Tínhamos as expectativas muito altas em relação à Transilvânia, e ainda assim fomos surpreendidos constantemente. É muito mais verde e colorida do que imaginávamos. Tanto foi assim, que ganhou a posição de nossa região favorita do país romeno.
Neste post contamos-te onde ir, o que visitar, onde comer e onde dormir para que organizes uma visita pela região, baseada no nosso roadtrip de 5 dias e 4 noites, sem tirar nem pôr.
Sighisoara, a nossa cidade favorita deste roadtrip pela Transilvânia
Conteúdos
- Mapa com o nosso roteiro de 5 dias pela Transilvânia
- O que visitar na Transilvânia: cidades visitadas por dia
- Roteiro detalhado por dias
- Como chegar a Transilvânia / Roménia
- Transporte por Transilvânia
Mapa com o nosso roteiro de 5 dias pela Transilvânia
O mapa está dividido por dias com cores (podem ver a legenda se fizerem click no canto superior esquerdo do mesmo) e inclui os sítios mencionados neste post:
O que visitar na Transilvânia: cidades visitadas por dia
- Dia 1: Sinaia, Bran, Rasnov e Brasov
- Dia 2: Brasov e Sighisoara
- Dia 3: Sighisoara e Alba Iulia
- Dia 4: Sibiu
- Dia 5: Sibiu
Roteiro detalhado por dias
Dia 1: Sinaia, Castelo de Peles, Castelo do Drácula e Rasnov
Sinaia e Castelo de Peles
Como chegámos ao aeroporto de Bucareste, já noite, fomos buscar o nosso carro alugado, dormimos e na manhã seguinte começámos o nosso roadtrip com rumo a Sinaia, uma bela cidade na montanha que roubou o seu nome ao mosteiro homónimo que visitamos mal chegámos, o Mosteiro de Sinaia.
Inês em frente ao Mosteiro de Sinaia
Entramos no mosteiro situado no meio do vale de Prahova e deixámo-nos deslumbrar pelos detalhes dos tetos da igreja de estilo bizantino que encontramos.
Uma pequena amostra do interior do mosteiro de Sinaia
Posteriormente, visitámos um dos maiores atrativos turísticos da Transilvânia: o impressionante Castelo de Peles.
O Castelo de Peles impressiona quando o vês ao longe entre o verde!
O Castelo de Peles com todo o seu esplendor
Além de ser considerado o castelo mais belo do país é um dos castelos mais belos da Europa. Este castelo (onde os reis, e atualmente o presidente romeno, passavam o verão e viviam uma vida de luxo) foi o primeiro edifício da Europa a ter eletricidade e elevador… Sem dúvida merece uma visita sem pressas. É incrível estar a caminhar entre o verde e de repente ver o seu telhado pontiagudo a aparecer.
Os jardins do Castelo de Peles Um dos salões no interior do Castelo de Peles, este. especificamente está inspirado no Alhambra granadino
Depois de desfrutar e tirar muitas fotos no Castelo de Peles, podem visitar o “irmão mais novo”, o Castelo de Pelisor. O impacto da visita a este pequeno castelo não é tão grande comparativamente ao anterior, mas não deixem de passar por lá, merece uma visita!
O Castelo de Pelisor, conhecido como o pequeno irmão do Castelo de Peles
Informação prática: preços e horário
Entrar no Mosteiro de Sinaia custa 5 leu/pessoa (1€), o parque de estacionamento é gratuito e está aberto das 8h às 18h.
Para entrar no Castelo de Peles, o parque de estacionamento custa 10 leu (2€) e para entrar no interior do Castelo têm duas opções: tour básico (primeiro piso) por 30 leu/pessoa (6€) ou tour completo (dois pisos) 60 leu/pessoa (12€). Se quiserem tirar fotos, são 35 leu (7€) adicionais. No entanto, se não quiserem entrar no castelo, podem desfrutar gratuitamente dos seus belos jardins e da tranquilidade dos arredores…
Encontrarão o Castelo de Peles fechado às segundas (no inverno também às terças) e podem entrar das 9h15 às 16h15, exceto às quartas que abre às 11h da manhã. O mesmo para o Castelo de Pelisor, a única coisa neste, é que tanto no inverno como no verão fecha às segundas e terças.
Bran e o (falso) castelo de Drácula
Provavelmente o castelo mais famoso do país e o motivo que leva muitos fãs da novela do Conde Drácula à Transilvânia romena, o belo castelo de Bran tem a sua fama muito afastada da realidade histórica…
O famoso Castelo de Bran, também conhecido como o Castelo de Drácula
Parece que o verdadeiro Conde Drácula, Vlad Tepes (a personagem real no qual Bram Stoker se inspirou para escrever a sua novela “Conde Drácula” em 1897), poderia ter dormido uma noite neste castelo mas nem isto está confirmado. Vlad Drăculea, o nome com o qual nasceu, era um príncipe de Valaquia (no sul do país), contra do expansionismo otomano e que ficou conhecido na história pelo seu sadismo e a sua forma peculiar de tratar os seus inimigos (desde otomanos a ladrões): empalando-os vivos até à morte em plena praça pública e ganhando assim o título de Vlad, o Empalador (em romeno, Vlad Tepes).
Mas acontece que nem este personagem viveu no castelo de Bran nem está confirmado que chegou a dormir aqui uma única noite. Pelo que nos contaram vários locais aquando da nossa visita a estas terras, é puro aproveitamento turístico: uns turistas que passaram lá há alguns anos atrás, perguntaram às pessoas locais se era esse o “castelo de Drácula” pelo seu aspecto sombrio e a sua construção em cima de uma rocha que lhes lembrava a descrição da novela, ao que os locais responderam que sim…Era uma questão de tempo que começasse todo o merchandising de Drácula nas ruas em volta do castelo.
Não conseguimos saber efectivamente a origem da lenda do Castelo de Bran mas pelo que parece o interior deste, já adaptado para a visita de milhares de turistas por ano, está recheado com mobiliário moderno e não tem um interesse histórico especial (não vos podemos confirmar porque por todos estes motivos decidimos não entrar). Onde realmente entramos foi a casa onde Vlad Tepes nasceu e já vos relatámos no ponto do artigo dedicado a Sighisoara.
Quadro de Vlad Tepes (que inspirou o personagem fictício do Conde Drácula) na sua casa em Sighisoara
Informação prática: preços e horário
Se queres comprová-lo por ti própria/o, a entrada para o Castelo de Bran custa 40 Leu (8€) e abre todos os dias das 9h às 18h (exceto às segundas que abre às 12h) de 1 de abril até 30 de setembro e das 9h às 16h (exceto às segundas que abre às 12h) de 1 de outubro até 31 de março. Durante a Páscoa é melhor consultar os horários de abertura.
Rasnov e a sua cidadela
Este passeio correspondeu exatamente à ideia que tínhamos no nosso imaginário sobre a Transilvânia e gostávamos de o ter disfrutado com mais tempo. A cidadela de Rasnov e as vistas que temos a partir dela dos montes cárpatos merecem uma visita relaxada para te perderes com tempo entre o verde e os cantos empoeirados de quem não passa por lá há bastante tempo. As letras hollywoodescas de Rasnov e da cidadela Rasnov, um daqueles cenários que correspondiam exatamente à ideia que tínhamos da Transilvânia romena… Lindíssima não é?
Quando visitámos a bela cidadela medieval em ruínas ainda não estava no circuito turístico (já que muitos turistas vão de Bran até Brasov diretamente sem parar) e, na nossa opinião, merece uma paragem ainda que seja só pelas suas vistas para os montes Cárpatos. Visitamo-la quase sozinhos, perdendo-nos nos seus cantos e a desfrutar dos arredores. Uma bela surpresa que desconhecíamos!
A cidadela de Rasnov ao entardecer
Informação prática: preços e horário
Para subir até à cidadela pode-se ir a pé ou num comboio turístico que custa 5 leu/pessoa (1€). A cidadela está aberta até às 19:00, com vistas muito bonitas da cidade e dos arredores e a entrada custa 12 leu/pessoa (2,50€).
Dia 2: Brasov
Esta cidade de belos edifícios coloridos rodeada pelo frondoso verde recorda-nos o domínio austro-húngaro ao qual a região da Transilvânia foi submetida. As suas cores e arquitetura transportam-nos para uma cidade do oeste austríaco… Outra particularidade de Brasov é que nesse frondoso verde que cobre a cidade vivem ursos pardos! Por vezes descem, à noite, ao centro da cidade, mas nós não vimos nenhum (embora, confessamos, gostássemos muito de ter visto um)… Inês a tentar encontrar algum urso desde o miradouro da Torre Branca, a nossa vista favorita de Brasov
Acompanham-nos as letras hollywoodescas de Brasov desde todos os cantos da cidade e todos os “imprescindíveis” da cidade estão no centro, o que facilita deslocação e condensar a visita numa longa manhã se não tiveres muito tempo. Além do mais, tudo o que te propomos é grátis!
O que visitar em Brasov
1. A praça Sfatului: Onde a cidade acorda e se deita. Cafés, bares, restaurantes, lojas e um ponto de saída excelente para todos os outros essenciais para visitar em Brasov.
A colorida praça Sfatului de Brasov
2. Strada Republicii: a rua comercial onde encontrarás muitas lojas, restaurantes e bares. Perde-te também pelas ruas coloridas perpendiculares à Republicii. Mudam com o sol e com a lua e vale a pena percorrê-las com a luz de ambos.
Rua colorida de Brasov
3. A Igreja Negra (Black Church): Deve o seu nome e a sua cor ao incêndio causado pelas forças invasoras austríacas em 1689.
A Torre do relógio da Igreja Negra
4. Rua Sforii: Se passas por aqui e tens a sensação de teres engordado, caaaalma, o que se passa é que é uma das ruas mais estreitas da Europa.
Uma das ruas mais estreitas da Europa está em Brasov
5. Porta de Caterina: a porta de estilo medieval é a única que se mantém da antiga muralha
A Porta Caterina
6. A Torre Branca: Vale a pena subir à torre branca (a pé por escadas ou de carro) e desfrutar das vistas da cidade.
Vistas de Brasov desde a Torre Branca. Veem a praça Sfatului no centro?
Informação prática: Onde comer E Onde dormir
Brasov foi a nossa primeira noite na Transilvânia (sim, podem fazer tudo isto que vos contámos num só dia). Jantamos comida tradicional com um toque moderno (e umas cervejas artesanais deliciosas) num sítio que adorámos chamado La Ceaun, mesmo no centro histórico da cidade (se gostam de doce têm que pedir o apfelstrudel, o melhor que provamos até hoje).
O hotel que escolhemos para dormir nas proximidades do centro (estávamos a 10 minutos a pé de tudo o que há para visitar) e com uma boa relação qualidade-preço foi o Hotel Apollonia, 40€/noite. Quarto duplo com cama confortável e casa de banho privada com chuveiro com jatos ideais para relaxar depois de um dia a passear. No entanto, não paguem o pequeno-almoço do hotel, não vale a pena (muito escasso e nada de especial, é melhor tomar fora). Tem um parque de estacionamento com poucos espaços, mas não tivemos problema em estacionar o carro.
O Hotel Apollonia onde ficámos em Brasov
Dia 3: Sighisoara e Alba Iulia
Sighisoara
Linda! A primeira meia-hora de passeio bastou para que Sighisoara saltasse diretamente para a posição de nossa cidade favorita deste roadtrip pela Transilvânia romena: olhem para estas cores das suas ruas estreitas pelas quais nos perdemos. O seu belo centro histórico está tão bem conservado que foi classificado como património da Unesco. É, também, uma das poucas cidades fortificadas do Este da Europa que continua a estar habitada e oxalá continue a ser assim por muitos anos.
Inês numa rua do centro histórico de Sighisoara
Para os fãs do Conde Drácula, dizer-vos que foi aqui onde o verdadeiro Vlad Dracul nasceu e viveu os primeiros anos, que fomos à sua casa e que nos assustámos… Muito! Não contamos como nos assustamos nem o porquê para não estragar a surpresa aos visitantes da casa onde nasceu esta personagem mas se vos apetece dar umas gargalhadas e não houver fila, passem por lá ;)
A estrada de Brasov até Sighisoara tem partes lindíssimas, como tal, aconselhamos-vos que a façam de dia (também é mais seguro). Para nós, a Roménia foi dos piores países para conduzir na Europa a nível de segurança: ultrapassagens em curvas sem visibilidade cada dois por três além de buracos importantes (neste troço sobretudo)… Por tudo isto criamos um ponto no post sobre “conduzir pela Romênia”
O que visitar em Sighisoara
1. O melhor de Sighisoara é grátis porque é perder-se nas ruas coloridas do centro histórico. Se gostas de fotografia, conta com um par de horas porque esta cidade é muuuito fotogénica.
Mais ruelas coloridas! Um recanto de uma ruela de Sighisoara
2. Torre do Relógio: As vistas da torre do relógio são incríveis e são essenciais para ter uma ideia da cidade. A entrada custa 15 leu/pessoa (3€)
Vistas da Torre do Relógio, em Sighisoara
3. A casa de Vlad Tepes (5 leu/pessoa; 1€): É uma turistada mas se não houver fila e te apetecer dar umas gargalhadas, entra na casa (agora também restaurante) onde nasceu Vlad Tepes, o personagem real que inspirou o Drácula, o personagem fictício. É para te assustares! Não fazemos mais spoilers…
A casa de Vlad Tepes em Sighisoara
4. A Torre dos Sapateiros e as outras 7 torres da cidadela: Sighisoara ainda conserva várias das torres de defesa da cidade. Se bem que a torre do Relógio é a mais importante, a torre dos sapateiros e as demais torres também valem a pena se puderem.
A torre dos Sapateiros
5. A igreja da Colina: vale a pena subir as escadas cobertas que chegam à Igreja e ao cemitério para ver as vistas. A igreja estava em obras quando fomos mas custa 8 leu/pessoa (1,60€) para entrar.
A entrada da Igreja da Colina, antes de começar a subida
Informação prática: Onde comer e Onde dormir
Para comer/jantar recomendamos-te o Gasthaus Altepost Restaurant Traditional. Deliciosa comida tradicional romena num ambiente acolhedor com luz na penumbra. O serviço demora um bocadinho… mas vale a pena.
Em Sighisoara dormimos em pleno centro, no Extravagance Hotel, boa relação qualidade-preço:(27€/noite):
O nosso quarto no centro de Sighisoara no Hotel Extravagance (de extravagante tinha bem pouco, mas era confortável e central) e tem parque de estacionamento a 2 minutos a pé.
Alba Iulia
A capital espiritual da Roménia é famosa pela sua cidadela em forma de estrela. Se bem que podes intui-lo ao te perderes dentro da fortaleza, as fotos tiradas com drone deixam isso claro: uma estrela de sete pontas perfeita.
A fortaleza em forma de estrela de Alba Iulia- Fonte: Wikimedia.org
Em Alba Iulia fizemos uma paragem de apenas 2 horas a caminho de Sibiu, passando pelos seus imprescindíveis, embora os seus 12 Km de muralha merecem que os amantes de História se percam umas quantas horas perante esta fortificação imponente.
O que visitar em Alba Iulia
1. A Catedral da Reunificação onde foi coroado Fernando I como o Rei da Roménia em 1922
A Catedral da Reunificação, em Alba Iulia
2. A Catedral gótica de São Miguel, a maior catedral e também a mais antiga do país
A Catedral gótica de Alba Iulia
3. A Biblioteca Batthyaneum que abriga mais de 60.000 volumes, alguns manuscritos de valor incalculável
4. A sala da União na qual se proclamou a união da Transilvânia ao reino da Roménia, em 1918
Se quiserem mais informação sobre Alba Iulia recomendamos-te este post de Vero4Travel (em espanhol)
Dias 4 e 5: Sibiu
A cidade com mais vida deste roadtrip transilvano (não nos deu tempo de visitar Cluj Napoca) e a que escolheríamos para vários dias para quem trabalhe online como nós (ficámos duas noites e ficávamos bastante mais). Tivemos a sorte de coincidir com o Festival de Jazz da cidade com concertos gratuitos ao ar livre todas as noites, e apreciar um dos factores que mais gostámos da cidade: em Sibiu as casas têm olhos!
As casas com olhos de Sibiu
O que visitar em Sibiu
1. As 3 praças: contemplar as casas bisbilhoteiras da cidade nas suas três praças principais: Piața Mare (praça grande), a Piaţă Mică (praça pequena) e a Piaţa Huet. Senta-te, pede uma cerveja Ursus (ou um sumo, uma agua, etc) e repara nos olhos dos telhados das casas: elas sabem de tudo o que passa ao seu redor ;) A Piata Mare cheia de casas bisbilhoteiras, Sibiu
2. A Igreja: subir a igreja para ver as vistas (5 leu/pessoa; 1€). Além de desfrutar das vistas, podes ver o sino em funcionamento ao teu lado, sem nenhum tipo de proteção (embora tenha sido curioso, se tens problemas auditivos leva tampões, os meus tímpanos doeram um bocadinho a posteriori).
Vistas de Sibiu da Igreja Uma pomba romena a desfrutar das vistas de Sibiu da janela da Igreja.
3. A Council Tower (Torre do Conselho): Subir a esta torre (2 leu/pessoa; 0,40€) tem 2 pros e 2 contras. Pros: se gostas de Metallica como nós estás com sorte porque há colunas em todas os pisos da torre enquanto vais subindo as escadas e a banda sonora é Metallica (ou pelo menos era quando fomos). Sim, é a primeira torre que subimos com Metallica de banda sonora, há uma primeira vez para tudo. O outro pro é que podes ver como funciona um relógio por dentro, sim, o interior do Relógio da torre! Nunca o tínhamos visto e é bem fixe. Agora os ‘contras’: Quando chegas ao último piso da torre disposta/o a desfrutar das vistas de Sibiu encontras-te com os vidros sujos que estragam bastante o impacto das vistas (e das fotos nem te conto!). O outro ‘mas’ é que… Há um carrasco à tua espera quando desces por isso tem cuidado! (agora a sério, ele até é fofinho)
A foto possível das vistas de Sibiu e dos Cárpatos da torre do Conselho O carrasco que te espera na descida da Torre do Conselho (Que medo!)
4. Ponte das Mentiras: conta a lenda que se dizes uma mentira enquanto cruzas esta bela e florida ponte, cais. Tentei de tudo, desde mentiras como “o machismo não existe” e “a minha tshirt é vermelha” quando realmente era amarela e não funcionou… A teoria de que é tudo um mal entendido idiomático é a mais provável…
A Ponte das Mentiras, Sibiu
5. Perderes-te nas ruelas pitorescas do centro histórico, sobretudo quando ficas com fome: afasta-te das praças principais e descobre esse pequeno restaurante local com terraço onde podes contemplar a vida a passar…
Canto de Sibiu
6. Catedral da Santíssima Trindade: impressiona muito ao entrar! Nota-se que foi inspirada em Santa Sofia de Istambul e embora a famosa turca continue a parecer mais espetacular esta catedral de estilo bizantino merece indubitavelmente uma visita.
A Catedral da Santíssima Trindade de Sibiu
Informação prática: Onde comer e Onde dormir
Para comer recomendamos-te: O Crama Sibiul Vechi, só ao entrar no restaurante já sabes que vais gostar. Decorado tradicionalmente, não faltam os pratos típicos romenos muito bem confeccionados.
Também gostámos do Kulinarium (onde jantamos depois do péssimo serviço do Weinkeller do qual nos tinham falado muito bem), desfrutamos de um jantar delicioso no seu terraço em pleno centro histórico.
Se és fã de cafés e de chás, podes descansar do teu passeio por Sibiu no Arhiva de Cafea și Ceai.
Em Sibiu dormimos 2 noites neste apartamento em pleno centro (38€/noite) Foi o alojamento de que mais gostamos da viagem porque era muito transilvano (adorámos esse sofá e esses detalhes kitsch!), a cozinha equipada com tudo (para tomar o pequeno-almoço e se vos apetecer cozinhar algum dia) e a casa de banho e a cama muuuito confortáveis. Não tem parque de estacionamento mas não houve problema em estacionar mesmo em frente.
O nosso quarto enorme com sofá incluído do nosso apartamento em Sibiu. Muito recomendável! Detalhes kitsch do nosso apartamento em Sibiu. A cozinha e casa de banho pela porta da esquerda.
Se tens mais tempo pela região…
1. Para os amantes da natureza e de caminhadas: nós ficamos com vontade de fazer algum trekking pela Transilvânia. Há várias opções mas comentaram connosco que uma boa opção é pelas montanhas Bucegi, não muito longe de Brasov. Podem chegar ao pico Omul, a 2510 metros ou, para a gente mais perguiçosa, apanhar o teleférico e desfrutar das vistas incríveis.
2. Para os amantes mais citadinos, incluam uma visita a Cluj Napoca, a cidade universitária com muuuita vida pelo que nos contaram. Já agora, tentem fazer com que a visita coincida com o Festival Internacional de Cinema, nós ficamos com muita vontade… Fica para a próxima!
3. Para os amantes da condução: não percam a “Transfăgărășan“, considerada a estrada mais bonita do mundo. Não sabemos se é um exagero ou não porque quando nós tentamos ir estava fechada (só abre no verão) mas acreditamos que vale a pena tentar. Se não quiserem perder esta aventura (para nos contar tudo depois) recomendamos-vos ler este post de Viajeros 3.0 (em espanhol) e este outro de Machbel (em espanhol) onde explicam muito bem como ir até à famosa estrada.
A incrível Transfăgărășan fotografada por Rebe de Viajeros 3.0
Como chegar a Transilvânia / Roménia
Desde Portugal e Espanha têm voos baratos até Bucareste com Wizzair, Vueling e Blue Air, concretamente desde Lisboa, Madrid ou Barcelona. O voo dura entre 3 e 4 horas e pode-se conseguir bons preços, inclusive uns 60-70€ ida e volta, se és flexível com as datas. Recomendamos usar comparadores como o Kiwi.com e o Skyscanner para encontrar as melhores combinações e os melhores preços (por vezes sai mais barato comprar dois voos de ida com duas companhias diferentes do que ida e volta com a mesma, nestes comparadores comprovar isso diretamente).
Desde Bucareste pode-se voar a algumas das cidades da Transilvânia, embora nós vos recomendemos alugar um carro no próprio aeroporto de Bucareste e assim podem percorrer a Transilvânia por vossa conta.
Transporte por Transilvânia
Embora não seja impossível percorrer a Transilvânia em transporte público (comboio ou autocarro), a opção mais recomendável é alugares o teu próprio carro para teres liberdade, ires ao teu ritmo e fazeres todas as paragens que te apeteça.
Se têm tempo e/ou vos apetece a opção de apanhar o comboio e desfrutar das paisagens, Maruxaina assim o fez e partilha alguma informação sobre isso aqui (em espanhol), se tiverem dúvidas podem perguntar-lhe!
Para os que decidirem ir com a opção de alugar o carro, continuem a ler…
Onde alugar o carro
O mais recomendável é alugar o carro no próprio aeroporto. Se voas a Otopeni, que está nos arredores de Bucareste, podes sair diretamente em direção a Transilvânia.
Se vais visitar Bucareste (coisa que te recomendamos passar pelo menos 1 dia), recomendamos-te não levar o carro, já que o trânsito na capital é bastante caótico e vais perder uma data de tempo.
O ideal se queres fazer Transilvânia + Bucareste é que vás buscar o carro ao aeroporto de Otopeni para percorrer a Transilvânia, o deixes lá no regresso da Transilvânia e que vás de transporte público e/ou táxi até ao centro de Bucareste.
Empresas de aluguer de carro
Como sempre há muitas opções para alugar um carro e na Roménia não é diferente. Nós costumamos alugar com a Sixt (porque costuma ser mais barata que outras empresas e nós já conhecemos a letra pequena) mas comparamos sempre com outras marcas e escolhemos a que mais nos convém segundo o caso.
Na nossa viagem pela Transilvânia escolhemos a Sixt e pagamos 167€ por alugar um carro durante 5 dias (um Opel Corsa básico, a gasolina). Pagamos um extra por eliminar a franquia (esta é uma das letras pequenas de muitas empresas de aluguer: põem uma franquia de entre 600 e 2000€ e embora o carro tenha seguro, se acontece algo, teriam que pagar essa quantidade).
O Opel Corsa que alugamos com a Sixt no miradouro da Torre Branca (Brasov)
O carro foi genial e não nos deu problema nenhum, como tal, recomendamos o serviço da Sixt na Roménia. Fomos buscá-lo a Otopeni no primeiro dia ao chegar (chegámos tardissímo, às 00:30) e devolvemo-lo depois dos nossos 5 dias transilvanos para seguir o nosso roteiro por Bucareste.
Se quiserem algo mais barato, é possível que encontrem outras opções (recomendaram-nos a AutoEurope), mas quando nós procuramos, com o tema da franquia a Sixt era a que saía mais barata (há que dizer que reservamos com apenas 2 semanas de antecipação)
Conduzir pela Transilvânia (e pela Roménia, no geral)
O maior contra da autocondução na vossa viagem à Transilvânia (e no resto da Roménia) é que é um dos países em que estivemos onde se conduz “pior”: as ultrapassagens em linha contínua em plena curva sem visibilidade são algo frequente, assim como ir muito mais rápido do que o indicado nos limítes de velocidade.
Também houve alguns troços de estrada (especialmente no troço entre Brasov e Sighisoara) onde a estrada está cheia de buracos imprevisíveis não sinalizados, como tal tem que se ir especialmente devagar e deixar ultrapassar os stressados que se colam como uma lapa para vos tentar apressar.
Na nossa experiência, o melhor é ir devagar e com os olhos muito atentos sobretudo nas curvas, tendo em conta que vos pode aparecer um carro do nada na vossa via e em direção contrária. Sim, é mesmo isto.
O melhor: conduzir devagar e fazer muitas paragens para desfrutar das vistas!
Tínhamos lido que a lei se está a tornar mais dura (sobretudo em termos de velocidade, com radares e assim) mas a verdade é que no geral éramos o único carro que ia à velocidade indicada.
Para nos orientarmos e termos indicações do caminho, nós usamos sempre os nossos telemóveis e o Google Maps (aqui podem ver as apps que utilizamos nas nossas viagens), além de levar uma boa powerbank (agora mesmo levamos esta Xiaomi, de 20000mAh, que dá para carregar telemóveis e câmaras).
No geral não tivemos problemas com o Google Maps, embora no trajeto de Sighisoara a Alba Iulia alertava para um aviso de acidente na estrada principal e no Google Maps aparecia como cortada, como tal sugeria-nos uma rota alternativa que não existia e tivémos que seguir a nossa intuição e continuar pela estrada principal para poder chegar (efetivamente havia um acidente e havia um pouco de trânsito mas nada de especial).
A olhar para os Cárpatos com amor
Até breve Transilvânia! Multumesc