Ilhas e lagoas, dentro de uma cratera de vulcão, dentro de uma ilha. Desde que vimos o documentário “É Na Terra Não é Na Lua“, a nossa curiosidade sobre o Corvo, a mais pequena e remota ilha dos Açores, tem vindo a aumentar. Quando finalmente chegou a altura de a pisar, descobrimos que esconde um tesouro no seu interior: o Caldeirão é uma das paisagens mais bonitas de todo o arquipélago. Foi uma das ilhas mais especiais da nossa viagem de 2 meses aos Açores e, mais do que uma ilha para ser visitada, é uma ilha para ser vivida, se lhe der o tempo que merece.

Caldeirão, uma das paisagens mais incríveis que vimos na nossa viagem de dois meses pelos Açores. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Neste guia tentamos explicar porque é que o Corvo merece (se puder) muito mais do que umas horas de visita a partir da vizinha ilha das Flores.

Informação práctica (e curiosa) para visitar o Corvo

Há cerca de 790.000 anos, uma erupção deu origem à mais pequena das ilhas dos Açores, o Corvo. Vizinha da ilha das Flores (que fica a cerca de 40 minutos de barco ou a pouco mais de 10 minutos de avião), a verdade é que, embora ambas estejam geograficamente na Europa, tanto o Corvo como as Flores estão geologicamente na América, pois assentam na placa tectónica americana. O Corvo começou por se chamar Santa Iria (quase todas as ilhas açorianas todos os Açores têm nomes de santo) mas, devido a uma suposta abundância de corvos marinhos, o seu nome foi alterado. É a ilha açoriana com mais plantas endémicas por metro quadrado, num total de 98 plantas, e faz parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO desde 2007. Não deixe que a sua dimensão de 6km por 4km o faça subestimar a sua importância, pois com menos de 400 habitantes (resilientes) a viver na ilha mais remota do arquipélago, representa dois deputados ao nível do governo regional. Talvez seja também por isso que nós, no Corvo, tivemos a melhor cobertura da nossa viagem pelos Açores e se puder considerar ficar mais tempo, não hesite. No entanto, planeie a sua viagem com bastante antecedência, pois existe apenas um hotel e pouca oferta de alojamento local.

Moeda: Euro

Língua: Português

População: 384 (em 2021)

Orçamento diário: A partir de 65€/dia por pessoa (aprox.) para uma viagem de 2 dias. Mais detalhes sobre o orçamento nesta secção

Clima: Instável, com temperaturas entre os 15º e os 25º durante todo o ano (varia entre os meses de verão e de inverno). É uma ilha onde (infelizmente) a maioria dos turistas não pernoita, pelo que não terá de se preocupar muito em evitar as épocas altas de julho e agosto (quando as águas estão mais convidativas) em termos de alojamento, mas terá de reservar o seu barco e/ou voo o mais cedo possível. Não se esqueça que outubro é a época alta no Corvo devido à “invasão” de observadores de aves. Mais informações sobre quando ir ao Corvo aqui.

Alojamento: Existe apenas um hotel na ilha, o encantador Hotel Comodoro, onde ficámos e adorámos. Também tem a opção de alojamento local, como o Joe & Vera’s Place.

Duração: Mínimo 1 dia, idealmente 3 dias.

Voos: Não existem voos diretos para o Corvo a partir do exterior do arquipélago, mas uma vez no arquipélago pode voar para o Corvo com a Sata, a companhia aérea açoriana. Para encontrar a opção de voo mais económica, recomendamos que utilize sites de comparação de voos como o Skyscanner e o Kiwi e que seja flexível com as suas datas. Em alternativa, pode chegar à ilha de barco a partir da vizinha ilha das Flores. Para mais informações, consulte a secção Como chegar ao Corvo.

Transporte: No Corvo não há possibilidade de alugar um carro, nem há necessidade de o fazer numa ilha de 6km X 4km. A melhor forma de conhecer a ilha é percorrê-la a pé e subir ao Caldeirão com a população local. Nós dizemos-lhe como o fazer na secção do guia do Caldeirão.

Fuso horário: UTC +0. O horário no arquipélago dos Açores (Portugal) é de menos uma hora em relação a Portugal Continental.

Trilha Cara do Índio. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Quando ir ao Corvo

Os melhores meses para ir ao Corvo são de maio a outubro, tendo em conta que julho e agosto são os meses mais movimentados para o turismo, pelo que é melhor reservar a sua viagem ao Corvo e o seu alojamento com bastante antecedência. junho e setembro são normalmente os melhores meses, com bom tempo (embora saiba que o estado do tempo é uma lotaria nos Açores) e águas convidativas.

Em outubro, o (pouco) alojamento que existe no Corvo é esgotado por birdwatchers ávidos de ver e contemplar algumas das aves do continente americano que estão em migração. Não é que estas aves não passem pelas outras ilhas açorianas, mas com a dimensão do Corvo, a ausência de vegetação densa e o número de birdwatchers com binóculos na ilha nesses dias, a probabilidade de avistar algumas espécies é multiplicada.

Vila do Corvo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Como chegar ao Corvo

Não existem voos diretos para o Corvo a partir do continente, pelo que o seu acesso só é possível através de voos a partir de outras ilhas do arquipélago. Existem voos de Lisboa para Ponta Delgada (São Miguel), Lajes (Terceira), Pico ou Horta (Faial); do Porto para Ponta Delgada (São Miguel) e Lajes (Terceira). Os voos mais económicos são normalmente os da Ryanair de Lisboa/Porto para Ponta Delgada (São Miguel) ou Lajes (Terceira), embora por vezes também se possa encontrar bons preços com a Tap (a companhia aérea portuguesa) ou com a Sata (a companhia aérea açoriana responsável por todos os voos inter-ilhas), mas para obter o melhor preço deve ser flexível quanto às datas e utilizar sítios de comparação de preços como o Skyscanner e o Kiwi.com.

Se não tiver tempo, pode visitar a ilha numa excursão de um dia a partir das Flores. Existem três formas de chegar à ilha do Corvo a partir das Flores:

Um avião da Sata a aterrar no Corvo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Quantos dias dedicar ao Corvo

Mínimo de um dia, mas o Corvo é uma ilha para ser vivida e não visitada, por isso, se puder, fique pelo menos duas noites, como fizemos no Randomtrip.

Seguro de viagem para os Açores

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Além da assistência médica por lá, o seguro também cobre imprevistos que possam acontecer na viagem aos Açores quando fizer desportos de aventura como trekking, caiaque, rafting, snorkeling, surf ou windsurf e até num passeio de bicicleta e/ou roubo da mesma. Além disso, se acontecer algo com a sua bagagem (danos, roubo, atraso na entrega ou extravio), a Iati também ajuda.

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O que visitar no Corvo

Aqui está um resumo dos locais de interesse a visitar no Corvo com um mapa feito por Randomtrip que pode levar consigo no seu telemóvel:

Mapa do Corvo

Aqui estão todos os locais de interesse no Corvo de que falamos neste guia num mapa do Google Maps que pode levar consigo no seu smartphone para consultar a qualquer momento.

E aqui tem também um mapa turístico com as estradas do Corvo (clique na imagem para a descarregar num tamanho e resolução maiores).

Mapa turístico da ilha do Corvo (Açores)

Caldeirão

A ilha do Corvo é coroada por uma cratera vulcânica cuja paisagem é tão espetacular que é motivo suficiente para muitas pessoas se deslocarem à ilha numa excursão de um dia a partir da vizinha ilha das Flores.

Randomtrip feliz no Caldeirão. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

No Randomtrip, fomos ao Caldeirão, a cerca de 6km da Vila do Corvo, com o Fernando, uma das primeiras pessoas que encontrámos quando chegámos à ilha. Entrámos na sua carrinha, onde ele nos esperava à saída do Hotel Comodoro e, assim que começámos o passeio, disse-nos: “Fechem os olhos. Não os abram até eu vos dizer. Foi assim que o meu pai fez comigo quando eu tinha 6 anos”. A poucos metros de chegar de carro a uma das paisagens que mais ansiávamos em toda a viagem pelos Açores, o famoso Caldeirão, fechámos os olhos, abrimos a mente às perguntas e uma excitação infantil invadiu-nos o corpo. Não há palavras para o que sentimos quando os abrimos.

O Caldeirão a partir do carro do Fernando. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Ilhas e lagoas, dentro de uma cratera de vulcão, dentro de uma ilha. A mais remota e mais pequena ilha açoriana esconde vários tesouros no seu interior. Um é o caldeirão, outro é o Fernando, e tantos outros estão lá para serem descobertos se der ao Corvo o tempo e a curiosidade que ele merece.

Quando o tivemos à nossa frente, disseram-nos que as ilhas dentro do Caldeirão de Corvo representam as nove ilhas dos Açores. No Randomtrip não fomos capazes de as desenhar, mas talvez por estarmos tão entusiasmados. Foram várias as pessoas que nos prometeram as paisagens mais fantásticas aqui durante a nossa viagem de dois meses pelos Açores e não nos enganaram. O Caldeirão do Corvo tem cerca de 3,5 km de diâmetro e 300 metros de profundidade e, se o tempo estiver favorável – o tempo é uma incerteza garantida numa viagem aos Açores – pode mesmo percorrer o trilho no seu interior e ver de perto o sistema húmido, alimentado pela chuva e pela água armazenada pelas turfeiras que fazem o nível da lagoa oscilar ao longo do ano.

Turfeiras azorianas. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Se já esteve nas Flores já sabe que as turfeiras, musgão, como lhes chamam os locais ou Sphagngnum spp para os botânicos, são um ecossistema muito particular pois são verdadeiros reservatórios de água. Funcionam como esponjas de musgos e vegetação que se acumularam durante milhares de anos sem se decomporem totalmente, num ambiente saturado de água.

Como o Caldeirão fica a cerca de 6km da aldeia, se o tempo estiver bom e lhe apetecer subir, pode fazê-lo a pé. Não há como se perder ao longo da “Estrada para o Caldeirão”, mas se quiser dar mais emoção à viagem recomendamos que vá, pelo menos uma vez, na companhia de um corvino. Quando fomos o custo era de 10€/pessoa ida e volta. Deixamos-lhe dois contactos para subir ao Caldeirão:

Pode também fazer o trilho pelo interior do Caldeirão, um percurso circular de 4,8 km (cerca de 2:30h) que lhe permite ver o Caldeirão de várias perspetivas. No Randomtrip não o pudemos fazer porque o tempo não o quis, por isso é mais uma razão para voltar, num futuro próximo.

O ponto mais alto situa-se no extremo sul do Caldeirão, a 718 metros, onde do Morro dos Homens é impressionante contemplar o contraste entre o verde da caldeira e o azul do Atlântico. A norte do Caldeirão encontra-se a Ponta do Marco.

Uma foto de drone da ilha do Corvo mostrando a extensão do Caldeirão. Foto de Paralelo 39

Se estiver nas Flores e quiser visitar o Caldeirão do Corvo, pode reservar a sua excursão ao Corvo aqui, mas atenção, será um pouco curta.

Trilho “Cara do Índio”

Este caminho linear liga o Caldeirão à aldeia de Vila do Corvo, passando por um rochedo que dá nome ao caminho, uma vez que o seu perfil lembrava a quem o batizou o perfil estereotipado do rosto de um “índio” (ou, melhor dito e sem a carga pejorativa do termo, de uma pessoa de um povo originário) com os seus olhos, nariz, boca e toucado.

Trilha Cara do Índio. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

O percurso, que pode ser feito na totalidade (cerca de 10,3km, cerca de 3 horas), ou, como fizemos no Randomtrip, a partir de menos de meio caminho até à vila (3,9km), evitando um longo troço de estrada que não vale tanto a pena, passando pelos principais geossítios da ilha, bem como pela famosa face esculpida em rocha basáltica (também pode fazer ao contrário, se alguém chegar ao ponto em que o percurso liga à estrada).

Começa junto à Cova Vermelha e passará por um miradouro com uma vista panorâmica sobre a aldeia e o Atlântico como pano de fundo que o convida a fazer uma pausa antes de continuar pelo caminho que revela vários abrigos esculpidos na rocha e interessantes formações geológicas.

Miradouro da Vila do Corvo durante o percurso da Cara do Índio. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Entre a flora endémica, passará pelos tanques na zona conhecida localmente como Baldio, e continuará o percurso contornando a cratera aberta do cone vulcânico a sul, conhecida como geossítio da Coroínha e acima (falésia) das Pingas, de onde se avista a ilha das Flores em dias claros. Depois de se deparar com a face basáltica, terá de decidir se regressa à Vila do Corvo ou se continua até à caldeira do vulcão, o Caldeirão, para fazer o trilho que percorre o seu interior.

Descendo para Vila do Porto. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

É provável que encontre algumas cabras e vacas ao longo do caminho e pode até ter a oportunidade de fazer alguma observação de aves marinhas. Um trilho altamente recomendado.

Selfie de Vaquil. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Vila do Porto

As melhores coisas da Vila do Corvo não podem ser enumeradas. É entrar num café e meter conversa (numa ilha com menos de 400 habitantes é impossível passar despercebido), aceitar um convite para aprender a jogar Marralhinha ou entrar numa garagem para comprar queijo artesanal. Mesmo assim, aqui ficam alguns dos sítios que não deve perder:

Casa do Tempo Ecomuseu do Corvo

Aproximar-se deste museu é aproximar-se da história do Corvo e começar a desvendar a resiliência e a coragem de um povo corvino que persiste (e persistiu) na ilha mais remota do arquipélago (por vezes com várias semanas sem abastecimento devido à impossibilidade de chegar por mar ou ar devido a tempestades). É um excelente ponto de partida, pelo que recomendamos que vá no primeiro dia (se puder tomar a excelente decisão, como a Randomtrip, de prolongar a sua estadia para pelo menos 3 dias).

A Casa do Tempo e um gato com todo o tempo do mundo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

O EcoMuseu inaugurado em 2019 traça a origem vulcânica da ilha há cerca de 790 000 anos, explicando como o povo do Corvo persistiu ao longo de 500 anos de história num local tão remoto e com condições climatéricas tão adversas, as principais atividades económicas de subsistência e as dificuldades por que passou e até as inovações que foram implementadas no Corvo ao longo do tempo, como a construção do aeródromo em 1993.

Uma foto de drone da ilha do Corvo mostrando a Vila do Corvo, o aeródromo e a pista de aterragem. Foto de Paralelo 39

Neste “laboratório para o estudo do passado, presente e futuro” da ilha (como o museu se define a si próprio) podemos também encontrar muito material audiovisual, como entrevistas com os seus habitantes sobre marcos, lendas e costumes da ilha. Por exemplo, ficamos a saber que o “Dia da Lã” era muito importante na ilha e refletia o espírito de comunidade e inter-ajuda caraterístico da população corvina.

Interior do EcoMuseu do Corvo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Conheça um dos episódios que reflete a resiliência da gente corvina, o ataque dos piratas bávaros à ilha do Corvo em 1632. Reza a história que os 200 habitantes que viviam na ilha, na altura, conseguiram repelir um navio pirata com a ajuda de Nossa Senhora dos Milagres. Diz a lenda que, por cada bala disparada pelos invasores, Nossa Senhora dos Milagres devolveu sete. O episódio foi transformado em banda desenhada pelo grande autor e ilustrador português de banda desenhada José Ruy, no seu livro “A Ilha do Corvo que venceu os piratas“.

Até meados do século XIX, os corvinos eram obrigados a pagar um pesado imposto sobre o trigo e o dinheiro, o que os obrigava a alimentarem-se de farinha de junça, um tubérculo com grande potencial nutritivo e atualmente conhecido como um superalimento. Talvez isso ajude a explicar a força, a fibra e a resiliência do povo corvino ao longo do tempo.

Moinhos do Corvo: os cereais desempenhavam um papel fundamental na subsistência da comunidade. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Ficámos também a conhecer uma curiosidade que achamos que vai gostar de saber: Sabia que provavelmente sem os baleeiros do Corvo não teria havido poesia de Pablo Neruda? E que o editor de Neruda, Manuel Carlos George Nascimento, era um corvino, filho e neto de baleeiros, que foi para o Chile persuadido pelo pai, depois de o ouvir elogiar tanto aquele país e as suas gentes, quando andou em águas chilenas.

Centro de Interpretação de Aves Selvagens

Como referimos na secção sobre as melhores épocas para ir ao Corvo, no mês de outubro a ilha é “invadida” por birdwatchers, ávidos de ver e contemplar algumas das aves do continente americano que por aqui migram e passam. A dimensão da ilha do Corvo, a ausência de vegetação densa e o número de entusiastas com binóculos por metro quadrado fazem com que a probabilidade de avistar algumas espécies seja multiplicada e que esta pequena ilha seja bastante famosa no mundo do birdwatching. Neste pequeno Centro de Interpretação de Aves Selvagens poderá conhecer algumas das espécies que podem ser avistadas na ilha, como o garajau rosado, o estapagado ou o painho da madeira, bem como aquelas que visitam o continente europeu vindas do continente americano, como o pilrito-acanelado, o picoteiro-americano ou a mariquita-azul.

Entrada do Centro de Intepretação de Aves Selvagens. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Praia da Areia

No extremo sul da ilha, entre o Caminho dos Moinhos e a Rua da Cruz, encontra-se a melhor praia da pequena ilha com um nome muito descritivo (como todas as praias do Corvo), a Praia da Areia. Rodeada de rochas vulcânicas e abrigada pela falésia, a praia fica muito perto da vila e mesmo no fim da pista do aeródromo, pelo que quase pode dar um mergulho assim que aterrar. Não se preocupe com o barulho dos aviões, mesmo na época alta, nunca há mais de quatro aviões por dia a chegar (ou a partir). A areia preta é formada pela decomposição da rocha vulcânica em cinzas e pequenas conchas, acumuladas ao longo de milhares de anos neste local, abrigado da costa. Surpreendentemente, foi a água do mar mais quente em que alguma vez tomámos banho nos Açores! Aparentemente devido às correntes, mas foi muito bom. A temperatura da água ronda normalmente os 20ºC entre maio e outubro.

Praia da Areia. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Moinhos do Corvo

Como em todas as ilhas do arquipélago, também na ilha do Corvo, os cereais desempenhavam um papel fundamental na subsistência da comunidade, tendo existido seis moinhos no Corvo, datados do século XIX. Atualmente, existem apenas três, mas todos eles foram recuperados. Aqui assistimos a um dos mais impressionantes pores-do-sol de toda a viagem pelos Açores, que tingiu as nuvens de tons de rosa, formando um belo postal com os moinhos, o Atlântico e a ilha das Flores ao fundo.

Postal do pôr do sol com moinhos de corvina e flores ao fundo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Uma curiosidade que a nossa amiga Joana Lima (uma verdadeira consultora RandomAzores que também conhece todas as ilhas) nos contou, é que aqui, nesta zona da costa onde estão os moinhos, em frente ao restaurante Caldeirão, as pessoas do Corvo acendiam fogueiras em código para comunicar com a ilha vizinha das Flores. Por exemplo, se acendiam uma fogueira significava que tinham uma vaca para vender, se acendiam duas significava que não tinham nenhuma. Também utilizavam este código para pedir ajuda, como um médico ou um padre.

Moinhos da Corvina. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Casa do Bote (Posto de Turismo do Corvo)

Para além de nos dar a conhecer os dias do Corvo no século passado, em que uma das atividades económicas da ilha era a caça à baleia – o seu nome provém de casa dos botes baleeiros porque existe um barco baleeiro em exposição – esta casa serve também de Posto de Turismo da ilha. A título de curiosidade, a atividade baleeira durou no Corvo até meados dos anos 50, tendo terminado quando num famoso baleeiro –trancador, a pessoa encarregada de lançar o arpão para, como se diz na gíria,“trancar” a baleia – foi morto por um dos imponentes cetáceos que tentava fugir.

É também, juntamente com o Mónaco, o único local onde pode ver as fotografias que documentam algumas das expedições científicas do Príncipe Alberto I do Mónaco ao arquipélago, entre o final do século XIX e o início do século XX (sabia que ele foi um dos investigadores da Furna do Enxofre na ilha Graciosa em 1879?) São cerca de 600 fotografias, algumas tiradas pelo próprio príncipe, incluindo a sua visita ao Corvo em 1896.

Artesanato do Corvo

Ouvimos falar pela primeira vez destes peculiares gorros azuis, as Barretas do Corvo, no documentário “É na Terra não é na Lua“. Rosa Mendonça aprendeu a tecê-las com a sua mãe, Inês Inês (de nome e apelido Inês), que já tinha recuperado esta tradição secular em 1986. Ao que parece, foram os baleeiros que começaram a tricotar estes chapéus, há séculos atrás, para as suas viagens no mar devido à influência (e proximidade) dos Estados Unidos e do Canadá.

Como no Corvo toda a gente tem dois empregos (quando lá fomos, o médico era também ator no teatro da aldeia), Rosa, para além do seu trabalho de artesã, é também administradora da Santa Casa da Misericórdia, o que faz com que não tenha todas as horas do dia para se dedicar a ele. Cada chapéu envolve cerca de 15 horas de trabalho e 237 metros de lã, e tem exatamente a mesma forma e o mesmo padrão antigo. A única diferença é a lã. Como já não há ovelhas no Corvo, Rosa trabalha com lã acrílica ou lã merino importada da Irlanda. Para evitar falsificações, registou a marca Corvino em agosto de 2017 e, dentro dessa marca, o nome Barreta do Corvo 1452, em referência ao ano em que a ilha foi descoberta. Desde então, numera todos os chapéus de lã que lhe saem das mãos, mas atenção! os números 1 a 452 são para os corvinos e só a partir do 453 é que são para as pessoas de fora da ilha que queiram comprar um. A Rosa regista sempre quem compra para saber quem tem a sorte de ter uma Barreta do Corvo. Quando lá fomos, a Rosa disse-nos que uma barreta de lã custa cerca de 130 euros (40 euros se for em lã acrílica) e que pode encomendá-la em artesanatodocorvo@gmail.com ou através do seu site e ela envia-lha por correio. Até hoje, é a melhor recordação material que pode levar da ilha.

Para além dos chapéus especiais, pode também adquirir outros objectos tradicionais da ilha, como a particular fechadura corvina em madeira, recuperada pelo pai de Rosa, José Mendonça de Inês.

Caneiro dos Meros

Se é um mergulhador certificado não vai querer perder o Caneiro dos Meros, a cerca de 150 metros da costa, em frente ao porto da Vila do Corvo e a única Reserva Voluntária dos Açores. É conhecido como um dos melhores locais de mergulho dos Açores e onde existe a maior abundância de meros, onde pode mergulhar na companhia de até uma dezena.

Inês feliz a mergulhar. Fotografia de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Para além das garoupas, existe também uma grande concentração de vida marinha, tanto de profundidade como pelágica. O mergulho é efetuado entre escoadas lávicas com algumas clareiras arenosas, a uma profundidade de 18 a 25 metros.

Onde ficar no Corvo

Recomendar-lhe alojamento no Corvo é fácil, pois só existe um hotel na ilha, o Hotel Comodoro, onde ficámos alojados e adorámos.

O hotel dispõe de 13 quartos com casa de banho privativa, televisão e wifi. O pequeno-almoço buffet é delicioso e, o melhor de tudo, a encantadora família Rita que o gere, especialmente a Reneé Rita, de quem gostamos particularmente. Como curiosidade, o hotel foi criado pelo seu pai, o antigo presidente da Câmara Municipal do Corvo, Manuel Rita, falecido há alguns anos. Depois de ter emigrado para os Estados Unidos entre 1973 e 1990, Manuel Rita venceu as eleições autárquicas no ano seguinte e deixou o seu nome ligado a algumas obras que contribuíram para o desenvolvimento da sua ilha, como a construção da estrada entre a vila do Corvo e o seu principal atrativo natural, o Caldeirão, a instalação de saneamento básico ou a rede de painéis solares.

Reserve o seu quarto no Hotel Comodoro. Fotos da reserva

Alguns quartos têm vista para o mar e o site do hotel é tão honesto quanto transparente: “Alguns quartos estão virados para o lado leste da aldeia, onde pode ver um pouco do mar Atlântico, outros estão virados para norte, onde pode ver as colinas que rodeiam a pequena aldeia, estes oito quartos têm o seu próprio terraço. E há dois outros quartos a poente, com pouca ou nenhuma vista, e o quarto triplo do primeiro andar só tem vista para a entrada da residência”.

A história da Ilha do Corvo está refletida em artefatos, fotografias e objetos espalhados por todo o hotel, pelo que ficar aqui é realmente muito mais do que ficar num alojamento, como acontece com tudo o resto na Ilha do Corvo.

Reserve o seu quarto no Hotel Comodoro aqui. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Também tem a opção de alojamento local, Joe & Vera’s Place, gerido pela filha do Fernando (se leu o guia até aqui, sabe quem é o Fernando) e ela disse-nos que eles também alugam bicicletas para explorar a ilha, se quiser.

Outra opção é o parque de campismo (gratuito) do Corvo que se encontra ao lado da praia

Restaurantes no Corvo

Caldeirão: um restaurante buffet (self service) à hora do almoço para facilitar o serviço às muitas pessoas de turismo express (em modo “toca e foge“) que vêm almoçar apenas depois ou antes de visitar o Caldeirão para regressar às Flores. Há três pratos para escolher todos os dias (o melhor é sempre o peixe do dia) e uma seleção de sobremesas caseiras. À noite serve-se à la carte.

Restaurante Caldeirão ao pôr do sol. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

BBC: Não se assuste com o nome se estiver com as botas de caminhada depois de descer do caldeirão e achar que tem que passsar pelo hotel antes de ir ao BBC. A sigla BBC significa Bar dos Bombeiros do Corvo e é aqui que a população da ilha (não só os bombeiros) se reúne para beber um copo, jogar dardos, assistir a concertos, ver transmissões desportivas ou comer uma bifana ou francesinha. Não espere uma qualidade de bifana ou francesinha como as do Porto, afinal de contas está no meio do Oceano Atlântico, mas talvez por isso nos tenha sabido bem. O dono do BBC é também o distribuidor da Super Bock na ilha, correspondente da RTP Açores e operador de assistência em escala da SATA. Já lhe dissemos que ninguém tem só um emprego no Corvo, certo?

Escrever postais da ilha mais remota dos Açores (com a língua de fora, sempre) da BBC. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Roteiros de viagem para o Corvo

Como já deve ter visto se leu o nosso guia, a ilha do Corvo é muito mais do que o seu Caldeirão e recomendamos que passe lá pelo menos dois dias e uma noite e se puder passar mais não se vai arrepender. Como nem sempre dispomos de tanto tempo e provavelmente já a conhece juntamente com a vizinha ilha açoriana das Flores, pode reservar a sua excursão ao Corvo a partir das Flores aqui. Nesta secção sugerimos-lhe roteiros para 1, 2 e 3 dias no Corvo.

O que ver no Corvo em 1 dia

Se tiver pouco tempo e decidir fazer uma viagem típica de um dia a partir das Flores, o seu roteiro será provavelmente o seguinte, onde verá a maior parte dos pontos turísticos do Corvo:

  • Chegada de barco das Flores
  • Se o tempo estiver limpo, apanhe um carro local até ao Caldeirão para admirar as vistas e, se lhe apetecer, faça o trilho no interior do Caldeirão.
  • Regresse à aldeia (se tiver tempo pode mesmo voltar a percorrer o trilho “Cara do Índio”), passeie pela aldeia e almoce antes de regressar às Flores.

Reserve a excursão de um dia com transferes de ida e volta da Ilha das Flores

O que ver no Corvo em 2 ou 3 (ou mais) dias

Se tiver mais dias e, como no nosso caso, decidir pernoitar no Corvo, pode fazer os mesmos planos do roteiro de um dia com mais calma, visitar o Ecomuseu e o posto de turismo e, sobretudo, tentar conviver com as gentes da ilha.

Pode também, se o tempo estiver bom, fazer um passeio de barco ao longo da costa do Corvo com o Paralelo 39 (com a possibilidade de avistar cetáceos), ou tentar subir ao ponto mais alto da cratera do Caldeirão, com vistas incríveis sobre a caldeira e a falésia até ao mar.

Transportes no Corvo

Não há carros para alugar no Corvo (nem faz falta), pelo que as únicas opções de transporte são a pé ou com um dos carros turísticos que o levam ao Caldeirão (ou onde quer que precise de ir):

Corvo Tours by Fernando. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Quanto custa uma viagem ao Corvo?

Como sempre, é muito difícil dar um orçamento genérico, pois depende muito do seu estilo de viagem. O que podemos fazer é dar-lhe um guia de preços e pode usá-lo para calcular o seu orçamento:

  • Voos/Barco: A partir das Flores pode ir para o Corvo por cerca de 50 euros ida e volta de barco ou de avião.
  • Alojamento: a partir de 75 euros/noite para um quarto com casa de banho privativa no Hotel Comodoro
  • Refeições em restaurantes: entre 10 e 25 euros por pessoa no Caldeirão ou no BBC

No total, uma viagem de 2 dias ao Corvo pode custar entre 65 e 80 euros por pessoa, excluindo o voo para o arquipélago dos Açores.

Vila do Corvo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Dicas para desfrutar do Corvo

  • Veja o documentário “É na Terra Não é na Lua onde Gonçalo Tocha (o realizador) e um técnico de som chegam à ilha dispostos a conhecer o máximo de recantos e os quase 400 habitantes. Foi com este documentário que a minha curiosidade pela ilha aumentou e uma das principais razões para conhecer a mais pequena e remota ilha dos Açores
  • Respeite as outras pessoas e a ilha: não ponha a sua música a tocar alto na praia e nos trilhos (se quiser ouvir música, use auscultadores), não deixe lixo, não deite pontas de cigarro, etc. Deixe o local melhor do que o encontrou (se encontrar plástico, apanhe-o).
  • Nalgumas zonas, os banhos podem ser perigosos devido às fortes correntes. Não seja corajoso.
  • Nunca tente tocar ou alimentar um animal – não seja cúmplice de maus tratos a animais!
  • Não permita a perturbação, poluição e destruição dos habitats de nidificação das aves marinhas. Os cagarros são uma ave migratória que nidifica nos Açores e que na sua viagem aos Açores lhe soará pelo seu particular canto de“awa awa” como se estivessem a cantar o refrão da canção dos The Buggles Video Killed the Radio Star. Para evitar situações de captura ou atropelamento de cagarros jovens na estrada, o Governo dos Açores promove anualmente a Campanha SOS Cagarro, sobre a qual recomendamos que se informe quando chegar ao arquipélago.
  • Lembre-se que, por vezes, pode encontrar nas águas corvinas uma medusa (aguaviva) ou uma caravela portuguesa , cuja picada é dolorosa e perigosa. O bom é que estas últimas flutuam e são facilmente detetáveis, mas se vir uma, saia imediatamente da água e avise as outras pessoas da sua presença. No caso de ter sido picado por qualquer uma delas, é muito importante que siga estas recomendações oficiais: não coçar a zona da picada (para evitar que o veneno se espalhe); não limpar com água doce ou álcool, limpar apenas com água do mar e com muito cuidado; e no caso de uma picada de Caravela Portuguesa, procurar assistência médica o mais rapidamente possível.
  • Não compre artesanato feito de animais marinhos ou retirado do mar (por exemplo, dentes de golfinho, carapaças de tartaruga, mandíbulas de tubarão, marfim de cachalote, …). O comércio do marfim, atualmente o único produto valioso do cachalote, continua a ser um argumento para os caçadores. Compre artesanato local feito de materiais alternativos como a madeira, a pedra ou o marfim vegetal. Em vez disso, pode comprar uma Barreta do Corvo tecida à mão pela artesã corvina Rosa Mendonça ou um dos famosos cadeados de madeira de corvina.
  • Viaje sempre com um seguro de viagem: despesas médicas, roubo ou problemas com o seu avião durante uma viagem podem custar-lhe muito dinheiro, por isso o ideal é fazer um seguro de viagem. No Randomtrip utilizamos sempre a IATI e recomendamo-la. Se subscrever o seu seguro através deste link tem um desconto de 5%.
Pôr do sol no Corvo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

Checklist: o que deve levar na sua mochila/maleta para o Corvo

Eis uma lista de artigos indispensáveis para levar consigo na sua viagem à ilha:

  • Garrafa reutilizável como uma destas para transportar sempre água consigo. Evitará a utilização de plástico de utilização única.
  • Calçado Aquático Aquashoes como estes ideais para levar sempre consigo para usar em superfícies rochosas ou escorregadias
  • Sapatos de trekking porque a melhor maneira de conhecer os Açores é através de caminhadas. Na Randomtrip temos estes da Columbia.
  • Kit Snorkel (máscara e tubo de snorkel) como estes, imprescindível para levar nesta viagem e contemplar o fundo do mar.
  • Mochila à prova de água / Saco impermeável como esta, muito útil para não molhar o seu equipamento fotográfico, telemóvel e carteira em qualquer passeio de barco (ou mesmo se a maré subir na praia)
  • T-shirt de lycra de manga comprida com proteção UV que usamos para nos protegermos da água fria ou do sol quando fazemos mergulho, como uma destas.
  • Gola para o pescoço como alguna de estas para proteger-se do vento e do frio
  • Toalha de secagem rápida como uma destas que, para além disso, não ocupa muito espaço na sua mochila/mala
  • Chapéu ou boné e óculos de sol para o proteger quando o sol está forte
  • Casaco cortavento impermeável: ideal para ter sempre à mão para as mudanças repentinas de clima nos Açores. No Randomtrip temos este e este
  • Consiga os artigos da Decathlon que levamos em todas as nossas viagens ao melhor preço
  • Máquina fotográfica para registar as aventuras e mais tarde recordar. No Randomtrip usamos uma Sony ZV-E10 e uma Gopro Hero12 Black (para imagens subaquáticas) nas nossas viagens
  • Powerbank: com tantas fotos vai gastar muita bateria, por isso é sempre bom levar uma boa powerbank. No Randomtrip viajámos com estes dois powerbanks (Xiaomi 20000 mAh y  Anker 10000 mAh), que nos permitem carregar tanto os nossos smartphones como a máquina fotográfica
  • Protetor solar: tente sempre escolher um protetor solar Reef Friendly, ou seja, que proteja a sua pele sem prejudicar os ecossistemas marinhos, evitando ingredientes como a oxibenzona e o octinoxato, que são prejudiciais para os corais. Também um protector que não tenha sido testado em animais
  • Repelente de mosquitos, no Randomtrip costumamos levar Relec Extra Forte mas leve o que preferir desde que contenha uma percentagem mínima de 15% de DEET (ingrediente recomendado pela OMS)
  • Kit de primeiros socorros: no nosso kit de primeiros socorros há sempre algum medicamento contra o enjoo (como a biodramina para o enjoo nos barcos), antibióticos, anti-diarreicos (e alguns probióticos para recuperar mais rapidamente), anti-histamínicos, analgésicos e antipiréticos
  • Seguro de viagem, claro. Se contratar o seu seguro de viagem através deste link terá um desconto de 5%.
Caminhando paralelamente à pista do aeródromo. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

“Corvo, Ilha do Corvo, no meio do Oceano Atlântico, Açores. Uma ilha de 7km por 4km ou 6km x 4km, habitada na costa sul, numa única aldeia, 440 habitantes ou 450, já teve 900, já teve 300, uma cratera vulcânica, o Caldeirão, uma estrada, uma Câmara Municipal, um avião três vezes por semana, um posto médico, uma escola, um porto, uma igreja, um restaurante, 2 cafés, 3…
Vamos filmar tudo o que conseguirmos. Vamos tentar estar em todos os sítios ao mesmo tempo e não perder nada, vamos filmar todas as caras, todos os serviços, todas as casas, todas as estradas, todos os trabalhos e cantos da ilha. Todas as vacas, todos os porcos, toda a música, toda a noite. Da ilha do Corvo também se vê a Lua. O Corvo é na Terra, não é na Lua”.

Excerto do início do documentário “É na Terra Não É na Lua“, Gonçalo Tocha, 2011
O aeroporto mais pequeno onde alguma vez estivemos. Estamos a desejar voltar. Foto de Randomtrip. Todos os direitos reservados.

A mais remota e mais pequena ilha açoriana esconde vários tesouros no seu interior. Um deles é o caldeirão, outro são as suas gentes, e tantos outros que estão aí para serem descobertos se lhe der o tempo e a curiosidade que o Corvo merece. Até breve, Corvo. Impossível despedir-me de ti sem pensar em voltar.

Todas as fotografias e conteúdos são da autoria do Randomtrip (exceto aqueles que expressam claramente a sua fonte) e têm todos os direitos reservados.

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