroviário da Alfândega até ao Porto de Leixões (em Matosinhos), hoje um dos portos mais importantes do país e o mais importante do norte. Esta extensão teve a oposição de vários comerciantes e industriais do Porto, argumentando que esta ligação não era uma prioridade (outras ligações seriam mais vantajosas para a região) e que o ramal da Alfândega não tinha capacidade para aumentar o tráfego. Após a inauguração do Porto de Leixões, a Alfândega do Porto perdeu importância como terminal de mercadorias, o que fez com que a sua ligação ferroviária tivesse que ser reconsiderada. Esta perda de importância, juntamente com a redução do tráfego de mercadorias e a dificuldade do traçado das vias para uma possível extensão, levou ao encerramento do ramal ferroviário em Junho de 1989.

Foto de Ccalfandegaport.com

Desde 1993, está em curso um projeto de reabilitação sob a supervisão do arquiteto Souto de Moura (Prémio Pritzker 2011), que visa transformar a Alfândega num espaço cultural dinâmico, moderno e multifacetado sem tentar obviar aos seus elementos de um espaço aduaneiro.

Hoje, o Museu dos Transportes e Comunicações (MTC) ocupa o edifício histórico da Alfândega Nova do Porto e pretende aproximar-nos da história da Alfândega e do papel dos transportes e das comunicações na evolução da sociedade moderna.

Foto de Ccalfandegaport.com

A entrada no museu é de 3 euros (50% de desconto se tiver o Porto Card), entrada gratuita para crianças com menos de 6 anos de idade. O museu está aberto de terça-feira a sexta-feira, das 10:00h às 13:00h (última entrada até às 12:00h) e das 14:00h às 18:00h (última entrada até às 17:00h); fins-de-semana e feriados das 15:00h às 19:00h (última entrada até às 18:00h); encerra à segunda-feira.

Zona 3: Gaia

Ponte Dom Luís I: a ponte mais emblemática da cidade

A Ponte Don Luís I é o co-protagonista, juntamente com a Ribeira do Porto, do postal mais famoso do Porto que oferece uma bela vista panorâmica a partir da Ribeira de Gaia.

Ponte Dom Luis I da Ribeira de Gaia

A ponte fotogénica do século XIX (inaugurada em 1886) é a ponte mais espetacular e mais conhecida da cidade e já é considerada um símbolo do Porto.

Ponte Dom Luis I do miradouro do teleférico de Gaia

Com os seus quase 400 metros, a ponte Don Luis I atravessa o rio Douro que liga a cidade do Porto à cidade de Vila Nova de Gaia. Baseia-se num projeto do engenheiro Téophile Seyrig, um parceiro de Gustave Eiffel (o engenheiro que deu o seu apelido à famosa torre parisiense) na sua empresa de construção, “Eiffel et Cie”. Seyrig tinha tido bastante sucesso 10 anos antes como gestor de projeto da primeira ponte ferroviária em arco que ligava as duas margens do Douro, a ponte Maria Pia. Por curiosidade, se fizer o cruzeiro das seis pontes, por rabelo (barco tradicional), a partir de Gaia (15 euros, 50 minutos, entre neste link) passará por baixo de ambas as pontes de ferro.

Ponte Maria Pia (ferro) e Ponte do Freixo (branco) atrás, nas Fontainhas

Não é necessário ter muitos conhecimentos de arquitetura para notar semelhanças entre os três projetos, Ponte Maria Pia, Ponte Dom Luis I e a Torre Eiffel, basta olhar para os arcos grandes e para o material utilizado, ferro, por exemplo. Como curiosidade, a Ponte Dom Luis I é três anos mais velha do que a famosa torre parisina.

A Ponte Don Luis I, tem dois andares e pode – e deve – atravessar ambos, uma vez que existem faixas específicas para peões. Na verdade, é essencial que atravesse esta ponte a pé se quiser desfrutar de uma das melhores vistas da viagem. Pare e observe os barcos rabelo a navegar ao longo do Douro e da Ribeira de Porto, em frente à Ribeira de Gaia, mudando de cor à medida que as horas passam.

Vista do Porto a partir da ponte Dom Luis I de dia
Vista do Porto a partir da ponte Dom Luis I à noite

No entanto, tenha cuidado, porque apesar de ser permitido para este fim, nenhum dos níveis é exclusivamente para peões: o nível superior da ponte (o mais longo, quase 400 metros) é também utilizado pelo metro do Porto e o nível inferior (uma caminhada mais curta de cerca de 175 metros) é utilizado pelos veículos.

O metro do Porto a atravessar a ponte Dom Luis I no nível superior
É possível atravessar a ponte Dom Luis I, tanto para cima como para baixo.

É a mais famosa das seis pontes que atravessam o Douro, no Porto, que é precisamente conhecida como a cidade das seis pontes. De facto, uma das atividades mais procuradas é o cruzeiro através das seis pontes de Gaia num barco tradicional, o rabelo, que custa 15 euros por pessoa, dura 50 minutos e pode ser feito de manhã ou à tarde, veja aqui.

Ribeira de Gaia

Mosteiro da Serra do Pilar

O Mosteiro da Serra do Pilar é a primeira coisa que se vê ao atravessar (a pé ou de metro) o nível superior da ponte Don Luis I para Gaia: uma imponente igreja branca e circular rodeada por uma varanda com vistas deslumbrantes sobre o Porto e o Douro. O mosteiro do século XVII está classificado como Monumento Nacional e como Património Mundial da UNESCO desde 1996.

O imponente Mosteiro da Serra do Pilar

A localização estratégica do mosteiro deu-lhe especial importância tanto durante as invasões das tropas de Napoleão como em 1832-33 como base militar durante as lutas liberais.

As vistas da Serra do Pilar Mosteiro

O mosteiro está aberto de terça-feira a domingo das 9:30h às 17:30h, de Novembro a Março, e das 9:30h às 18:30h, de Abril a Outubro. Fecha às segundas-feiras. O preço para entrar nos claustros e nas exposições é de 1 euro e para subir e visitar a cúpula é de 3 euros. O “Cartão Jovem” (português) e os maiores de 65 anos têm um desconto de 50%, entrada gratuita para menores de 12 anos.

O Mosteiro Serra do Pilar é a primeira coisa que se vê quando se atravessa a ponte Dom Luis I no nível superior.

Jardim do Morro: o nosso lugar preferido para acabar o dia

O Jardim do Morro, em Gaia, tornou-se o nosso lugar preferido na viagem para apreciar o pôr-do-sol . Tanto assim que o repetimos sempre que visitamos a cidade.

Este jardim fica muito perto do Mosteiro da Serra do Pilar e também o verá ao atravessar a ponte sobre o nível superior do Porto até Gaia: o mosteiro fica à esquerda e o jardim à direita. Pode atravessar a ponte a pé ou, se preferir, de metro, descendo na paragem Jardim do Morro. Se tiver o Porto Card, tem acesso ilimitado ao metro durante o dia ou nos dias em que o contrata.

Uma vez por mês durante os meses de Primavera e Verão (Abril a Setembro), o Jardim do Morro acolhe um mercado alternativo no próprio jardim, o mercado MAR (Mercado Alternativo de Rua). Neste mercado pode comprar artesanato local, beber uma cerveja artesanal com uma bela vista, ouvir música ao vivo, fazer uma tatuagem e até cortar o cabelo (sim, vimos uma loja de tatuagens e uma barbearia improvisada no jardim). Como dissemos, este mercado acontece apenas uma vez por mês e no Randomtrip tivemos a sorte de apanhar o último do ano de 2022, no dia 18 de Setembro. Para saber em que fins-de-semana há uma feira da ladra, vá à página do Facebook do mercado.

Apreciar o pôr-do-sol aqui é como ir a um cinema de Verão sendo o filme o atardecer num dos mais belos pontos turísticos da cidade.

Além disso, junto ao Jardim do Morro há dois miradouros para desfrutar da nossa vista panorâmica preferida: Miradouro da Ribeira e Miradouro do Teleférico.

Calçada da Serra

Por baixo do Jardim do Morro encontra-se a Calçada da Serra, uma pequena viela com vista para a ponte com algumas casinhas pitorescas. Vale a pena descer a pé do Jardim do Morro até à Ribeira de Gaia por aqui.

Jardim do Morro da Serra do Pilar Mosteiro

Ribeira de Gaia

A Ribeira de Gaia oferece as melhores vistas da Ribeira de Porto e da ponte Dom Luis I e é daqui que tirámos a fotografia de uma das mais espetaculares vistas panorâmicas do Porto e de um dos seus postais mais famosos.

Se estiver na Ribeira do Porto e quiser atravessar para a Ribeira de Gaia, a melhor maneira é atravessar o nível inferior da ponte Dom Luis I, a pé ou de carro. (Nota: para chegar ao Mosteiro Serra do Pilar ou Jardim do Morro vindo do Porto tem de atravessar o nível superior da ponte Dom Luis I, a pé ou de metro).

Se estiver no Jardim do Morro e quiser descer até à Ribeira de Gaia, pode descer a pé ou pelo teleférico de Gaia (com o Porto Card obterá um desconto de 10% no teleférico de Gaia).

E se quiser fazer o famoso cruzeiro no rabelo passando pelas seis pontes desde a Ribeira de Gaia (não desde a Ribeira do porto), também é possível: dura 50 minutos e pode contratá-lo neste link (15 euros/pessoa).

Randomtip: Se lhe apetecer beber um copo com vista para a Ribeira do Porto, desde a Ribeira de Gaia, no Randomtrip bebemos um Porto Tónico muito bom no Espaço Porto Cruz e adorámos.

Caves do Vinho do Porto: aprendizagem e degustação

Em Gaia, a atividade estrela é visitar uma adega de vinho do Porto e , claro, prová-lo. Andar pelas diferentes áreas de uma adega com aquele cheiro característico enquanto se aprende sobre a produção do famoso vinho do Porto, as características que o distinguem e como prová-lo para apreciar todas as suas nuances é algo que não deve faltar na sua visita à cidade.

À entrada da adega Sandeman em Gaia
Prova de vinhos: visite uma das adegas de Gaia

No Randomtrip já visitámos algumas adegas e sugerimos várias, dependendo de quanto tempo quer/pode investir na visita (há visitas mais longas do que outras); que tipo de prova quer fazer (apenas vinho do Porto ou vinho, queijo e chocolate); e com quem vai fazer a visita (por exemplo, há provas que não permitem menores de idade).

Degustação na Adega Cockburns Winery. Foto de Cockburns.com
  • Visita e prova de vinhos na adega de Calém (a partir de 15 euros por pessoa): visita de 30 minutos a uma das mais famosas adegas da cidade, com guia, seguida de entrada no museu interativo para conhecer a história da adega e depois uma prova de 2 vinhos (15 euros por pessoa); 3 vinhos (17 euros por pessoa); ou prova de vinho, chocolate e queijo (35 euros por pessoa). As crianças menores de 6 anos entram gratuitamente e dos 6 aos 17 anos pagam 7 euros em qualquer uma das modalidades. Reserve e escolha aqui a sua degustação. Além disso, a adega de Calém oferece outra atividade que é um espetáculo de fado ao vivo na adega às 18h (que também inclui prova de vinhos). Mais informações e reservas neste link.
Reserve aqui a sua prova na adega de Calém
  • Visita à adega de Poças (a partir de 15 euros por pessoa): visita de 50 minutos à adega com guia. A adega oferece diferentes tipos de provas, desde a prova Normal de 3 vinhos (15 euros por pessoa); a prova de 4 vinhos de Enólogo (18 euros por pessoa); prova de 4 vinhos Golden Years (28 euros); e prova de 4 vinhos Old Times (50 euros). Não são admitidas crianças menores de 11 anos (dos 11 aos 17 anos, 11 euros/pessoa para qualquer degustação). Escolha a sua degustação e reserve aqui.
Visita à adega de Poças. Foto de Pocas.pt
  • Visita à adega Burmester (a partir de 13 euros por pessoa): ideal se não tiver muito tempo, pois dura entre 30 minutos e 1 hora, dependendo se escolhe uma visita (com guia) com prova de dois vinhos (13 euros por pessoa); três vinhos e prova de chocolate (17 euros por pessoa); ou todos os anteriores mais prova de queijo (35 euros por pessoa). Crianças menores de 6 anos entram gratuitamente e as crianças dos 6 aos 17 anos pagam 6,50 euros por qualquer uma das opções. Mais informações e reservas aqui.
Reserve aqui a sua degustação na adega Burmester. Foto de Burmester.pt
  • Visita à adega Cockburn’s Winery (a partir de 15 euros por pessoa): 1h30 visita guiada e degustação numa adega de 1815 com guia. A adega oferece diferentes tipos de provas, desde 3 visita + prova de vinhos (15 euros por pessoa); visita + prova de vinhos e chocolate (23 euros por pessoa); visita+ prova de vinhos premium (35 euros); e visita + prova de vinhos e queijos Vintage (60 euros). Menores de 18 anos não admitidos. Mais informações e reservas para esta adega aqui.
Degustação na Adega Cockburns Winery. Foto de Cockburns.com
  • Visita à adega Graham’s (a partir de 35 euros/pessoa): a visita dura 1h45 e, para além da visita à adega e prova de vinhos, desfrutará de uma bela vista panorâmica do Porto a partir do terraço. A adega oferece 3 tipos diferentes de provas: Prova clássica de 3 vinhos do Porto (40 euros); Prova com 3 vinhos do Porto Premium (50 euros); e Prova com emparelhamento de comida e vinho incluindo chocolate, queijo e até pastel de nata (35 euros). Menores de 18 anos entram gratuitamente. Mais informações e reservas na adega da Graham’s aqui.
Marque a sua visita à Adega Graham’s Winery. Foto de Grahams-Port.com
WOW: Mundo do Vinho

Recentemente abriu o WOW: World of Wine, um complexo de museus, restaurantes e bares, em Gaia, cuja temática transversal é o vinho. Além de oferecer umas vistas incríveis sobre o Porto, tem uma área de lojas e vários museus. Para aceder a qualquer um dos 7 museus, é necessário comprar bilhete, para a área de lojas não. Os 7 museus são os seguintes: The Wine Experience (uma experiência imersiva no mundo do vinho com degustação incluída); Porto Region Across the Ages (sobre o património histórico e cultural do Porto); Planet Cork (sobre a indústria da cortiça em Portugal, o maior produtor de cortiça do planeta); The Chocolate Story (conta a história do chocolate com degustação incluída); Pink Palace (um espaço dedicado ao vinho rosé); o museu The Bridge Collection; e o Porto Fashion & Fabric. Pode entrar num ou dois destes museus com o bilhete combinado que recomendamos aqui ou, se tiver o Porto Card, receberá um desconto de 10% no pacote 2 museus, bilhete individual ou familiar.

Edifícios pitorescos em Gaia e WOW ao fundo, à direita

Pode reservar o seu bilhete para um ou, se preferir, para dois dos museus WOW neste link.

Curiosidades: Sabia que o Vinho do Porto não é vinho do Porto?

Sabia que tecnicamente o Vinho do Porto não é vinho do Porto? A maior parte do vinho é cultivada no interior, na região do Vale do Douro (uma área que recomendamos vivamente que visite e para a qual publicaremos em breve um guia). Há muitas adegas nesta zona, com vinhos “normais” (não doces) muito bons com denominação de origem “Douro”.

A Inês a desfrutar de um bom Douro no Vale do Douro

Nos séculos XVII e XVIII, Inglaterra e Portugal tiveram acordos comerciais especiais que levaram muitos ingleses a estabelecerem-se em Portugal e a dedicarem-se ao cultivo e exportação de vinho (inicialmente mais a norte, em Viana do Castelo, e mais tarde no Vale do Douro em busca de vinhos mais encorpados). A forma mais rápida de transportar o vinho era através do rio Douro (no icónico barco Rabelo), daí o Porto ter-se tornado o local ideal para exportar os vinhos, e o vinho ter adquirido o nome “Vinho do Porto”/”Porto wine”.

Vinhas da adega Grahams e rio Douro, no Vale do Douro

A fim de preservar melhor o vinho durante a viagem marítima, foi por vezes adicionado um pouco de brandy ao vinho, fortificando-o e impedindo-o de se estragar. Embora este processo não seja o seguido hoje, foi o precursor do que hoje define o Vinho do Porto (anteriormente era adicionado para transporte, agora é adicionado durante o processo de fermentação).

Toda a área do Vale do Douro português oferece vistas de cortar a respiração.

E para acrescentar ainda mais à história do vinho do Porto não ser do Porto, como pode ver no ponto anterior do guia, as caves nem sequer estão na cidade do Porto: estão do outro lado do rio, em Gaia (que não pertence ao Porto), onde o vinho envelhece, em teoria por causa do clima.

Em resumo: se estiver interessado em saber mais sobre Vinho do Porto, recomendamos vivamente que visite a bela região do Vale do Douro durante alguns dias. Se não tiver muito tempo, tem também a opção de uma excursão de um dia a partir do Porto.

Rabelos, pipas e rio douro com o postal da Ribeira do Porto, desde a Ribeira de Gaia

Coelho, Bordalo II

Numa esquina da Rua Guilherme Gomes Fernandes encontrámos este coelho gigante (Meio Coelho), uma obra do famoso artista português Bordalo II, da sua série Big Trash Animals. O artista cria estes animais gigantes a partir do lixo (segundo o próprio Bordalo II, o mesmo material que os mata) numa tentativa de nos fazer refletir sobre os hábitos consumistas e o seu impacto ambiental.

Mercado da Beira-Rio

Se se sentir com fome, dê um passeio pelo Mercado da Beira-Rio, um mercado tradicional que foi remodelado em 2017 para se adaptar ao crescente (e, em alguns pontos, até asfixiante em alguns pontos) turismo, incluindo muitas bancas com restaurantes da cidade do Porto aí representados para comer ou beber. Por exemplo, aqui encontra o vegetariano daTerra.

Teleférico de Gaia

O Teleférico de Gaia liga a parte inferior da Ribeira de Gaia (junto ao rio) à parte superior (onde se encontram o Jardim do Morro e o Mosteiro da Serra do Pilar). A viagem de ida custa 6 euros por pessoa (3 euros para crianças dos 5-12 anos), e dura apenas 6 minutos.

No nosso caso, fizemos a viagem de regresso ao Jardim do Morro depois de caminhar ao longo da Ribeira de Gaia, e embora a vista seja agradável (pode ver a Ribeira de Porto, a ponte Dom Luis e os telhados das adegas de Gaia à vista de drone), mas achámo-la cara para o tempo que é.

Se tiver o Porto Card terá um desconto de 10% no teleférico de Gaia.

Afurada

Afurada é uma aldeia piscatória em Gaia, onde a vida é mais simples e mais calma, com ruas coloridas e alegres. Do cais da Afurada pode desfrutar de uma vista incrível sobre o Douro, a ponte da Arrábida e a zona da Foz do Douro em qualquer altura do dia. Daqui a vista é diferente e o local é muito mais típico, familiar e com bons restaurantes de peixe. A Afurada é um excelente lugar se quiser desfrutar de um bom peixe grelhado. Aproveite a oportunidade para subir a Rua de São Pedro, onde pode ver esta zona de pesca de uma perspetiva diferente.

É também de Afurada, especificamente da sua marina, de onde partem as viagens à vela no Douro. Pode reservar a sua viagem de 2 horas à vela (copo de vinho incluído) neste link (40 euros/pessoa) ou, se preferir, a mesma viagem à vela, mas ao pôr-do-sol (55 euros/pessoa).

Zona 4: Zona Ocidental e Boavista

Casa da Música

A Casa da Música, para além de ser o principal local de concertos do Porto, é também uma obra de arquitetura contemporânea da cidade. O edifício foi projetado pelo arquitecto holandês Rem Koolhaas, com o objetivo de ser inaugurado em 2001, ano em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura, mas o projeto foi adiado e a Casa da Música só foi inaugurada em 2005.

Se quiser assistir a um concerto na Casa da Música, pode encontrar o programa no website e se tiver o Porto Card, o concerto e a visita guiada da Casa da Música têm um desconto de 50%. Se apenas a quiser visitar, a visita guiada é de 10 euros (25% de desconto com o Porto Card). O valor da visita guiada é descontado se se comprarem bilhetes para um concerto.

Cemitério de Agramonte

O cemitério de Agramonte, construído em 1855 para sepultar muitas pessoas que morreram numa epidemia de cólera, é o segundo cemitério público construído no Porto. Embora inicialmente não fosse um local, habitualmente visitado (os cemitérios públicos eram onde “acabavam” as pessoas das classes mais baixas, mais neste caso, devido ao surto de cólera) o cemitério alberga hoje personalidades diferentes, tem um memorial para as vítimas do incêndio do Teatro Baquet e uma capela que vale a pena visitar.

Galeria da Biodiversidade: Museu de História Natural e Ciência Viva

Situada na Casa Andresen, no Jardim Botânico do Porto, a Galeria da Biodiversidade é considerada um dos melhores museus para crianças, da cidade, por isso se estiver a viajar com a sua família, é um local obrigatório. Aqui a arte cruza-se com a biologia e a história natural, estimulando uma variedade de experiências sensoriais para visitantes (jovens e não tão jovens), deliberada e cuidadosamente concebidas para celebrar a diversidade da vida.

Foto de MHNC.pt

O museu está aberto de terça-feira a domingo das 10:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h (última entrada às 17:30h). A entrada é de 5 euros mas recebe um desconto de 50% com o Porto Card. Se tiver menos de 18 anos e mais de 65 anos de idade, receberá também um desconto de 50%. Entrada gratuita para crianças com menos de 4 anos de idade.

Foto de MHNC.pt

Se quiser visitar e passear pelo jardim botânico, este está aberto todos os dias, das 9:00h às 18:00h, de Novembro a Março e, das 9:00h às 19:00h, de Abril a Outubro e a entrada é gratuita.

Fundação Serralves: Parque, Cinema e Arte Contemporânea

A Fundação de Serralves é considerada uma das instituições culturais de referência em Portugal e uma das mais (se não a mais) relevantes no norte do país. É, particularmente, o nosso museu preferido no Porto.

A Casa de Serralves e o Jardim de Serralves transportam-nos para a estética de um filme de Wes Anderson, não acha?

Aqui pode ver várias exposições no “Museu de Arte Contemporânea“, um espaço concebido pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira (vencedor do Prémio Pritzker) que acolhe exposições de importantes artistas nacionais e internacionais, bem como espetáculos de dança, música e performance. Também desenhada por Siza Vieira é a “Casa do Cinema “, que o familiarizará com o trabalho de um dos mais importantes cineastas portugueses, Manoel de Oliveira, natural do Porto.

A exposição do artista Rui Chafes “Chegar sem partir” no Museu de Arte Contemporânea de Serralves

Para além do Museu e da Casa do Cinema, Serralves tem também um belo parque, o “Parque de Serralves” concebido por Jacques Gréber: 18 hectares pontilhados com várias obras de arte.

No interior do parque existem duas outras atrações da fundação. Uma delas é a “Casa Serralves“, um exemplo único de arquitetura art deco que nos levou de volta a um filme de Wes Anderson (se for fã, saberá o que queremos dizer quando vir as fotografias):

O parque alberga também o “Treetop Walk“, um passeio de madeira através das árvores, ou melhor, através das copas das árvores, o que lhe permite viver de perto a biodiversidade do parque.

O bilhete geral para a Fundação de Serralves permitir-lhe-á entrar nos cinco espaços (Museu, Parque, com acesso ao Treetopwalk, Casa de Serralves e Casa do Cinema) e custa 20 euros. Se, como no Randomtrip, não tiver tempo para desfrutar de tudo o que gostaria, pode comprar um bilhete parcial para o Museu de Arte Contemporânea e Parque (sem Treetop Walk) que custa 12 euros (10 euros para residentes portugueses). Com o Porto Card obtém um desconto de 20% na taxa de entrada.

Menores de 17 anos, maiores de 65 e estudantes recebem um desconto de 50% e se tiverem viajado de comboio da CP (Comboios de Portugal) para chegar ao Porto recebem um desconto de 25% no bilhete! Basta mostrar o seu bilhete Alfa ou Intercidades (não válido para bilhetes de 1ª classe) e demonstrar que chegaram à cidade há 2 ou 3 dias (são flexíveis) e obtém o bilhete mais barato na Fundação. Mais informações aqui.

Estão também disponíveis bilhetes combinados para outras atrações do Porto como a Torre dos Clérigos, Palácio da Bolsa e mesmo o Museu do Côa e o Museu do Douro no Vale do Douro português.

Como mencionado anteriormente, a Fundação Serralves seria, juntamente com o Museu Nacional Soares dos Reis, o museu que escolheríamos visitar se só tivéssemos tempo para visitar um museu na cidade. Cabe-lhe a si decidir se quer visitar o museu público mais antigo do país e viajar até ao século XIX com as esculturas de Soares dos Reis ou refletir sobre questões atuais, estimuladas através de obras mais contemporâneas de artistas nacionais e internacionais em Serralves.

Miradouro Santa Catarina (Capela de Santa Catarina e Senhora dos Anjos)

Ainda fora da rota turística mais batida, o tranquilo miradouro de Santa Catarina oferece uma bela vista panorâmica da Foz do Douro (a foz do rio Douro para o Oceano Atlântico). É um bom local para apreciar um pôr-do-sol, se o tempo estiver bom.

Foz do Douro

A Foz do Douro, uma área conhecida simplesmente como Foz pelos habitantes locais, é o ponto de encontro entre o rio Douro e o Oceano Atlântico, e uma visita recomendada para incluir no seu roteiro pelo Porto. Não perca a sua fortaleza (Forte de São João Batista), as suas praias (como a Praia do Carneiro), os seus faróis (como o Farolim de Felgueiras), o Castelo do Queijo e o Parque da Cidade (o maior parque urbano de Portugal), onde se celebra o famoso festival de música internacional Primavera Sound.

Matosinhos

Matosinhos é a zona de praia por excelência, se tiver vontade de dar um mergulho ou de uma cerveja ao pôr-do-sol junto ao mar, este é o local ideal para si. Fica a meia hora de metro do centro do Porto e é também um excelente local para comer peixe fresco grelhado. Matosinhos tem também algumas jóias arquitetónicas de Siza Vieira (Casa de Chá da Boa Nova, a Piscina das Marés, o Passeio de Leça da Palmeira) e de Souto de Moura (Passeio Marítimo de Matosinhos), ambos vencedores do Prémio Pritkzer, que fazem com que a visita valha a pena.

Pode ver o nosso guia do que visitar e fazer em Matosinhos neste link:

Piscina das Marés, uma jóia arquitectónica da autoria do vencedor do Prémio Pritzker, nascido em Martosinhos: Álvaro Siza Vieira

Para além de ser ideal para um mergulho na praia nos meses de Verão, Matosinhos é uma zona de surf durante todo o ano, por isso se for surfista sabe para onde ir. Se não surfa e gostaria de aprender, reserve aqui a sua lição de surf 1h30 em Matosinhos (há lições para adultos e crianças). Se fizer mergulho, saiba que a costa de Matosinhos é o lar de vários naufrágios, sendo o mais surpreendente um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial, por isso, se estiver disposto a isso, contacte o centro de mergulho Submania.

Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, um dos edifícios mais emblemáticos do arquitecto Luis Pedro Silva.

Se vem a Matosinhos para almoçar ou jantar peixe ou outras delícias gastronómicas locais, recomendamos os restaurantes O Valentim, Ó Mar, O Gaveto e Lage Senhor do Padrão. Se preferir algo mais leve ou mais original, a Companhia das Conservas oferece propostas criativas com conservas de Matosinhos.

O nosso lanche na Companhia das Conservas

Se quiser mais opções e saber tudo o que se pode ver em Matosinhos, neste link encontra o nosso guia com tudo o que visitar e fazer em Matosinhos (e muitas mais recomendações de restaurantes).

Reserve aqui a sua aula de surf em Matosinhos e aproveite esta viagem para experimentar algo novo.

Zona 5: Zona Oriental

Jardim Marques de Oliveira (Jardim de São Lázaro)

O Jardim Marques de Oliveira, mais conhecido como Jardim de São Lázaro, é o jardim municipal mais antigo do Porto, datado de 1834. É um dos jardins mais frequentados da cidade, graças às grandes sombras geradas pelas suas árvores frondosas, e tem um pequeno lago no centro.

RandomTip: Mesmo ao lado deste jardim está a famosa Casa Guedes Tradicional e as suas famosas “sandes de pernil”, por isso, se tiver fome (e comer carne), sabe o que fazer:

Casa Guedes Tradicional

Avenida Rodrigues de Freitas

Todos os domingos, a Avenida Rodrigues de Freitas fecha ao trânsito e abre-se às pessoas. Poderá encontrar torneios improvisados de badminton no meio da rua, aulas de dança, crianças em bicicletas ou um concurso de skate. Todos acompanhados de música, quer trazidos por djs que trazem de casa o seu misturador ou famílias com alta voz a partir de casa.

Aula de dança na Avenida Rodrigues de Freitas numa tarde de domingo.

Bairro Herculano

O Bairro Herculano é um pequeno “bairro” com uma rua central e várias perpendiculares que foi construído no século XIX (1886), no auge da industrialização da cidade do Porto, o que levou muitas pessoas dos arredores a trabalhar na cidade. Este aumento da população gerou a necessidade de criar alojamento para todas estas pessoas, e assim começaram a ser criadas ilhas, grupos de casas idênticas ou semelhantes que partilhavam alguns serviços (tais como casas de banho), e normalmente ligadas à “casa principal” da família que contratou estas pessoas para trabalhar.

O Bairro Herculano é um dos poucos que restam com esta tipologia, no centro do Porto mas escondido entre outros edifícios, com casas baixas e ruas estreitas, cheias de flores e roupa pendurada, onde os vizinhos se conhecem uns aos outros. Parece uma aldeia dentro da cidade. Vale bem a pena uma visita.

Se desejar mais informações sobre o Bairro Herculano, recomendamos este artigo e este (ambos em português).

Miradouro das Fontainhas

O bairro das Fontainhas é outra daquelas ilhas onde viviam as pessoas que vinham trabalhar na cidade, explicada no ponto anterior, neste caso com vistas incríveis sobre o rio Douro. A zona da encosta foi muito danificada durante as chuvas de há alguns anos, e durante o confinamento, algumas das pessoas que lá vivem começaram a cultivar a terra, dando origem a algumas hortas comunitárias.

Para além de aprendermos sobre esta parte da história do Porto, podemos apreciar as vistas do miradouro, onde também encontraremos uma estátua em homenagem às carquejeiras, mulheres que fizeram um trabalho muito duro carregando a carqueja (uma planta usada para queimar e aquecer os fornos de pão e algumas das casas da cidade) do rio até aqui a cima, às suas costas.

Estátua em homenagem às carquejeiras, Fontainhas

Deste miradouro pode-se ver a Ponte do Freixo, localizada no extremo oriental do Porto. A partir desta ponte há também cruzeiros das seis pontes: este cruzeiro de 2 horas com almoço a bordo (25 euros/pessoa) e este cruzeiro de 2 horas com jantar a bordo (35 euros/pessoa).

Fontainhas, comboio, Ponte Maria Pia (ferro) e atrás dela a Ponte do Freixo (branco).

Estádio do Dragão (Estádio do FC Porto)

Se é fã de futebol, talvez queira acrescentar à sua visita à cidade, o estádio da equipa oficial do Porto (FC Porto), conhecido como Estádio do Dragão (pelo dragão no brasão do clube) inaugurado em 2003. A entrada custa 15 euros por pessoa (10 euros por criança de 5-12 anos) e inclui uma visita ao museu e ao estádio.

Onde ficar no Porto: as melhores zonas

A recomendação geral se estiver a visitar a cidade é tentar ficar na área delimitada pelas zonas 1 (Centro Histórico, em castanho) e zona 2 (Baixa do Porto, em verde) incluídas no nosso mapa, para que possa caminhar para a maior parte dos locais turísticos sem perder muito tempo:

Dentro desta área (que é bastante grande), se quiser descansar à noite, é melhor evitar ruas barulhentas, tais como grandes avenidas ou ruas com muitos restaurantes e bares (como a Rua Galeria de Paris), pois com bom tempo as pessoas ficam fora a beber e conversar, o que a torna mais barulhenta.

Aqui estão algumas sugestões de alojamento para cada uma das zonas:

Onde ficar na Ribeira

A Ribeira é a zona mais turística do Porto, com as suas casinhas coloridas fotogénicas junto ao rio. Devido a isto, tem muitas opções de alojamento (assim como restaurantes e lojas) mas também muito mais multidões. Além disso, tenha em conta que para chegar daqui à Baixa do Porto, terá que subir… É considerada uma das melhores áreas para ficar no Porto.

Aqui está uma seleção de alojamento. Pode ver mais opções na Ribeira aqui

  • H4U – Porto River View (a partir de 55 euros por noite): apartamento para duas pessoas (4 pessoas se contar com o sofá-cama) e vista para a cidade.
  • Hotel Ribeira do Porto (a partir de 80 euros/noite): quartos duplos com vista para o rio
  • Oporto Home – River Front (a partir de 90 euros/noite): apartamento moderno para 2 pessoas (4 com sofá-cama) com vista rio
Sala do Oporto Home – River Front (foto da Booking)
  • Liiiving in Porto: Ribeira Boutique Apartment (a partir de 90 euros/noite): apartamento para 2 pessoas (4 pessoas com sofá-cama) com vista para o rio, para o mercado Ferreira Borges e para o Palácio da Bolsa
  • Porto River (a partir de 150 euros/noite): apartamentos e estúdios, alguns com vista para o rio
  • Exmo Hotel by Olivia (a partir de 175 euros/noite): excelente hotel de 4 estrelas com quartos duplos, vista para a cidade (os quartos mais caros têm vista para o rio) e pequeno-almoço incluído.
Varanda do quarto do Hotel Exmo por Olivia (foto da Booking)
  • Pestana Vintage Porto Hotel (a partir de 165 euros/noite): Hotel 5 estrelas no coração da Ribeira, os quartos mais caros contam com vista para o rio e uma maravilhosa varanda, e pequeno-almoço incluído claro.

Onde ficar na Baixa do Porto (Centro)

A outra excelente opção para ficar numa zona com muito para oferecer e perto de tudo é a Baixa do Porto, que é a zona acima da Ribeira onde se encontram algumas das principais atrações turísticas (Aliados, Bolhão, a Sé do Porto…). É também uma área com algumas ruas muito movimentadas e barulhentas, por isso tente evitar lugares com muitos bares/restaurantes nas proximidades se quiser ter uma boa noite de descanso.

Aqui estão algumas opções, e pode ver mais alojamento em Baixa aqui.

  • Sweet Swell (a partir de 45 euros/noite): quartos duplos com casa de banho privada, relativamente perto do Bolhão
  • Oporto Local Studios (a partir de 50 euros/noite): estúdios modernos para duas pessoas com vista para a cidade, junto à Avenida dos Aliados
  • Sé Boutique Apartment (a partir de 60 euros/noite): apartamento com cozinha própria para duas pessoas (4 pessoas a contar com o sofá-cama) e vistas da cidade, situado ao lado da catedral.
  • SIZE Flats (a partir de 70 euros/noite): apartamento de 2 quartos (4 pessoas) com cozinha, muito perto da Torre dos Clérigos
  • Almada Wine House (a partir de 75 euros/noite): estúdio com cozinha para dois, entre a Avenida dos Aliados e a Torre dos Clérigos
  • BO – Fernandes Tomás (a partir de 90 euros/noite): apartamento para 2 pessoas, na zona do Bolhão
  • Oporto Street das Aldas – River View – Adults Only (a partir de 100 euros/noite): pequeno estúdio para 2 pessoas com vista para o rio e cozinha, ao lado da catedral.
Sala do Oporto Street das Aldas – Vista do Rio – Adults Only Foto da Booking
Vista para os Paços do Concelho directamente do quarto no Porto Intercontinental. Foto da Booking
  • Monumental Palace (a partir de 250 euros/noite): impressionante hotel de 5 estrelas com piscina interior e spa no coração da Avenida dos Aliados.

Onde ficar na Cedofeita

A Cedofeita é a zona à esquerda da Baixa, onde se encontra a Rua Miguel Bombarda (com galerias de arte e pequenas lojas alternativas). É uma boa área para ficar se não quiser estar no coração da cidade mas quiser estar perto de tudo, numa área com várias opções culturais.

Aqui estão algumas opções, e pode ver mais alojamento na Cedofeita aqui.

Varanda do Apartamento Porto Insight Cedofeita- Balcony & Parking do Foto da Booking
  • Rosario’s Boutique Apartments (a partir de 90 euros/noite): apartamentos com cozinha para duas pessoas.
  • Rosario Luxury Suites (a partir de 100 euros/noite): suites com varanda e vista para o jardim
  • Canto de Luz (a partir de 140 euros/noite): quartos de design moderno com vista para a cidade, pequeno-almoço incluído, a 5 minutos da Câmara Municipal do Porto.
Um dos quartos cheios de design do Canto de Luz. Foto da Booking

Onde ficar em Gaia

Outra excelente opção para a sua viagem ao Porto é ficar em Gaia, do outro lado do rio, onde se encontram as caves do vinho do Porto. Esta zona tem a “desvantagem” de ter de atravessar o rio todos os dias (embora não demore muito e existam várias opções de transporte público) para ver as principais atrações do Porto, para além de ser uma zona muito turística e, portanto, movimentada.

Aqui estão algumas opções, e pode ver mais alojamento em Gaia neste link.

  • CHARM by YoursPorto (a partir de 55 euros/noite): quartos duplos com varanda e vista para a cidade.
  • Meet in Porto (a partir de 60 euros/noite): pequenos apartamentos com cozinha, um com um terraço com vista para o rio.
Terraço do Meet in Porto. Foto da Booking
  • Douro River Apartments (a partir de 75 euros/noite): pequeno estúdio para duas pessoas, com cozinha e excelente vista para o rio e a Ribeira de Porto.
  • Porto View by Patio 25 (de 80 euros/noite): pequeno estúdio junto à ponte D. Luis, com varanda e excelentes vistas sobre o rio e a Ribeira de Porto.
  • Vincci Ponte de Ferro (a partir de 95 euros/noite): notará este alojamento quando atravessar a ponte D. Luis de cima, pois está mesmo ao lado e da ponte verá a sua piscina e o seu restaurante. Quartos duplos com excelentes vistas
Terraço da Ponte de Ferro Vincci. Foto da Booking
  • The House of Sandeman (a partir de 100 euros/noite): alojamento dentro da famosa adega Sandeman, quartos duplos com vista para o rio e para a Ribeira de Porto.

Onde almoçar e jantar no Porto: restaurantes que recomendamos

Uma experiência gastronómica obrigatória no Porto é provar uma francesinha. Se ainda não sabe de que estamos a falar (duvido), saiba que consiste numa fatia de pão de forma caseiro em cima, outra fatia de pão em baixo e vários tipos de carne e enchidos (presunto, mortadela, carne de vaca, carne de porco, …) como recheio. Esta sandes quente é coberta no exterior com fatias de queijo e regada com um molho delicioso (na maioria das vezes picante) feito de tomate e cerveja e, normalmente, inclui ainda um ovo estrelado. Para a tornar ainda mais “leve”, a francesinha é normalmente acompanhada de batatas fritas caseiras.

Esta pequena e grande bomba portuguesa contém 1500 calorias. Estas duas lindonas são do Café Velasquez

Randomtip: Acompanhe a francesinha com um fino (um copo de cerveja no Porto, nem pense em pedir uma imperial), água com gás ou coca-cola, pois as bebidas gaseificadas ajudam à digestão. Se puder, é quase melhor provar à hora do almoço do que ao jantar, embora no Randomtrip já tenhamos comido francesinha ao jantar e possamos dizer-lhe que dormimos muito bem…

Aparentemente a sua nomenclatura vem de, adivinhou, França! A francesinha é uma variação sobre o famoso croque-monsieur francês. É levado muito a sério no Porto e é comum o pessoal local debater sobre qual é a sua francesinha favorita, embora nunca haja um consenso! No Randomtrip provámos algumas e estas são as nossas favoritas:

Onde comer uma francesinha no Porto?

  • Café Santiago: um dos lugares míticos da cidade para comer uma francesinha, e é por isso que está sempre cheio. É uma das melhores que já provámos, muito saborosa. Francesinha com ovo estrelado e batatas fritas caseiras: 10,50 euros.
  • Bufete Fase: considerada a melhor francesinha por muitas pessoas que conhecemos no Porto. De todas as francesinhas que provámos, pensamos que esta é a que tem o molho mais saboroso, picante como nós gostamos. Mas este pequeno restaurante só está aberto durante a semana à hora do almoço (de segunda a sexta-feira das 12:00h às 16:00h) e as batatas fritas não são caseiras, o que em Portugal é um sacrilégio.
  • Café Velasquez: a francesinha preferida da nossa amiga Joana e nós podemos confirmar: é espetacular. Destaca-se sobretudo a qualidade do recheio. Se não fosse por estar tão longe do centro, penso que teríamos repetido a experiência.
  • Francesinha Café: Quando o pessoal portuense debate sobre a melhor francesinha da cidade, este nome surge muito. Infelizmente não conseguimos prová-la, fá-lo-emos da próxima vez.
  • Lado B Café: Pessoal vegetariano, atenção, há francesinhas para todos os gostos e paladares. A poucos passos do Café Santiago (também na Rua Passos Manuel) encontrará o Lado B Café, famoso pelas suas francesinhas vegetarianas .

Se precisar de mais recomendações, aqui está uma lista criada por uma portuense, a Sara, cujo blog Portoalities recomendamos muito. Tenha em mente que há inúmeros restaurantes com francesinhas no Porto (conhecemos um taxista que tinha provado mais de 70! e, já agora, a do Bufete Fase era a sua preferida) por isso, numa viagem curta, terá de escolher qual priorizar.

Francesinha no Café Santiago

Onde comer tudo o resto no Porto: há vida para além das francesinhas

  • Casa Guedes: o famoso restaurante das sandes de pernil com ou sem queijo da Serra da Estrela. É ideal para uma refeição rápida, se estiver a fazer turismo. Existem dois restaurantes: a Casa Guedes Tradicional junto ao Jardim Marques de Oliveira; e a mais recente Casa Guedes Progresso junto à Igreja do Carmo.
  • Gazela: lugar mítico pelos seus cachorros-quentes originais, chamados cachorrinhos (não, não tem nada a ver com um cachorro-quente de feira, entre, prove e verá).
  • Taberna Santo António: restaurante de comida tradicional gerido pela simpática D.Hermínia. Bem conhecido pelo seu pernil e pelas favas com chouriço. É melhor reservar ou terá de fazer fila e, se tiver uma queda para doces como o Chris, peça o brownie de chocolate para sobremesa (a cara dele diz tudo). Está ao lado do Parque das Virtudes e da Musa das Virtudes, por isso pode ser uma boa ideia observar o pôr-do-sol e depois vir jantar aqui.
  • O Buraco: um restaurante frequentado por muito pessoal local (e cada vez mais pessoal turista) e que serve comida caseira com pratos entre 7 e 10 euros. O ideal é pedir os pratos do dia ou deixar-se recomendar, é tudo delicioso.
  • O Rápido: como o nome sugere, este restaurante tem um serviço rapidíssimo sem descorar a simpatia e a comida saborosa. Famoso pelos filetes de polvo com arroz do mesmo, que pedimos e adorámos. Fica muito perto da Estação de São Bento.
  • Tapabento: Propostas originais e criativas com produtos de qualidade. É para um evento especial, entre 40 a 50 euros/pessoa. As reservas são imprescindíveis pois há uma longa fila. Não conseguimos ir, para a próxima.
  • Adega do Carregal: pratos tradicionais e muito perto da vida noturna, se quiser jantar perto para beber um copo depois.
  • Casa d’Oro: saborosas pizzas com vistas imbatíveis por estar situada mesmo em cima do rio Douro.
  • daTerra restaurante vegetariano: há vários e são todos deliciosos. No Randomtrip provámos daTerra Baixa e adorámos.
daTerra Baixa
  • Café Viriato: a caminho do Museu Soares dos Reis encontrámos este lugar, ideal para um brunch ou um lanche. Tem um pátio com um jardim.
  • Miradouro Ignez: perfeito para um almoço ou uma petiscada com vista para o Douro (também perto do Museu Soares dos Reis).
  • Casa Lopes: Entre os muitos restaurantes “para turista” da Ribeira, esta é uma boa opção. Bom Bacalhau à Braga (com cebola) com batatas fritas caseiras.
  • Ora viva: O Chris foi a este restaurante em 2013 e gostou muito. Desta vez não fomos, mas continua a receber boas críticas.
  • Bacalhau: provavelmente o melhor restaurante da Ribeira (ou um dos melhores). Esplanada com vista sobre o rio Douro e pratos requintados por entre 15 e 20 euros.
  • Vinhas d’Alho: ao lado do anterior, Bacalhau. Tem uma grande variedade de tapas e menos pratos, cerca de 20 euros por pessoa.
Esplanadas da Ribeira
  • Mercado Beira-Rio (Gaia): mercado com várias representações de restaurantes que existem no Porto e Gaia, tais como o vegetariano Daterra.
Mercado da Beira-Rio em Gaia
  • Casa de Chá da Boa Nova (Matosinhos): o lugar ideal para um jantar especial. O Chef Rui Paula tem 2 estrelas Michelin e o restaurante está situado numa das criações de Alvaro Siza Vieira, arquiteto com o prémio Pritzker. Menú de degustação num espaço incrível, na perfeita simbiose do restaurante com os seus arredores, um espaço moldado às rochas do Atlântico.

Onde beber um copo no Porto

  • Bar Ponte Pensil (Ribeira) nas margens do Douro e debaixo da ponte de S. Luiz. Bebemos 2 cafés e 1 água com gás para desfrutar da vista: 2 euros/café e 2 euros de água com gás (o café é mais barato do que no Café Majestic).
Esplanada do Bar Ponte Pensil
  • Wine Quay (Ribeira): um bar de vinhos da Ribeira com tapas e uma esplanada com vista incrível. Ideal para beber um vinho e partilhar uma tábua de queijos.
Bar Wine Quay, Ribeira
  • Musa das Virtudes: ideal para terminar o dia. Boa música (normalmente têm um DJ no exterior) e uma esplanada mesmo em frente ao Miradouro das Virtudes. Também tem petiscos saborosos no caso de ficar com fome.
  • Terraplana: assim como bons cocktails, tem boas pizzas se tiver fome.
  • Capela Incomum: o seu nome diz tudo, esta invulgar capela oferece bom vinho e bom petisco. Ámen.
  • Mirajazz: entre as casinhas coloridas de Miragaia está esta incrível esplanada com banda sonora de jazz
Gin Tonic, Douro e Jazz: combinação maravilhosa no Mirajazz
  • Maus Hábitos: sempre uma boa escolha, independentemente da hora a que se chega. Se chegar para o jantar, vai adorar os pratos (as pizzas são deliciosas). Se chegar depois, vai adorar os cocktails. E se chegar depois das 2 da manhã aos fins de semana, prepare-se para dar tudo.
  • Plano B: um dos nossos favoritos para sair na área de vida noturna por excelência, Galeria de Paris.
  • Embaixada: ideal tanto para um café para acordar, como para um copo de vinho. Grande banda sonora. Fica ao lado da Igreja do Carmo.
Vinhos e finos na Embaixada com o nosso querido amigo Baptiste
  • Espaço Porto Cruz (Gaia). Terraço com vista sobre o Porto e a ponte Dom Luis onde desfrutámos de dois Portos Tónicos. O espaço tem também uma sala de exposições e degustações de vinho.
Tchin Tchin ao Porto com um Porto Tonic no Espaço Porto Cruz

Roteiros de viagem ao Porto: o que visitar e fazer no Porto durante 1, 2, 3 ou 4 dias

Como já viu no nosso guia, há tanto por visitar e fazer no Porto que são necessários vários dias para ficar realmente a conhecer a cidade.

Como nem sempre dispomos de tanto tempo, aqui estão algumas sugestões de roteiros, dependendo do número de dias que tiver disponível para a sua visita ao Porto.

Roteiro: o que visitar e fazer no Porto durante um dia

É impossível ver todo o Porto num só dia, mas se é só para isso que tem tempo, aqui está um roteiro express para conhecer alguns dos locais mais importantes do Porto em 24 horas (sem parar demasiado em cada um deles).

  • Mercado do Bolhão, Rua Santa Catarina, Capela das Almas, Café Majestic
  • Av. dos Aliados, Igreja do Carmo, Livraria Lello, Torre dos Clérigos
  • Rápida paragem para almoço na Casa Guedes
  • Rua das Flores, Estação São Bento, Praça da Batalha
  • Sé do Porto, e passear até à Ribeira
  • Cruzar Ponte D. Luis para Gaia, ver o pôr-do-sol no Jardim do Morro
  • Atravesse novamente a ponte e jante numa das recomendações do guia.

Roteiro: o que visitar e fazer no Porto em 2-3 dias (um fim-de-semana)

Um fim-de-semana é o momento ideal para ter uma ideia geral das diferentes áreas do Porto. Aqui está um roteiro para ver o Porto em 3 dias. Note que este é um roteiro para tentar encaixar o maior número possível de lugares em 3 dias e ver tudo, o que significa levantar-se cedo, aproveitar ao máximo o tempo e andar por aí; se quiser fazer com mais calma, faça uma seleção mais pequena dos lugares que realmente lhe interessam:

  • Dia 1: Mercado do Bolhão, Rua Santa Catarina, Capela das Almas, Café Majestic, Av. dos Aliados, Igreja do Carmo, Livraria Lello, Torre dos Clérigos, Jardim Cordoaria, Rua Miguel Bombarda, Jardim Palácio de Cristal, Museu Soares dos Reis, Armazém, Parque das Virtudes (pôr-do-sol)
  • Dia 2: Praça da Batalha, Igreja Santo Ildefonso, Jardim Marques de Oliveira, Bairro Herculano, Bairro das Fontainhas, Estação São Bento, Igreja Santo António dos Congregados, Rua das Flores, Miradouro e escadas da Vitória, Mercado Ferreira Borges, Palácio da Bolsa, Igreja São Francisco, pôr-do-sol em Mirajazz
  • Dia 3: Sé do Porto, passeio à Ribeira (Rua Pena Ventosa, Rua Dom Hugo, Miradouro Rua das Aldas, Igreja São Lourenço, Rua Sant’Ana, Rua Senhora das Verdades, Escadas do Codeçal, Muralha Fernandina), Cais da Ribeira (passeio de rua), atravessar ponte para Gaia, visitar uma adega em Gaia, ver Meio Coelho (arte de rua com coelho de Bordalo II), Mosteiro Serra do Pilar, Jardim do Morro (pôr-do-sol)

Aqui pode também ver uma brochura oficial de Turismo do Porto com uma proposta de roteiro de 3 dias.

Também podem ver este post sobre uma proposta de escapada ao Porto durante um fim-de-semana que fiz com a minha amiga Ana.

Roteiro: o que visitar e fazer no Porto em 4-5 dias

Na nossa opinião, 5 dias é o tempo ideal para conhecer o Porto sem andar a correr de um lugar para outro e poder parar para apreciar os seus recantos, vaguear pelas ruas, e até visitar alguns dos lugares nas redondezas. Aqui está o nosso roteiro sugerido para conhecer o Porto em 5 dias.

  • Dia 1: Mercado do Bolhão, Rua Santa Catarina, Capela das Almas, Café Majestic, Av. Aliados, Igreja do Carmo, Livraria Lello, Torre dos Clérigos, Jardim Cordoaria, Rua Miguel Bombarda, Jardim Palácio de Cristal, Museu Soares dos Reis, Armazém, Parque das Virtudes (pôr-do-sol)
  • Dia 2: Praça da Batalha, Igreja Santo Ildefonso, Jardim Marques de Oliveira, Bairro Herculano, Bairro das Fontainhas, Estação São Bento, Igreja Santo António dos Congregados, Rua das Flores, Miradouro e escadas da Vitória, Mercado Ferreira Borges, Palácio da Bolsa, Igreja São Francisco, pôr-do-sol em Mirajazz
  • Dia 3: Sé do Porto, passeio à Ribeira (Rua Pena Ventosa, Rua Dom Hugo, Miradouro Rua das Aldas, Igreja São Lourenço, Rua Sant’Ana, Rua Senhora das Verdades, Escadas do Codeçal, Muralha Fernandina), Cais da Ribeira (passeio de rua), atravessar ponte para Gaia, visitar uma adega em Gaia, ver Meio Coelho (arte de rua com coelho de Bordalo II), Mosteiro Serra do Pilar, Jardim do Morro (pôr-do-sol)
  • Dia 4: Casa da Música, Cemitério de Agramonte, Fundação Serralves (visitar Museu de Arte Contemporânea e Jardins), Miradouro Santa Catarina e visitar Matosinhos e/ou Foz do Douro (ver o pôr-do-sol ali).
  • Dia 5: Visite Afurada (pode caminhar ou andar de bicicleta ao longo do rio) e visitar lugares no Porto que não foram visitados nos dias anteriores, ou repetir um plano.

Tal como no roteiro de 3 dias, este, (exceto no dia 5) inclui muitos planos por dia, o que significa muito tempo, muitas caminhadas e “correrias”. Se tiver mais dias, poderá repartir os lugares por mais dias e vê-los com mais calma. Caso contrário, também pode sempre fazer uma seleção só dos lugares que realmente lhe interessam.

Transporte: como circular no Porto

Se vai andar principalmente pela cidade (a cidade velha é muito fácil de se deslocar a pé), talvez queira comprar um cartão Andante recarregável para a viagem de que necessita . O cartão custa 0,60 euros e pode ser complementado com viagens ou passes de um dia para várias zonas. Para lhe dar uma ideia, por exemplo, a tarifa do Bolhão para Matosinhos é de 2 euros.

Vale a pena comprar a Porto Card?

Se vai circular muito pela cidade e visitar muitos dos seus museus e monumentos, pode comprar o Porto Card (1, 2, 3 ou 4 dias, à sua escolha) porque terá acesso gratuito e descontos em muitos dos locais mais emblemáticos da cidade e, além disso, se comprar o Porto Card + Transporte terá acesso ilimitado a toda a rede de transportes públicos, sem se preocupar com mais nada. Pode ver o que está incluído e comprar o seu Porto Card aqui.

Metro do Porto a atravessar a ponte Dom Luis I.

Compre o seu Porto Card, poupe nos bilhetes, obtenha descontos e acesso a toda a rede de transportes públicos da cidade, sem preocupações. Pode ver tudo o que está incluído no cartão aqui (descontos, acesso ilimitado aos transportes públicos) e comprar o seu Porto Card aqui.

Alugar um carro (para explorar os arredores do Porto)

Se vai apenas explorar a cidade do Porto, vá para a secção seguinte, mas se tem vários dias e quer explorar a região (por exemplo, o belo Vale do Douro) alugar um carro é uma excelente opção. No Randomtrip quando queremos alugar carro, normalmente comparamos os preços das diferentes empresas em comparadores como a DiscoverCars, verificando sempre as condições de aluguer de cada empresa (franquia, o que o seguro cobre, apólice de combustível, revisões…) e não apenas o preço.

Algumas dicas para alugar um carro em Portugal:

  • O combustível em Portugal é caro, por isso tenha isto em conta ao calcular o seu orçamento de viagem.
  • Para as portagens tem duas opções:
    • Alugue o dispositivo Via Verde (para que passe sem parar e a empresa de aluguer cobra ao seu cartão). Há empresas de aluguer de automóveis que o oferecem, embora tenha de pagar por ele diariamente e nem sempre valha a pena.
    • Não contratar a Via Verde: neste caso, terá de passar pelas linhas manuais e pagar. O problema é que existe um tipo de portagem em Portugal que não tem uma opção de pagamento manual (são arcos que têm câmaras e detectores de Via Verde). Se não contratar o aparelho e passar por um deles, terá de pagar depois. Pode pagar pessoalmente nos balcões dos CTT (Correios de Portugal) ou online.
  • Seguro: verificar se o preço base de aluguer inclui seguro com franquia. Caso contrário, pode pagar um extra para baixar ou eliminar o excesso. Verifique cuidadosamente qual a opção que escolhe.
  • A condução em Portugal é, na nossa opinião, bastante imprudente, especialmente em estradas secundárias. Conduza com cuidado e, se alguém estiver atrás de si com pressa, deixe-o passar.

Quanto custa uma viagem ao Porto?

Fazer orçamentos estimados é sempre muito complexo porque depende muito do seu tipo de viagem: quantos planos quer incluir na sua viagem, se vai a restaurantes ou cozinhar para poupar dinheiro, o tipo de alojamento que vai utilizar… Em qualquer caso, para lhe dar uma ideia, aqui estão os preços médios e o que consideramos ser o preço médio por dia (reiteramos que estes são preços ORIENTATIVOS e que podem mudar a qualquer momento):

  • Deslocações: Comboio ou autocarro de vários pontos do país até ao Porto. Se for de carro, talvez consiga o melhor preço de aluguer de carros com o comparador DiscoverCars. Se não se encontra em Portugal, com companhias aéreas de baixo custo pode encontrar voos muito económicos a partir de vários aeroportos europeus, embora tenha em consideração que depende da época do ano e dos dias da semana. Utilize sites de comparação de voos como o Skyscanner e o Kiwi para encontrar o melhor preço.
  • Transporte:O Porto é uma cidade que pode e recomendamos deslocações a pé, mas também pode utilizar transportes públicos (viagens a partir de 1,25 euros) e Uber (viagens a partir de 2,50 euros).
  • Alojamento: a partir de 45 euros por noite para um quarto com casa de banho privada ou pequeno apartamento com auto-serviço. Encontrar alojamento de todos os tipos e preços em Reservas, com até 15% de desconto.
  • Restaurantes: uma multiplicidade de opções entre 10 e 30 euros por pessoa, para satisfazer todos os gostos.
  • Entradas: alguns lugares exigem uma entrada (Torre dos Clérigos: 6 euros, Palácio da Bolsa: 10 euros, Catedral: 3 euros, Livraria Lello: 5 euros, Fundação Serralves: 12 euros…). Pode poupar algum dinheiro com o Porto Card, dependendo de quantos deles vai visitar e em quantos dias.
  • Excursões: visitar uma adega (a partir de 13 euros/pessoa) e fazer um passeio de barco no Douro (a partir de 15 euros/pessoa) são altamente recomendados no Porto.

No total, uma viagem de fim-de-semana (2 noites) ao Porto, pode custar entre 50 e 75 euros por pessoa por dia, com as opções de alojamento mais baratas, comer fora em restaurantes baratos e visitar alguns dos locais gratuitos.

Apps úteis numa viagem ao Porto

Aqui estão algumas apps que podem ser úteis para a sua viagem ao Porto para ter no seu telemóvel:

  • Windy (Android/iOS/Web): app que usamos imenso nas nossas viagens. Permite-lhe ver previsões de chuva, nuvens, vento, etc. para o ajudar a planear os seus dias com base no tempo (pois há lugares que perdem muito, dependendo do tempo). Obviamente, as previsões não são 100% fiáveis. Também mostra as webcams disponíveis.
  • Google Maps (Android/iOS): este é o que usamos para salvar/classificar todos os lugares onde queremos ir/fomos e como GPS tanto para nos orientarmos na cidade ou no caso de alugarmos carro. Também inclui informação sobre transportes públicos para ver o melhor roteiro e preços para se deslocar pelo Porto. Pode ver as opiniões de outras pessoas sobre os locais, fotografias, menus de restaurantes, números de telefone dos locais para os contactar, etc. Pode também abrir o nosso mapa com todos os lugares incluídos neste guia.
  • Maps.me (Android/iOS): aplicação semelhante ao Google Maps mas que funciona offline (embora o Google Maps também possa funcionar offline, funciona melhor) e em muitos casos tem informação que o Google Maps não tem.
  • Uber/Bolt/FREE NOW: aplicações para encomendar um táxi/TVDE no Porto. A nossa experiência diz-nos ser uma boa ideia ter os 3, porque nem sempre há carros por perto e é possível comparar tempos e preços.

Dicas para uma viagem ao Porto mais sustentável e respeitosa

  • Não seja cúmplice de abuso de animais: Não vá ao Sea Life Porto ou qualquer outra atração onde os animais são mantidos em cativeiro e/ou utilizados para entretenimento humano.
  • Tenho realmente interesse neste “imprescíndivel”? Faça-se esta pergunta todas as manhãs antes de partir para a exploração. Se toda a gente fizesse esta pergunta em cada viagem, as filas intermináveis seriam provavelmente um pouco mais curtas. Se não entrar na Torre dos Clérigos ou na Sé de Porto desta vez, tudo bem, provavelmente já aproveitou a oportunidade para fazer algo de que gosta muito mais. Em vez de se perguntar “O que tenho de ver no Porto?”, pergunte-se “Do que gosto?” e procure algo de acordo com os seus gostos.
  • Mais de 10 é uma multidão: se participar numa visita guiada à cidade com mais de 10 pessoas, para além do facto de não ouvir tudo o que o guia lhe diz, consegue imaginar chegar atrasado ao trabalho porque tem de se esquivar a uma horda de 20 turistas seguindo cegamente um guia todas as manhãs? Bem, é isso mesmo. Saiba antecipadamente com quantas pessoas vai estar e evite participar em digressões com mais de 10 pessoas.
  • Tuk Tuk no Porto? Vá lá! Não cabe na cidade, é um verdadeiro incómodo para carros e pessoas e, além disso, no centro da cidade é muito fácil andar a pé ou de metro.
  • Respeite as outras pessoas: não toque a sua música alto no Jardim do Morro se vai apreciar o pôr-do-sol; se levar uma cerveja ao Miradouro das Virtudes, apanhe o seu lixo; não atire pontas de cigarro, etc. Deixe a cidade melhor do que a encontrou.
  • Viaje sempre com seguro de viagem: despesas médicas, roubo ou problemas com o seu avião numa viagem podem custar-lhe muito dinheiro, por isso o ideal é fazer um seguro de viagem. Utilizamos sempre a IATI e recomendamo-la. Se subscrever o seu seguro através deste link, obtém um desconto de 5%.
Pintada a denunciar o impacto que o turismo desmesurado está a ter na cidade.

Checklist: o que levar na sua mochila/ mala para o Porto

Aqui está uma lista de itens essenciais que não deve esquecer de levar consigo na sua viagem ao Porto:

  • Uma garrafa reutilizável como uma destas para levar água consigo em qualquer altura. Evitará o uso de plástico de utilização única.
  • Máquina fotográfica para gravar aventuras na cidade. No Randomtrip levamos sempre uma Sony A5100
  • Power Bank: com tantas fotografias gastará muita bateria, por isso é sempre útil ter uma power bank sempre à mão. Nós viajamos com estes 2 (Xiaomi e Anker), que nos permitem carregar os nossos smartphones, câmara fotográfica e GoPro.
  • Kit de primeiros socorros: no nosso kit de primeiros socorros vai precisar de um medicamento contra os enjoos marítimos (como a biodramina para os enjoos marítimos nos barcos), antibióticos, anti-diarreicos (e um probiótico para recuperar mais rapidamente), anti-histamínicos, analgésicos e antipiréticos e, claro, de um seguro de viagem. Se fizer o seu seguro através deste link, terá um desconto de 5%.
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Depois de ler o guia, percebe-se que o Porto é um daqueles destinos ideais para uma breve escapada ou, combinado com os seus arredores, para umas férias de vários dias ou até mesmo semanas. Já tem uma data para conhecer esta cidade incrível?

Até já, Porto!

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