Sabia que nos Açores vivem diferentes tipos de cetáceos? Uns residentes, outros nas suas rotas migratórias (dependendo da época do ano) e a actividade de whale watching, isto é, observar baleias e golfinhos em liberdade, no seu habitat, é uma das atividades estrela em Ponta Delgada, na maior ilha dos Açores, São Miguel.
Neste artigo contamos-lhe tudo o que precisa de saber para fazer whale watching, ou seja, observação de cetáceos (baleias, golfinhos, cachalotes) da forma mais respeitosa possível, a partir de um barco que parte da capital da maior ilha dos Açores, Ponta Delgada, em São Miguel.
Para tudo o que há para fazer na ilha, recomendamos o nosso guia completo de São Miguel.
Conteúdos
- Porquê observar baleias em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
- Que espécies de cetáceos (baleias, golfinhos, cachalotes) posso ver em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
- Qual é a melhor altura para observar baleias e golfinhos em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
- A observação de baleias é garantida no passeio de barco?
- Qual a duração da excursão de observação de cetáceos em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
- Como fazer uma observação de baleias de forma responsável?
- É possível nadar com baleias e golfinhos?
- A nossa experiência de observação de cetáceos nos Açores
- Uma breve história da observação de cetáceos nos Açores
- Caminhadas: A Rota da Baleia em São Miguel
- Checklist para o passeio de barco de observação de cetáceos: O que levar para o whale watching em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)
- Recomendações para desfrutar da observação de baleias e golfinhos sem enjoar (e não enjoar alguém)
- Onde ficar em Ponta Delgada (São Miguel)
Porquê observar baleias em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
Se está prestes a viajar para um paraíso chamado Açores, muito provavelmente vai aterrar na maior ilha do arquipélago, São Miguel, e ficar perto da sua capital, Ponta Delgada. Se for esse o caso, ou mesmo se já estiver a explorar esta ilha no meio do Oceano Atlântico, saiba que uma das atividades a não perder é a observação de baleias e golfinhos no seu habitat. O arquipélago alberga cachalotes, golfinhos comuns, golfinhos pintados e roazes, e é possível ir de barco cumprimentá-los, à distância e com respeito, claro.
No Randomtrip fazemo-lo sempre que visitamos o arquipélago e já tivemos a oportunidade de cumprimentar uma baleia–azul (o maior mamífero do mundo), três baleias-sardinheiras (a terceira maior do mundo) e vários golfinhos. O mais importante é certificar-se de que vai com uma empresa que respeita as regras de sustentabilidade e proteção dos animais (distância segura entre o barco e as baleias, etc.), por isso neste guia vamos contar-lhe a nossa experiência, que o fará não querer perder esta atividade, e o que deve ter em conta antes de reservar a excursão de observação de baleias.
Que espécies de cetáceos (baleias, golfinhos, cachalotes) posso ver em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
Nas águas que rodeiam o arquipélago dos Açores é possível avistar mais de vinte espécies de cetáceos, tanto residentes como migratórios. Entre estas espécies, a que mais desejará ver a partir do barco é o belo cachalote, símbolo dos Açores e cuja cauda fotogénica a emergir do mar, é uma imagem, que todos nós que embarcamos numa aventura de observação de cetáceos, ambicionamos.
Mas há muitas mais! Nos Açores pode ver a baleia-azul gigante, o maior mamífero do mundo, a baleia-sardinheira, a baleia-comum, a baleia-piloto, a baleia-de-minke, a baleia-jubarte e até as orcas, embora estas últimas sejam muito raras.
Qual é a melhor altura para observar baleias e golfinhos em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
Abril a outubro é normalmente a melhor altura para a observação de baleias, embora seja possível observar baleias e golfinhos nestas águas atlânticas durante todo o ano, pelo que poderá ter sorte em qualquer mês que visite o arquipélago. De facto, se o seu sonho é observar o maior mamífero do mundo, a impressionante baleia azul, saiba que esta passa pelos Açores entre abril e maio e pode atingir os 35 metros de comprimento! A Inês viu-a com a mãe e a irmã em março, em São Miguel e no Randomtrip vimos outras espécies de cetáceos (como a baleia sardinheira) na ilha do Pico em maio.
Aqui está uma tabela com os diferentes tipos de cetáceos e a probabilidade de os ver em cada mês do ano nos Açores, de acordo com este relatório da Fundação Ocean Azores.
A observação de baleias é garantida no passeio de barco?
Toda a gente espera ver um cachalote ou uma baleia durante um passeio de barco de observação de baleias. É importante ajustar as suas expectativas ao fazer este passeio, pois está a fazer algo bonito e responsável, que é tentar observar um animal no seu habitat, e por isso, é como jogar na lotaria e não saber se o animal vem cumprimentá-lo ou não. Quase todos os operadores anunciam que lhe permitirão repetir a excursão gratuitamente se não forem avistados cetáceos, mas é praticamente impossível não ver golfinhos, pelo que, na prática, essa cláusula é mais marketing do que outra coisa.
Qual a duração da excursão de observação de cetáceos em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)?
A excursão de observação de baleias dura cerca de 3 horas , durante as quais, o barco em que se encontra está em comunicação com os diferentes pontos de vigia em terra que comunicam se virem algo “grande” para tornar a sua experiência a melhor possível e para que possa ver o maior número de espécies possível.
Como fazer uma observação de baleias de forma responsável?
A observação de baleias na natureza de forma respeitosa deve incluir as seguintes regras:
- Aproximação de animais com velocidade reduzida e constante
- Distância mínima de 50 metros do animal
- Evitar a presença de várias embarcações (máximo 3 barcos) num raio de 150 metros em torno do grupo de cetáceos.
- Nunca mais de 30 minutos com o mesmo animal/grupo de cetáceos.
- Compromisso ético para com os animais e o ambiente
- A utilização de drones é proibida sem autorização expressa do governo.
Recomendamos que consulte este guia elaborado pela Ocean Azores Foundation sobre como fazer observação de baleias de forma sustentável e responsável nos Açores.
Na atividade de observação de baleias, respeitar o comportamento indicado pelo centro e desconfiar se estas medidas não forem aplicadas.
É possível nadar com baleias e golfinhos?
Nadar com baleias é estritamente proibido nos Açores, exceto com uma autorização especial (para investigação e afins). Pode ler o texto legal aqui.
Nadar com golfinhos é permitido sob um conjunto de regras, mas, infelizmente, estas regras não garantem o bem-estar dos animais e esperamos que também o proíbam no futuro. No Randomtrip aconselhamos vivamente a não participar em excursões que permitam nadar com golfinhos. Se quiser perceber as razões, recomendamos-lhe que leia esta carta aberta do operador com quem fizemos a excursão de observação de baleias na Ilha do Pico.
A nossa experiência de observação de cetáceos nos Açores
No Randomtrip não perdemos a oportunidade de cumprimentar estes simpáticos gigantes sempre que podemos, e assim que soubemos que os Açores eram um dos locais ideais para o fazer, não hesitámos. A primeira experiência foi a da Inês (Randomtrip) com a sua mãe e irmã, quando puseram os pés no arquipélago em 2013. Decidimos viver esta experiência juntas em Ponta Delgada (São Miguel) sem saber o que nos esperava e fico com os cabelos em pé sempre que me lembro de ver aquela baleia-azul, com mais de 20 metros de comprimento, a passar pelo nosso barco, tranquilamente .
Mais recentemente, juntamente com a outra metade da Randomtrip, com o Chris, fizemos esta atividade na ilha vizinha do Pico. No passeio, fomos recebidos por alguns roazes, que também podem ser vistos em Setúbal, onde o rio Sado encontra o Oceano Atlântico.
Depois juntou-se-nos um grupo de mais de vinte golfinhos comuns que vieram a acompanhar o nosso barco, muito brincalhões. Durante as três horas do passeio de barco de observação de cetáceos, os vigias estão em constante comunicação com o barco para o caso de avistarem algo “grande” e, de repente, quando ouvimos o nosso capitão receber um aviso, chegamos ao ponto indicado pelo vigia e, em silêncio e expectativa, esperamos por uma pista ou, melhor dizendo, uma pegada (sabem que as baleias deixam pegadas à superfície?). Olhamos para a esquerda da pista e …. Olá baleia! Era uma sardinheira, a terceira maior baleia do mundo. No total vimos três baleias, vários roazes e um grupo muito simpático de golfinhos. Tudo isto com a magnética montanha do Pico, como tela de fundo. Um dia cheio e feliz que estamos ansiosos por repetir.
Despedimo-nos da baleia com a alma cheia (rima e é verdade) e se também o quiser fazer, reserve aqui.
Reserve a sua observação de cetáceos em São Miguel aqui e a sua observação de cetáceos na ilha do Pico aqui
Se quiser mais informações sobre a ilha açoriana do Pico, aqui está o guia completo (e gratuito) da Randomtrip sobre a ilha.
Uma breve história da observação de cetáceos nos Açores
Se hoje a observação de baleias é contemplar a beleza dos cetáceos no seu habitat, tornar visível a sua importância no ecossistema e promover a proteção dos oceanos, nem sempre foi assim. No passado, a observação de cetáceos era… caça. A caça à baleia – a“baleação” – foi uma atividade económica muito importante nos Açores (principalmente na ilha do Pico, mas não só), durante cerca de 50 anos e os números são chocantes: entre 1896 e 1949 foram caçadas cerca de 12 mil baleias. A atividade foi felizmente proibida quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1986, mas foi ainda em 1987 que o último cachalote foi caçado na ilha do Pico.
Em várias ilhas dos Açores encontra o “Museu Baleeiro”, espaços que tentam retratar a dura vida dos baleeiros (maioritariamente homens), explicando a partir do seu quotidiano a própria caça nas pequenas e frágeis embarcações, os botes baleeiros. Uma atividade muito dura onde os animais e alguns dos humanos que a ela se dedicavam perderam a vida. O objetivo: produtos derivados do cachalote e de outras baleias: óleos para iluminação e lubrificantes (principalmente para exportação) e vários tipos de farinha (feita a partir dos ossos). É normalmente uma visita em que se engole em seco muitas vezes, sobretudo depois de se ter cumprimentado os belos e majestosos cetáceos na sua casa atlântica. Em Ponta Delgada, São Miguel, pode visitar-se a “Fábrica da Baleia“, embora o museu mais completo seja o Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, na ilha do Pico, onde a baleação teve a sua maior expressão.
É precisamente na vila da Calheta de Nesquim (Ilha do Pico) que se diz ter começado a atividade baleeira, e fotografias antigas na Casa dos Botes (a casa onde agora “dormem” os barcos, os baleeiros) testemunham esses anos. Atualmente (e felizmente) os barcos são utilizados para regatas e é muito provável que, ao visitar a Calheta de Nesquim, veja alguns jovens a treinar ao fim da tarde. As ilhas do Pico e do Faial dominam frequentemente os campeonatos regionais de regatas.
Reserve aqui o seu passeio de observação de cetáceos em São Miguel
Caminhadas: A Rota da Baleia em São Miguel
Se gosta de caminhadas, pode conhecer esta história a pé. Em São Miguel espera-o a Rota da Baleia, um percurso de 3,3 km em Capelas, onde a indústria baleeira foi mais popular na ilha, passando por vários locais de visita obrigatória. Pode encontrar toda a informação sobre o percurso, com paragens e mapa, neste link.
Checklist para o passeio de barco de observação de cetáceos: O que levar para o whale watching em Ponta Delgada (São Miguel, Açores)
Aqui está uma lista de itens essenciais que não pode esquecer de levar consigo na sua aventura de observação de baleias:
- Roupa e calçado confortáveis (no Randomtrip acreditamos que a melhor forma de conhecer os Açores é com trilhos e usamos estas botas-ténis da Columbia).
- Chapéu, o sol é muito forte
- Óculos de sol
- Protetor solar reef friendly, ou seja, sem químicos prejudiciais aos corais, sem oxibenzona e não testado em animais, como este ou este.
- Uma garrafa de água como uma destas para transportar água consigo em qualquer altura e evitar a utilização de plástico descartável.
- Um protetor de pescoço, como um destes, para o proteger do vento no barco.
- Saco impermeável, para manter os seus aparelhos electrónicos seguros no barco. Este, por exemplo, custa 12 euros.
- Máquina fotográfica para registar as aventuras açorianas. Levámos uma Sony A5100 e uma GoPro para imagens subaquáticas.
- PowerBank: com tantas fotos, vai gastar muita bateria, por isso é sempre uma boa ideia levar uma boa powerbank consigo. Viajámos com estas 2 (Xiaomi e Anker), que nos permitem carregar os nossos smartphones, a câmara e a GoPro.
- Estojo de primeiros socorros: o nosso estojo de primeiros socorros inclui sempre um medicamento contra o enjoo (como a biodramina para o enjoo nos barcos), antibióticos, antidiarreicos (e um probiótico para nos ajudar a recuperar mais rapidamente), anti-histamínicos, analgésicos e antipiréticos. Em todo o caso, viaje sempre com um seguro de viagem e se fizer o seu seguro através deste link tem um desconto de 5%.
Recomendações para desfrutar da observação de baleias e golfinhos sem enjoar (e não enjoar alguém)
- No Randomtrip, temos tendência para enjoar nos barcos, por isso, se for o seu caso, aconselhamos que tome um comprimido de biodramina 30 minutos antes da viagem para evitar o enjoo e desfrutar ao máximo da experiência.
- Respeite sempre o comportamento do centro, não faça barulho, não suba para o barco e desconfie se a atividade de observação de cetáceos não incluir medidas de respeito e sustentabilidade (por exemplo: velocidade reduzida e constante do barco e distância mínima de 50 metros do animal; evitar a presença de vários barcos num raio de 150 metros à volta do grupo de cetáceos e não permanecer mais de 10 minutos com o mesmo animal).
- Nunca tente tocar ou alimentar um animal – não seja cúmplice de maus tratos a animais!
- Não compre artesanato feito de animais marinhos ou retirado do mar (por exemplo, dentes de golfinho, carapaças de tartaruga, mandíbulas de tubarão, marfim de cachalote, …). O comércio do marfim, atualmente o único produto valioso do cachalote, continua a ser um argumento para os caçadores. Compre artesanato local feito de materiais alternativos, como madeira, pedra ou marfim vegetal.
- Respeite os animais, as outras pessoas e a ilha: não ponha a sua música a tocar alto no barco (se quiser ouvir música, use auscultadores), não deixe lixo, não deite pontas de cigarro, etc. (se encontrar plástico, apanhe-o).
- Não permitir a perturbação, a poluição e a destruição dos habitats de nidificação das aves marinhas. Os cagarros são uma ave migratória que nidifica nos Açores e que na sua viagem lhe soará pelo seu particular canto de “awa awa” como se estivessem a cantar o refrão da música Video Killed by Radio Star. Para evitar situações de captura ou atropelamento de cagarros juvenis na estrada, o Governo dos Açores promove anualmente a Campanha SOS Cagarro, sobre a qual recomendamos que se informe quando chegar ao arquipélago.
- Viajar sempre com um seguro de viagem: despesas médicas, roubo ou problemas com o avião durante uma viagem podem custar-lhe muito dinheiro, pelo que o ideal é fazer um seguro de viagem. Nós utilizamos sempre a IATI e recomendamo-la. Se subscrever o seu seguro através deste link obtém um desconto de 5%.
E, se preferir, este passeio é um 2 em 1: observação de baleias e uma visita ao belo ilhéu de Vila Franca do Campo, um antigo vulcão submerso onde a sua cratera inundada forma um círculo quase perfeito, com uma pequena abertura para o mar. Reserve esta excursão completa aqui
Onde ficar em Ponta Delgada (São Miguel)
No Randomtrip ficámos no Ladeira Loft (a partir de 90€/noite), um apartamento T1 muito espaçoso no centro de Ponta Delgada (muito perto do mercado da Graça) com vista para o Atlântico.
A preços mais acessíveis, o Nook Hostel (a partir de 60 euros/noite), no coração do centro histórico, tem apartamentos com 2 quartos, quartos privados e camas em dormitório. Também entre as opções mais económicas está o Holy Cow (a partir de 55 euros/noite), um hostel com quartos com casa de banho privativa e dormitórios.
O Hotel do Colégio ( 69€/noite), um belo hotel num edifício do século XIX com uma piscina, no centro de Ponta Delgada, foi o hotel onde eu, a minha mãe e a minha irmã ficámos na primeira vez que visitámos a ilha e adorámos.
Os nossos amigos Catarina e Ricardo visitaram São Miguel recentemente e adoraram ficar na Casa da Graça, um hotel gerido pelos encantadores Vânia e Sérgio que nos fazem sentir em casa, em Ponta Delgada, para além dos ótimos quartos (e pequenos-almoços):
Se quiser mimar-se com um gin tónico num jacuzzi com vista para o mar sem gastar muito, então quer ficar no Garoupas Inn (a partir de 60 euros/noite):
Os Armazéns Cogumbreiro foram o maior estabelecimento comercial da ilha, num edifício renovado de 1913, no centro, com quartos espaçosos e luminosos, também a partir de 75€/noite.
Se quiser algo mais requintado, o Octant Ponta Delgada, um hotel de 5 estrelas, dos melhores da ilha, com quartos fantásticos com vista para o Atlântico.
Encontrar mais alojamento em Ponta Delgada aqui
Se quiser mais informações para a sua viagem aos Açores, não perca o nosso guia gratuito Randomtrip sobre o que ver nas 9 ilhas dos Açores:
Do que está à espera para ver estas belezas no seu habitat? Reserve já o seu passeio de barco de meio dia para observação de baleias em São Miguel, Açores.