A nossa viagem ao Japão foi muito especial e soube a pouco. Apenas 12 dias pelo curioso país nipónico, muito bem aproveitados, com dois amigos muito queridos com quem passámos várias aventuras juntos.
Se tu também tens poucos dias para explorar o país, este roteiro é para ti. Como te explicamos no post, 12 dias dá para muito: cultura, gastronomia e muitas aventuras insólitas e freakalhadas japonesas. Temos a certeza que ficarás cheia/o de vontade de incluir o Japão nas tuas próximas viagens.
A melhor forma de te moveres pelo Japão é de comboio, aliás, uma viagem no famoso comboio-bala Shinkansen é uma autêntica aventura por si só. Se comprares o JR Pass através deste link sai-te ao mesmo preço e nós recebemos uma pequena comissão que nos ajuda e motiva para continuar a escrever artigos úteis como este :)


Conteúdos
Mapa com o nosso roteiro de 12 dias pelo Japão
O nosso itinerário foi o seguinte (por ordem):
Tóquio -> Osaka -> Nara -> Kioto -> Hiroshima -> Miyajima -> Tóquio
O que é o Japan Rail Pass?
O Japan Rail Pass (JR Pass) é um bilhete multiuso com desconto, válido para viajantes em todos os comboios domésticos da rede ferroviária no Japão, incluindo os comboios-bala Shinkansen e Narita Express. Podes escolher entre distintos períodos de validade: de 7, 14 ou 21 dias consecutivos, dependendo de quantos dias estarás no país. Por exemplo, nós ficámos quase uma semana só em Tóquio (que tem taaanto para oferecer, uns dias no início e outros no fim) e decidimos comprar o JRPass de 7 dias para nos movermos pelo país nos restantes dias.
É muito fácil: encomendas o teu Passe JR online aquí, recebes um talão/ordem de troca em tua casa (muito bonito aliás, como toda a estética japonesa) ou no teu hotel no Japão (como preferires, nós recebemos em casa, em Madrid) e, ao chegares a terras nipónicas, trocas num balcão de uma estação pelo Passe JR final. Qualquer estrangeiro com visto de turista pode aproveitar as vantagens do Japan Rail Pass (acaba por ficar bastante mais económico fazer este passe do que estar a comprar as viagens por separado).
Como te dissemos anteriormente, se comprares o JR Pass através deste link sai-te ao mesmo preço e nós recebemos uma pequena comissão que motiva a continuar a dar truques aos viajantes neste blog. :)
Roteiro de cidades visitadas por dia
- Dia 1: Chegada a Tóquio à noite. Dormimos em Tóquio.
- Dia 2: Turismo em Tóquio. Dormimos em Tóquio.
- Dia 3: Mais turismo em Tóquio. Dormimos em Tóquio.
- Dia 4: Primeiro dia do nosso Japan Rail Pass de uma semana (7 dias). Vamos de comboio bala, o Shinkansen, de Tóquio a Osaka (duração do trajeto: 2h30). Turismo em Osaka. Dormimos em Osaka.
- Dia 5: Vamos de comboio desde Osaka a Nara (duração do trajeto: 1hora. Não era um Shinkansen, era como um comboio urbano, também válido com o JR Pass). Turismo por Nara todo o dia e de regresso a Osaka. Dormimos em Osaka.
- Dia 6: Vamos de comboio desde Osaka a Kioto (duração do trajeto: 15 minutos de Shinkansen). Turismo por Kioto. Dormimos em Kioto.
- Dia 7: Turismo por Kioto. Dormimos em Kioto.
- Dia 8: Vamos de Shinkansen, de Kioto a Hiroshima, mudando de comboio em Kobe. (duração do trajeto Kioto-Kobe: 30 minutos. Duração do trajeto Kobe-Hiroshima: 1h20) Turismo por Hiroshima. Dormimos em Hiroshima.
- Dia 9: Turismo durante a manhã em Hiroshima. Ao meio dia vamos até ao porto de Hiroshima (depois de uma pequena viagem de comboio) e apanhamos o barco até à ilha de Itsukushima (também conhecida como Miyajima). Desfrutamos de Miyajima e de um pôr-do-sol mágico e voltamos a Hiroshima. Dormimos em Hiroshima.
- Dia 10: Último dia do nosso Japan Rail Pass de uma semana. Regressamos a Tóquio desde Hiroshima (duração do trajeto: 4h)
- Dia 11: Neste último dia de turismo contemplamos a possibilidade de fazer uma excursão perto de Tóquio como Hakone ou Nikko (e pagar o trajeto já que o nosso JRPass já se tinha acabado) mas decidimos desfrutar da cidade que tanto adoramos. Turismo e noite por Tóquio. Dormimos em Tóquio.
- Dia 12: Comboio até ao aeroporto para nos despedirmos dos nossos amigos e do país :(


Lista detalhada de sítios visitados por dia
Quando fomos ao Japão, de 29 de abril a 10 de maio de 2017, coincidimos com a chamada “Golden Week”, algo assim como a Páscoa japonesa, uma semana em que coincidem muitos feriados juntos, sendo um período de férias bastante importante no país já que as pessoas aproveitam para fazer turismo interno e visitar os seus familiares.
Se puderes evitar viajar nesta altura, aconselhamos-te vivamente para evitar os sítios mais turísticos a trasbordar de gente. Nós tivemos que nos organizar para estar em Tóquio e Osaka nos feriados e evitar viajar no comboio bala nesses dias, o famoso Shinkansen, porque fica cheio (algo que não é comum acontecer). Em qualquer caso, podemos dizer que não tivemos quaisquer problemas. Inclusive numa das épocas mais atribuladas, é um país extremamente organizado e seguro.
A tudo isto há que acrescentar que o “Japan Rail Pass” (o pass para viajar de comboio pelo país com duração de dias) não é propriamente barato (ainda é bastante dinheiro!) e queríamos fazer o possível para que todas as viagens coincidissem em 7 dias para comprar o JR Pass de uma semana e não duas semanas (seria o dobro do dinheiro).


Dia 1: Tóquio
Chegada a Tóquio à noite e encontro com os nossos amigos Romain (aka Darlin) e George (aka Gyorgy) na estação onde se encontrava a nossa casinha para esses dias: Nakano. Yeah! Que saudades tínhamos…
Nakano surpreendeu-nos agradavelmente já que não tínhamos lido muito sobre o bairro e não é propriamente um bairro turístico. Pois acontece que para além de estar bem conectado aos pontos mais turísticos, foi do mais bonito que vimos para passear pelas ruas à noite na cidade quando procuras algo para jantar (a comida japonesa é incrível!), beber (uns quantos sake) ou acabar a noite num dos famosos karaoke. Ruas estreitas iluminadas de lanternas de papel, cheias de pequenos restaurantes sem menu em inglês. Soa ou não soa bem? :)


Como era tarde, petiscamos algo em casa (a desfrutar dos presentes que nos trouxeram, que incluíam presunto, queijo manchego, vinho albarinho, vinho tinto e gin – iguarias que não provávamos há 8 meses de aventura asiática – lê mais aqui) e experimentamos a nossa primeira sanita japonesa com jato!
Opções para dormir em Nakano:
- Apartamento para 2 pessoas: Royal Palace (desde 100€/noite)
- Quarto privado para 2 no hotel: Nakano Sunplaza Hotel (desde 170€/noite)
Dia 2: Tóquio
Acordamos e apresentamo-nos à capital onde os planos não se esgotam. Chegamos ao parque Yoyogi e o seu templo Meiji Jingu. O Yoyogi, com os seus 54 hectares, é nada mais nada menos que o pulmão da cidade. Que refúgio de paz no meio da capital…








Continuamos e vamos ao famoso cruzamento de Shibuya onde tínhamos que trocar os nossos JR Pass e decidir dias de trajetos na estação homónima. Normalmente não é preciso reservar os trajetos do Shinkansen com antecedência, mas por ser Golden Week recomendaram-nos que o fizéssemos (e ainda bem, havia trajetos já esgotados para determinadas horas…).
Aqui o time lapse que gravamos da janela do Starbucks de Shibuya. Ready, Set, GOOOOOOO!
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Fomos até ao Metropolitan Government Building para ver as vistas da cidade com o pôr-do-sol GRÁTIS mas encontrámo-lo fechado (acabámos por ir no último dia da viagem). Como tal, demos um passeio por esta zona de edifícios modernos e encontramos um “parque” com joaninhas para descansar um pouco. :)




Voltamos ao bairro, Nakano. Experimentamos o nosso primeiro (e último) Oden, o nosso primeiro Sake e o nosso primeiro Karaoke!






Dia 3: Tóquio
O terceiro dia no Japão começou a pisar terras mexicanas. Sim, leste bem. Fomos conhecer a embaixada do México onde trabalha um amigo do George para irmos comer todos juntos depois. E belo sítio que o Emilio nos levou! Obrigada! Um sushi como nunca tínhamos experimentado antes:


Fizemos a digestão no famoso parque Ueno, o maior parque urbano de Tóquio. Dentro do parque perdes-te pelos seus jardins, templos, museus, um lago e até um zoológico (a este último não fomos, não gostamos de zoos).














Depois do passeio pelo lindíssimo parque Ueno, passamos por Akihabara, onde depois de nos perdermos pelas suas ruas, descobrimos um karaoke com disfarces incluídos no preço. Além disso, apercebemo-nos que ir ao karaoke à tarde é muito mais barato que à noite!
Na cadeia de karaokes Big Echo até às 19h pagas 100 yen por pessoa (0,80€ aprox.) para meia hora, mais bebidas. Todos os karaokes que fomos tens que pedir uma bebida, independentemente do tempo que estiveres lá.
O qual nos ficou por 2900 yen para quatro pessoas com bebida (23€ aprox.). Por outras palavras, 5€ por pessoa para meia hora de karaoke com sake (ou o que quiseres beber) e disfarces incluídos.
Se vais depois das 19h, pagas 500 yen por pessoa (4€ aprox.) para meia hora, mais bebidas. Por outras palavras, um total de 40€ (10€ por pessoa), o dobro do que ir à tarde.








Terminamos de jantar um ramen no nosso bairro, Nakano. Fizemo-lo num destes pequenos restaurantes muito típicos em terras japonesas nos quais jantas ao balcão, em frente à cozinha fumegante. O único senão: tens que escolher o que vais comer e comprar o ticket previamente na máquina que se encontra fora do restaurante, uma máquinazita pouco intuitiva e com todos os botões em japonês! No final descobrimos o truque com a ajuda do google e ao prestar atenção aos caracteres. ;)


Dia 4: Tóquio e Osaka
Antes de apanhar o comboio bala para Osaka, demos um passeio pelo lindíssimo Chiyoda Park, que está perto da estação de Tokyo Station, no coração da cidade.
O parque Chiyoda é muito importante já que aí se encontra a residência oficial do imperador e a sua família, entre bosques e jardins. Como curiosidade: o público general só pode visitá-lo 2 vezes por ano: a 2 de janeiro e a 23 de dezembro (aniversário do imperador). Originalmente, Tóquio começou a crescer em volta deste palácio.
Depois de uma visita mais rápida do que gostaríamos pelo parque Chyoda, compramos umas sushi box deliciosas na Tokyo Station antes de apanhar o comboio bala para comer pelo caminho até Osaka (duração do trajeto de comboio: 2h30)


Chegamos a Osaka pela tarde. Enquanto deixamos as bagagens na casa Airbnb que alugamos, vamos ao famoso e lindíssimo Castelo de Osaka. Este castelo, considerado um dos três mais importantes do país construídos em alto, foi muito importante no processo de unificação do Japão no século XVI.


Perdemo-nos pelos jardins do castelo e desfrutamos das vistas do skyline de Osaka.
Para ter uma visão de Osaka desde o alto da cidade, vamos ao melhor sítio para o fazer e desfrutar do entardecer: o Umeda Sky Building.
Este edfício interessante de 173 metros de altura consiste em duas torres iguais de 40 pisos conectadas com pontes e uma escada rolante flutuante que cruza o átrio central. É dos edifícios mais emblemáticos da cidade, muito interessante arquitetónicamente e foi desenhado por Hiroshi Hara.








Jantamos no bairro de Osaka por excelência com uma vasta oferta de restaurantes, postos de comida de rua e as famosas luzes de néon: Dotonbori.














Opções para dormir em Dotonbori, Osaka (além da Airbnb):
- Quarto privado para 2 no hotel: Doutonbori Crystal Hotel (desde 90€/noite)
- Apartamento privado: Souemoncho (desde 95€/noite)
Dia 5: Nara
Pela manhã vamos de comboio até Nara. Perdemo-nos pelo verde Nara Park e arredores: veados por todas as partes, o famoso templo Todai-ji (o maior edifício de madeira do Mundo); Nandaimon Gate, Nigatsu-Do e Kofuku-ji.








Ficamos em Nara até ao anoitecer e voltamos para Osaka, onde compramos Takoyaki, Gyozas e outras delícias para jantar na nossa casa típica japonesa.




Se quiserem dormir em Nara (embora possas ir durante o dia e dormir em Osaka como nós):
- Quarto privado para 2 na Guesthouse: Family Inn Nara (desde 70€/noite)
- Um luxo em Ryokan: Tsubakiso (desde 195€/noite)
Dia 6: Kioto
Vamos de Osaka até Kioto de Shinkansen, o trajeto dura aproximadamente 15 minutos, estão muito perto ambas as cidades.
Deixamos as coisas no nosso Airbnb (a casa mais bela em que ficamos estes dias) e vamos a Fushimi Inari, o famoso parque com os Torii.
Os torii delimitam a fronteira entre o profano e o sagrado e foram doados por particulares, famílias ou empresas. Inari, a montanha na qual se encontra o santuário e também a divindade do arroz e o sake, é conhecida como a patroa dos negócios. É por ele que as pessoas rendem culto doando estas belas construções, quando lhes correm bem os negócios ou com a esperança de que assim seja. Se quiserem doar um com o vosso nome (a verdade é que não sabemos se deixam a não japoneses), os preços variam entre 4000€ e 10000€…






Comemos algo rápido e daí vamos a Kiyomizu Dera para ver os impressionantes templos.














Depois do passeio pelos templos, ficamos com fome (um estado constante em terras japonesas, é dos países onde melhor comemos) e lanchamos umas gyozas e cerveja ao entardecer mesmo no Shinto Shrine. Por aí encontram-se uma data de postos de comida de rua onde petiscar algo.
Isto das gyozas e das cervejas de aperitivo converteu-se numa rotina para nós. E o que até nos salvou a vida, ou melhor o estômago, em terras japonesas foram as chamadas “convenience stores”. Haverá sempre um ‘7 Eleven’, ‘Family Mart’ ou, o nosso favorito – o ‘Lawson’ – por perto para aquela fomeca entre horas ou fora de horas sem arruinares o orçamento. Muito recomendável para comprar a comida/jantar para o comboio (bastante mais económico que as sushi box) ou para aquele dia cheio em que te apercebes que quando vais jantar, já está tudo fechado…
Nestes locais encontras autênticas delícias como: uns triângulos de arroz com vários recheios chamados Onigiri (o de atum, salmão ou camarão são viciantes), um sushi que nada tem a invejar a alguns restaurantes portugueses e o nosso prato estrela: as GYOZAS! Estão deliciosas, especialmente as da ‘Lawson’. Além do mais, as comidas das “convenience stores” aquecem-te. Assim, se queres um lanche de baixo preço, este é o lugar. Nós já tínhamos a nossa rotina de lata de asahi ou sapporo e umas gyoza de aperitivo antes de jantar.




Depois, vamos ao bairro de Gion e jantamos o melhor Ramen das nossas vidas. Sim, sem exageros. Como a foto vos vai abrir o apetite, revelamos o segredo: chama-se Ramen Muraji e está na zona de Gion (Kioto). Mas, por favor, não contem o segredo a muita gente. ;)


Passeamos um pouco pelo bairro de Gion e ocorre o inesperado (embora desejássemos que acontecesse, na verdade): conseguimos ver duas Geishas na rua. Com o quão difícil que é! Passou por nós no nosso passeio noturno por esta viela de Gion, em Kioto.
A sua chegada foi anunciada por um tilintar. Acreditamos que vinha dos belos “kanzashi” que adornavam o seu cabelo e chocavam com a brisa, com o vento e com o anonimato. Mas também pode ter sido dos pequenos sinos que chocavam no centro das suas altas sandálias de madeira que contrastavam com as meias brancas. Era uma maiko, uma aprendiz de geisha. A sua passagem colorida e fugaz de uns segundos deu-nos conversas, risadas e histórias de várias horas.


Terminamos a noite no nosso maravilhoso Airbnb con um bocadinho de sake, claaaaaro.
Opções para dormir em Kyoto (além da Airbnb):
- Quarto privado para 2 na pousada: Laon Inn Gion Shinbashi (desde 50€/noite)
- Hotel cápsula: CABIN INN Kyoto Sanjo Kawaramachi (desde 30€/pessoa-cápsula)
- Um pequeno luxo num Ryokan: Gion Ryokan Q-beh (desde 180€/noite)
Dia 7: Kioto
Decidimos alugar bicicletas para um dia de turismo por Kioto. Um erro! Acreditávamos que eram distâncias relativamente curtas mas acabaram por ser mais de 25 KM por costas impossíveis em alguns momentos e com o calor sufocante incluido. A maioria das atrações turísticas em Kioto têm parque de bicicletas gratuitos, o único problema é que por vezes não são tão fáceis de encontrar hahaha


Vamos primeiro à famosa Togetsukyo Bridge e o Arashiyama Bamboo Grove, o famoso bosque de bambu, onde comemos com cerveja algumas coisas que compramos pelo caminho.


De seguida, vamos ver o templo que mais nos impressionou na viagem: o Kinkakuji, ou Pavilhão Dourado. É um templo zen cujas paredes exteriores estão cobertas com folha de ouro. Espetacular! Visita obrigatória! Não nos surpreende que tenha recebido o prémio de Património da Humanidade da Unesco em 1994 e Monumento histórico da antiga Kioto.




Seguimos rumo, com a bicicleta, ao Nanzenji Temple, um templo budista Zen da escola Rinzai e os seus jardins. Embora os jardins já estivessem fechados quando chegamos, dizem que são impressionantes como tal, se tiverem a oportunidade, não os percam.




Voltamos ao centro de Kioto para entregar as bicicletas que tínhamos alugado e acabamos por partilhar umas cervejas e sake com uns amigos japoneses num bar típico perto da Kyoto Tower. Depois, o corpo pediu-nos Sashimi para o jantar :)




Dia 8: Hiroshima
Dia de ir no comboio bala até Hiroshima (fazendo uma transferência em Kobe). Mal chegamos deixamos as mochilas no Airbnb que alugamos, muito bem localizado, mesmo em frente ao Parque da Paz da cidade. Hiroshima tem elétricos, como em Lisboa!
Primeira paragem: um passeio pelo lindíssimo jardim zen de Shukkei-en. Perdemo-nos um par de horas por aqui, nos seus recantos, a ver os saltos dos peixes no lago (alguns davam saltos de vários metros), a ouvir os pássaros que habitam no jardim, um pouco de yoga (para o George) e até uma sestinha (para a Inês).


Depois do relaxamento no jardim, vamos ao Castelo de Hiroshima, construído no delta do rio Otagawa. Este castelo, com umas vistas bonitas da cidade no seu último piso, foi originalmente construído em 1590 contudo, como toda a cidade, foi destruído pela bomba atómica de 1945. O castelo que hoje conhecemos foi construído pouco mais de 10 anos depois do terrível acontecimento, em 1958 e é onde se encontra o museu da cidade antes da bomba atómica. Também dispõem de disfarces grátis, e claro, como não gostamos nada de nos mascarar…


Em direção ao Parque da Paz, a nossa próxima paragem, vimos muita gente a entrar num recinto: era o Oktoberfest de Hiroshima. Embora tivesse muita pinta, as cervejas eram caríssimas então demos uma volta e voltamos ao plano inicial.


Chegamos ao Parque da Paz, um parque onde a memória histórica da cidade está presente a cada passo que dás.
A 6 de Agosto de 1945 às 8h15 da manhã caiu a bomba atómica dos EUA contra Hiroshima matando mais de 140.000 pessoas. Três dias depois, outra bomba em Nagasaki, matando mais de 70.000.
O epicentro da bomba foi a 160m de um edifício, então o Salão para a promoção industrial: o único edifício que se manteve em pé na cidade e cuja cúpula nos lembra esta barbaridade causada pelo ser humano, para que não aconteça outra vez e para forçar os estados a eliminá-las de uma vez por todas. A opinião pública dividiu-se na altura, uma parte não queria a memória da barbaridade na cidade, a outra parte considerava importante. Finalmente se optou pela segunda opção.


Sabemos, lamentavelmente, que a eliminação das bombas atómicas está longe de acontecer e, de facto, no museu que se encontra muito perto, também no Parque de la Paz da cidade, podemos comprovar a quantidade de bombas existentes no arsenal de cada país atualmente.
No mesmo Parque encontra-se o Cenotáfio para as vítimas em forma de arco onde se vislumbra essa mesma cúpula do edifício e uma chama. Dizem que esta chama não se apagará até que se eliminem todas as bombas atómicas existentes no mundo. O fogo continua vivo até aos dias de hoje. Desejamos que se apague em breve com o sopro da paz.




Opções para dormir em Hiroshima (além da Airbnb):
- Apartamento privado para 2: 30 Sec Hondori Hiroshima Shopping Arcade #702 (desde 120€)
- Quarto privado em hotel: Hotel Kuretakeso Hiroshima Otemachi (desde 85€/noite)
- Quarto privado em hotel: Hotel Sunroute (desde 70€/noite)
Dia 9: Hiroshima e Miyajima
Como no dia anterior não tivemos tempo para visitar o Museu Memorial da Paz, fizemo-lo pela manhã. A visita completa ao museu é obrigatória, mas muito dura. Até nos escapou uma ou outra lágrima, especialmente com os testemunhos dos poucos sobreviventes.


Ao meio dia, depois de uma viagem no comboio urbano, chegamos ao porto e vamos de barco à ilha de Itsukushima (também conhecida como Miyajima). Ao chegar, passeamos pela ilha e vimos como as hordas de turistas partem da ilha às 17:00 e tudo começa a fechar (exceto um par de restaurantes para quem fique a dormir por lá). Aliás, se puderem ficar a dormir lá, façam-no! Nós ficámos com pena de não ter contemplado mais um dia para explorar Miyajima (as vistas de cima são incríveis) e desfrutar de um maravilhoso ryonkan…
Desfrutamos de um pôr-do-sol espetacular com vistas para o famoso Torii sobre a água, em Miyajima, a ilha sagrada (onde, por certo, nos disseram que não é permitido morrer. Está proibido suicidar-se aqui)…
Contemplar o pôr do sol na ilha de Miyajima foi das experiências mais mágicas que vivemos juntos estes dias pelo Japão.




Se queres ficar a dormir em Miyajima:
- Um luxo em Ryokan: Ryokan Iwaso (desde 450€/noite). Foi o presente de casamento que fizemos em conjunto com os nossos amigos Ana e Javi. Podem ler sobre a sua experiência e roteiro aqui.
- Quarto privado para 2 no hotel: Miyajima Coral (desde 110€/noite)
Dia 10: Regresso a Tóquio
Viemos de Hiroshima a Tóquio de comboio bala (outra vez mudando em Kobe). Tivemos sorte que o dia se encontrava razoavelmente claro e nos permitiu vislumbrar o monte Fuji desde o comboio Shinkansen!
Deixamos as coisas no nosso Airbnb (desta vez alojamo-nos no bairro de Asakusa), esperamos na margem pelo nosso barco e fazemos o trajeto de barco desde Asakusa até Daimon.






Dia 11: Tóquio
Consideramos aproveitar este último dia para fazer uma excursão perto de Tóquio como Hakone (podes ver o monte Fuji), Nikko (natureza em estado puro) o Kawaguchiko (também para admirar o Fuji desde o Pagode de Chureito nos seus arredores) mas finalmente decidimos aproveitar mais o Tóquio que nos tinha prendido no início da viagem.
Visitamos o famoso templo de Senso-Ji e comemos num dos típicos restaurantes de buffet de sushi (com um balcão rolante de pratinhos).


Posteriormente visitamos outra vez o Chiyoda Park, tínhamos ficado com vontade de mais e voltamos a subir ao Metropolitan Government Building: desta vez aconseguimos ver as vistas da cidade desde ali. Grátis. ;)


Depois disto fomos à zona de Shinjuku jantar num Teppanyaki muito bom e fazer o nosso último Karaoke com disfarces para nos despedirmos do Japão. Desta vez foi hora e meia bem passada com muito sake e luzes de néon.


Dia 12: Regresso
Com muita pena, vamos de comboio até ao aeroporto para deixar este maravilhoso país. Romain e George voltam para Espanha e a nós esperava outro maravilhoso país: Coreia do Sul!


Então, já estás convencida/o de incluir o Japão como destino em alguma das próximas viagens? Vês como 12 dias, bem aproveitados, dá para muito?
ARIGATO, Japão! Voltaremos, não perdes pela demora ;)
Vou estar no Japão apenas 8 dias, regressamos ao 9.º dia logo de manha. E estou muito indecisa sobre o que fazer nesses 8 dias, concentrar-me apenas em Tóquio, Monte Fuji, Yokohama ou aventurar-me até kyoto…
Olá Ju! Percebemos perfeitamente… O Japão é um país enorme e com muito para oferecer. Com os dias limitados, há que escolher… É uma questão de gostos mas nós com 8 dias faríamos Tóquio, Kioto, Osaka e Nara. Pode basear-se no nosso roteiro (retirando Hiroshima e Miyajima e com menos dias em Tóquio). Um abraço e boa viagem!