Os Passadiços do Paiva são mais de 8 km de passadiços de madeira na margem de um dos rios mais limpos do Mundo. Encontram-se na margem esquerda do rio Paiva, no concelho de Arouca (distrito de Aveiro) e são uma excelente ideia para uma escapadinha de fim-de-semana. Foi precisamente isso que pensou Manuel Fernandes, o pai da Inês, quando decidiu, com a sua companheira Eduarda, desfrutar deste passeio pela natureza portuguesa em estado puro.

Neste post conta-nos umas dicas baseadas na sua experiência a todas as pessoas que estamos interessadas em visitar esta maravilha natural portuguesa e, já agora, interessadas também em aproveitar o fim-de-semana para conhecer o restante território de Arouca Geopark, reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

Passadiços do Paiva. Foto de Wikipedia.
Passadiços do Paiva. Foto de Wikipedia.

Quando ir aos Passadiços do Paiva

Os Passadiços do Paiva são um passeio agradável o ano inteiro! Se deseja evitar temperaturas mais extremas (de calor no verão e frio no inverno) e evitar também as enchentes de pessoas que coincidem com as férias escolares grandes no Verão, as alturas ideais seriam a Primavera e o Outono. Mas atenção, se for no Verão a possibilidade de um mergulho numa das praias fluviais do passeio é mais que apetecível.

O ideal também é consultar a previsão metereológica para evitar fazer o percurso em dias de chuva.

Ao ser um passeio recomendado o ano inteiro, estão abertos todos os dias do ano (excepto no dia de Natal) e tem o seguinte horário: das 08:00h 20:00h (de Maio a Setembro), das 09:00h 17:00h (de Outubro a Março) e das 09:00h 18:00h em Abril (nos fins de semana e feriados até às 19:00h). O ideal é ir de manhã já que é sempre mais agradável para fazer uma caminhada.

Passadiços do Paiva
Passadiços do Paiva. Foto de Wikimedia.

Como chegar aos Passadiços do Paiva

Para percorrer os passadiços é necessário comprar previamente bilhete aqui, pelo preço de 2€.

O bilhete entrega-se numa das duas entradas dos passadiços: a norte, em Espiunca ou a sul em Areinho. A mais recomendada é a entrada por Areinho: apesar da subida inicial ser bastante dura, o resto de percurso é a descer e, como tal, poderá desfrutar melhor da paisagem.

De carro

Se tem veículo próprio (ou caso não tenha, pode sempre alugar um carro), é muito fácil chegar até aos Passadiços do Paiva.

Sem vem do Norte

  • Via A1: Saída Santa Maria da Feira > São João da Madeira > Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo de viagem: 60 minutos aproximadamente
  • Via A32: Saída Carregosa/Pindelo > Vale de Cambra>Arouca > Areinho. Tempo de viagem: 50 minutos aproximadamente

Se vem do Sul

  • Via A1: Saída Estarreja>Oliveira de Azeméis>Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo de viagem: 60 minutos aproximadamente

Se vem do Interior

  • Via A25: Saída Porto A1 > Oliveira de Azeméis > Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo de viagem: 65 minutos aproximadamente

Se vem do Cinfães/Castelo de Paiva/Castro Dair

  • Estrada Nacional 225 > Alvarenga > Areinho. Tempo de viagem: 10 minutos aproximadamente

Caso tenha GPS, as coordenadas a introduzir são as seguintes:

Estacionamento

Junto à entrada norte, Espiunca existe um reduzido parque para estacionar, em terra batida, e sempre táxis para transportar os passeantes de volta à outra entrada, a de Areinho.

Junto à entrada sul, Areinho existe um maior parque de estacionamento em alcatrão. Também existe um parque de estacionamento complementar, muito amplo, incluindo para autocarros, em terra batida mas que se localiza numa cota (bem) acima da entrada, exigindo um percurso a pé de meio quilómetro para aí aceder. Cá em baixo, junto a esta entrada também existem sempre táxis para transporte de volta à outra entrada a de Espiunca.

Placa na estrada para as duas entradas dos Passadiços do Paiva: Espiunca (esquerda) e Areinho (direita). Foto de Wikimedia.

Numa excursão

Se preferir tem ainda outra opção: poderá ir com uma excursão que sai do Porto (se não vive no Porto, poderá ir até ao Porto de comboio ou autocarro). Esta excursão inclui o transporte e visita aos Passadiços do Paiva e ainda visita à capital de arte nova portuguesa, Aveiro onde poderá navegar pela ria num dos belos moliceiros e provar uns ovos moles deliciosos. A excursão inclui ainda dar um mergulho na praia e tirar umas fotos às fotogénicas casinhas às riscas na Costa Nova. Pode contratar a excursão aqui.

Passadiços do Paiva. Foto de Pixabay.

Dicas para percorrer os Passadiços do Paiva

Mais de 2/3 do percurso é efetuado sobre passadiços de madeira alcandorados sobre o rio, o restante da caminhada decorre em terreno (ver o esquema: passadiços em vermelho, caminho em verde).

 

Esquema dos Passadiços do Paiva feito por Manuel Fernandes, pai da Inês
Esquema dos Passadiços do Paiva feito por Manuel Fernandes, pai da Inês

O passeio implica subidas/descidas de escadas nos passadiços.Também se atravessa uma ponte suspensa.

A ponte suspensa. Foto de Jorge na Wikimedia.
A ponte suspensa. Foto de Jorge na Wikimedia.

Há três alternativas para percorrer os Passadiços do Paiva:

  • Alternativa 1: Para percorrer os passadiços contra a corrente do rio, entra-se pela entrada norte, Espiunca e durante os primeiros quilómetros não se verificam significativas subidas/descidas de escadas.
  • Alternativa 2:Para percorrer os passadiços a favor da corrente do rio, entra-se pela entrada sul, Areinho. Esta é considerada a alternativa ideal para desfrutar da paisagem mas atenção: após cerca de trezentos metros de passadiço horizontal, na zona da ponte de Alvarenga, surge um prolongado passadiço sempre a subir, com largas dezenas de escadas, até ao cimo da margem. Aí se entrega o bilhete por aí se localizar a “entrada oficial sul”. Depois surge um percurso em terreno. Pessoas com insuficiente preparação física poderão desistir do passeio perante este continuado esforço logo na fase inicial da caminhada.
Os passadiços do Paiva. Foto da Wikipedia.
  • Existe uma terceira alternativa para percorrer (quase todos) os passadiços, possível para pessoas com menos preparação física que desejem efetuar a caminhada entrando (quase) em Areinho: existe uma estrada que liga a estrada “principal” à “entrada oficial sul” de Areinho (a tal entrada alcatroada no cimo destes iniciais passadiços/escadas).

Relativamente a esta terceira alternativa, esta estrada é proibida ao trânsito, porque está destinada a veículos de emergência. Mas os táxis podem percorrê-la. Portanto, nesta terceira alternativa, estaciona-se o carro num dos parques de Areinho. Se for no parque junto à entrada, entra-se logo num táxi que nos levará à “entrada oficial sul”, circulando nesta estrada de trânsito proibido. E ultrapassando a fase inicial dos passadiços, a tal das escadas. Se se estacionar o carro no tal parque numa elevada cota de altura (acima do primeiro parque) telefonamos para um dos táxis que circulam nestas entradas dos passadiços (uma referência: Táxi Barbosa tel 913 299 128 / 963 890 642).

Passadiço e rio Paiva
Passadiço e rio Paiva. Foto de Wikimedia.

O percurso, sendo linear, tem uma duração média de cerca de 2h30 (um sentido). No sentido Areinho-Espiunca é menos exigente a nível físico, no entanto, no caso de fazer ida e volta, é aconselhável iniciar o percurso na Espiunca.

Nota: No nosso caso, não posso referir o conjunto do percurso porque o nosso passeio, foi assim:

  • Desconhecíamos tudo sobre os passadiços, somente tínhamos os bilhetes e a localização.
  • Entramos na entrada sul (Areinho). A Eduarda não conseguiu subir todas as escadas. Também chovia. Eu, Manuel, subi até à entrada oficial norte e pude ver a continuação do caminho a partir daí. Regressamos ao carro.
  • Para compensar a frustração, fomos à entrada norte (Espiunca), entramos e percorremos os passadiços cerca de 1,5 km com reduzidas escadas. Regressamos quando surgiu o percurso em terra batida (chovia e obviamente aí havia alguma lama).

Recomendações

Fizemos uma lista do que deverá levar para esta visita para não se esquecer de nada:

  • Mínimo 1,5 litros de água por pessoa (apesar de poder comprar agua em algum dos pontos de venda pelo caminho)
  • Lanche para fazer um piquenique pelo caminho. Onde? Tanto pela beleza como pelas sombras, a praia fluvial do Vau é o sítio mais recomendado (também pode comer algo no bar da Praia Fluvial do Areinho). Se fizer um piquenique não se esqueça de não fazer o mínimo lixo possível (evite usar plásticos) e o lixo que fizer, leve consigo. A natureza agradece.
  • Fato de banho para dar um mergulho na Praia Fluvial do Areinho ou na Praia Fluvial do Vau (caso visite os Passadiços na Primavera ou no Verão).
  • Protector Solar e repelente de mosquitos (escolha produtos amigos do ambiente que não contenham produtos químicos nocivos e não seja testado em animais)
  • Vestuário e calçado adequado para uma caminhada
  • Óculos de sol e chapéu

E lembre-se…

Respeite toda a fauna e a flora do lugar.

Respeite as outras pessoas e o parque: não ponha música alta na praia fluvial e durante o percurso nos passadiços (se quiser ouvir música, use auscultadores), não deixe lixo , não atire beatas, etc.

Onde dormir

Como dissemos no início do post, o ideal é aproveitar o fim-de-semana para conhecer o restante território de Arouca Geopark, reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade. Poderá explorar a Serra de Freita, tem varios trilhos lindíssimos marcados, descobrir alguma praia fluvial mais escondida ou comer um belo bife de Alvarenga. Como tal, aqui recomendamos onde poderá dormir:

Hotel São Pedro: Para garantir que vai dormir num dos hotéis da região com melhor relação qualidade-preço, o ideal é reservar com antecedência. Decida o dia que vai, compre a entrada para os passadiços aqui e reserve o este hotel aqui porque não se vai arrepender (70€/noite para duas pessoas).

Quarto do Hotel São Pedro. Foto da Booking.
Quarto do Hotel São Pedro. Foto da Booking.

Quintãs Farm Houses: Se está à procura de algo mais requintado para um fim-de-semana romântico a dois (ou se vão mais de duas pessoas dado que os apartamentos estão pensados para um máximo de 4 pessoas) não procure mais.  Piscina, jardim, terraço e decoração maravilhosa (de 175€ a 225€ dependendo do nº de pessoas).

Quintãs Farm Houses. Foto da Booking.
Quintãs Farm Houses. Foto da Booking.

SaberAmar Little Country: Já que vai passar um fim-de semana para contemplar a natureza em estado puro anda à procura de algo más rural e mais rústico. Nesta casinha de férias equipada com tudo o que precisa encontrará a paz que procura para desanuviar da cidade (60€/noite).

SaberAmar Little Country. Foto da Booking.
SaberAmar Little Country. Foto da Booking.

Casa do Pinto: Outra opção rural lindíssima com vistas de cortar a respiração é esta (60€/noite).

Casa do Pinto. Foto da Booking.
Casa do Pinto. Foto da Booking.

Casa do Tanque: Se o que procura é ficar no centro de Arouca perto de supermercados e restaurantes, melhor localização impossível! A 15 minutos de carro dos Passadiços (70€/noite).

Casa do Tanque. Foto da Booking
Casa do Tanque. Foto da Booking

Quinta das Regadas: Para além da quinta maravilhosa onde dormirá, acordará com um pão de castanhas recém feito e moras recém apanhadas :) Ideal para grupos grandes (145€/noite para 7 pessoas).

Quinta das Regadas. Foto da Booking
Quinta das Regadas. Foto da Booking

Se preferir algo para relaxar em plena natureza com uma atenção incrível e bem mais económico espreite o Eco Camping Juncal (40€/noite para duas pessoas), recomendado pela leitora Filipa Gonçalves. Está um pouco mais longe mas a simpatia é referida sempre por quem lá vai, como diz a Filipa, fazem-nos sentir em família.


Prontos para descobrir esta maravilha natural de Portugal? Boa viagem!

Passeio pelos Passadiços do Paiva. Foto de Wikipedia

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2 Comentários

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  1. Outro local muito interessante para se ficar (um pouco mais distante): eco camping juncal! Somos recebidos e tratados como família.